8.5.20

COVID-19: A corrida ao medicamento

Com o aparecimento de surpresa, em finais de 2019, do SARS-COV-2 (o micróbio ), originariamente na RP China, o mundo nada conhecia do novo vírus e, naturalmente, por isso, não dispunha de tratamento para a COVID-19 (a doença).
Como em situações anteriores, nas mais recentes para outros tipos de coronavírus, rapidamente os gigantes do negócio do medicamento avançaram na busca de medicamentos que fossem eficazes.
1. Na CHINA, sabiamente, sem antagonismos despropositados, associou se a medicina tradicional à medicina alopática (a que é dominante no ocidente). Assim, utilizaram, nos mais de 4000 hospitais chineses, as plantas e ervas milenarmente testadas no oriente e a acupunctura (uso de agulhas a estimular certos pontos sensíveis do corpo). Mas, ao mesmo tempo, sem complexos, combinaram a sua tradição com remédios fabricados especialmente nos EEUU e Alemanha. E com muito bons resultados. Num território com tantos milhões de almas, que mais parecem formiga, o número de falecidos (já retificado em alta, recentemente) não chega aos 5000...
2. Os EEUU começam já esta semana a experimentar nos doentes mais graves um antiviral (medicamentos contra os vírus) de nome REMDESIVIR (injetável), já utilizado antes contra a ébola . O mecanismo de funcionamento consiste em inibir um produto (chamado enzima), essencial para a multiplicação do vírus. Foi estudado com uma amostra muito pequena de doentes na China, mas os resultados não foram considerados significativos.
    A investigação e produção americana avançaram com novos ensaios. Usado só em casos graves, na amostra apresentada, o tempo para  melhoria importante dos doentes passou de 15 para 11 dias. Ainda assim, também com o beneplácito de Trump, está em curso uma maciça utilização, após a agência americana que tutela novos usos de medicamentos ter dado uma «autorização de emergência».
   Apesar de os meios científicos independentes do país opinarem que a eficácia dos estudos clínicos não é ainda suficientemente clara, esta semana o laboratório que tem a patente já «ofereceu» 1,5 milhões de frascos para serem administrados aos  beneficiários do «sistema de saúde» norte americano. Diga se, de passagem , que este medicamento também já recebeu a indicação da DGS portuguesa para uso nos cuidados intensivos dos nossos hospitais.
3. Em FRANÇA, num processo que tem levantado muita polémica, o instituto mediterrânico para as infeções (especializado em vírus) ensaia, na região de Marselha, a CLOROQUINA (fármaco há muito usado contra a malária e certas doenças reumáticas). Com resultados animadores, mas com efeitos colaterais negativos no coração, estômago e olhos. É administrado juntamente com a AZITROMICINA, um antibiótico usado nas infeções por bactérias na garganta, ouvidos e brônquios. Não atacando o vírus (os antibióticos são assim), combate as afeções que bactérias possam instalar em cima da virose.
4. A BIOMODULINA T, também com injeção no músculo ou na veia, é uma criação da biotecnologia CUBANA que, desde o tempo de Fidel, apesar dos desumanos boicotes de matérias primas a esta ilha das Caraíbas, goza internacionalmente de forte aceitação. Como, aliás, todo o turismo de saúde que não se fica pelas algas nas praias,  pelas lamas para a pele ou pela água termal para reumatismos e bronquite. É procurado por um crescente número de cidadãos de todo o mundo, caricatamente, em especial por americanos endinheirados que não vêem solução para as suas doenças no que já enterrou mais de 60.000 mortes de Cocid-19. Procuram Cuba, os seus serviços médicos e de reabilitação, para resolver sequelas de AVCs , doentes com Parkinson ou possuidores de Alzheimer.
   Este medicamento de patente cubana é um produto biológico à base de produtos naturais que estimulam a imunidade, um dos grandes problemas que conduz doentes virais (caso da atual Covid-19) a terem um risco mais acentuado e uma mortalidade muito maior.
    Além do efeito contra a inflamação (principal problema destas doenças), de forma preventiva, defende os profissionais de saúde e os doentes mais expostos, como os idosos e portadores de infeções respiratórias crónicas e padecimentos do coração e hipertensão arterial bem como enfermos com cancro, que têm necessidade de fazer quimioterapia ou radioterapia, agravando o nível da tal imunidade, que quando baixa demais deixas os vírus à solta, sem quaisquer barreiras que protejam capazmente.
    Claro que este medicamento, fabricado em larga escala, só se utiliza no próprio país produtor, bem como, num internacionalismo genuíno, em países pobres que, como no apoio médico e de enfermagem, recebem o apoio incondicional de Cuba também na oferta deste estimulante das nossas defesas. Que aproveita o timo do boio (glândula importante para induzir anticorpos no humano) .
    Tristemente, não pode ser injetado noutros povos que bem precisariam, porque os Bolsonaros, Trumps e similares, obviamente, não querem...
Dinis de Sá
Cartoon de Henrique Monteiro in https://henricartoon.blogs.sapo.pt