30.12.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Dezembro 1943)



Em Dezembro de 1943, a empresa do Cine Teatro Nisense Lda exibiu cinco filmes, a que assistiram 2.364 espectadores, com uma média de mais de 472 assistentes por espectáculo, tendo a exibição de "Mocidade Triunfante", no Dia de Natal, recolhido a preferência de quase 650 cinéfilos.
"Tarzan, o Filho das Selva", protagonizado pelo campeão olímpico de natação Johnny Weissmuller, registou também uma grande afluência de público. Mais de quinhentas pessoas assistiram a este filme de aventura, dirigido por W.S. Van Dyke, em 1932, com Neil Hamilton, Maureen O'Sullivan, C. Aubrey Smith e Doris Lloyd, entre outros.
De acordo com a ficha técnica, este foi o primeiro filme da série MGM sobre o homem das selvas, numa adaptação ao cinema da obra de Edgar Rice Burroughs, que deu início a uma série de filmes.
O filme foi rodado em cinco meses no lago Toluca, nos arredores de Hollywood.

Ricardo Mateus venceu corrida de S. Silvestre de Avis


O atleta de Nisa, ao serviço do Sporting, venceu a corrida masculina da 30.ª edição da São Silvestre de Avis, Portalegre, completando o percurso de 5.600 metros em 15.40 minutos. Sérgio Silva, da Conforlimpa, classificou-se em segundo lugar, gastando mais seis segundos do que o vencedor, seguido de Carlos Silva, do Sporting, com 16 minutos.
 Raquel Trabuco, do Clube Elvense de Natação, foi a primeira classificada na prova feminina, completando o percurso de 2.800 metros em 9.15 minutos. Mónica Vieira, do C.R.D. Arrudense, foi segunda, com 9.29 minutos, e Ana Dias, do N.D.C. Odemira, garantiu o terceiro posto, com 9.39.
 Organizada pela Associação Desportiva e Recreativa "Amigos do Atletismo" de Avis, e Câmara Municipal de Avis, com o apoio técnico da Associação de Atletismo do Distrito de Portalegre (AADP), a prova, integrada no circuito de corridas da AADP, contou com a participação de cerca de 350 atletas de diversos escalões etários.

29.12.12

OPINIÃO: Lares sem comparticipação


DINHEIROS  PÚBLICOS, USO PRIVADO
1. Nestes dias, em que o natal ultrapassa o sentido estritamente religioso, para procurar transmitir algum conforto humano e espiritual, visitei familiar que ingressou, de forma certamente definitiva, em lar de idosos. No caso, um estabelecimento gerido por uma santa casa da misericórdia, que tem (como todas as congéneres) estatuto de instituição privada, mas de SOLIDARIDADE  SOCIAL...
2. O lar em causa, ainda novinho em folha, muito acolhedor, ao que me pareceu, prima pela excelência do serviço prestado. Muito humanizado, com o NÚMERO DE UTENTES ADEQUADO a um espaço deste tipo (25 utentes na valência de «internamento»), para não cair na condição (de tantos, com mais de uma centena de utilizadores) de «armazém» de velhos, frio e desumanizado.
3. Foi CONSTRUÍDO COM DINHEIROS PÚBLICOS, conjugando o financiamento de dois fundos comunitários e recursos financeiros municipais, que quase asseguraram o custo total da obra. Obviamente (não é nenhum «lar» clandestino da periferia da grande Lisboa) teve, no momento certo, o PARECER FAVORÁVEL DA SEGURANÇA SOCIAL portuguesa.
4. Acabada a obra, no momento da entrada em funcionamento, o estado português não assegurou o financiamento habitual neste tipo de situações para, assim, quem tem reformas baixas, recursos exíguos, poder ingressar, nomeadamente, em primeira mão a população local mais pobre e necessitada. Tanto mais que, muitas vezes, para viabilizar estas iniciativas, OS HABITANTES  DA TERRA DÃO GENEROSO  CONTRIBUTO através das mais variadas iniciativas (festas, donativos, etc.)...
5. Na circunstância, obviamente SÓ HÁ UTENTES QUE (eles mais os filhos) PODEM  PAGAR o que rivaliza com o que custa a estadia em lar privado (largas centenas de euros, mensalmente).Com a agravante (natural, decorrente deste contexto de formulação de preços) de a maioria dos que conseguem entrada serem forasteiros, o que, sem ser mal na proporção adequada, se desmedidamente, ofende a população local, nomeadamente a mais pobre.
6. O estado, por opção, pode entender, momentaneamente, não financiar a construção de novos equipamentos para apoio à terceira (e cada vez mais quarta) idade. A nosso ver, opção errada, mas politicamente «legítima». O que não pode ser é, a uma organização que, estatutariamente, deve, prioritariamente, SERVIR OS MAIS HUMILDES, depois desse mesmo estado aprovar candidaturas a fundos públicos, pagar a obra na quase totalidade, não estabelecer os acordos de cooperação que comparticipem adequadamente o ingresso, em primeira mão, de quem mais precisa e merece apoio social.
7. Se entenderem, não financiem obras novas por algum tempo... Mas, àquelas que foram edificadas com dinheiros públicos, forneçam URGENTEMENTE O APOIO FINANCEIRO que garanta que se serve quem mais precisa e não apenas os que podem pagar. Deixem esse papel para os lares de iniciativa privada que, legitimamente, têm o seu espaço no apoio aos idosos. Aí, sim, que os que, livremente escolhendo assim, sabem o que têm a pagar...
8. Insistimos.O que não está bem é um lar construído com dinheiros públicos e gerido por organização do setor social, por falta de apoio do estado no seu funcionamento, não seja capaz de dar prioridade a quem mais necessita, independentemente dos seus rendimentos.
Ao menos, no contexto e condições da época , OS  ASILOS  DE OUTRORA serviam para albergar os pobres e «mendigos»...
* José Manuel Basso - Médico Gerontologista

28.12.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Dezembro de 1942)



"Homens de Amanhã", no original  Boy´s Town, um filme norte americano de 1938, realizado por Norman Taurog e tendo como actores alguns nomes famosos do cinema como Spencer Tracy e Mickey Rooney, entre outros, foi exibido em Nisa no Dia de Natal de 1942. O filme teve uma assistência de 494 espectadores, mais, muito mais do que aqueles que estavam anunciados para a "exibição de cinema na quadra natalícia de 2012, em Nisa, proposta interessante e aprovada que, tal como outras, não chegou a ter plena concretização.
Sem mais delongas e por que o tempo é de esperança, vamos aguardar que o ano de 2013 nos traga a tão prometida exibição de filmes e o regresso do Cine Teatro à normalidade.
"Homens de Amanhã" foi galardoado com 2 Óscares: o do melhor argumento original e o do melhor actor (Mickey Rooney).

27.12.12

NISA: Vem aí o Meeting do Norte Alentejano


Prova internacional de Orientação realiza-se nos dias 2 e 3 de Fevereiro
Falta pouco mais de um mês para a abertura da nova temporada de Orientação Pedestre e Nisa prepara-se para ser o palco das primeiras grandes emoções de 2013. É o regresso do Norte Alentejano O' Meeting aos terrenos de boa memória que o viram nascer há seis anos atrás.
 Surgido em 2007, do crer e da vontade do Grupo Desportivo dos Quatro Caminhos, o Norte Alentejano O' Meeting está de regresso para a realização da sua 7ª edição. Ao longo destes anos, o evento soube crescer e consolidar-se, graças ao prestígio crescente das suas organizações e ao apoio inequívoco das forças vivas dos vários municípios por onde foi passando, entre órgãos do poder local, proprietários dos terrenos, agentes económicos e dinamizadores culturais.
 Dos afloramentos rochosos de Arez aos cerrados soutos do Vale de Ródão, contam-se em seis as edições do NAOM cuja oferta contempla alguns dos mais belos mapas e terrenos do mundo. Bem presentes na memória estão, entre outras, a etapa de Aldeia da Mata (Crato), aclamada pela generalidade dos participantes e distinguida como o sexto melhor percurso mundial em 2010, ou a etapa de Entre-Ribeiras (Portalegre), integrada no Portugal O' Meeting 2011 e na qual o francês Thierry Gueorgiou estabeleceu a segunda maior pontuação de sempre em provas do ranking mundial.
Mas voltemo-nos para esta edição 2013 do Norte Alentejano O' Meeting. Um pouco mais tarde que o habitual, a Taça de Portugal de Orientação Pedestre conhece em Nisa, no primeiro fim de semana de Fevereiro, as duas primeiras etapas. Com um popular Sprint Noturno de permeio, o programa do NAOM 2013 será constituído por duas provas de Distância Média, a última das quais igualmente pontuável para o ranking mundial da modalidade. Refira-se ainda que o evento abre um ciclo de provas internacionais no nosso país e que se estende, nas duas semanas seguintes, aos concelhos de Idanha-a-Nova e de Pombal, prometendo transformar Portugal, uma vez mais, na “Meca” da Orientação mundial.
Dmitriy Tsvetkov é cabeça de cartaz
Com presença confirmada, o russo Dmitriy Tsvetkov é, até ao momento, a grande figura deste Norte Alentejano O' Meeting 2013, ele que é o melhor atleta russo da atualidade e ocupa a 6ª posição do ranking mundial. Dois lugares abaixo no ranking temos o vice-campeão do mundo de Distância Média em título, Valentin Novikov, que já confirmou igualmente a sua presença em Nisa, regressando assim a Portugal e ao Norte Alentejo, depois de ter participado na quarta edição do NAOM (Crato, 2010). Mas estes serão apenas dois dos quase mil participantes que marcarão presença em Nisa para um fim de semana a prometer muita e boa Orientação.
 Para os mais curiosos, refira-se que o facto de agrupar os melhores do mundo não retira ao evento esse caráter “generalista” e que permite a pessoas de qualquer idade ou condição física pisar, ao mesmo tempo, os mesmos palcos que os grandes nomes da Orientação. Já alguma vez se tinha imaginado a entrar em campo ao lado dum Cristiano Ronaldo? A organização tem preparados percursos para todos os níveis de dificuldade e ainda coloca à disposição dos estreantes um grupo de monitores que seguramente lhes irão mostrar todo o fascínio que um percurso de Orientação encerra. E após uma jornada plena de emoções, fica o convite a que espraie o olhar sobre as incríveis paisagens com o Tejo em pano de fundo, faça um programa de relaxamento nas Termas da Fadagosa, visite o Museu do Bordado e do Barro ou viaje pelos paladares alentejanos, ao encontro de dois polos da sua maior expressão, o Queijo de Nisa e o Queijo Mestiço de Tolosa.

25.12.12

OPINIÃO: Tempo de Natal


NISA...NESTE TEMPO DE NATAL  FIXEMO-NOS NO PROPÓSITO  DE UM MAIOR AMOR PELA NOSSA TERRA, PASSAR DO AMOR DE UM  HOMEM COMUM ... PARA NOS FIXARMOS NUM AMOR DE UM GRAU MAIS ESPIRITUAL QUE N.ª SR.ª DA GRAÇA NÃO DESISTE DE NOS INCULCAR,.... MAIS EMOCIONAL , ....MAIS AFECTIVO, MAIS GENEROSO...PASSEMOS A LER TUDO MAIS EM ESPÍRITO, CRIANDO EM NÓS A ENERGIA  AFECTIVA QUE ELEVOU A PLANO SUPERIOR O DISTINTÍSSIMO NISENSE QUE FOI JOSÉ FRANCISCO FIGUEIREDO, PAI DESSE OUTRO DISTINTO NISENSE  E MEU SAUDOSO E EXCELSO PROFESSOR, ANTÓNIO PARALTA FIGUEIREDO...
ADMITIR QUE NO PRESENTE,  CREIO QUE COM JUSTIÇA O REGISTO... O NOSSO MÁRIO MENDES SE APROXIMA DESSA ZONA ÍNCLITA DO AMOR ESPIRITUAL A NISA E À SUA GENTE, PELA FORMA COMO ABRAÇA A ALMA DAS PESSOAS NÃO SÓ DA NOSSA TERRA COMO DE TODO O CONCELHO, VENDO-O COMO UMA UNIDADE E A SUA BONDADE SEM LIMITES QUE SE ESTENDE A TODOS MOSTRA BEM O SEU BEM QUERER PELA NOSSA TERRA EM GRAU QUE   NOS OBRIGA   A CONCRETO RESPEITO E RECONHECIMENTO, E É EXEMPLO  PARA TODOS NÓS.
Não queria neste tempo de Natal, nesta oportunidade de mais uma tentativa de construirmos em nós , nem que seja uma pequenina semelhança com o Menino- Deus, no seu nascimento  como o todos nós aparentemente comum, deixar de interagir com a nossa terra, penitenciando-me se alguma vez a não elevei, a não amei como devia ,priorizando-a a todos os lugares do Mundo.
É tempo  de Natal.. De um novo  convite a renascer, a compreender o valor e o sentido da vida, de quanto nos afastamos  da direção, do projeto ínsito em cada um de nós.
O Menino – Deus que feito homem escolhe uma zona geográfica para começar a sua missão.
Está provado cientificamente que Jesus era dotado de um equilíbrio emocional surpreendente e explicava de forma única o sentido da vida,...sem se lhe apresentarem dúvidas.
Conforme as plateias o seu discurso apropriava-se , o modo de dizer modificava-se de forma a ser entendido.
Preferia  falar a gente de coração aberto, capaz de compreender as subtilezas do discurso que só experiência da vida deixava captar.
Não era populista, os seus discursos  tinham profundidade, tocava as fronteiras da de emoção, e os intelectuais  não entendiam porque em tudo punham a sobranceria  das suas certezas.
A sua vida subsumia-se na afirmação do bem , no progresso espiritual, na felicidade que assenta na justiça verdadeira , que integra sempre a misericórdia, a caridade, a integração, na compreensão , no perdão.
Falar de Jesus... é falar da vida e de um sentido para a vida, e da personagem que revolucionou impérios, cortes , povos, ...e enfrenta um mundo de dificuldades que conduz à sua morte (um verdadeiro assassinato).
Porém,... o corpo sepultado liberta-se do túmulo por força da sua energia espiritual superior, num estádio espiritual cultivado na prática do bem, da paz, construído pela sua extraordinária evolução e nível espiritual, capaz de superar constrangimentos de ordem material.
Cumpriu a missão evoluindo para um ser já divino por natureza no seu estágio na humanidade, libertara-se do ser animal.
Como nós nas nossas experiências individuais?, na menoridade das nossas existências ?...invertendo os fins das nossas vidas enquanto criaturas humanas, autodestruindo-nos, e fixando-nos em adulterações  que nos destroem e desviam do caminho ?... Onde a força das nossas frontes?
Neste tempo de Natal a oportunidade de mais uma vez podermos tentar conseguir uma pequena semelhança com esse ser  que a História reconhece  com um ser divino.
Neste tempo de emoções fortes , os nossos afectos mais profundos ligam-se à nossa terra, á nossa gente, como é nosso dever de gratidão.
Ali nascemos, ali fomos felizes.
Ali conhecemos gente inigualável.
Ali a Nossa Divina Padroeira... Nossa Senhora da Graça, e um mundo de espiritualidade, bênçãos, graças, acompanhamento, no seu  desvelo pelos  pobres, pelos doentes, pelos jovens, pelos idosos...Senhora, Nossa Proteção e Graça Permanentes, nossa advogada pelo que devíamos fazer e não fazemos, Nossa Protetora.
Como esquecer?
E se fomos felizes na nossa terra há sentimentos de eterna gratidão não só para com os nossos pais, mas com tantos e  tantos amigos cujo carinho desinteressado nos protegeu. e nos protege.
Tenho pois para com a minha terra os melhores sentimentos de profunda gratidão, que quero reiterar, renovar, desejando a todos, à nossa querida e boa gente, um  Natal feliz de mais ajuda fraterna entre todos, de mais atenção pelos doentes, pelos idosos que vivem sós, pelos mais pobres, de todos uns pelos outros.
Com eles seremos melhores,
BOAS FESTAS!....BOM NATAL!...FELIZ NATAL PARA TODOS!
São os desejos sinceros do, permitam-me, sempre vosso
João Castanho

24.12.12

ALPALHÃO: Vila presépio do Alto Alentejo


Alpalhão transforma-se na vila presépio do Alto Alentejo, no Dia de Natal, com um presépio vivo que envolverá mais de 40 figurantes.
A iniciativa é promovida pelo Movimento Teresiano do Apostolado e vai decorrer a partir das 16:00 de terça feira no Largo do Calvário. Caso chova as encenações terão lugar no interior da Igreja Matriz.
De acordo com Rui Canatário, da organização, este evento, que se realiza pelo quinto ano consecutivo, atrai muitas centenas de visitantes àquela vila do concelho de Nisa.
Gabriel Nunes/Susana Mourato in Rádio Portalegre

23.12.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Dezembro de 1941)



"Rebecca", filme estreado em Portugal a 7 de Janeiro de 1941, foi exibido em Nisa a 14 de Dezembro desse ano. Dirigido pelo mestre: Alfred Hitchcock e baseado no romance de Daphne Du Maurier, contava no elenco com grandes artistas como Laurence Olivier, Joan Fontaine e George Sanders, entre outros. O filme foi galardoado com 2 Óscars e diversos prémios, tendo em Nisa uma assistência de 322 espectadores.
No dia 8 de Dezembro (feriado nacional), o padre Sebastião Martins Alves promoveu mais uma das suas famosas conferências, esta sobre a Senhora da Conceição - Padroeira de Portugal.
Em Dezembro de 2012, setenta e um ano depois, o executivo municipal por proposta dos vereadores Idalina Trindade e Francisco Cardoso, aprovou (finalmente) a projecção de cinema na época natalícia e durante o ano de 2013.
Boa notícia para os cinéfilos nisenses e da região. Agora é só esperar que a deliberação ganhe força e não fique "encalhada" numa qualquer teia burocrática, das muitas que existem no município.

20.12.12

Inauguração da sede do Centro de Apoio Social de Salavessa


No próximo sábado, 22 de dezembro, às 10 horas será inaugurada a sede do Centro de Apoio Social de Salavessa (na freguesia de Montalvão, Nisa) em cerimónia que contará com a presença de eleitos do Município de Nisa e do Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco.
 O Centro de Apoio Social de Salavessa é uma IPSS que presta apoio à população envelhecida da aldeia e que se revela fundamental como estrutura de apoio e segurança na sua vivência.
O Centro promoveu obras de remodelação no edifício sede visando melhorar as condições de habitabilidade proporcionadas aos utentes e respeitando as exigências actuais. Para o efeito foi apresentada uma candidatura de apoio financeiro no âmbito Programa de Desenvolvimento Rural-PRODER. A candidatura foi aprovada considerando um investimento elegível total no valor de 61.759,54 €, com comparticipação pública de 75%. O Município de Nisa atribui ao Centro Social de Salavessa um subsídio 20 mil euros que traduz o apoio financeiro da autarquia para a realização das obras, o apoio do município passou igualmente pela elaboração do projeto e pelo acompanhamento pelo acompanhamento técnico da obra. Da parte da junta de freguesia de Montalvão houve também um apoio financeiro da ordem dos dois mil euros.
 A Sede do Centro de Apoio Social de Salavessa situa-se na Rua do Sobreirinho. As obras de remodelação tornaram o imóvel acessível a qualquer utente, o que implicou a criação de novas instalações sanitárias e a instalação uma plataforma elevatória que permite o acesso ao piso 1. O edifício foi dotado de condições de segurança contra o risco de incêndio. Como princípio da intervenção, o projeto não contemplou o aumento da volumetria, mantendo a integração do prédio na banda edificada do arruamento. Ao nível do piso térreo foram criadas duas instalações sanitárias (masculino e feminino) acessíveis a pessoas de mobilidade condicionada, uma copa, para preparação dos lanches e uma zona de estar.Com a instalação da plataforma elevatória tornou-se possível o acesso de todos os utentes ao piso superior o que permitiu inclusive aumentar a capacidade do Centro de Apoio Social para os 18 utentes (9 ao nível do piso 0 e 9 no piso 1). A remodelação permitiu a existência de uma zona para apoio administrativo.

17.12.12

NISA: A Fonte do Rossio vai voltar ao seu lugar de origem


 Nem só de más notícias se faz a história da Câmara de Nisa. 
Já aqui escrevemos, por diversas vezes, que a Câmara quando quer, sabe fazer bem. Pena que essa vontade ou determinação só ocorra de tempos a tempos ou, como diz o povo “quando o rei faz anos”.
Vem isto a propósito da Ordem de Trabalhos da sessão camarária marcada para a próxima 4ª feira, dia 19 de Dezembro, que menciona, no seu ponto 3, a proposta de “Trasladação da Fonte do Rossio para o seu lugar de origem na Praça da República” e, no ponto 4, a proposta de “Projecção de Cinema no Cine Teatro na época natalícia de 2012” e “Projecção de Cinema no ano de 2013.”
Estes pontos serão colocados e analisados pelos eleitos no executivo que tomarão, naturalmente, as suas posições. Contudo, não posso deixar de antecipar, sobre os mesmos, algumas considerações.
1. A recolocação da Fonte do Rossio no lugar de origem e de onde nunca deveria ter sido arrancada, dá razão ao ditado popular que diz: “mais vale tarde que nunca!”.
Sete anos depois, reconhece-se a justeza das reclamações e do abaixo-assinado de mais de 350 munícipes, em defesa da manutenção da fonte, documento que não mereceu, sequer, uma simples resposta da mesma entidade que, agora, propõe a trasladação do fontenário.
Estou de acordo com esta proposta, lamentando os gastos efectuados e os desmandos praticados esperando, sinceramente, que a fonte do nosso Rossio não seja mais mutilada do que aquilo que já foi.
O reconhecimento, público, do erro praticado e do crime de lesa memória cometido, leva-nos a pensar que nestes meses que faltam para o término do mandato, o executivo municipal ainda nos pode surpreender pela positiva, fazendo as obras e reparando as situações a que foi fazendo “ouvidos de mercador” durante estes anos.
Já não será possível “ressuscitar” a Árvore da Mentira, assassinada sem apelo nem agravo ou revitalizar o Eucalipto do Rossio. Tampouco poderemos ver reconstruído o belo jardim romântico de Nisa, desmantelado por caprichosa vontade de quem não tinha (e não tem) afectos e memória.  
Mas poderemos esperar uma inversão na forma de analisar e decidir. Decidir com o povo e pelo bem comum. Decidir e fazer, ouvindo e escutando, fazendo o que é necessário e urgente, de interesse colectivo, e não o que é lucrativo, dá votos e fideliza clientelas.
Aplaudo a ideia de recolocação da Fonte do Rossio - mesmo com outra polémica à vista -, e espero que a Câmara cumpra aquilo que diversas vezes prometeu e nunca cumpriu: homenagear os nossos emigrantes com um monumento alusivo à grande aventura nisense e portuguesa da diáspora.
2. O Cine-Teatro de Nisa merece ter vida e cumprir o seu papel, como equipamento de promoção da cultura, do lazer, do entretenimento e do conhecimento.
Nessa função cultural, a projecção de cinema – interrompida sem qualquer aviso ou explicação há mais de dois anos – assume capital importância. Bem sei que, de outro lado, haverá argumentos como “espectadores”, “custos”, “rentabilização”, “financiamento” e outros. A cultura não tem, forçosamente, de dar lucro e de entrar no deve/haver das contas do município como se de uma mercearia se tratasse.
Como fazer, então? Perguntem às autarquias vizinhas como Vila Velha de Ródão ou Alter do Chão, municípios com muito menos habitantes que o concelho de Nisa e onde há sessões regulares de cinema, e definam uma estratégia que racionalize os custos.
Instituam, por exemplo – ofereço a ideia, de “borla” – o “Cartão do Cinéfilo”, com descontos em numerário ou em sessões de cinema, premiando a frequência a espectáculos. Formalizem uma lista de preços consoante os escalões etários e diversifiquem a publicidade e divulgação dos espectáculos.
Promovam concertos musicais, espectáculos de teatro e de variedades, a preços módicos, mas visando estimular e enraizar a fruição cultural como um hábito adquirido.
Manter o Cine-Teatro operacional e a cumprir a sua função estratégica custa dinheiro, é certo, mas há gastos muito mais elevados e sem que se vejam quaisquer benefícios para os munícipes.
E, não há nada mais triste do que ver uma Casa de Espectáculos com história – e que custou tanto a recuperar – ir definhando aos poucos, correndo o risco de se transformar num casarão fantasma, sem o pulsar de vida, da cor e do movimento que merece.
Convenhamos, para obras “fantasmas e fantasmagóricas” já temos que cheguem.
Não acham?
Mário Mendes

NISA: Postais do Concelho


15.12.12

OPINIÃO: O nome das coisas e as coisas sem nome


Anda por aí uma polémica dos demónios, a propósito de um nome ou da falta dele para o Centro Cultural de Alpalhão.
A proponente ou mentora, especialista em tácticas de guerrilha ideológica, quis começar a casa pelo telhado e deu à luz um processo, construído de cima para baixo, à imagem de um qualquer ditadorzeco, como tem sido, aliás, a marca da sua medíocre governação municipal.
O Centro Cultural e Lazer, infra-estrutura construída para apoio à Escola EB1 /Jardim de Infância de Alpalhão, está pronto há muito tempo e não se percebe este súbito interesse e urgência na sua inauguração e ainda mais, no seu “baptismo”.
A Biblioteca Municipal de Nisa, que no início se chamou Biblioteca Municipal /Casa da Cultura, demorou quase 20 anos a ter como patrono, o nome do seu principal obreiro: Dr. Motta e Moura.
O Centro Cultural de Monte Claro, recuperado, tal como a Biblioteca, da antiga escola, não tem outra designação. O mesmo acontece com o Cine Teatro de Nisa, a sede social do Clube Desportivo e Recreativo de Santana (curiosamente, também chamado de Centro Cultural, na sua inauguração) e outros imóveis de apoio à cultura, desporto e lazer, existentes no concelho.
A questão é, para mim, muito simples: queriam um “nome” para a coisa? Bastava terem perguntado, de início, ao povo de Alpalhão e que cada um dissesse de sua justiça.
Respeitava-se regra de ouro da democracia, a de ouvir a opinião dos principais interessados e acabava-se a polémica.
Fez-se o contrário e a lição que se tira deste triste episódio, é a do oportunismo saloio por parte de quem devia preservar a memória das gentes e dos lugares.
Um facto, tanto ou mais estranho quando, alguns bairros, loteamentos e urbanizações do concelho, em especial na vila de Nisa, esperam há longos anos, por essa “coisa” tão corriqueira e simples que é terem direito a um nome, ao número de polícia e a todos os serviços públicos afins, a que como munícipes e contribuintes têm direito: a distribuição domiciliária de correio, a recolha de lixo, a identificação clara das suas habitações e a resolução de muitos problemas burocráticos que essa grave anomalia lhes provoca.
Onde param, por exemplo, os nomes das ruas das urbanizações da Laje do Marco, Vale Nabeiro, Vale d´ Ordens, Cevadeira, Amoreiras, Tapada do Barreiro (Forca/Fonte Nova) e outras?
Estarão os moradores das três primeiras urbanizações, isentos do pagamento das taxas de saneamento e resíduos, dado que não têm direito à recolha de lixo?
Por que é que a Câmara não resolve, de vez, estes problemas, que afectam famílias e cidadãos, com mesma a urgência e acutilância que parece dedicar ao “caso” de Alpalhão?
Por que teima a Câmara em promover “jogos florais e políticos”, em vésperas de eleições, em vez de pautar a sua acção pela resolução dos problemas e situações prementes do Município?
Mário Mendes
EsclarecimentoPara além presidente da Junta de Freguesia de Alpalhão e de eleito na Assembleia Municipal, José Maria Pinheiro Moura foi vereador na Câmara Municipal de Nisa.
O comunicado da senhora Tsukamoto, com o logo da CDU, apaga, deliberadamente ou por falta de memória, este facto.
Será preciso dizer mais?

13.12.12

Matança de porco "aqueceu" Amigos de Arez




A ASAA – Associação Sociocultural “Os Amigos de Arez” promoveu no sábado, 24 de novembro, uma matança de porco tradicional, realizada nas instalações da sua sede social. Numa fria manhã de outono, muitos foram os associados e amigos que se juntaram nesta iniciativa dos Amigos, aproveitando a data para assinalar dois anos de existência da colectividade.
Pelas 7 horas da manhã o animal dava o seu último suspiro antes do golpe final, carregado de tradição e respeito, seguido de uma preparação primorosa e cuidada, em ambiente tradicional e caseiro, das suas carnes e interiores. Nesta fase uma dezena de associados trabalhava afincadamente o belo exemplar suíno de 89 Kg (depois de
limpo) enquanto as mãos femininas preparavam as sopas, a carne da matança, a canja de porco, inundando a atmosfera do fim de manhã de aromas saborosos.
Ao almoço juntaram-se 80 convivas que terminaram o repasto com um belíssimo arroz doce. O vinho de um produtor local fez uma excelente companhia nesta refeição e no jantar composto por grelhados e um cozido de porco à antiga. A ASAA continua a sua programação de recriação de eventos tradicionais mantendo uma elevada participação
dos seus associados, mais de 300 após 2 anos de existência, e juntando amigos que são sempre bem-vindos.
 in "Alto Alentejo" - 12/12/2012

12 DEZ. 1982: Há 30 Anos a APU ganhou as eleições em Nisa



 12 de Dezembro de 1982. Foi há 30 anos. A APU – Aliança Povo Unido, coligação que integrava o Partido Comunista Português (PCP), Movimento Democrático Português / Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE) e o Partido Ecologista “Os Verdes” venceu as eleições para a Câmara Municipal de Nisa, sucedendo ao Partido Socialista, vencedor das duas primeiras eleições para o poder local no concelho de Nisa, pós 25 de Abril.
Foi o último mandato de três anos (1982/1985) nas autarquias e o primeiro em que a Câmara de Nisa passava a ser gerida pelo Partido Comunista Português e seus aliados, num percurso que hoje, dia 12 de Dezembro de 2012 assinala, exactamente 30 anos.
Liderada por José Manuel Basso, um jovem médico nisense, a lista da APU conseguiu a vitória eleitoral e cometeu um feito assinalável num concelho que até então votara, esmagadoramente, no Partido Socialista.
O projecto do Povo Unido, iniciado em 1976 com a FEPU e baseado numa grande ligação às populações, marcava pela diferença e pela vontade de resolver os principais problemas e carências de um concelho do interior com 20 povoações e onde ainda faltava quase de tudo, incluindo as infra-estruturas básicas como o abastecimento de água, em quantidade e qualidade, a implantação de redes de saneamento e tratamento de esgotos, recolha de lixo, vias de comunicação rodoviárias capazes e infra-estruturas de apoio à cultura, desporto e recreio.
Com maior ou menor sucesso, consoante as opiniões, os colectivos do Povo Unido (em 1987, com nova denominação de CDU), foram resolvendo os problemas mais prementes do concelho e abrindo novas frentes de trabalho na área cultural e do desenvolvimento económico.
Muito foi feito; muito ficou por fazer; muito caminho, há, ainda, a percorrer.
A história destes 30 anos de maiorias APU e CDU no concelho de Nisa (Câmara, Assembleia Municipal e Freguesias) há-de ser escrita, com o distanciamento que a história, para ser bem contada, impõe.
O texto pretende, apenas, recordar uma data ou efeméride e não fazer juízos de valor. Cada um dos munícipes deste concelho “bordado de encantos” que faça o seu.
Por mim, que participei, com orgulho, vontade, determinação e com a utopia de que era possível “mudar o mundo”, neste projecto inicial do poder local, recordo esta data (12 de Dezembro) com suprema satisfação e alegria.
Os 30 anos da vitória da APU e do PCP (principal partido da coligação) para a Câmara de Nisa é uma data a recordar e a festejar, por quem não tiver a memória curta.
Marcou, a meu ver, uma viragem muito positiva, no poder local em Nisa e esse facto, deve ser devidamente assinalado, mesmo que, para muitos – entre os quais me incluo - , a manutenção do poder tenha provocado erosão, desvios ao projecto inicial, métodos de trabalho e criação de atitudes que em nada se revêem na letra e na forma como os comunistas viam o desempenho e a participação nos órgãos municipais e de freguesia.
Foi há 30 anos! Que conste, para os mais desatentos...
Mário Mendes

12.12.12

MONTALVÃO: concerto de Natal encerrou comemorações dos 500 anos do Foral





A Igreja Matriz de Montalvão recebeu no passado sábado, o concerto "Clássicos de Natal" pela Orquestra Típica Albicastrense dirigida pelo maestro Carlos Salvado. A iniciativa encerrou o programa das Comemorações dos 500 Anos do Foral Manuelino de Montalvão.
Com a igreja repleta de gente, a Orquestra Típica Albicastrense, pouco habituada a este cenário, deliciou os presentes com um magnífico concerto, preenchido com temas populares do Natal da Beira Baixa e de Elvas, sendo a sua actuação premiada, no final, com calorosos aplausos por parte da numerosa assistência.
À saída foi servido um “Porto de Honra” oferecido pela Comissão Organizadora das Comemorações dos 500 Anos do Foral, formada pelas associações Vamos à Vila (Montalvão),  SalavessaViva (Salavessa) que contaram com o apoio da Junta de Freguesia de Montalvão, Câmara Municipal de Nisa e Associação de Desenvolvimento de Nisa.
As comemorações dos 500 anos do Foral de Montalvão encerraram no domingo, dia 9,, com uma missa na  Salavessa, presidida pelo bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, D. Antonino Dias.
in "Alto Alentejo"  12/12/2012 -Fotos de Jorge Nunes

10.12.12

MARATONA DE LISBOA: Lídia Pereira com excelente classificação


A atleta nisense Lídia Pereira, a representar a Casa do Povo de Mangualde, obteve um excelente 4º lugar na classificação feminina da 27ª Maratona de Lisboa, prova realizada no domingo, dia 9.
O russo Oleg Marusin ganhou a 27.ª edição da Maratona de Lisboa, enquanto no setor feminino Anabela Tavares repetiu o triunfo do ano passado, sagrando-se novamente campeã nacional.
 Marusin concluiu a prova em 2:19.02 horas, superando Bruno Fraga, segundo classificado na prova e que arrecadou o título português, com uma marca de 2:23.02.
O pódio masculino ficou completo com o ucraniano Anatoli Arzhekhowskiy (2:23.56).
 No setor feminino, Anabela Tavares gastou 2:45.44 horas, batendo Rute Martins (2:55.03) e a finlandesa Tiina Puranen (2:58.02).
 Mais de 1.500 atletas concluíram o percurso, o que representa um novo recorde da prova lisboeta.
 CLASSIFICAÇÃO
 Masculinos:
 1.º Oleg Marusin (Rússia), 2:19.02 horas.
 2.º Bruno Fraga (Reboleira), 2:23.03.
 3.º Anatoli Arzhekhowskiy (Ucrânia), 2:23.56.
 4.º Aires Sousa (FC Penafiel), 2:28.07.
5.º António Sousa (Olímp. Oeiras), 2:29.20.
Femininos:
1.º Anabela Tavares (Joaninhas Leião), 2:45.44 horas.
2.º Rute Martins (Ferreira Zêzere), 2:55.03.
3.º Tiina Puranen (Finlândia), 2:58.02.
4.º Lídia Pereira (CP Mangualde), 2:58.14.
5.º Rosa Madureira (FC Penafiel), 2:58.55.

9.12.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Dezembro de 1940)



Recordamos alguns espectáculos de cinema realizados no "velhinho" Cine Teatro de Nisa e respeitantes ao mês de Dezembro. "Honra a um Homem Mau" com um elenco de grandes artistas, entre eles, James Gagney e Irene Papas, foi exibido a 8 de Dezembro de 1966, tendo a Socorama como empresa concessionária do Cine Teatro.
Em 1940, no mesmo mês, foram exibidos três filmes e realizada uma Conferência Vicentina, promovida pelo  pároco Sebastião Martins Alves e a Conferência de S. Vicente de Paulo. A sala foi cedida pela empresa do Cine Teatro Nisense Lda, recebendo para o efeito setenta escudos para pagamento de todas as despesas.
Em Dezembro de 2012, com a sala remodelada, a entidade gestora e administrativa, "requalificou" o uso da mesma e o acesso à cultura. A "sala fantasma" abre, a espaços, para lembrar que a Câmara, sua proprietária, existe e se preocupa com a cultura dos nisenses.
Bem haja!

6.12.12

Farmácia e Escola de Nisa proporcionam passeio de comboio a estudantes


Uma parceria entre a Farmácia Ferreira Pinto e a Escola EB 2,3 de Nisa proporcionou,  a cerca de cinquenta alunos do 5º ano um passeio de comboio e a visita a locais de interesse histórico e militar.

De acordo com Alexandra Marçal, farmacêutica, o passeio decorreu no pasado dia 21 de Novembro e foi muito agradável, pois apesar da ameaça de chuva, o sol fez a sua aparição e contribuiu para o êxito da iniciativa, tendo a viagem de comboio ente Vila Velha de Ródão e Almourol decorrido com grande entusiasmo e animação ou não houvesse entre os participantes 22 jovens que utilizaram este meio de transporte pela primeira vez.
No apeadeiro de Almourol, alunos e professores que os acompanharam tinham à sua espera o major Veríssimo, da Escola Prática de Engenharia e outros militares que proporcionaram uma visita guiada à Escola onde o grupo de visitantes almoçou e tomou contacto com a realidade do Exército Português, tendo a permanência naquele estabelecimento militar sido aproveitada para algumas explicações sobre o rio e a linha de defesa do Tejo, que integrava o castelo de Almourol, a cargo do professor José Joaquim Carmona. Uma aula seguida com muita atenção e participação dos alunos.


 De seguida e sempre acompanhados pelos militares, o grupo rumou até ao castelo de Almourol onde foi feita uma visita, tendo a travessia sido feita de barca, o que agradou a miúdos e graúdos. No final e já o dia estava a acabar e o sol a desaparecer, foi tempo de despedidas e de apanhar o comboio de volta a Vila Velha de Ródão. Ao contrário do que poderia supor-se depois de um dia pleno de emoções, os jovens mantiveram uma grande animação na viagem de regresso, comentando aqui e ali, as espectaculares paisagens que do comboio avistavam sobre o rio Tejo.


Alexandra Marçal mostra-se satisfeita com este 2º Passeio, organizado em parceria com a Escola EB 2,3+S de Nisa, principalmente por ser possível dar a hipóteses a algumas crianças de andarem de comboio, dar-lhes a conhecer "in loco" uma região onde houve acontecimentos importantes da nossa história e tomarem contacto com um estabelecimento militar, situação que alguns só iriam conhecer quando tivessem que se apresentar no Dia da Defesa Nacional, a expressão que substituiu a antiga "tirar sortes", comum no recrutamento militar obrigatório.
in "Alto Alentejo" - 5/12/2012

5.12.12

À FLOR DA PELE - Lídia Pereira: Uma nisense na alta roda do atletismo

É uma mulher alentejana, nascida em Nisa e moldada para a vida e para o desporto em terras da Beira Alta. É uma “quase” desconhecida no panorama do atletismo nacional, mas o seu currículo de atleta impressiona, não apenas pelo número de títulos e recordes, mas porque aos 45 anos, esta professora de educação física em Viseu, continua a dar mostra de uma humildade e perseverança que faz dela um dos grandes exemplos de mulher e desportista.
Nisa, terra de grandes atletas
Morujo Júlio, Luís Costa e Ricardo Mateus, atletas de eleição, nasceram ou cresceram no concelho de Nisa, berço natal de Lídia Maria Esteves da Graça Santos Pereira, que viu brilhar os primeiros raios de sol numa casa da Praça da República, a dois passos do jardim, a sua primeira pista de atletismo.
“Nasci em Nisa, o meu pai, Albertino dos Santos, foi relojoeiro durante 28 anos na Ourivesaria do Sr. Pina e a minha mãe Ivete Graça, era modista. A minha tia Elisa tinha um salão de cabeleireira em minha casa, o que contribuiu para que eu ficasse a conhecer muitas pessoas já adultas em Nisa, nos poucos anos em que aí vivi. Em Abril de 1975, com 8 anos, fui viver para Mangualde. A minha primeira corrida foi na Igreja Matriz de Nisa, com três anos. Quando vi a passadeira em direcção ao altar, achei que era uma pista de atletismo e desatei a correr no máximo das minhas forças, tendo a minha mãe ficado tão envergonhada, que jurou que tão depressa não me tornava a levar à Igreja.”
 Desporto escolar marca o rumo
Em Mangualde, as competições na escola e inter-escolas começaram a traçar o rumo e a apetência de Lídia Pereira pelo desporto, revelando-se, especialmente, nas corridas.
“No ano lectivo 80/81 venci o corta-mato da minha escola. O meu professor de Educação Física foi convidado para formar uma equipa de Atletismo na Casa do Povo de Mangualde e levou-me para essa equipa, bem como aos melhores atletas da escola. Até aos 22 anos fui sempre atleta no mesmo clube, tendo o atletismo sido uma mais-valia no meu crescimento, pois foi assim que visitei inúmeras localidades no país, acabando por ser o atletismo uma fonte de conhecimento e de cultura da minha vida. Como atleta da Casa do Povo de Mangualde participei em todo o tipo de corridas: em estrada, corta-mato e algumas provas de pista, sendo a maior parte das vezes campeã distrital de Viseu e ia participando em campeonatos nacionais.         Em 1989, tendo terminado o curso de professora, o meu clube precisou de uma atleta para participar na prova de marcha atlética no campeonato nacional de clubes. Com pouca preparação fui logo 3ª no nacional, levando a obtenção deste resultado a que eu me quisesse dedicar mais à marcha atlética. Entretanto, nesse ano, consegui colocação numa escola do Porto.
Na época 89/90 ingressei na equipa de Atletismo do Boavista F. C. e dediquei-me apenas à marcha atlética nos seis anos seguintes. Fui várias vezes convocada para Estágios da Selecção Nacional, integrada na alta competição e fiz parte da primeira equipa feminina portuguesa que participou numa Taça do Mundo de Marcha, em 1993, no México. Entretanto aos 28 anos parei, casei e tive uma filha.”
Para muitas mulheres, o casamento, a profissão, a vida familiar, marcam o fim de carreiras desportivas que se auguravam promissoras. Não foi o caso de Lídia Pereira. A “promessa” transformou-se em certeza e numa atleta de eleição, uma autêntica globe-trotter de estradas e percursos pedestres, sobretudo, em Portugal e Espanha.
“Regressei à marcha atlética com 38 anos, incentivada pelo treinador de atletismo do Sport Viseu e Benfica, que me dizia sempre que eu ainda podia fazer alguma coisa no Atletismo. Continuei a ter o mesmo treinador que treinava a equipa do Boavista, comunicando com ele apenas por telefone e e-mail. Recomecei na marcha, pois só conseguia correr cerca de doze minutos, ao fim dos quais ficava com dores nos joelhos e tinha de parar. Aos poucos fui conseguindo fazer mais tempo de corrida sem dores e, por brincadeira atrevi-me a participar na Meia Maratona de Ovar. Gostei tanto, que nunca mais falhei esta prova, procurando sempre fazer melhor. Refira-se que comecei por fazer cerca de 1h 43m (2005) nesta prova e cinco anos depois fiz 1h 23m. Em 2008 fiz a 1ª Maratona e com o regresso à Casa do Povo de Mangualde em 2009 deixei de fazer provas de marcha e dediquei-me só à corrida, porque os resultados iam sendo bons, sobretudo na Maratona. Este ano na 9ª Maratona do Porto, completei também a minha 9ª Maratona.”
Prática desportiva e conciliação de papéis
Conciliar o papel de mulher, mãe, professora e atleta, é um desafio que muitas desportistas não conseguem levar a bom porto. Para Lídia Pereira, o segredo, está na organização e na determinação que põe em superar obstáculos.
“Consigo ter tempo para fazer o que é necessário, porque sou muito organizada. Todos os dias penso no que tenho que fazer no dia seguinte e levanto-me cerca das 5h 30m, podendo variar um pouco, mas de modo que tenha tempo para fazer o que é preciso. Praticar desporto ajuda a disciplinar o tempo. O apoio de toda a família, em especial do meu marido também é importante para ultrapassar as dificuldades do dia a dia. Os incentivos dados pelo actual treinador, João Amaral, também são relevantes para que eu tenha autoconfiança. Este apoio e esta confiança, com a minha vontade de fazer mais e melhor, ajudam a derrubar todos os obstáculos que se me deparam diariamente, apesar de os anos irem sendo cada vez mais em cada perna.”
Diz o povo que “quem corre por gosto não (se) cansa”. Haverá quem pense, no entanto, que as provas de atletismo proporcionam benefícios monetários, para além de reconhecimento pessoal e social. Lídia Pereira, com a experiência de muitas corridas, revela-nos suas motivações.
Só enquanto fui atleta do Boavista F. C. é que recebi um subsídio mensal do clube. Neste momento vou ganhando alguns prémios monetários, mas com a actual crise os prémios neste momento estão a ser menores. De qualquer modo, “ganha-se” a satisfação pessoal de se fazer uma coisa que se gosta, ocupo o tempo com algo que dá prazer, não gasto dinheiro em ginásios para manter a forma e vou convivendo com muita gente pelo país fora e também por Espanha. Além disso, tenho a 3ª “caixa de sapatos” quase cheia de medalhas e uma sala a ficar sem espaço para os troféus.”
“Fazer o que se gosta” é o bastante para transformar esta mulher de 45 anos, numa atleta capaz de competir em provas que requerem uma grande preparação, esforço e “dose”, gigante, de estoicismo.
“Sempre que vou competir, a minha maior adversária sou eu mesma. Penso sempre que se conseguir chegar ao fim já é bom, se conseguir melhorar a marca do ano anterior e se bater um recorde ou ficar num bom lugar será ainda melhor. Tenho espírito de sacrifício e vontade de fazer sempre melhor. Desafiar os meus limites, é uma constante. E isso é feito diariamente, pois cumpro o plano de treino quer chova, neve, faça frio (em Viseu no 
Inverno há muitas manhãs com temperaturas negativas) ou calor.
Três ou quatro meses antes de uma maratona faço em média 25 km/dia, com treinos bidiários algumas vezes na semana, aproveitando o domingo para um treino de cerca de 2h. No entanto, enquanto faço essa preparação vou fazendo todo o tipo de provas. Não arrisco preparar-me exclusivamente para uma maratona alguns meses, havendo a possibilidade de chegar o dia da prova e ficar doente, de estar muita chuva, vento ou frio que me impeçam de fazer uma boa prova.”
O futuro do atletismo e recordações de Nisa
Participante em milhentas corridas pedestres, Lídia Pereira tem opinião sobre o presente e futuro do atletismo em Portugal e o desempenho a nível internacional, nomeadamente, nas corridas, perante uma concorrência tão forte como é a dos africanos.
“Os africanos dominam todas as corridas em que participam, afugentando os atletas de topo, mas algumas organizações já fazem lista de prémios só para atletas portugueses. Talvez a crise, com a redução das verbas para o desporto e para prémios venha a alterar a invasão de africanos que se faz em muitas corridas pelo país fora.
Aos melhores atletas jovens do país a federação de atletismo deveria proporcionar um grande acompanhamento de modo que os atletas logo jovens conciliassem os estudos com os treinos e competições.
A maior parte dos atletas portugueses que são profissionais tem a falta de espírito de sacrifício e de sofrimento em competição, o que os leva a desistir à menor dificuldade, ou não sabem perder e desistem também se não ganharem.”
Havia tanto para falar, mas o espaço escasseia. Peço-lhe que me fale das recordações de Nisa e da sua relação com a terra-mãe e, a finalizar desejo-lhe que continue, com essa “pedalada”, a elevar bem alto o nome de Nisa e do Alentejo.
“ Recordo as pessoas da terra sempre com saudades. Corro sempre com uma medalhinha ao pescoço que me foi oferecida pela D. Maria Polido, quando nasci. Sempre mantive o contacto com algumas pessoas da terra, como o casal D. Henriqueta e Sr. Tomás Mariano que sempre acompanharam a minha carreira desportiva. Cada vez que visito Nisa tenho um dia feliz e aproveito para trazer para Viseu alguns produtos (adoro o queijo, queijadas, empadas, rebuçados de ovos, bolos de azeite, cavacas). No Natal gosto muito de filhós e azevias, não há como as de Nisa e, por isso, mesmo em Viseu a minha família continua a fazer as filhós alentejanas.
Valorizo muito as pessoas da minha terra, em especial as mulheres, que considero terem “mãos de fada”, pois as rendas e bordados são de uma distinta beleza e perfeição. Fazer o trabalho bem feito é algo que eu procuro também fazer sempre.”
 A grande “pedalada” da Lídia
Lídia Pereira é uma atleta de grande “pedalada”. Começou na marcha atlética, onde foi internacional, ganhou títulos e bateu recordes. Passou à corrida e o seu percurso tem sido notável, seja nas provas de curta, longa ou muito longa, distâncias.
Do seu riquíssimo palmarés, deixamos o registo, apenas, das provas que nos parecem mais significativas.
1981 – 1989 Casa do Povo de Mangualde – Treinadores: António Leal e Carlos Amaro
- Campeã distrital de Viseu em vários escalões, em estrada e corta-mato, a nível federado e escolar; Participação nos campeonatos nacionais todos os anos.
 MARCHA ATLÉTICA
Boavista FC – Treinador: Mário Paiva (1989- 1995)
- 13 vezes campeã distrital e estabeleceu 15 vezes recordes regionais do Porto em Marcha Atlética, nos 3 Km, 5 km, 10 km, ½ Hora e 3 km Pista Coberta;
- 3º lugar no Nacional de Pista Coberta em 1990;
- 3º lugar no RanKing Anual, nos 10 Km Marcha, em 1990;
- Em Campeonatos Nacionais de Marcha em estrada obteve: um 4o lugar, 6 terceiros e um 2º lugar;
- 1ª Internacionalização – Portugal/Espanha em Marcha (6º lugar - 2ª portuguesa), em 1990;
- 2ª Internacionalização - Taça do Mundo de Marcha no México, em 1993 (68º lugar- 3ª portuguesa);
  - Campeonato Nacional de Clubes da 1ª Divisão em Atletismo (1º e 2º lugar individualmente); Campeã Nacional da II Divisão por equipas;
- Participou em Estágios da Selecção Nacional de Marcha Atlética por nove vezes
Sport Viseu e Benfica (2004-2005) – Treinador: Mário Paiva
- 3ª Internacionalização - Vice-Campeã da Europa em Veteranos, nos 20 km Marcha – Monte Gordo (2º lugar);
- 4ª Internacionalização - Campeonato do Mundo de Veteranos – San Sebastian (5º lugar);
- Recordista de Viseu na Marcha – 3km pista coberta, 5km, 10 km, 15 km e 20 km
GD “Os Ribeirinhos”- Viseu (2005 – 2009) – Treinador: Mário Paiva
- Recordista de Viseu de marcha, melhorando as marcas que tinha feito no clube anterior;
- Recordista nacional de 20 km Marcha, em veteranas, dos 40 aos 44 anos;
CORRIDA
- 1ª Maratona – Maratona “Carlos Lopes”, Lisboa - Estabeleceu o recorde de 
Viseu da Maratona no sexo feminino em 2008 e foi Vice-Campeã Nacional (2º lugar, 2ª portuguesa), tendo sido melhorado na Maratona do Porto desse ano;

- Maratona Carlos Lopes (2009) – 5º geral, 3ª portuguesa.
Casa do Povo de Mangualde – Desde 2009 – Treinador: João Amaral
- Maratona do Porto (2009) – 5º lugar, 3ª portuguesa;
- Maratona do Porto (2010) – 3º lugar e melhor portuguesa – recorde de Viseu;
-1º lugar na Meia Maratona de Cáceres (2011)
- Campeã Distrital de corta-mato em 2010, - 2011 e vice-campeã em 2012;
- 1º lugar na Meia-Maratona “La Reserva de 4 Calzadas” – Salamanca (2011);
- 3º lugar na Maratona de Bilbao (2011);
- Vice-Campeã Nacional de Maratona – na Maratona de Lisboa (2011 - 3º lugar e 2ª portuguesa);
- 3º lugar na Ultra-Maratona Melides-Tróia (2011 e 2012);
- 2º lugar na Meia Maratona Ciudad Rodrigo, em 2011 e 2012;
- 3º lugar no Campeonato Nacional de Veteranos em Corta-Mato (2012);
- Campeã Nacional de Corta-Mato por equipas (2012);
- 1º lugar na Maratona de Badajoz em 2012 – recorde de Viseu;
- Campeã Nacional por equipas em Montanha em 2011 e Vice-Campeã em 2012;
- 3º lugar individual no Campeonato Nacional de Montanha em Veteranos (2012);
- 6º lugar na Maratona do Porto, melhor portuguesa (2012).
 Mário Mendes in "Alto Alentejo" - 5/12/2012