25.2.19

OPINIÃO: Mais recetores do que dadores

Em contraponto com o sangue derramado em guerras estúpidas, movidas por interesses económicos, os Dadores Benévolos de Sangue combatem numa outra frente sem tréguas e sem trincheiras para salvar vidas.
Com exércitos de voluntários, anónimos por esse mundo fora, o sofrimento e o risco de vida são atenuados, porque uma minoria de gente generosa, dá um pouco de si para que outros possam viver, ou ter melhor qualidade de vida. É uma questão de consciência cívica, que infelizmente rareia e contrasta com muito egoísmo e futilidade.
Ainda me recordo do tempo em que pela falta de sangue se morria, existindo a necessidade de procurar um familiar, um amigo, ou alguém, que a troco de uma gratificação desse sangue. Hoje, felizmente e graças ao trabalho voluntário e à solidariedade dos Dadores, ainda vão existindo reservas para garantir que o sangue não falte. Mas da parte dos governantes subsiste pouco interesse, para promover a Dádiva e os constrangimentos são cada vez maiores.
Graças ao avanço da ciência, o sangue tem outra dimensão e no seu fracionamento é possível um aproveitamento integral, sendo que, pela primeira vez, este ano, já estão disponíveis medicamentos plasmáticos, com plasma oriundo das colheitas em Portugal. Infelizmente, somos o único país europeu dos ditos desenvolvidos, que não aproveita na totalidade o plasma recolhido.
Com apenas de 30 mil litros de plasma aproveitado em 2018, o Estado português poupou quatro milhões de euros e podia ser muito mais, pois tanta falta faz ao nosso Sistema Nacional de Saúde, que depois de depenado pelos privados, já está preso por arames e até nisso coloca em causa a dádiva de sangue.
O número de Dadores está a diminuir, alguns dirigentes estão a braços com a renovação e enquanto isso, a política europeia, está mais preocupada em salvar Bancos e banqueiros, do que em salvar vidas. No geral, o movimento associativo e o voluntariado depara-se com várias dificuldades e a título de exemplo, temos a complicada ou falta de disponibilidade das pessoas.
É um facto de que as pessoas dispõem de menos tempo livre, não são donos desse tempo e são vítimas de um ritmo laboral, que as deixam cada vez mais exaustas e vítimas de stress. Tudo isto, porque os ritmos de trabalho, a flexibilidade, a precariedade e leis exploradoras, deixam as pessoas sem margem para o associativismo, para o voluntariado e até para a dádiva. Esta situação obriga os poucos que conseguem alguma disponibilidade, a um esforço maior e os riscos de garantir este trabalho voluntário, agravam-se com o tempo.
Resolver esta situação, não é nenhum quebra-cabeças, é uma questão de consciência cívica e vontade política. É preciso apoiar o associativismo e o voluntariado, sem jogos de interesses e a vergonhosa interferência política. A mudança de leis laborais e o combate à precariedade, também, seriam um sinal de progresso e de interesse pelas causas sociais.
A diretiva europeia do sangue em desenvolvimento devia regulamentar melhor, o apoio financeiro necessário e as regras de funcionamento às organizações ligadas à dádiva de sangue. Também, à Organização Mundial de Saúde (OMS), não basta ter o desiderato de querer até 2020, a dádiva benévola e altruística em todo o mundo; tem de trabalhar para isso e aplicar a sua influência, porque os riscos de termos o contrário, estão bem presentes.
O sangue não se fabrica, é universal e em Portugal são necessárias entre 900 a 1000 dádivas por dia. Só os doentes oncológicos precisam de cerca de metade dessas colheitas, em função dos seus derivados. Todos os anos, só com crianças, registam-se cerca de 400 novos casos de cancro pediátrico.
Se alguém pensa que tudo o que estive a descrever é um problema secundário, a sua opinião vai mudar um dia que precisar, ou conhecer alguém necessitado de um voluntário ou de uma dádiva. Por várias razões, existem casos em que as pessoas não podem, não querem ou não conseguem participar no voluntariado, ou na dádiva, mas sempre podem apoiar, nem que seja a passarem a mensagem.Com uma esperança média de vida de 80 anos, existem 75% de possibilidades de todos virmos a necessitar de sangue, ou dos derivados; por isso, somos todos responsáveis por essa resposta. Os problemas com a saúde agravam-se e a nossa “guerra” é desigual, porque temos mais recetores do que dadores.
Paulo Cardoso - Crónica /22-02-2019 - Programa "Desabafos" / Rádio Portalegre

SAÚDE: Médicos de Portalegre estão "desesperados"

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, afirmou-se hoje preocupado com a carência de profissionais na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), alertando que os médicos existentes estão "desesperados".
"Desesperados porque estão há anos a lutar para ter melhores condições, estão há anos a vestir a camisola e a ajudar esta população, têm promessas continuadas que as coisas vão melhorar, que as coisas vão mudar, que para o ano vai haver mais médicos nesta ou naquela especialidade e não veem nada concretizar-se", afirmou o bastonário da OM.
O responsável, que falava à agência Lusa à margem de uma visita ao hospital de Portalegre, inserido na ULSNA, onde reuniu com médicos e com a administração, considerou que, "com o tempo a passar", os profissionais de saúde começam a "não acreditar no sistema, na estrutura e no Governo".
"Neste momento, não estamos a ter equidade no acesso aos cuidados de saúde em Portugal. As pessoas têm melhor ou pior acesso consoante o seu código postal, isto é, consoante a região do país onde vivem. Nós temos que mudar este paradigma", disse.
Na reunião com os clínicos da ULSNA, segundo Miguel Guimarães, foi revelado que existem médicos que "atingiram a linha vermelha" no que diz respeito à segurança clínica, estando em "sofrimento ético" por terem de trabalhar em condições que não são as adequadas, principalmente na área da medicina interna.
"Isto causa uma perturbação imensa, causa uma depressão enorme nas pessoas, causa problemas graves, causa, de facto, uma desmotivação muito grande", sublinhou.
Considerando que o Governo tem de "fazer alguma coisa diferente", o bastonário da OM referiu que o Executivo não pode "continuar a desprezar" as regiões mais periféricas e carenciadas.
"O Governo tem de valorizar mais as pessoas que cá trabalham. Todas as pessoas que trabalham neste hospital merecem ser valorizadas e respeitadas naquilo que é a sua função", defendeu.
Miguel Guimarães exigiu ao Governo que mude a "gestão da política" no país, nomeadamente dando "mais flexibilidade e autonomia" às unidades de saúde para "poderem contratar" especialistas.
"Tem que dar mais capacidade para que os próprios serviços tenham uma gestão melhorada daquilo que são os seus próprios recursos e tem que permitir que as pessoas que acabam cá a especialidade fiquem cá a trabalhar se assim o desejarem", acrescentou.
No final da visita, o presidente do Conselho Regional do Sul da OM, Alexandre Lourenço, disse à Lusa que a ULSNA "precisa desesperadamente" dos poucos médicos que querem fixar-se no interior e que "não é facilitada" a sua colocação.
"A pediatria tem quatro médicos no quadro, todos eles com idade de não fazer urgência, todos fazem. A ginecologia/obstetrícia tem dois médicos em idade de reforma, prolongam os contratos para continuarem a trabalhar", denunciou.
O presidente do Conselho Regional do Sul lamentou também que o hospital de Portalegre não possua "autonomia" para poder gerir as suas necessidades.
"Este é um dos hospitais que mais contrata serviços médicos avulso, que são médicos que veem de outras regiões, estão aqui um dia e vão embora, não estabelecem laços nem continuidade de serviços", lamentou.
A ULSNA gere os hospitais de Portalegre e Elvas e os 16 centros de saúde existentes nos 15 concelhos do distrito de Portalegre.
 www. noticiasaominuto.com

24.2.19

NISA: Enquanto o Carnaval dura, haja animação com fartura!












Fotos: Mário Mendes - Dia de Comadres 2013 

ALPALHÃO: Feira dos Enchidos volta a animar a vila nos dias 6 e 7 Abril

22 anos a cumprir a tradição, os enchidos voltam a ser os reis da festa nos dias 6 e 7 de abril. O tradicional Arroz de Cachola e bela da Feijoada Alentejana também não vão faltar. A Freguesia de Alpalhão está a preparar muitas novidades... Nos dias 6 e 7 de abril visite Alpalhão. Programa brevemente disponível.

OPINIÃO: Como seria o país sem SNS?

Os ataques que vêm sendo feitos por forças de Direita e por grandes interesses privados ao Projeto de Lei de Bases da Saúde em discussão na Assembleia da República, o cerco montado à ADSE pelo cartel da indústria da saúde, as propostas de Santana Lopes para que se crie um seguro para todos, a que se soma uma hipotética iniciativa legislativa do PSD autorizando a transferência de dados pessoais para as seguradoras, permitem-nos construir uma imagem do que seria a saúde dos portugueses sem SNS e o que isso significaria de retrocesso do país.
Alguns dos inimigos do SNS solidário e digno para todos dizem que as forças de esquerda pretendem instalar o monopólio do Estado na saúde. Isso é falso. Primeiro, a Constituição da República consagra a sua existência, bem como a do setor social. Segundo, como muito bem sabem os grandes investidores nos grupos da saúde, o aumento da longevidade das nossas vidas e a possibilidade de vida mais saudável, alimentarão muito negócio no setor. Não faltará espaço ao setor privado - no seu papel de sistema complementar - para obter lucro.
O risco iminente não é, pois, o de poder haver monopólio do Estado, mas sim o de se estar a instalar o monopólio dos grandes grupos privados, que tem sempre uma particularidade: assenta na privatização dos resultados e no compromisso de o Estado socializar os custos.
Quando foi criada, a ADSE convencionava serviços (ou cobria custos pessoais com saúde) com uma rede de médicos de família profissionais liberais, que operavam cada um por si, numa miríade de consultórios dispersos pelo país. Essa medicina de Joões Semana praticamente já não existe. Hoje, no seu lugar existe um cartel de grupos da indústria de saúde com profissionais assalariados que, contrariamente aos profissionais liberais do passado, tem um enorme poder negocial. São os seus músculos negociais que esse cartel decidiu agora exibir. O objetivo é intimidar o Estado e os beneficiários da ADSE e assim obter condições contratuais leoninas. Neste quadro, é lamentável ouvir-se pessoas da área do PS, nomeadamente o presidente do Conselho de Supervisão da ADSE, criticarem de forma desfocada o processo em curso e reclamarem que o Governo "chegue a acordo custe o que custar". Sugerem assim, sibilinamente, que o Estado e por consequência a ADSE sucumbam às pressões do cartel privado.
O espetáculo dos últimos dias ajuda-nos a ver de que forma um sistema de saúde alternativo ao SNS baseado em seguros, sejam eles públicos ou privados, pode ficar refém de um cartel da indústria da saúde. Quem pudesse pagar teria acesso (inclusive a luxos) e quem não pudesse e fosse subsidiado pelo Estado, definitivamente passaria a ter acesso apenas a mínimos sem qualidade e sem dignidade.
O PSD ("Público" de 13/2) parece pretender propor, também, que as seguradoras tenham acesso a informação pessoal de saúde que hoje lhes está vedada. Isto permitiria às seguradoras instrumentos para maximizar os lucros, discriminando o preço, fazendo as pessoas saudáveis pagar pouco e as doentes pagar muito. E, à boleia, apoderarem-se de outros dados respeitantes a modos de vida e de consumo pessoais que lhes permitissem atribuir a cada pessoa uma classificação ("rating") pessoal discriminatório nos preços.
Precisamos de um SNS que mutualize os riscos de doença e distribua os custos de acesso por todos, sem discriminar. A doença mais tarde ou mais cedo toca a todos e a solidariedade é um valor que coletivamente deve ser assumido e, se necessário, imposto. É preciso um SNS dotado de meios que lhe permitam assegurar, ele próprio, parte do que atualmente é comprado à indústria da doença. A nova Lei de Bases da Saúde, bem como os novos contratos com os privados no que diz respeito à ADSE, tem de trazer capacidades novas para se acabar progressivamente com a pilhagem e o atrofiamento a que o SNS foi sendo sujeito.
Os cidadãos, para usufruírem do direito a acesso à saúde, jamais podem ser considerados consumidores. O SNS tem de ser cada vez mais um serviço com forte componente preventiva, até porque é aí que todos e o Estado podem ganhar muito. E nessa os grupos privados estão muito pouco interessados.
Carvalho da Silva- Jornal de Notícia - 17/2/2019

21.2.19

O PEV questiona venda do Teatro Portalegrense no OLX

O Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo, através do Ministério da Cultura, sobre a publicitação de venda, no OLX, do Teatro Portalegrense que se encontra num  estado de  degradação por se encontrar  ao abandono  e pela ausência de um estatuto de proteção que o resguarde de utilizações e de intervenções que poderão levar  a profundas alterações arquitetónicas e à adulteração das suas características.
Pergunta:
Foi com estupefação e tristeza que o Partido Ecologista Os Verdes tomou conhecimento que o teatro Portalegrense está à venda no OLX e poderá vir a ser transformado em Hotel!
Esta informação é tanto mais triste quanto este teatro, um dos mais antigos do país,  tem indiscutivelmente um interesse patrimonial, não só pelo lugar que ocupou na história do Teatro português e da vida cultural local, nomeadamente pela sua ligação à obra de José Régio, com o que ocupa ainda hoje na memória dos portalegrenses,  mas também pelo testemunho arquitetónico que representa. O projeto  da autoria do arquiteto José de Sousa Larcher inspirou-se no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.
Esta notícia, que surge no ano em que se comemoram os 50 anos da morte de José Régio, é mais um exemplo da degradação e incúria em que o património edificado, seja ele público ou privado, da cidade de Portalegre se encontra e cujo exemplo mais demonstrativo é o da Fábrica Robinson.
Este teatro, propriedade de um privado, não tem nenhuma retaguarda de proteção patrimonial !  Em 2009, a proprietária do teatro solicitou ao IGESPAR  a sua classificação de Imóvel de Interesse Nacional, tendo o parecer emitido por este organismo considerado que o mesmo não reunia os requisitos necessários para tal classificação, o processo foi encerrado, ressalvando e aconselhando que a autarquia acionasse a classificação de âmbito municipal. O que não veio a acontecer.
Hoje, o teatro Portalegrense está duplamente ameaçado,  pelo estado de   degradação a que o abandono o votou e pela ausência de um estatuto de proteção que o possa resguardar de utilizações e de intervenções que levarão a profundas alterações arquitetónicas e à adulteração das suas características e como consequência  ao apagamento total do papel deste edifício na vida pública e cultural da cidade de Portalegre.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Ex.ª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte pergunta, para que o Ministério da Cultura possa prestar os seguintes esclarecimentos:
1 Quais as justificações apresentadas para que o Teatro de Portalegre não fosse considerado de Interesse Nacional?
2. Qual o parecer da Autarquia, sobre essa pretensão?
3. Que medidas pretende esse Ministério tomar para que este património tão valioso para a Cidade de Portalegre não se venha a perder e possa manter as características de uso e usufruição pública cultural?
O Grupo Parlamentar Os Verdes
19 de fevereiro de 2019

Nisa: Menir do Patalou em vias de classificação

A Direção-Geral do Património Cultural abriu recentemente o procedimento de classificação do Menir do Patalou, na Tapada da Bajanca, União das Freguesias de Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e São Simão, concelho de Nisa, distrito de Portalegre.
Assim, o Menir do Patalou está em vias de classificação como monumento nacional.
O Menir do Patalou possui um comprimento de 4 metros e um diâmetro máximo de 0,90 metros, pesando cerca de 7000 kgs.
Pela forma em que encontrava tombado, em que a base se afundava no solo mais do que a extremidade superior e pela sua posição relativa ao espaço envolvente, numa muito suave encosta virada nascente, tudo indicava que a base pouco se deveria ter deslocado do local de implantação original.
O menir estava tombado a 110º em relação ao Norte magnético, mantendo a base, tal como se veio posteriormente a verificar, sobre o alvéolo original. Numa paisagem em suave anfiteatro aberto a nascente, depurado de afloramentos rochosos espreitando ao longe as cristas quartzíticas onde hoje se erguem Marvão e Castelo de Vide a implantação original do monumento parece obedecer às regulares normas da época.
www.Odigital.pt21/2/2019

ALPALHÃO: O Carnaval, as Tradições e a Poesia Popular










Força, povo de Alpalhão!
Eu vos venho saudar
Do fundo do meu coração
Venho dar os parabéns
Ao povo de Alpalhão

Força, povo de Alpalhão
Não deixem morrer a esperança
Têm tudo cá em casa
Sem pedir à vizinhança.

São crianças, bébézinhos
Moças já adolescentes
São mulheres de meia idade
E as mais velhas, sorridentes.

É bonito de se ver
Parece um jardim em flor
Uma mais bela que a outra
Tudo feito com Amor.

Lá vão os Bombos de Nisa
À noite, já era serão
Capotes, tochas acesas
As Janeiras em Alpalhão

Foi o princípio do ano
Alpalhão serviu delícia
Mostrou ao mundo inteiro
Pela TVI a sua missa.

Já lá vem o Carnaval
Tudo bule minha gente
Querendo mostrar ao mundo
O que têm de diferente.

Vem a Feira dos Enchidos
Lá vai a marcha prá rua
Saias de múltiplas cores
A minha mais linda que a tua

Este padre sorridente
Esta professora audaz
Não façam o que Nisa fez
Tudo ficou para trás.

Hoje sinto muita mágoa
E chora meu coração
Afinal, nós os que somos?
Nada. Como os de Alpalhão…

A crítica é o caminho
Para um artista ser perfeito
Para saber aperfeiçoar
E ver onde está o defeito.

Não se deixem intimidar
Só critica quem não faz
Mas outros que tanto apontam
Façam lá se são capaz.

Não sei se é por vergonha
Ou se é por tradição
Vamos embora prá marcha
Esses homens de Alpalhão.

Alpalhoeiras de um raio
Desculpem esta versão
Tenho pena de não ser
Uma moça de Alpalhão.

Maria Dinis Pereira (Galucho)

19.2.19

PORTALEGRE: Apresentação de livro de António Jacinto Pascoal


MONTALVÃO: Sessão pública sobre a "Construção da ponte sobre o Sever"


Teatro em Portalegre do século XIX está à venda no OLX por 350 mil euros

Trata-se de um edifício oitocentista e do sexto teatro mais antigo de Portugal. “Quem hoje lá passa não sabe ou nem se lembra da beleza deste espaço único e marcante desta cidade. Uma coisa é certa: vale a pena ver e estudar hipóteses para este imóvel único”, refere o dono.
No meio de lojas e escritórios para arrendar e vender no OLX está, curiosamente, o sexto teatro mais antigo de Portugal. O Teatro Portalegrense, um edifício oitocentista, inaugurado na segunda metade do século XIX, está à venda nesta plataforma de comércio online por 350.000 euros.
O anúncio, datado de 10 de fevereiro, foi publicado pelo atual proprietário do teatro, Filipe Nunes. Para tentar conquistar potenciais interessados, o vendedor usa o desconto anual de 30% no IMI (por se situar no centro histórico) e a isenção de certificado energético (por ser um edifício histórico). Além disso, enumera características como o interior em madeira, o palco e a plateia, os três balcões, as arrecadações, o bar as salas anexas.
“Quem hoje lá passa não sabe ou nem se lembra da beleza deste espaço único e marcante desta cidade. Uma coisa é certa: vale a pena ver e estudar hipóteses para este imóvel único. Os frescos do tecto, os camarotes, as escadas em granito, a sua área e localização”, refere o dono.
O Teatro Portalegrense tem 2.064 metros quadrados, pertence à freguesia de Sé e São Lourenço e está incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede, nesse distrito alentejano. Segundo a informação da Direção-Geral do Património Cultural, ao longo do século XX, este espaço cultural foi perdendo a sua função inicial e passou a ser usado pela associação Grupo Desportivo Portalegrense e pela Igreja Universal do Reino de Deus, até encerrar definitivamente.
A obra, cuja primeira pedra foi lançada a 14 de julho de 1854, teve como carpinteiro José Maria dos Santos, diretor de obra José de Sousa Larcher e pintor Álvaro Mateus Nunes Godinho (restauro do cenário, em 1886). “A sua inauguração deu-se no dia 20 de Julho de 1958 com a peça «O Alfageme de Santarém». Sessenta anos mais tarde, funcionou também como cinema”, lembra Filipe Nunes. Agora, o teatro portalegrense procura uma nova vida. Resta saber se a encontrará na internet.
Mariana Bandeira -19 Fevereiro 2019

NISA: Agora já pode curar a alma (e o corpo...)



Nova loja de Lúcia Maria e Fernanda Calisto, a inaugurar na próxima Quinta-Feira, dia 21 - Dia de Compadres.
Vá lá! Regenere a Alma e abra uma porta à Vida!

17.2.19

Coesão territorial não pesou na hora de manter as portagens nas ex-Scut

Alheio à coesão territorial e ao desenvolvimento do Interior, o Parlamento chumbou esta sexta-feira os projectos de resolução do PCP, BE e PEV que recomendavam a eliminação das portagens nas antigas Scut.
Os deputados votaram em simultâneo os três projectos de resolução pela abolição das portagens na Via do Infante (A22), do PCP, BE e PEV, tendo as propostas sido chumbadas com os votos contra do PS e do deputado independente Paulo Trigo Pereira, a abstenção do PSD e do CDS-PP e os votos favoráveis dos proponentes, do PAN e de nove deputados do PS, entre os quais a porta-voz do partido, Maria Antónia Almeida Santos.
Os também deputados do PS, Luís Graça, Jamila Madeira, Fernando Anastácio e Ana Passos, todos eleitos pelo Algarve, anunciaram uma declaração de voto sobre a matéria.
Em relação à eliminação de portagens na A23, os projectos foram igualmente votados em conjunto, tendo sido rejeitados, com votos contra do PS e do deputado independente Paulo Trigo Pereira, abstenção do PSD, CDS-PP e três deputados do PS, e a favor do BE, PEV, PCP e 14 deputados do PS.
As deputadas do PS, Edite Estrela e Margarida Marques, votaram a favor da eliminação das portagens na A23, auto-estrada da Beira Interior, uma das vias de acessibilidade estruturantes e estratégica para toda a mobilidade nos distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda.
Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e A25 rejeita discriminações
Também as propostas para abolição na A24 e na A25 foram rejeitadas, ao merecerem votos contra do PS e de Paulo Trigo Pereira, abstenção de PSD e CDS-PP e votos a favor de nove eleitos do PS e restantes partidos.
O projecto de resolução do PCP, que recomendava a eliminação das portagens na A28, A41/A42 e A29, foi chumbado com votos contra do PS e de Paulo Trigo Pereira, a abstenção do PSD e CDS-PP, e votos a favor do proponente e restantes partidos. As deputadas do PS Carla Sousa e Conceição Loureiro votaram a favor.
Durante a discussão no plenário, antes da votação, o deputado Jorge Machado, do PCP, lembrou que o partido queria travar «a injustiça de vários anos» a que se assiste de norte a sul do País, «de Viana ao Algarve», com as populações «a pagar para encher os bolsos das concessionárias» sem alternativas viáveis.
O deputado do BE João Vasconcelos lembrou que o primeiro-ministro prometeu acabar com as portagens no Algarve antes de ter sido eleito e que a alternativa à Via do Infante, a EN125, é considerada «a estrada da morte».  
Abril Abril com Lusa - 8/2/2019

16.2.19

A Orientação continua a desenvolver o turismo desportivo no Alto Alentejo.

A Seleção de Orientação da Dinamarca, vai estagiar nos campos de treino dos terrenos do Norte Alentejano O'Meeting de 10 a 17 de Fevereiro.
Mais uma vez a Federação Dinamarquesa  Dansk Orienterings-Forbund aposta em Portugal na preparação da sua época desportiva.
Uma delegação composta por 31 elementos irá passar pelos terrenos de Nisa, Castelo de Vide, Marvão, Crato, Portalegre e Alter do Chão.
A organização do Norte Alentejano O' Meeting, tem criado um património de cartografia de Orientação, que é aproveitado durante o inverno para treino pelos melhores especialistas mundiais.
A realização dos campos de treino de 2019 só foi possível, devido ás autorizações de alguns proprietários dos terrenos, dos seis Municípios envolvidos no Norte Alentejano O' Meeting.

15.2.19

GNR sem carros-patrulha em Nisa e Abrantes

Foto: Pedro Catarino
O CM questionou o comando geral da GNR mas não obteve resposta.
A GNR de Nisa têm só uma das quatro viaturas operacionais. Situação idêntica vive-se no posto de Abrantes, onde todos os carros estão avariados – o patrulhamento é feito com recurso a um veículo com mais de 600 mil km emprestado pelo posto do Sardoal.
E não há verba, ou pelo menos autorização superior, para arranjar as viaturas. "O ministro da Administração Interna diz que nunca houve tanto investimento nas forças de segurança, mas no terreno isso não se sente, pelo contrário", diz António Barreira, da APG/GNR. O CM questionou o comando geral da GNR mas não obteve resposta.
in www.cm.pt

14.2.19

SANTANA (Nisa): Almoço de Confraternização de naturais do Monte do Pardo


NISA: OS NOSSOS POETAS - João Marques Faustino

CARTA A UMA NAMORADA

Quando é que me vou deitar
Começo a pensar em ti
Falo contigo a sonhar
Pensando que estás aqui

Meu amor que está chorando
Por eu estar de ti ausente
A dor que o teu peito sente
Eu disso me estou lembrando
Estou dormindo e estou pensando
Que estamos a namorar
Momentinhos a acordar
Sonhando até de manhã(o)
Levo-te no meu coração
Quando é que me vou deitar.

O teu nome é Laurentina
Não podes dizer que não
Tenho na palma da mão
O teu nome e a tua sina
Com a minha vista fina
Não vejo o é e nem o i
Meu corpo até dá de si
És bonita, tens a fama
Apenas eu caí na cama
Começo a pensar em ti.

Se eu corresse como o vento
Eu ia te ver um dia
Pelas estradas partia
Com o meu conhecimento
Não me esqueces um momento
Ando em ti sempre a pensar
E sem te poder falar
É essa a minha vontade
Como é grande a saudade
Falo contigo a sonhar.

Eu penso noites inteiras
Na tua santa figura
Tua linda formosura
Nas tuas boas maneiras
Vivo em terras estrangeiras
Passo além e passo ali
Não sei quando irei aí
O tempo vai-se passando
Estou dormindo, estou sonhando
Pensando que estás aqui.
João Marques Faustino 

13.2.19

OPINIÃO: Queremos o que pagámos!

Quando percebi que ia ser lançado um livro sobre o assalto que foi feito à Caixa Geral de Depósitos, intitulado – “Quem Meteu a Mão na Caixa” perguntei: Será que é desta? O livro é da autoria da economista Helena Garrido e denuncia as más práticas de vários administradores que afundaram milhares de milhões de euros, com a cumplicidade de vários governos.
PSD/CDS e PS foram os responsáveis em sucessivos governos, pelas nomeações de administradores da CGD e fecharam os olhos, à distribuição de prémios elevados, por resultados que afinal foram inflacionados. Favoreceram ainda, a acumulação de riqueza de algumas personalidades como Joe Berardo, publicitado como um homem de sucesso, a juntar a outros condecorados a braços com a justiça.
Mas os principais favorecidos foram os grandes grupos económicos que, apoiados pela maioria dos políticos ligados aos governos associaram-se ao sistema financeiro, que funcionou como uma organização mafiosa. Os casos, como os do BPN, BPP, BES, BCP e BANIF são a prova dos crimes políticos, permitidos por sucessivos governos e do comportamento lamentável e condenável do Banco de Portugal.
Em 2010, por via dos contactos a que fui forçado a ter com a administração da catalã La Seda, percebi alguns pormenores que envolviam além da CGD, o BCP e o BES. Tentei alertar e denunciar. Nicolau Santos, jornalista especialista em assuntos económicos, escreveu um artigo no Expresso com o título "Portalegre à beira do colapso"; também chamou a atenção, mas parecia que ninguém queria saber.
Com todas as trapalhadas associadas, hoje estão na praça pública os nomes dos que meteram a mão na Caixa, sendo que, aparecem nomes relacionados com Portalegre como a Artlant que levou trabalhadores de Portalegre para Sines, da La Seda e da Júpiter, também de má memória para 50 pessoas em Portalegre, despedidas de forma selvagem. E, também, ninguém quis saber.
A Júpiter, SGPS, SA do Grupo IMATOSGIL com sede em Portalegre, na hora do “aperto”, de forma habilidosa, passou a administração para um testa-de-ferro (José Carlos Cameselle Rivas). No entanto, continuou a dominar por intermédio das várias empresas fictícias, todas na mesma fábrica, antiga Finicisa, depois denominada “Parque Industrial de S. Vicente”. E a farsa foi, é permitida e nunca se conseguiu saber do paradeiro do tal testa-de-ferro. E ninguém quis saber dos lesados…
O BCE acusou recentemente os governos portugueses de terem prometido aos bancos que se existissem problemas com o crédito, o Estado resgataria as perdas. E foi neste contexto que os portugueses já pagaram à banca privada, entre 2010 a 2017, 17,5 mil milhões de euros. Mais uma hipocrisia, já que a UE, também fomentou esta prática e até criou um Tratado de Lisboa para assegurar tudo isto.
As políticas de direita optaram por privatizar os ativos valiosos e nacionalizar os ativos tóxicos que ainda continuamos a pagar. O caso mais chocante ocorreu depois de termos pago 5 mil milhões de euros pelo BPN, para depois ser vendido por 40 milhões de euros ao BIC que agora tenta penhorar casas e salários a ex-trabalhadores do grupo Alicoop/N&F, de Silves. Também o Banif depois de injetados 2250 milhões de euros foi vendido ao Santander por 150 milhões de euros.
É preciso apurar os responsáveis políticos, mas também, já é altura de condenar quem de direito pelas práticas criminosas; os partidos responsáveis terão de ser condenados nas urnas. Não podemos ter o país a pagar milhares de milhões de euros e a vender por tuta e meia; não podemos ficar com a Saúde e a Educação asfixiadas e os donos disto tudo a rirem-se de nós.
PSD e CDS estão indignados e em bicos dos pés, quando num passado recente, deixaram o processo da CGD a “marinar”, pois o objetivo era a privatização do único Banco português, depois de espoliarem a Caixa com a privatização da Seguradora Fidelidade. E não explicam como socorrer os lesados disto tudo.
Tirem a mão da Caixa e do que é público! Mas para isso, temos de acabar com a velhinha técnica salazarista de ter o Estado a suportar o privado; também é necessário defender o Estado dos mercados financeiros com políticas europeias honestas; melhorar a justiça e as leis para que não prescrevam os crimes. É preciso condenar os responsáveis! Queremos o que pagámos!
Paulo Cardoso in "Rádio Portalegre" -08-02-2019 - Programa "Desabafos"

12.2.19

Elite internacional de Orientação em Portugal para eventos do 'ranking' mundial

A organização de quatro eventos do 'ranking' mundial de orientação fazem com que Portugal seja a capital internacional da modalidade neste inverno.
A época internacional começou em janeiro em Aguiar da Beira com o ABOM, que contou com a participação do líder do 'ranking' mundial, o norueguês Olav Lundanes, bem como dezenas de clubes do norte da Europa em estágio prolongado no campo de treino desta vila do distrito da Guarda.
No próximo fim de semana, vai realizar-se o Mora O' Meeting e, de 01 a 05 de março, a Figueira da Foz recebe a 24.ª edição do Meeting de Portugal, com mais de 1.750 estrangeiros a competir nas dunas das matas de Quiaios.
Em 09 e 10 de março, Crato, Portalegre e Castelo de Vide albergam o 13.º Norte Alentejano O' Meeting, que contará com algumas das melhores seleções mundiais, também em estágio no Alto Alentejo.

NISA: 22º Rally Paper no dia 2 de Março

Gostas de aventura? Queres divertir-te? Queres ficar a conhecer melhor o nosso concelho? Este é o evento certo para ti!!
É já dia 2 de março o famoso Rally Paper- Nisa!! 
Anda celebrar o Carnaval, a nossa história e cultura. Estamos à tua espera!!
Inscreve-te já no sítio do costume: OC’OPUS BAR NISA ou através da nossa Página 
Rally Paper- Nisa: 22 anos a rolar!
Para mais informações não hesites em contactar-nos!!

10.2.19

NISA: A festa do Mártir Santo na poesia popular de Maria Pinto


 SÃO SEBASTIÃO (MÁRTIR SANTO)
Mártir Santo guerreiro!
É dia da tua festa.
Cá na vila de Nisa,
Não há outra como esta.

Foste guerreiro de fama,
Por Portugal bem lutaste,
Amarrado a uma árvore,
A nossa Pátria honraste.

É a vinte de Janeiro
Que tudo lembra o teu dia.
A nossa Pátria honraste
Com amor e galhardia.

Começa o Carnaval.
Mas hoje já não é nada.
A mocidade de agora
Para isso não dá nada.

 Mártir, tens a tua ermida
Já reconstruída de novo.
Até parece o céu aberto
Com a ajuda do nosso povo.

Com silêncio e oração,
E por todos adorado,
Ó Mártir Sebastião,
De todos tendes cuidado.

Vais correr as nossas ruas
Com tantos acompanhantes.
Mas hoje tudo mudou,
Nada é como dantes.

Vais à Igreja Matriz
Tua missa celebrar.
Jesus a todos domina,
Lá em cima no altar.

Regressas à tua ermida,
Por nossa rua passando.
Todo o povo com amor
O seu terço vai rezando.

A música te acompanha,
Para mais animação.
Tudo que pode acompanha
Orando com devoção.

Chegas à tua ermida.
A receber-te toda a gente.
És de todos ofertado
Com dinheiro e bons presentes.

Oferecem-te muitos ramos
Para quem queira arrematar.
Grande lume no teu largo,
E fogo preso a estoirar.

Os velhinhos, junto ao lume,
Lembrando tempos de outrora.
Belos tempos que já lá vão
Estão a ser lembrados agora.

Faziam-se grandes bailaricos,
Todos batiam o pé.
As velhas todas vaidosas,
Com as saias de "catimbé".

Havia um homem antigo,
Que era muito ideal.
Corria as ruas de Nisa,
Montado no seu cavalo.

No dia do Mártir Santo
Era a primeira ruada.
Cantando o Carnaval
Vestia saia encarnada.

Era muito engraçado.
Ao colo um menino
Iam todos atrás dele
Cantando ao bonequinho.

Rua abaixo, rua acima,
Tudo atrás dele corria.
Todos achavam graça
A tudo o que ele dizia.

Cantava "a barra da minha saia
Foi você que m´a queimou,
Com o morrão do seu cigarro
Quando comigo dançou".

Corria a rapaziada
Até de anjo se vestia
Esses tempos já lá vão,
E já não voltam esses dias.

Agora o Carnaval
Já se vê todos os dias
Usam fatos ao desdém
São outras as melodias.
Maria Pinto 



Festas do Mártir Santo 2008 - Fotos: Mário Mendes