18.3.24

MARVÃO: Concerto Final da Masterclass de Violino

A Academia Internacional de Marvão para a Música, Artes e Ciências promove, este sábado, 23 de março, pelas 18h00, na Quinta dos Olhos d'Água (São Salvador da Aramenha), o Concerto Final da Masterclass de Violino.
A Masterclass ministrada pelo Prof. Christoph Poppen, com acompanhamento ao piano por Tomoko Nishikawa, culmina num concerto onde participam também os(as) violinistas Yinan Zhao, Hyunseok Yoo, Maana Hori, Ayaka Uchio, Diego Mangas, Simon Luethy, Qingzhu Weng e Leanne McGowan.
👉 Este concerto está inserido na programação comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, no concelho de Marvão, tem entrada gratuita, mas implica a reserva, através dos contatos: info@marvaoacademy.com   

CRATO: Semana Santa do Crato 2024

20 de março a 1 de abril
Fé e Tradição de um Povo
Programa:
20 de março – Quarta-feira
18.00h – Celebração Penitencial e Confissões (Igreja Matriz)
24 de março – Domingo de Ramos
11.00h – Bênção dos Ramos (Igreja da Misericórdia)
11.15h - Procissão dos Ramos
11.30h – Celebração da Eucaristia (Igreja Matriz)
17.30h – Solene Procissão do Senhor dos Passos
Sermão do Encontro Praça do Município
Sermão do Calvário (Igreja de Santo António)
25 de março – Segunda-feira Santa
21.30h – Quadros Vivos de Caravaggio (Igreja Matriz)
27 de março – Quarta-feira Santa
21.00h – Via-Sacra – com as crianças (Igreja Matriz)
Ritual do Candeeiro das Trevas 
28 de março – Quinta-feira Santa
17.00h – Missa da Ceia do Senhor, Adoração e Desnudação dos Altares (Igreja Matriz)
21.30h – Lava-Pés
Procissão do Senhor da Cana Verde
29 de março – Sexta-feira Santa
15.00h – Celebração da Paixão, Adoração da Cruz e Comunhão (Igreja Matriz)
21.30h – Procissão do Enterro do Senhor e Cerimónia do Enterro
30 de março – Sábado Santo
22.00h – Celebração da Vigília Pascal, Missa das Aleluias (Capela do Carmelo São Nuno de Santa Maria)
31 de março – Domingo de Páscoa
10.30h – Missa da Ressurreição do Senhor (Igreja Matriz)
17.00h – Concerto de Páscoa “Fado Lírico” (Igreja de Santo António)
1 de abril – Segunda-feira
10.30h – Festa de São Gregório e Missa (Igreja Matriz)


PORTALEGRE: GNR promove Caminhada pela Floresta

Dia Mundial da Árvore e da Floresta
O Comando Territorial de Portalegre, no dia 21 de março, pelas 09:30 horas, organiza uma “Caminhada pela Floresta”, com concentração junto à entrada principal do quartel do Comando Territorial de Portalegre, no Largo de Santo Agostinho, local onde será a partida e chegada de um percurso de aproximadamente 10 quilómetros.
Durante a caminhada irá ser feita uma paragem para reabastecimento (a cargo de cada participante), e para ser plantada uma árvore, como ato simbólico do Dia Mundial da Árvore e da Floresta.
Convidam-se os Órgãos de Comunicação Social locais a acompanhar esta ação que assinala este dia especial para a floresta e para o meio ambiente.

NISA, Branca Alentejana (IV)

 
Nisa e o seu artesanato no olhar de uma jovem *
Outro tipo de artesanato que alguns artesãos dizem ser o mais divulgado, são os alinhavados.
No Grupo de Alinhavados de Nisa, onde estão 12 pessoas, a mestra Antónia Polido, de 58 anos, trabalha desde os 10 anos nos alinhavados, portanto há 48 anos. A responsável pelas mãos trabalhosas desta artesã foi a sua mãe, que hoje se pode orgulhar.
Afirma gostar do trabalho e de estar com o grupo, embora a sua vista fique cansada ao executar os alinhavados.
Para dar início a este trabalho são necessárias linhas, linho, agulha, dedal, tesoura, papel vegetal, papel químico e uma almofada para apoiar o trabalho enquanto é executado. A máquina de costura é utilizada somente para a confecção de blusas, o resto pode ser tudo à mão.
Pega-se no linho e risca-se o desenho do avesso do linho. Alinhava-se com linhas de alinhavar do avesso. Volta-se o linho para o lado direito, fazendo-se o contorno das flores, a que se dá o nome de caseado. Volta-se novamente do avesso, parase desfiar, para puxar os fios. De seguida , volta-se do lado direito para fazer o crivo simples nos “olhos” das flores. Crivo é como uma renda formada por buraquinhos de vários feitios. Para além deste crivo, existemuitos outros tais como: crivo aberto e fechado com duas pernas; aberto e fechados simples, carreiras, quatro abertos e quatro fechados, crivo da cadeirinha, tem este nome porque o feitio é igual ao assento de bunho (material de que é feito o assento das cadeiras.Depois é só passar o trabalho a ferro e está pronto.
Afirma que os alinhavados tornam-se mais vivos acompanhados pela renda de bilros, para além disso há um cuidado a ter, mãos e e roupa sempre limpa.
É desta forma que nascem as toalhas de mesa, demorando algumas dois anos a fazer, jogos de cama, centros de mesa, jogos de quarto, cestas do pão, sendo precisos 15 dias para a sua execução, bases para copos e peças de roupa como as blusas, sendo estas muito fabricadas.
Antónia Polido diz que as peças grandes são as mais difíceis de fazer, como toalhas de mesa e lençóis. O preço mais baixo verifica-se numa base para copos, mil e quinhentos escudos, o mais alto é uma toalha que atinge os três mil escudos.
Uma das missões principais desta mestra é ensinar, porque acha que é pena este artesanato acabar, é um trabalho histórico desta vila, desde sempre se fez em Nisa, sendo as peças típicas. Apesar de criar modelos novos, acha que os mais bonitos são sempre os antigos.
Trabalha desde as 9 da manhã à 1 da manhã, as encomendas são muitas, algumas pedidas por fax, não vendem mais porque é difícil este artesanato, chega a dizer: “trabalho feito, trabalho vendido.”
Para além de achar que é um trabalho bem divulgado, diz que devia haver mais pessoas a fazer, e se não arranjarem uma escola, os alinhavados vão desparecer, e é de ter pena.
Os seus planos são: continuar a fazer trabalhos enquanto puder.
Os caramelos são outro tipo de artesanato, digamos que são semelhantes aos alinhavados e mais antigos que estes. A diferença reside apenas num pormenor. Enquanto que nos alinhavados faz-se o
contorno das flores e depois os alinhavados, nos outros primeiro são feitas as flores e depois os alinhavados. Dos caramelos são feitas peças tais como: panos e quadros.
Este artesanato é extremamente trabalhoso, sendo classificado pela frase: “ Oh Jesu! Que enfadamento! E que raiva e que tormento! Que cegueira e que canseira”.
As rendas também têm o seu poder de encanto, como é o caso da renda de bilros. É uma renda que desperta os olhos dos que vêem, principalmente pelos bilros, sendo estes os instrumentos que fazem a renda e que eram feitos pelos pastores, hoje talvez já não se façam. Para além destes, o material necessário é o desenho, as linhas, alfinetes, o rebolo (espécie de almofada bem cheia de palha onde se faz a renda, também onde se fixam os bilros) e o cavalete, onde se fixa o rebolo.
Olinda Marques trabalha esta renda desde os 14 anos e aprendeu com a sua mãe. Hoje com 43 anos diz que se apanhar uma ocupação melhor deixava esta actividade, porque é cansativo e não tem ordenado certo, dizendo que acha esta renda divulgada sendo típica de Nisa, porque os alinhavados sempre foram acompanhados de bilros. Enquanto que a renda do Norte é mole, não estando os bilros bem apertados, a de Nisa é precisamente o contrário, bilros bem apertados e renda dura.
Esta artesã explicou-nos então como se faz a renda de bilros. Prega-se o desenho no rebolo, começando por colocar os bilros ao longo do desenho com os alfinetes. O desenho não pode ser um qualquer, já que na realização deste não se podem juntar mais de quatro birlos. As linhas são enroladas aos birlos, mas tem que se ter cuidado para não partir nenhuma linha, senão vêem-se os nós. A marca da linha que utiliza é “Coração” nº 20, mas podem utilizar-se outras. Pode então iniciar-se o trabalho. Mas todo o artesanato tem a sua técnica, na renda de bilros não se podem juntar na execução da peça mais e quatro bilros, por vezes chegam a juntar-se oito, já que o desenho o obriga, mas aí já a artesã sabe o que fazer. Depois da peça acabada faz-se o seu remate. Cortam-se as linhas do bilros e está a peça feita. Trabalha mais no Verão, seis a oito horas. Assim como vende mais nesta estação.
A renda de bilros tem uma série de utilidades, servindo para aplicar à volta dos panos e cabeceiras de lençóis. Dela fazem-se toalhas de mesa e naperons. É raro esta renda vir em revistas, mas isso não impede que ainda haja algumas encomendas.
Disse-nos que duas semanas é o tempo suficiente para aprender, demorando depois um tempinho mais para atingir a perfeição. Quem faz esta renda nos dias de hoje são as pessoas mais idosas.
Já participou em muitas exposições, para isso teve que começar a trabalhar muito tempo antes, porque parafazer esta renda demora-se muito tempo. De todo o país e estrangeiro, pessoas já apreciaram e compraram.
Esta renda faz-se ao metro, às tirinhas. Um pano pequeno demora cerca de uma semana. Para fazer uma tira para uma toalha são precisos dois meses, mas para uma toalha, normalmente, são necessárias dez tiras, portanto faz-se num ano e oito meses. Mais de um ano e meio a trabalhar esta renda miudinha. Sete contos o metro é o preço mais caro, sendo o mais barato de mil e quinhentos escudos.
Interesse, sim, tem esta renda, que apesar do tempo ocupado, vale a pena!
* Patrícia PortoFev. 1997

PORTALEGRE: Obras de Adal Malzbender e João Aires exibidas na Galeria de São Sebastião

A fotografia analógica de Adal e a escultura de João Aires estão representadas na exposição “O Esplendor e a Fugacidade da Vida na Cultura Barroca”, que inaugurou no dia 15 de março, na Galeria de São Sebastião, em Portalegre.
Tem como ponto de partida a Igreja do Bonfim e a sua integração no contexto em que foi projetada e construída, o estilo Barroco, esplendor que tanto se admira e, que foi imagem e símbolo de poder.
O objetivo da exposição é também expressar a afirmação da dualidade de um tempo de enormes mudanças e convulsões sociais, culturais e económicas, que se afirma na comparação antagónica com o passado: a firmeza espiritual dá origem ao delírio espiritual, a realidade ao triunfo, o mistério ao fascínio, a afabilidade à paixão, a singeleza ao espetáculo, a humildade ao poder, a pobreza à riqueza sumptuosa, … e por aí fora!
As representações selecionadas pelos artistas em articulação com a poesia barroca alemã, traduzida por João Barrento, realçam o esplendor decorativo da Igreja do Senhor Jesus do Bonfim, neste tempo em que caminhamos para a Páscoa e para a transcendência.
Visitar a Igreja do Bonfim depois de passar nesta exposição, ajudará a ver aquele lugar sagrado com outros olhos, tendo na memória o significado do esplendor e da fugacidade da vida que vemos reproduzido e explicado e que está patente até 12 de maio de 2024.

17.3.24

OPINIÃO: Dinheiro não lhe falta…

Nos tempos que correm, temos pessoas que defendem o fim do dia de reflexão na véspera do ato eleitoral. No meu caso e porque, muitas pessoas não respeitam essa reflexão, nem o obrigatório recato à boca das urnas, eu pratico o dia de reflexão após eleições.
É importante pensar no que fazemos, nos seus resultados e principalmente nos princípios que defendemos. A vida nos dias de hoje já é uma roleta que não é só russa, os perigos espreitam de muitos lados. É comum os revoltados, darem tiros nos pés e a questão que se coloca, é se aprendem. Aprender a saber onde está o norte através da estrela polar, ou pelo musgo numa árvore, fazem parte do saber popular da natureza.
Do saber político, sabemos que se não escolhemos, os outros escolhem por nós e que, com ferros espeta, com ferros morre; normalmente é o que acontece aos revoltados. A revolta extremada é como o ódio e o ciúme, acaba por matar-nos. A mente associada à ilusão, prega-nos partidas e a falta de conhecimento apresenta-nos de bandeja, um precipício.
Por isso parece muito estranho que quem perdeu todos os debates, ganhe nas urnas e quem não apresentou soluções credíveis para o país, conseguiu convencer muitos eleitores. Muitos candidatos do Chega são ilustres desconhecidos, assim como as suas propostas. Quem são essas pessoas que votam assim? Quem são essas mulheres que votam em quem ataca os direitos das mulheres e as querem fazer recuar ao século passado? Eu acredito que são os apolíticos que até não votavam e essencialmente revoltados com os partidos do sistema, sendo que o Chega quer coligar com o PSD do sistema; enfim, contradições.
Mas como é que pessoas que tinham tudo para votar à esquerda, são impelidas a votar na extrema-direita? A resposta está no voto de protesto de pessoas que foram convencidas de que os políticos são todos iguais, que são todos corruptos menos o angélico Ventura, enviado por Deus para salvar a pátria e espalha gritos bacocos por um novo reino com toda a força, escondendo o lamaçal em que se chafurda.
As redes sociais, recheadas de informação falsa são um grande trunfo para partidos sensacionalistas sem pejo de usarem a mentira como uma arma. Já as televisões, o destaque dado a Ventura, tira qualquer pessoa sensata do sério. Também não é novidade que a panóplia de comentadores políticos, são na maioria, alinhados à direita e falam de socialismo e comunismo sem perceberem o que é isso, ou se percebem, enganam as pessoas a afirmarem que o PS governou à esquerda, com a ideologia socialista. Querem ignorar ainda que Ventura, Pedro Pinto entre outros dirigentes, eram do PSD e do CDS.
Mas quando um partido como o Chega, faz um sucesso estrondoso, quando tem candidatos com um historial pouco abonatório pergunta-se, afinal o povo o que é que quer?  Quando o próprio líder trabalhou para uma empresa que ajudava empresas a fugir ao fisco, está tudo dito. Afinal muitas pessoas que criticaram os casos e casinhos de um período desastroso de dois anos do PS entre 2019 e 2024, gostam mesmo de corruptos e corruptores. Todo este mediatismo, também resulta de uma máquina poderosa financiada por grandes fortunas que apostam no Chega, para enganar os mais distraídos.
Todos fazemos escolhas e o sistema financeiro, também fez e sem votar ganhou as eleições. Os cinco maiores bancos privados, tiveram em 2023, lucros de cinco mil milhões de euros. Isto foi possível com o apoio do PS, PSD, IL e Chega. Enquanto os acionistas encheram os bolsos, muitas famílias tiveram de tomar opções muito difíceis e dramáticas nas suas vidas. Com os resultados destas eleições, continua garantido o assalto às pessoas que lutam por ter uma vida digna. Ventura, tem agora mais força para apoiar no Parlamento, um dos seus financiadores, os CTT, entre outros poderosos.
O parlamento tem menos jovens e menos mulheres, é o resultado de uma viragem à direita. Já se apontam mísseis ao próximo orçamento e pela primeira vez, a esquerda une-se para uma oposição concertada.
Marcelo Rebelo de Sousa, tem agora um osso duro de roer e vai ter dificuldade de sair limpo deste buraco que ajudou a criar que resultou neste cenário de incerteza política e governativa que só pode trazer instabilidade. Montenegro sabe que se der o braço a Ventura, será comido. Se Ventura perceber que ainda pode crescer mais e antes que se descubra a fraude que é, vai fazer cair este governo e provocar novas eleições, dinheiro não lhe falta…
* Paulo Cardoso - 15.03.2024 - Programa Desabafos - Rádio Portalegre


PREVENÇÃO: Operação “Spring Break 2024”

A Guarda Nacional Republicana irá realizar, entre os dias 18 de março e 7 de abril, a Operação “Spring Break 2024”, em todo o território nacional, que envolve ações de sensibilização e de prevenção junto da comunidade escolar, e também ações de fiscalização, nas fronteiras terrestres de Vilar Formoso (Guarda), Caia (Portalegre) e Vila Real de Santo António (Faro), com o objetivo de prevenir a adoção de comportamentos de risco por parte da população jovem, que se desloca nesta altura do ano para o sul de Espanha e Catalunha, em viagem de finalistas.
A operação será desenvolvida em duas fases, nomeadamente:
1ª fase – de 18 a 24 de março, através dos militares das Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário, serão realizadas ações de sensibilização junto dos jovens, tendo em vista consciencializar e sensibilizar os estudantes para os comportamentos de risco associados ao consumo de drogas e álcool, inerentes às viagens de finalistas e férias escolares, ações essas que serão direcionadas para o grupo-alvo de alunos do 9.º ao 12.º ano de escolaridade, destacando-se uma ação de sensibilização na área de responsabilidade do Comando Territorial de Portalegre, dia 20 de março, pelas 10h40, em conjunto com elementos da Guardia Civil do Reino de Espanha, visando alunos da Escola Secundária de Campo Maior.
2ª fase – de 22 de março e 7 de abril, através dos militares dos Destacamentos Territoriais e dos Destacamentos de Trânsito, com o apoio da valência de investigação criminal e de binómios cinotécnicos de deteção de droga, em coordenação com a Guardia Civil do Reino de Espanha, serão efetuadas ações de fiscalização junto às fronteiras terrestres em Vilar Formoso, Caia (Elvas), e Vila Real de Santo António, no sentido de detetar a prática de ilícitos associados ao consumo de substâncias estupefacientes, bem como garantir as condições de segurança dos veículos que irão transportar os jovens.

15.3.24

LABORAL - Greve nas Misericórdias: sindicato denuncia dívidas aos trabalhadores que ascendem aos 2 mil euros

O aumento dos salários é a principal reivindicação dos trabalhadores das Misericórdias, que hoje cumprem um dia de greve nacional.
A greve, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) exige um aumento salarial de 100 euros e 35 horas de trabalho para todos.
A dirigente sindical, Ana Nóvoa, disse que no distrito de Portalegre a greve causou constrangimentos no funcionamento de algumas valências das Misericórdias de Campo Maior, Avis e Alter do Chão.

Ana Nóvoa denunciou ainda que, nas Misericórdias de Alter do Chão, Nisa e Portalegre, ainda foi atualizada a tabela salarial de 2022 e há dívidas aos trabalhadores que, em alguns casos, chegam aos dois mil euros.
No Alto Alentejo o dia de greve contou ainda com um plenário de trabalhadores, que reuniu cerca de duas dezenas de pessoas, junto à Santa Casa da Misericórdia de Nisa.
A nível nacional, dados Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas apontam para uma adesão à greve a rondar os 80%.
* Carla Aguiã - Rádio Portalegre -15-03-2024


Páscoa em MARVÃO com cabrito e borrego à mesa

A Quinzena Gastronómica “O Cabrito e o Borrego” regressa para a sua 17.ª edição, trazendo as tradições de Páscoa às mesas dos restaurantes do concelho de Marvão, de 16 a 31 de março.
A típica sopa de sarapatel, o borrego e cabrito assado no forno, o cabrito de cachafrito e as costeletas de borrego grelhadas, panadas, com o toque adocicado da laranja ou acompanhadas de migas de espargos, são alguns dos destaques nas ementas dos treze espaços aderentes até ao Domingo de Páscoa.
Esta iniciativa, promovida pelo Município de Marvão desde 2006, assenta na valorização dos sabores endógenos do território e regista uma grande adesão por parte dos restaurantes locais que, nesta época em que o cabrito e o borrego estão tradicionalmente presentes à mesa dos almoços de família, apresentam diversas opções que prometem proporcionar uma experiência gastronómica única a todos os visitantes.
O cabrito e o borrego são as estrelas desta iniciativa que o Município de Marvão promove anualmente, sempre no período pascal, integrando uma estratégia coletiva de promoção e divulgação da riqueza gastronómica do concelho, com iniciativas ligadas também à valorização das iguarias com azeite, bacalhau, castanha, caça e pão, com uma Quinzena Gastronómica diferenciadora e que será lançada este ano.

SARDOAL: Projeto Capela 2024

No âmbito do programa complementar da Semana Santa, o  Cá da Terra acolhe, de 22 de março a 19 de maio, a exposição “Projeto Capela 2024”. 
A mostra apresenta um conjunto de trabalhos realizados pelos alunos do Agrupamento De Escolas Sardoal, alusivos aos tapetes de flores da Semana Santa. De entre os 50 trabalhos selecionados para a exposição, um será escolhido para ser elaborado no chão da Capela do Senhor dos Remédios. 
Na inauguração da exposição, que terá lugar no dia 22 de março, pelas 18 horas, serão entregues os diplomas aos participantes do concurso.
Realizado há 22 anos, o Projeto Capela é enquadrado pelo Agrupamento de Escolas de Sardoal e tem o objetivo de estimular a criatividade e sensibilizar para a importância de se manterem vivas as tradições no Concelho, envolvendo os alunos na Semana Santa e numa tradição secular.
O Projeto Capela decorre, também, no âmbito do Plano Nacional das Artes, que visa refletir e disseminar o lugar das expressões e das linguagens artísticas na educação, formal e não formal, através de uma programação cultural integrada e diversa.

NISA, Branca Alentejana (III)

Nisa e o seu artesanato no olhar de uma jovem *
Passamos dos trapos para as já conhecidas frioleiras. Catarina Porto, doméstica, 40 anos, dedicou-se a esta arte aos 16 anos por curiosidade.
As frioleiras são conhecidas pelos naperons. Mas esta artesã acha que a arte não tem fronteiras, como tal, partiu em busca de novos encantos. Foi com uma experiência que surgiram os quadros em frioleiras, já lá vão cerca de oito anos. A partir daí foi dar largas à imaginação, surgindo outras modalidades como: golas para blusas, argolas para colocar guardanapos, fitas de finalista, almofadas de cheiro, saquinhos para os lenços de papel e bases para copos.
O material necessário para proceder à execução deste artesanato é uma agulha, que tem o nome de navete, linhas, tesoura, pano e cola, já que os trabalhos são colados.
Para passar à prática, enche-se a navete com linha, podendo esta ser de qualquer qualidade embora a D. Catarina faça com uma seu gosto. A linha dá a volta aos dedos da mão esquerda, trabalhando a mão direita com a navete. Esta vai à mão esquerda inúmeras vezes formando um caseado, e deste resulta a peça que se desejar. Da parte teórica à prática existe uma certa diferença, ouvindo-se o barulhinho da linha a soltar-se da navete, resultando desta observação mais confusão do que compreensão, devido à rapidez que acumula muitos anos de prática.
Depois de se terem as peças necessárias, procede-se à colagem no pano, estando neste gravado a química as linhas direitas do desenho.
É com uma tesoura muita pequena e com bicos muito afiados que a colagem é efectuada.
Há trabalhos que se pode executar numa hora, havendo outros que demoram um mês.
Quanto aos preços, estes poderão oscilar entre os 300 escudos (argolas para colocar guardanapos) e os 60 contos (quadro grande).
Apesar de trabalhar nas horas vagas o aborrecimento não existe. O que prefere fazer são os quadros, isto porque têm muita variedade. A D. Catarina tem a ajuda do seu marido, o sr. João Porto, carpinteiro, 44 anos, que fabrica as molduras para os quadros. Trabalham durante todo o ano, mas mesmo assim esta artesã acha que os quadros não estão muito divulgados, embora as frioleiras de naperons sejam conhecidas por todo o lado.
Nunca pensou em deixar este trabalho, vai sim continuar a trabalhar para que as pessoas de todo o país e emigrantes continuem a comprar estes trabalhos. Lamenta que não haja mais exposições onde pudesse participar. É este o mundo das pecinhas que dão origem a grandes obras.
Os bordados também são umas das preciosidades desta vila e quem o pode provar é a Paula Estróia de 26 anos, dedicando-se aos quadros há cerca de 7 anos. A sua profissão de comerciante não impede que mantenha a sua paixão pelos bordados, tendo ainda tempos livres para praticar esta actividade.
Os trabalhos são variados: camas, toalhas, jogos de quarto, panos de sala, quadros, almofadas, almofadinhas de cheiro, bolsinhas de cheiro e almofadinhas para fixar agulhas.
O material necessário para a realização de uma peça bordada são: agulhas, linhas (que podem ser das marcas DMC e Âncora, linha da Madeira, de seda, etc.) pano, tesoura e, como diz esta artesã, “boa disposição”.
Quadros bordados, são usuais em todo o lado, mas o “ponto de cadeia” - espécie de uma corrente em que os pontos se encadeiam – é o bordado mais típico de Nisa, sendo assim a sua realização: passa-se o desenho em papel vegetal, tiram-se as medidas e centra-se o desenho no meio do pano. Seguidamente, passa-se o desenho com papel químico, do papel vegetal para o pano, pode então começar-se a bordar. Se o pano for feltro, alinhava-se por cima do desenho a químico, pois o químico tem tendência a desaparecer no feltro.
Ao bordar é indispensável ter o cuidado de não passar muitas vezes com as mãos por cima do pano, pois dessa forma a linha começa a perder o brilho. O tempo na realização destes trabalhos é variado, pois uma almofadinha pode fazer-se numa hora, hora e meia, um quadro entre três semana a um mês, e um cobertor entre 6 a 7 meses. Os preços vão desde os 350 escudos (bolsinha de cheiro) a um quadro entre os 60 e 70 contos.
Sem ajudas, lá ai participando na Feira de Artesanato em Nisa, pois foi a única exposição onde participou, durante dois ou três anos seguidos, com cerca de 50 peças, em cada ano.
Foi na mestra do Asilo que as suas mãos aprenderam esta arte de bordar, tudo pelo gosto aos bordados.
Os compradores são de todo o país, mas os nisenses não entram neste grupo, já que quase todas as mulheres sabem bordar. Afirma ainda que quanto a vendas, não se vende muito pois o custo de vida está muito elevado.Tem pena que os bordados um dia venham a desaparecer e exclama: “Da minha parte não desaparecem, mas o que se há-de fazer?” Diz que gostaria que houvesse mais pessoas a fazer bordados, para estes não se irem perdendo.
A Câmara não a apoia, não a convida para exposições noutros locais e é claro, aqui fica o recado: “ devia apoiar mais os artesãos, pelo menos a transportar as pessoas para fora.” Costuma dizer-se “Nisa bordada” e é de facto!
* Patrícia PortoFev. 1997

14.3.24

Géraldine Pillot apresenta exposição de escultura e fotografia em Monsaraz

A pintora, fotógrafa e ceramista francesa Géraldine Pillot vai apresentar a exposição “Encontro” na vila medieval de Monsaraz. A mostra de escultura e fotografia vai estar patente de 16 de março a 28 de abril na Igreja de Santiago e pode ser apreciada diariamente das 9h30 às 13h e entre as 14h e as 17h.
 Esta exposição surgiu quando Géraldine Pillot visitou Monsaraz. A artista afirma que “Monsaraz soube conquistar o meu coração, como um homem conquista uma mulher, envolvendo-a no seu encanto, no calor reconfortante dos seus braços. Desta inspiração nasceu a vontade de expor diversas obras de cerâmica, pintura e fotografia, bem como de produzir um livro com fotografias inéditas de Monsaraz, pequenos detalhes que fazem deste local um local tão grandioso e mágico”.
As esculturas e fotografias de Géraldine Pillot são inspiradas num “encontro com o calor do Alentejo, a brancura das ruas desta pequena vila no cimo de uma colina, que conservou a sua alma, como se permanecesse fora do tempo. Uma imagem da brancura, do azul claro do céu, da força dos contrastes, das linhas puras, suaves e nítidas. A cada esquina, novas perspetivas se abrem para nós. De repente, as luzes mutáveis de uma noite de verão envolvem-nos em suavidade. Aqui, o tempo parece ter parado. Sensações inesquecíveis que os meus olhos captaram”.
 A artista francesa explica que há um “encontro entre a força da matéria-prima e a delicadeza da natureza. Encontro entre o barro esculpido pela força da casca de rolhas centenárias, tão poderosa e tão intensa. A matéria-prima é moldada, transportada, impregnada com a seiva da vida para criar peças únicas. Esculturas orgânicas, um encontro entre a suavidade do toque, a delicadeza das linhas, peças delicadas como um equilíbrio sensível entre poder e delicadeza. As formas sensuais, aéreas e envolventes formam uma decoração maternal para as esculturas. Jogando entre a força do arenito e a delicadeza da porcelana, as esculturas nascem desta intensidade”.
Géraldine Pillot vive em Portugal há alguns anos e o seu trabalho é inspirado na constante interação entre tensão e equilíbrio, força e delicadeza. A sua abordagem artística, através de diferentes meios, permite-lhe expressar a sua intenção de forma mais plena, para valorizar o espaço de um local. A artista refere que “cria-se um diálogo entre o lugar, a sua história e as obras para sensibilizar o olhar do espectador. O espaço volta à vida numa escala totalmente nova”.
 Nos últimos anos, Géraldine Pillot tem apresentado as suas obras em exposições coletivas e individuais em Miami, Nova Iorque, Paris, Lyon, Lisboa e Genebra. Em 2021 fundou o seu próprio estúdio para desenvolver oficinas com uma abordagem multiartística, baseada na sensibilidade do toque e do olhar.

ESTREMOZ: Velhas Gaiteiras aprontam-se para mais um espetáculo no teatro Bernardim Ribeiro

As “Velhas Gaiteiras” da Academia Sénior de Estremoz estão prontas para encantar o público com mais uma Revista à Portuguesa no Teatro Bernardim Ribeiro. Com o título “Vira o Disco e Toca Mesmo”, este espetáculo promete muita animação e humor.
Com uma antestreia marcada para o dia 16 de março, às 21h30, e mais duas sessões no dia 17 de março, às 15h30 e 21h30, as alunas do Grupo de Revista da Academia Sénior de Estremoz estão determinadas a proporcionar momentos de puro entretenimento, com música, humor e, claro, as típicas “gaiteirices”.
Este evento é organizado pelo Grupo de Revista da Academia Sénior de Estremoz, com o apoio imprescindível da Câmara Municipal de Estremoz. A encenação está a cargo de Marisa Serrano, enquanto a direção musical é da responsabilidade do músico estremocense Paulo Lopes. O espetáculo conta com a participação especial das alunas e artistas: Ana Troncho, Bia Ramos, Luzia Banha, Guiomar Picão, Isabel Cascalheira, Júlia Casimiro, Maria Augusta Beliz, Maximina Paiva, Mina Trindade, Margarida Nunes, São Perdigão, Tina Estriga e Virtuosa Ramalho.
Os bilhetes para este espetáculo são gratuitos e podem ser reservados ou levantados no Posto de Turismo de Estremoz a partir do dia 11 de março.


OPINIÃO: O Chega veio substituir o PCP?

Na legião de chocados com o crescimento do Chega nas eleições passadas que, entretanto, apareceu desde domingo à noite, há uma corrente deveras bizarra (vou usar o exemplo de Henrique Raposo no  Expresso, mas há muitos outros) que lança esta tese: o Chega vem substituir o PCP.
Raposo acha que o Chega “agarrou” o eleitorado do PCP. Cito: “Estou a falar da sociologia, da geografia humana e familiar do sul e dos arrabaldes de Lisboa. Este povo deu a sua força ao PCP e agora está a alimentar o Chega; são as mesmas terras, são as mesmas famílias.”  
A seguir vem uma lista de insultos mais ou menos velados à personalidade destas pessoas e, talvez, um aparente desprezo pela sua suposta origem de classe, num texto bastante colorido, mas, para o que me interessa aqui, irrelevante.
Olho para o mapa eleitoral do passado domingo e que vejo eu? O Chega venceu no Distrito de Faro, onde o PCP, em 50 anos de democracia, nunca venceu eleições. O Chega tem resultados no norte e no centro do país muito superiores ao que a CDU, mesmo nos seus melhores anos, alguma vez conseguiu. Aqui, portanto, a tese de Raposo e de muitos outros que o acompanham cai pela base.
Resta a ideia de essa transferência de votos se verificar nos distritos de Lisboa, Setúbal e nos do Alentejo, onde o PCP foi forte, como Raposo defende.
No Distrito de Lisboa, o Chega subiu 132 mil votos e o PCP desceu 10 mil. De onde vieram os 122 mil votos a mais que foram depositados no partido de André Ventura? Da CDU não foram, que não os tinha, nem os teve.
No Distrito de Setúbal, o Chega ganhou quase 63 mil votos. A CDU perdeu cerca de 4700. De onde vieram os 58 mil votos a mais do Chega?
No Distrito de Évora, o Chega ganha 10 mil e 600 votos e a CDU perdeu 1723. Os quase nove mil votos de diferença também vieram do PCP? Como?!...
Em Beja o Chega ganhou 9663 votos e a CDU perdeu 872 e em Portalegre o Chega ganhou 8779 e a CDU perdeu 454. Houve pelo menos 17 116 votos que vieram de algum lado para o Chega e não foram do PCP.
Como é evidente a esmagadora maioria dos votos para André Ventura vieram da abstenção e dos maiores partidos portugueses, PSD e PS, para além dos que levaram ao afundamento do CDS nas eleições anteriores, mas essa conclusão óbvia parece não interessar a ninguém, essa conclusão verificável parece dever ser esquecida.
No Distrito de Santarém, moro numa pequena aldeia onde há pessoas que vivem do Rendimento Social de Inserção, um subsídio que o Chega já disse várias vezes querer diminuir drasticamente e, talvez mesmo, acabar com ele. Pois há pessoas nessas condições que declararam ir votar no Chega, num aparente suicídio financeiro através da urna eleitoral.
Dada esta maluquice, admito, por isso, que haja outras maluquices semelhantes e que alguns votantes tradicionais do PCP tenham votado no Chega ou que outros desiludidos com os comunistas num passado mais longínquo o façam agora -, mas transformar isso numa realidade sociológica estatisticamente relevante e consistente é, no mínimo, imprudente: basta ver a implantação no terreno do eleitorado do Chega para perceber que estamos a falar de uma composição geográfica (e, por isso, social) muito diferente da do PCP.
Estou a dizer que as classes trabalhadoras não votaram no Chega? Claro que não, todos os partidos receberam e recebem votos das classes trabalhadoras, mesmo aqueles que, na prática, não defendem os seus interesses.
O que acontece é que estas pessoas que procuram uma equivalência entre Chega e PCP, tão aparentemente indignadas com o ascenso da extrema-direita, acabam sempre por dirigir o tiro político para o mesmo inimigo de sempre, o seu verdadeiro adversário, aquele que, mesmo na mó de baixo, enfarinha as suas irreprimíveis emoções: os comunistas portugueses que, irritantemente, apesar de todas as crises, apesar dos seus erros, apesar das suas sucessivas quebras eleitorais e apesar de todas as declarações antecipadas de morte, ainda valem em Portugal mais de 200 mil votos e elegem 4 deputados, muito acima da extinção parlamentar que as sondagens, durante quase toda a campanha eleitoral, vaticinaram...  
Ó verdadeiros, únicos e genuínos democratas: têm de trabalhar mais, porque ainda não foi desta que mataram o PCP.
* Pedro Tadeu - Público - 13. 3.2024

ALPALHÃO: Lançamento de livro sobre a Banda Filarmónica de Alpalhão

 

COMENDA: Festival da Primavera do Orfeão "Estrela da Planície"

 

ALEGRETE: Evocação da escritora e Jornalista Isaura Correia Santos

 

ARRONCHES: Fados no Centro Cultural

 


SANTIAGO DO CACÉM: Sábado a Ler em Santiago do Cacém

Apresentação do Livro “Avó, Onde É Que Estavas No 25 De Abril?” de Ana Markl
No próximo dia 16 de março, pelas 16h00, a Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém, recebe o evento “Sábado a Ler… Apresentação do Livro ‘Avó, Onde É Que Estavas No 25 De Abril?’ de Ana Markl”.
O livro aborda o histórico dia 25 de Abril, uma data emblemática na história de Portugal. Mas o que realmente mudou na vida das pessoas após a Revolução dos Cravos? Porque é que ainda hoje vemos pessoas a passear com cravos nesse dia? Estas são algumas das questões que o curioso Manu, protagonista da obra, quer descobrir. E para isso, ele conta com a ajuda especial da sua avó, uma testemunha viva desse período histórico.
O evento é dirigido a famílias e promete uma viagem pela memória, convidando os participantes a explorarem o significado e os impactos do 25 de Abril. Além disso, será uma oportunidade para refletir sobre o passado e pensar no futuro, especialmente através dos olhos das gerações mais jovens.
As inscrições para o evento podem ser feitas através do email smba@cm-santiagocacem.pt ou diretamente no balcão da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca.

NISA: Trabalhadores/as das Misericórdias exigem melhores salários

 
GREVE DIA 15 março, ENTRE AS 00.00 E AS 24.00 HORAS
TRABALHADORES DAS MISERICÓRDIAS CONCENTRAÇÃO FRENTE SCM Nisa pelas 10h00
É urgente e necessário o aumento dos salários !

13.3.24

11-M: As lágrimas de crocodilo dos jornalistas-surfistas da onda oficial

 
Os atentados de Madrid fazem hoje 20 anos. Em 2022, um em cada cinco espanhóis ainda pensava que tinha sido a ETA. Uma teoria da conspiração encorajada por certos partidos e meios de comunicação social. 
Admito-o: gosto de títulos chamativos. Abruptos. Quase disruptivos. Aprendi no El Mundo com os melhores. Era um mundo diferente, embora já soubesse o que fazer. Aprendi a teoria no início dos anos 80, na UPV de Leioa, com velhos professores que nos alertavam para as versões oficiais e nos pediam para verificar as fontes. Não se deixem enganar! E a prática no Egin. Sim, esse jornal "maldito" que, apesar do que possam dizer, foi uma grande escola para os jornalistas e sobre o qual Aznar disse um dia: "Ai não me atrevo a fechá-lo?" E fechou-o. A teoria do tudo é ETA foi aperfeiçoada por Garzón (Baltasar) e chegámos a esse ponto. Para a rua. O último que feche a porta. A solidariedade, escassa, mas autêntica. Os não solidários, uma legião. Nada de novo. Um colega de outro órgão de comunicação social disse-me: "Talvez não sejas tu, mas tenho a certeza que alguém deve ter feito alguma coisa". Lembra-lhe alguma coisa? Ainda me faz lembrar. Mas isso é outra história. Ou a mesma. Afinal de contas, estamos a falar de bons e maus jornalistas.
Escolhi este título, mas também considerei outro bastante aceitável: #2011M. O dia em que o jornalismo espanhol foi pelo cano. E outro que descartei porque, sim, poderia ser (ainda mais) ofensivo para os pais jornalistas da Transição: #2011M. "Como queira, Sr. Presidente. Foi a ETA". E afinal não foi a ETA que assassinou quase duzentas pessoas a 11 de março de 2004, nos atentados aos comboios suburbanos de Madrid, em vésperas das eleições gerais, que atingiram brutalmente a sociedade espanhola. Faz hoje vinte anos. Em 2022, um em cada cinco espanhóis ainda pensava que tinha sido a ETA. Uma teoria da conspiração encorajada por certos partidos e pelos meios de comunicação social.
O revisionismo histórico sempre teve má fama, mas se esse revisionismo for corporativo e partilhado e oferecer uma saída para a má consciência, então também não vamos ter uma epiderme tão fina. Ironia. Além disso, quem estiver isento de culpa que atire a primeira pedra. É assim que as coisas são. Quando Aznar convocou meia dúzia de diretores de meios de comunicação social, ao meio-dia do dia 11 de março, todos obedeceram. Diz-se que, à exceção do diretor de La Voz de Galicia, todos disseram ámen. Nesse momento, o grande jornalismo espanhol (de esquerda e de direita), que se gabava de ter sido a pedra angular da Transição, foi por água abaixo. Quando se veste a camisola do poder... Sabe-se como começa, mas não como acaba. Daquele pó, esta lama. Nesse dia perdeu-se o mais sagrado que o jornalismo independente tem (não reconheço outro): a busca da verdade. Para alguns pode parecer um conceito antiquado, mas aqui resgato uma frase de Vicenç Navarro: "A lei da gravidade é muito antiga, mas não é antiquada".
A legião de soldados comandada por centuriões que se calou, vinte anos depois, pega agora no pincel grosso e começa a branquear. Um mea culpa a sotto voce; uma demão de tinta e para vender livros e difundir documentários. Tudo centrado na mentira de Aznar e do PP, mas sem esquecer a sua contribuição para a difusão dessa mentira durante as primeiras horas. Centrando-se no outro, ignorando a sua responsabilidade. Fazendo perguntas sobre o acessório e respondendo com o irrelevante. Historietas - não serei eu a renegar uma boa historieta - sobre onde estava fulano... e fulano disse não sei o quê... Tudo em grupo e partilhado. São obrigados a este revisionismo. Sem culpa, não há penitência.
Lembro-me perfeitamente daquele dia. Foi angustiante. Recusei-me a admitir que a ETA tivesse cometido tal selvajaria, mas todos os meios de comunicação social diziam que era a ETA. Arnaldo Otegi, que tinha marcado uma entrevista com Mariano Ferrer no El Kiosko de la Rosi, de Herri Irratia, em Donostia, foi o único que defendeu que os atentados de Madrid estavam relacionados com a participação de Espanha na guerra do Iraque e que os autores eram grupos jihadistas. Mesmo assim, todos insistiam que se tratava da ETA. Telefonei a uma pessoa que estava envolvida na luta contra o terrorismo e a sua impressão foi a mesma que a do líder da esquerda abertzale: não foi a ETA. Outros jornalistas bascos, que certamente tinham contactos semelhantes ou melhores, insistiram publicamente em dar crédito absoluto à versão oficial. Todos eles estavam a surfar a onda boa, embora alguns já pressentissem que era a onda má.
O lehendakari Juan José Ibarretxe, um bom ponto de referência para muitas outras coisas, apressou-se (utilizo este verbo para sublinhar a urgência) a aparecer e, na sua declaração pública, culpou a ETA pelo massacre e classificou os seus militantes como vermes. Outros partidos juntaram-se a ele. Ninguém quis abrir a possibilidade de haver outros autores. Todos cerraram fileiras e contribuíram para a difusão da mentira que poderia ter provocado um verdadeiro drama na sociedade basca. A tensão que se viveu após o assassinato de Miguel Ángel Blanco passou-me muitas vezes pela cabeça.
Às 13 horas, Otegi compareceu numa conferência de imprensa para dissociar a organização armada basca dos atentados. Foi uma reviravolta de 180 graus e os cidadãos bascos, que tinham estado mergulhados na incerteza durante seis intermináveis horas, começaram a respirar de alívio. No momento em que uma nova linha de investigação começava a abrir-se seriamente, foi nessa altura que Aznar fez a sua vergonhosa ronda por meia dúzia de diretores de meios de comunicação espanhóis para insistir na versão de responsabilidade da ETA. E o grande jornalismo espanhol disse ámen. Ámen à mentira.
* Oskar Bañuelos -11 de Março, 2024 
Oskar Bañuelos é jornalista, argumentista, realizador e produtor. Artigo pubkicado em El Salto(link is external). Traduzido por Luís Branco para o Esquerda.net.
FOTOS
1 - Manifestação em Madrid em frente à sede do PP após os atentados. Foto: Dani Gago
2 - Concentração de repúdio aos atentados na estação El Pozo em 12 de março de 2004. Foto: Dani Gago


ARTES POR CÁ: Festival descentralizado de Artes do concelho de Alter do Chão

 
No próximo domingo, dia 17 de março, às 16 horas, a Igreja Matriz de Chança será palco do segundo concerto do Artes Por Cá – Festival Descentralizado de Artes do Concelho de Alter do Chão. Este evento promove a descentralização das artes, destacando-se pela diversidade de manifestações artísticas, desde a música ao teatro, passando pela dança e pelas artes performativas. O objetivo é valorizar os espaços públicos e religiosos das várias freguesias do concelho.
O Quarteto de Violoncelos Chiado, composto por talentosos instrumentistas, proporcionará um programa musical que abrange nomes icônicos da história da música ocidental. Este programa engloba repertório tradicional português, brasileiro e sul-americano, prometendo uma experiência única e memorável para todos os presentes.
É uma oportunidade a não perder para os amantes da música e da cultura, uma vez que este concerto se destaca pela sua qualidade e originalidade.
Além disso, no dia 23 de março, sábado, também às 16 horas, a Igreja Matriz de Seda receberá o Ensemble Português de Trompetes, num concerto inédito que junta trompetistas de elevada qualidade da Orquestra Sinfónica Portuguesa e da Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian.
Salientamos que a autarquia disponibiliza transporte para todos os concertos do festival. Os interessados devem inscrever-se até dois dias antes de cada concerto nas Juntas de Freguesia de Alter do Chão, Chança, Cunheira e Seda, ou no Posto de Turismo – Casa do Álamo.

12.3.24

ALVITO: Exposição “Do Lixo ao Luxo” de Bela Filipe

No próximo dia 13 de março, o Centro Cultural de Alvito abre as portas para receber a tão aguardada exposição “Do Lixo ao Luxo” da artista Bela Filipe. Com inauguração marcada para as 15h, esta exposição promete inspirar e surpreender os visitantes com a sua abordagem única à reutilização de materiais.
Sob o mote da sustentabilidade e da criatividade, Bela Filipe demonstra através das suas obras que tudo pode ser reaproveitado e transformado em verdadeiras obras de arte. Desde objetos do quotidiano até materiais inusitados, a artista mostra como é possível dar uma nova vida aos materiais aparentemente descartáveis.
Esta é uma oportunidade imperdível para conhecer de perto o trabalho desta talentosa artista, aguçar a criatividade e descobrir formas inovadoras de contribuir para um mundo mais sustentável. Não perca a inauguração da exposição “Do Lixo ao Luxo” de Bela Filipe e deixe-se encantar pela magia da reutilização.


Jazz AlémTejo: Sons envolventes no Litoral Alentejano

O cenário está pronto para o ritmo envolvente do jazz invadir o Litoral Alentejano com o 16.º Encontro Internacional de Jazz, o Jazz AlémTejo, agendado para os dias 15, 16, 22 e 23 de março. Nomes ilustres como Johnny Blue Band, Garfo, The Bop Collective e The Peace of Wild Things prometem elevar a experiência musical nesta edição.
Os espetáculos terão lugar nos palcos do Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, e do Auditório Mário Primo na Escola Secundária Padre António Macedo, em Vila Nova de Santo André, a partir das 21h30.
Além disso, nos dias 16 e 23 de março, os entusiastas terão a oportunidade de desfrutar do Sunset Jazz, com início marcado para as 17h30, no O2 Café, em Vila Nova de Santo André, com os Xoices no primeiro dia e B For Beyoncé no segundo.
Os bilhetes estão à venda por 3€ para sócios da Quadricultura e 5€ para o público em geral, podendo ser adquiridos na Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal” em Vila Nova de Santo André e no Auditório Municipal António Chainho em Santiago do Cacém.
Organizado pela Quadricultura, com o apoio da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, o Jazz AlémTejo promete momentos de pura harmonia e talento musical, celebrando a cultura e a diversidade do jazz num ambiente único.

CRATO: Rota das Romarias 2024

O Município do Crato volta a promover, entre os dias 17 de março a 13 de outubro, o Rota das Romarias, um programa de caminhadas temáticas que alia o desporto à história dos locais a visitar.
A 1ª etapa de 2024 será uma caminhada à Ponte da Dacosta, no Pisão, dia 17 de março, às 9h00. A concentração será no Largo Dr. Bello Moraes, no Crato, às 8h30.
Faça a sua inscrição através do email desporto@cm-crato.pt ou pelos tel. 245 996 794 / 245 990 136. 
Transporte disponível nas freguesias para quem pretenda participar.
As próximas Rota das Romarias são as seguintes:
Romagem à Capela de São Marcos (Gáfete) – 28 de abril – 9h00
Caminhada à Povoação Medieval do Chamiço (Monte da Pedra) – 11 de maio – 9h00
Romagem à Capela de Nossa Senhora dos Mártires (Pisão) – 19 de maio – 20h30
Caminhada às Fontes Medievais de Flor da Rosa  (Flor da Rosa) – 17 de agosto – 9h00
À Descoberta dos Caminhos e fontes de Aldeia da Mata (Aldeia da Mata) – 15 de setembro – 9h00
Caminhada ao Santo Olaia e aos Caminhos Romanos (Vale do Peso) – 29 de setembro – 9h00
Roteiro pelas Capelas e Caminhos Medievais do Crato (Crato) – 13 de outubro – 9h00
Participe! Faça “caminhadas” pela sua saúde.

11.3.24

NISA, Branca Alentejana (II)

 
Nisa e o seu concelho no olhar de uma jovem *
Hoje todo o Portugal sabe que existe uma vila repleta de encantos, encantos que estão em redor do artesanato. Seria injusto falar apenas parcialmente neste artesanato, onde existe tanta coisa para desvendar e principalmente para apreciar. Como tal, a palavra promenor é a indicada para descrever cada um desses trabalhos.
Para falar do Artesanato de Nisa, começa primeiramente pelas mantas de trapos, também conhecidas no concelho por mantas rapaz. Baltazar Cebolais de 68 anos e Matilde Anselmo de 65, ambos reformados, é este o casal que leva a cabo o artesanato das mantas. O senhor Baltazar há 36 anos que entrou no mundo dos trapos. A sua esposa começou com 13 anos. Pelo motivo do desemprego, a D. Matilde ensina esta arte ao seu marido, começando os dois a trabalhar em conjunto.
Mantas, passadeiras e tapetes que a partir de trapinhos às tirinhas (os trapos podem ser de um tecido qualquer, menos de ganga porque esta é muito dura) tomam forma com a ajuda do tear manual, que foi comprado há largos anos nos Cebolais, visto que surgiram os teares mecânicos e os manuais foram postos à venda. Este tear é constituído pelas peanhas ou pedais, o órgão onde se enrola a linha, o pente, aperta os trapinhos, o resiste e a peça que quando bate o tear, vai desenrolando as linhas e ordenando os trapos. As queixas é onde se mete o pente e o que bate o trapo, servindo as caixas para segurar as liceiras, sendo estas que dividem as linhas. Os braços são outra parte deste tear, servindo para segurar os cordéis. Estes seguram as caixas trocando estas o trapo; nas canelas enrolam-se os trapos, metendo-se na lançadeira, passando esta o trapo de um lado para outro com a ajuda da mão direita. A urdideira serve para meter os fios para a teia: o regulador de pressão situado à frente do tear, como o próprio nome indica, tem a função de fazer peso, de maneira a que, quando o tear estiver em funcionamento, não se levante a parte da frente.
Para fazer a largura da teia temos o restelo; as célebres canas da Índia também têm a sua função nesta actividade, as quais servem para cruzar as linhas para não se embaraçarem, havendo também para esta função a ripa de urdir. Seguidamente temos a roda de encher as canelas, as quais se enchem com os trapinhos; a dobadoura serve para dobar (fazer novelos) linhas, lãs e o que houver necessidade. O banco da franja trabalha para o acabamento da manta, enquanto a mão da D. Matilde, com prática, trabalha com rapidez, fazendo uma franjinha para se aplicar à volta de toda a manta.
Então, está na hora de iniciar uma peça. Primeiramente tem que se urdir a teia, ou seja, fazer a largura da manta.Depois, mete-se no órgão e tem que se meter os fios nas liceiras e no pente. Prepara-se o tear, enchem-se as canelas, metendo-se estas na lançadeira. Pode começar-se a tecer a peça com o cuidado de não partir nenhuma linha, caso contrário a manta sai defeituosa.
Uma passadeira pequena de metro e meio, tem de realização cerca de duas horas e custa 600 escudos. Uma manta demora cerca de 4 horas e custa três contos e quinhentos, mas se os clientes fornecerem os trapos, a manta só custa um conto e trezentos.
A D. Matilde afirma que o preço é pouco para o trabalho que dá, tornando-se cansativo, mas as pessoas acham que o preço pedido é sempre de mais.
Quando se fala em jovens, a resposta foi: “Eles querem lá agora saber disto! Não sabem apreciar.”
Apesar de algumas pessoas darem valor a este tipo de trabalho.
Quanto a exposições, diz-nos a D. Matilde, “estas mantas já estiveram expostas aos olhos de todos em Nisa e de norte a sul do país.
A Câmara não ajuda a divulgar esta actividade, esquece-se que o artesanato é variado, como tal, a D. Matilde refere-nos: “Nunca vi numa folha sequer, uma manta; as bilhas vêem-se muito e os alinhavados em muitas revistas. Só numa revista francesa é que apareceram as mantas, mas a Câmara nunca fez publicidade às mantas.”
Todo o ano este casal trabalha na execução destas peças de trapos. Antigamente, as mantas eram muito utilizadas nas camas, mas hoje já não é assim, como diz o poeta Luís de Camões: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, por isso, as mantas são utilizadas para cobrir sofás, para levar para o campo e para a praia.
Os compradores chegam a deslocar-se à casa da D. Matilde e do senhor Baltazar, compradores de todo o lado, Porto, Lisboa, de todos os cantos do país e até mesmo da América. Esta classe etária verifica-se dos vinte e poucos anos para cima. Vende bem, mas as encomendas agora não são muitas. Gostava que a filha aprendesse, mas é uma actividade que não dá lucro. Este casal afirmou que esta actividade está em extinção, pois a juventude quer outras vidas. Quanto a planos, a D. Matilde disse: “Estou no fim. Já sou velha demais para ter planos.”
É um artesanato que, segundo este casal, está pouco divulgado, como tal, o artesanato não é só um, é este e mais algum.
Um trabalho cheio de cores, trabalhoso e com necessidade de apoios, pois não merece morrer assim!

Patrícia Porto – Fev. 1997