30.1.19

NISA: Calendário de Caminhadas 2019


Exposição de Rosário Bello "Com Alma e Coração" na Sala da Nora em Castelo Branco


Sala da Nora - Cine Teatro Avenida - Castelo Branco
de 3ª fª a domingo, das 14h às 19h.
ENTRADA GRATUITA
Inauguração no dia 2 de Fevereiro, às 17h.
Rosário Bello apresenta, na Sala da Nora, "Com Alma e Coração", exposição que visita os seus últimos trabalhos. Na mostra estarão patentes 2 trabalhos de Maria Pia Mucci, uma artista plástica de Trieste, Itália.
Rosário Bello é natural de Nisa, a artista plástica, uma autodidacta, já realizou  115 exposições individuais de pintura a nível Nacional e em Espanha. Está representada em diversas colecções particulares e institucionais. Para além da pintura, a artista também escreve poesia.
A mesma estará patente ao público até dia 24 Fevereiro. 

29.1.19

OPINIÃO: O Holocausto existiu

 "Aqueles que não recordam o passado estão condenados a repeti-lo". A frase do filósofo espanhol George Santayana acolhe os visitantes à entrada de um dos pavilhões do antigo Campo de Concentração de Auschwitz, na Polónia. Auschwitz tem o mérito de preservar a História, cumpre a função primordial de nos obrigar a assumir o compromisso de não esquecer a brutal ignomínia de que o homem foi capaz. Não esqueçamos, pois só assim impediremos novas derivas hediondas.
Não há desculpa para se ignorar o genocídio de milhares de homens, mulheres e crianças. Judeus, sim, a maioria. Mas também ciganos, homossexuais, comunistas e outros presos políticos. "Destruir o homem é difícil, quase tanto quanto criá-lo; não foi fácil, não foi rápido, mas os alemães conseguiram-no. Desfilamos dóceis, debaixo dos seus olhares: da nossa parte nada mais a recear: nem actos de revolta, nem palavras de desafio, nem sequer um olhar de condenação", lembra o amargurado Primo Levi, um dos sobreviventes, no livro "Se isto é um homem".
Hoje como ontem o ódio foca-se no "outro", no diferente de nós. E o ódio prospera de novo no velho continente. Como Angela Merkel assinalou, dirige-se ainda aos judeus, mas fixou um novo alvo: os migrantes muçulmanos, a nova "ameaça". A repetição do horror nazi seria inimaginável. Mas já o era quando os jugoslavos se viraram uns contra os outros e o Mundo perguntou: como é possível? Como perguntamos como é possível a tragédia Síria. E tornaremos a perguntar.
Jamais esqueceremos. Todavia, há quem ignore. Uma sondagem da Holocausto Memorial Day Trust, publicada domingo, no dia em que se assinalaram os 75 anos da libertação do"lager" de Auschwitz pelo Exército Soviético, revela o seguinte: 40% dos jovens alemães admitem nada saber sobre o Holocausto, e para 20% dos inquiridos no Reino Unido o extermínio executado pelos nazis nunca existiu. Dos que acreditam, oito por cento acham os relatos exagerados. O inquérito foi feito em sete países europeus. Em média, cinco por cento dos inquiridos disseram nunca ter ouvido falar do Holocausto.
Paula Ferreira in “Jornal de Notícias” – 29/1/2019

28.1.19

Inauguração de murais de Rosário Bello na aldeia de Vale da Torre



Na aldeia de Vale da Torre, teve lugar no passado sábado, dia 26, a inauguração de três murais da autoria de Rosário Bello - Soulcolours Byme, artista plástica natural de Nisa.
A iniciativa foi pretexto para uma festa que juntou na inauguração o grupo de dança Ritmos da Alma, sendo também inaugurada uma Mostra de Pintura " UM OUTRO OLHAR" da artista nisense.
O evento teve o patrocínio da Associação Social, Recreativa e Cultural de Vale da Torre, a que se juntaram a Associação do Cansado e a empresa Polimagem, tendo as obras foram sido elaboradas com o apoio da Câmara de Castelo Branco e Junta de Freguesia da Lardosa.

26.1.19

POETAS DE NISA: Manuel Carita Pestana

MARCHA DAS CANTARINHAS 
O Rancho das Cantarinhas
É um rancho muito alegre;
Há nele rapariguinhas
Que são as mais bonitinhas
Das terras de Portalegre.

Sempre que saem á rua
Tudo fica encantado.
Com seus trajes multicolores
Algumas com seus amores
Deixam tudo enfeitiçado.

As bem formosas nisenses
Actuam pelo país.
Com as suas cantarinhas
Tudo se sente feliz.

E elas lá vão andando
Com o povo que as rodeia
Ouvindo de quando em quando
Oportuna explicação
Do bom Rodrigues Correia.

Todos são muito engraçados
Tudo já gosta de os ver
“As Cantarinhas de Nisa”
Com quem tudo simpatiza
Acreditem, podem crer.

O seu grande ensaiador
Que segue boa divisa
Se lhe entrega com amor
E bem merece o valor
Dos habitantes de Nisa.

Senhor Rodrigues Correia
Vai o Rancho acompanhar,
É o seu ensaiador
Ao Rancho tem muito amor
Nunca o pode abandonar.

O Rancho das Cantarinhas
Onde vai faz sensação
Cumpre bem o seu dever
E tudo gosta de o ver
Rancho do meu coração.
Manuel Carita Pestana – “Correio de Nisa” – 4/5/1966

23.1.19

OPINIÃO: Salvar os Correios dos seus donos

ANA Aeroportos e CTT, duas empresas públicas monopolistas, estratégicas e lucrativas, privatizadas pelo Governo de PSD e CDS. Ambos os processos foram apresentados ao país como um sucesso, mas o pouco tempo decorrido desde então revelou a podridão desta imensa farsa.
Em troca de mais uns milhões, que garantiram ao ex-secretário de estado Sérgio Monteiro galardões como privatizador, a Direita entregou à multinacional Vinci o controlo dos aeroportos nacionais, para além da construção do novo aeroporto de Lisboa; e deu aos compradores dos CTT uma rede única, acrescida de uma licença bancária e do exclusivo da comercialização de certificados do tesouro.
Tudo nas privatizações foi uma mentira, e ninguém assume a responsabilidade. A ANA aumentou as taxas aeroportuárias e agora vai decidir por nós a localização do novo aeroporto. Os CTT degradaram o serviço, mandaram gente embora e continuam a encerrar postos dos correios.
Só em cinco anos, a ANA lucrou €587M, 20% do valor pago pela Vinci. Nos CTT, a situação financeira assume contornos quase criminais.
Em dezembro de 2013, 68,5% do capital dos CTT foi disperso em Bolsa. Apesar de terem sido proprietários da empresa por 25 dias, os acionistas decidiram para si uma choruda distribuição dos lucros de 2013. Meses depois, os CTT valiam mais €240M. Um verdadeiro Euromilhões para os bancos e fundos estrangeiros que tinham comprado as ações na primeira fase de privatização. Em 2014, os restantes 31,5% foram vendidos por menos €343M que o valor bolsista do dia anterior.
Depois do entusiasmo inicial, os CTT começaram a cair na Bolsa. Para compensar os investidores, a empresa distribuiu ainda mais dividendos. Em cinco anos, os Correios tiveram lucros de €300M, mas entregaram aos acionistas €330M. Não é lapso, a administração dos CTT entregou aos acionistas todo o lucro e ainda uma parte das reservas. Descapitalizaram a empresa. Geriram-na de forma incompetente e, para compensar a quebra dos lucros, prometeram a eliminação de 800 postos de trabalho. O homem responsável por este assalto, Francisco Lacerda, era o 9.o gestor mais bem pago do país em 2017, com um salário anual de €900 mil.
Leviandade é pouco para caracterizar as decisões que, em poucos meses, deitaram a perder o futuro destas empresas e poder de decisão do país sobre elas. Responsabilidade é o que se exige ao Governo que tem nas mãos o poder de recuperar já os CTT para a esfera pública. Quantas mais Portugal Telecom teremos de ver definhar para que se tomem as decisões que protegem o interesse público?
Mariana Mortágua in “Jornal de Notícias” – 22/1/2019

22.1.19

SAÚDE: Médicos preocupados com o envelhecimento cardiovascular

3ª reunião do Núcleo de Estudos de Geriatria realiza-se em Tomar
O Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) da Sociedade Portuguesa da Medicina Interna (SPMI) vai realizar a sua 3ª reunião anual nos próximos dias 15 e 16 de março, no Hotel dos Templários, em Tomar. A edição deste ano terá como tema central o “Envelhecimento cardiovascular: as várias faces da doença CV no idoso”.
Para João Gorjão Clara, internista, cardiologista e coordenador do NEGERMI, “esta reunião é direcionada a médicos de Medicina Interna e especialistas de outras áreas da saúde que perspetivem obter e partilhar conhecimentos, experiências e visões no âmbito da Medicina Geriátrica, com especial foco no acompanhamento e tratamento do idoso com doença cardiovascular”.
Em dois de eventos, sublinha ainda o especialista, “os participantes vão estar em contacto com diversos temas pertinentes, que vão desde a relação das demências e da doença renal crónica com as complicações cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca ou o acidente vascular cerebral, até à gestão de fatores de risco na doença cardiovascular e à discussão da medicina Anti-Ageing”.
A 3ª reunião do Núcleo de Estudos de Geriatria contará também com um curso pré-reunião sobre “Geriatria no Lar”, que se realizará no dia 14 de março, no mesmo local. Este curso, o segundo com este objetivo, pretende otimizar a assistência aos doentes idosos internados em lares e outras instituições.
As inscrições para a reunião, assim como as submissões de resumos, aceites até dia 12 de fevereiro, devem ser efetuadas online: https://www.spmi.pt/evento/3a-reuniao-do-nucleo-de-estudos-de-geriatria

21.1.19

AMIEIRA DO TEJO: A poesia de Jorge Pires

O Barqueiro e o Tejo

Tantas vidas já ceifaste
Oh! Tejo da minha aldeia
Tantos sonhos já mataste
Em noites de lua cheia

- Ó Barqueiro!... Ó! Barqueiro!...
Aquela voz ecoava pelo vale
Do outro lado a luz era o sinal
Da candeia ou talvez dum candeeiro
De alguém que largava o travesseiro
- …Maldita luz que te apagaste
Já ontem a partida me pregaste!
Resmungava o velho barqueiro
Dizendo pró companheiro
-Tantas vidas já ceifaste!

E o peixe no rio Tejo
Já é menos do que outrora
Dantes não era como agora
E o que foi um lugarejo
Transformou-se num desejo
Já não há luz na candeia
E vai-se comer a ceia
A casa com a mulher
Mesmo assim ninguém te quer
Oh! Tejo da minha aldeia.

Nem a barca tu afagas
Como fazias antigamente
Hoje tudo está diferente
Já não te rogam tantas pragas
E é assim que tu nos pagas
Da juventude nunca gostaste
Sempre foste um grande traste
Por isso te digo agora
Que pela tua vida fora
Tantos sonhos já mataste!

…E o barqueiro vai e vem
Pensando no seu destino
Recorda o tempo de menino
Que a sua mente retém
E se não ganha algum vintém
Não vai a casa comer a ceia
E sem ter luz na candeia
Contempla as águas de prata
E se as suas saudades mata
Em noites de lua cheia!
Jorge Pires

18.1.19

Verdes denunciam crime contra a Robinson – Património Industrial Corticeiro de Portalegre



Hoje chegou ao PEV uma denúncia, documentada pelas fotos em anexo, de que o Conselho de Administração da Robinson estaria a demolir (confirmado pelas fotos) um edifício da antiga fábrica Robinson, Património Industrial Corticeiro de Portalegre, classificado de interesse público que foi motivo de uma grande luta nacional de Os Verdes, nomeadamente através de uma ação junto do Presidente da República, do Ministro da cultura e na própria Assembleia da República, assim como uma petição nacional que levou à aprovação por unanimidade de uma Resolução Parlamentar que afirmava a vontade e urgência de salvar aquele património.
Em vez disso, o atual Conselho de Administração  acabou de demolir um dos edifícios desse espaço, cuja parte do teto tinha sido afetada por uma derrocada, derrubando todo o edifício para cima das máquinas a vapor.
Os Verdes alertados para esta situação vão imediatamente tomar as medidas necessárias para junto do Ministério da Cultura e da DGPC (Direção Geral do Património e Cultura) e da própria polícia, onde pretendem entregar uma denúncia por Crime Contra o Património, previsto no Artigo 213º do Código Penal.
Mais ainda, desconhece-se a existência, no local, de qualquer edital de demolição, por isso o PEV vai exigir saber se a Câmara Municipal licenciou tal demolição.
18/1/2019 - O Partido Ecologista “Os Verdes”

“CRÓNICAS DE LISBOA: Os Equívocos do Futebol Português

O futebol no nosso país deveria ser uma atividade de entretenimento e de exercício e prática desportiva, para alem da “produção de espetáculos de lazer”, mas “evoluiu” para uma fonte de alienação e onde muita coisa é permitida, num “vale tudo para atingir fins”, mesmo que pouco lícitos. O futebol distrital (amador) é uma “escola” não de virtudes e de má educação e fomentador de rivalidades e bairrismos doentios e no qual as ofensas e agressões a árbitros (o elo mais fraco destes comportamentos que nos deveriam envergonhar e sobre os quais se descarregam a má educação e as frustrações) sucedem-se e, normalmente, os prevaricadores ficam impunes. Há dias, a imprensa deu relevo a um vídeo que mostrava uma “cena” de agressões entre adeptos (parece que essencialmente os familiares dos jovens) de duas equipas de jovens (Sub-14 anos). Enquanto estes disputavam o jogo, os seus “educadores” agrediam-se mutuamente na bancada, mas este episódio é mais frequente do que se julga. E curioso, neste tipo de “lutas” é que elas ocorrem em torno de jogos entre equipas de crianças, isto é, Sub-10 até Sub-17 anos, porque é nestes jogos onde vão mais familiares assistir aos jogos dos seus meninos. O alvo pode ser o árbitro, o jogador da equipa adversária ou até o treinador e jogadores da própria equipa. Que tristes exemplos dão aqueles “educadores” aos seus educandos e, no meio destas atitudes, a maioria dos dirigentes desses clubes “fecham os olhos”, porque também alguns não têm moral para agir, porque também muitos deles fazem o mesmo ou pior.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), organismo máximo no futebol português tem ganho muito dinheiro, através da performance desportiva e económica da seleção principal, leia-se, Ronaldo e companhia, porque tem sido, nestes últimos anos, uma “galinha de ovos de ouro” com a presença regular nas principais competições mundiais. Depois, pode distribuir esse dinheiro pelos clubes e associações distritais, permitindo assim que se organizem cerca de um milhar de jogos em cada fim de semana desportivo, nos vários escalões etários e vários níveis competitivos (divisões) e também suportar os custos inerentes com seleções nacionais de vários escalões etários, incluindo futebol feminino e futsal. Mas, infelizmente, o retorno desses encargos acaba por ser baixo, porque o clube, como célula básica do futebol, ainda é gerido por pessoas pouco habilitadas a esse importante papel formativo de cidadão e desportistas.
Se na política, temos receios do aparecimento dos populismos, então no futebol eles sempre existiram e, salvo honrosas exceções, ali quase que vale tudo para ganhar jogos e campeonatos, mesmo que seja o “campeonato do seu bairro” e a rivalidade que deveria assentar no “fair play” acaba por ser fomentadora de autênticas batalhas e guerrilhas, algumas de triste memória que me dispenso de citar. Para alguns dirigentes, pressionados por adeptos “irracionais”, porque infelizmente a paixão clubística é algo que é de difícil explicação pela Psicologia e Sociologia, não olha a meios para atingir os fins. E são muitos, desde “utilização” das claques, jogos de influência, acusações aos adversários, tentativas de corrupção, contratações de jogadores e treinadores pagos a “peso de ouro”, criação de SADs que depois perdem o controlo para “investidores”  terceiros  ou declaram falência, etc.
Apesar do muito dinheiro distribuído ao futebol, este é um autêntico “flop” em termos económicos e desportivos, porque a maioria dos jogos das competições profissionais têm “meia dúzia” de espectadores, salvo aqueles em que intervêm os três clubes grandes (FCP, SLB e SCP). O resto é paisagem, mas os dirigentes defendem a sua capelinha com olhos e dentes e não querem ver a realidade. Como é possível que um país como o nosso, tenha trinta e seis equipas nos campeonatos profissionais, estes organizados pela Liga Portuguesa do Futebol Profissional (LPFP), por delegação da FPF e nos quais a maioria dos jogos têm poucas centenas de espectadores e cujas receitas nem chegam para pagar à equipa de arbitragem, composta por mais de quatro elementos que se deslocam, por vezes de muito longe…. E o paradoxo ainda é maior porque nessas equipas profissionais a maioria dos planteies, em média de 28 jogadores, é composta por jogadores estrangeiros! No último jogo entre o Sporting e Porto, dos 28 jogadores que participaram nele apenas 5 eram portugueses (3 do SCP e 2 do FCP). E se olharmos para os planteis dos dois clubes, verificamos que os jogadores portugueses representam apenas 23%.  Triste realidade que deveria encher de vergonha os dirigentes desses clubes e de todos mais ligados ao futebol português. Porquê? E as respostas serão variadas, mas de acordo como cada um quer ver a sociologia do futebol português.  Os adeptos não olham à nacionalidade dum golo da sua equipa e tanto pode ser espanhol, francês, brasileiro, mexicano, holandês, uruguaio, argelino, maliano, sérvio, macedónio, etc, estas as nacionalidades dos 23 jogadores estrangeiros que atuaram no estádio Alvalade, num jogo de fraco nível competitivo e de pobre espetáculo. Mas também nas camadas jovens, dos Su-23 para baixo, já existem muitos jovens estrangeiros nos principais clubes e também em equipas das distritais, onde o SEF tem detetado muitos em situação ilegal de permanência no país e, muitas vezes a viverem em condições indignas. Pelos vistos com prenuncio de tráfico de pessoas, conforme relatórios das entidades fiscalizadoras.
Há falta de jovens portugueses com nível futebolístico? Então reduzam-se as equipas profissionais e ou invista-se mais na formação. Contudo, para os dirigentes e treinadores é mais fácil ir à loja do chinês…Aos nossos jovens, aqueles que ainda sonham ou se divertem com o genuíno prazer de jogar futebol, resta depender dos “favores” de toda uma camada de (ir)responsáveis que continuam a gerir a sua quintinha. Os políticos saberão aparecer nas festas, muitas vezes com convites “irrecusáveis” até porque lhes permitem aparecer nos holofotes das vitórias. Assim, o futebol português é mesmo um equívoco, nos seus diversos níveis de competição, mas permite a muita gente descarregar as suas frustrações e dar largas a uma agressividade contida noutro contexto. Mas acaba por ser uma péssima escola de educação.
Serafim Marques - Economista



CONCELHO DE NISA: Leituras e Memórias - Biblioteca ao encontro das IPSS


17.1.19

Quercus libertou dois grifos no Monumento das Portas de Ródão



Dois grifos foram libertados na tarde desta quarta-feira (16 de janeiro), no Monumento das Portas de Rodão, que abrange os concelhos de Nisa e Vila Velha de Ródão.
Os grifos recuperados no CERAS - Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens, foram libertados numa ação conjunta realizada pela Quercus e pela Transdev, junto ao Castelo do Rei Wamba, em Vila Velha do Rodão.
No Monumento Natural das Portas de Rodão existe uma colónia desta espécie (Gyps fulvus), tendo as aves libertadas sido marcadas com anilha metálica e marcas alares, que permitirão o seu seguimento.
O Grifo, uma ave de presa de grandes dimensões, é uma ave gregária. Apesar da importância ecológica desta espécie necrófaga, são várias as ameaças que enfrenta, como o envenenamento, a colisão e eletrocussão em linhas elétricas, a redução da disponibilidade alimentar, a alteração do habitat e a ingestão de carcaças com resíduos de medicamentos, entre outras.
De acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, o estatuto de conservação dos Grifos Portugal é de "quase ameaçado", dado existirem menos de 1000 exemplares no país, com uma população reprodutora de cerca de 400 casais, principalmente no Douro e Tejo Internacional.
A ação de libertação destes dois Grifos integra-se numa iniciativa de mecenato da Transdev, que desde 2017, após a tragédia dos incêndios que devastaram milhares de hectares e levaram a uma diminuição significativa das condições de sobrevivência de várias espécies animais em Portugal, decidiu estabelecer um protocolo de colaboração com a Quercus, subvencionando a reflorestação e outras ações de proteção à biodiversidade.

NISA: A festa do Mártir Santo em 2013 - Fotos (I)










Fotos: Mário Mendes

15.1.19

Ramal de Portalegre inscrito no PNI 2030, graças a Os Verdes

Graças à persistente luta travada e a uma firme negociação com o governo, o PEV conseguiu a inscrição do Ramal de Portalegre no PNI 2030 (Programa Nacional de Investimento).
Este investimento aparece inscrito no quadro do Programa de Eletrificação e Reforço da Rede Ferroviária Nacional com uma verba atribuída de 235 Milhões de Euros para a totalidade do Programa e permite atender não só ao Estudo de viabilidade do ramal, mas também ao Projeto.
A chegada do comboio a zona industrial, aproximando o comboio da cidade, deu mais um passo para se tornar realidade.
No entanto, o PEV não vai ficar de braços à espera que aconteça, mas vai continuar mobilizado e apelar a todos os Portalegrenses a continuarem ao nosso lado até à concretização desta obra.
O PEV está convicto que este Ramal é uma porta aberta para o desenvolvimento de Portalegre, tanto a nível de passageiros como de mercadorias, ligando a cidade ao Porto de Sines, Espanha e à Linha do Norte.

14.1.19

NISA: A história por fazer dos 90 anos da Praça de Touros (II)

 Nos 90 anos de existência da Praça de Touros de Nisa, cuja história está por fazer, há mil e um episódios e histórias, umas com sabor amargo e até dramático, outras cheias de humor e com aquele típico sotaque popular. A que aqui deixamos, combina, na perfeição, os dois "géneros" e como no final de um filme, o que mal começou, melhor terminou. Em bem e em festa...
Um safari nos campos de Amieira
Por volta de 1933, realizou-se na praça de touros de Nisa, uma corrida de touros à portuguesa. O espectáculo decorreu bastante bem até que, certa altura, o touro que estava a ser lidado, martirizado com as tropelias que lhe faziam, deu um grande salto da arena para a bancada, passando por cima da trincheira. Em seguida, ante o terror dos espectadores, subiu os degraus da bancada e, quando chegou ao cimo, deu um salto para o exterior da praça. Apesar de ter sido um salto de enorme altura, o animal não partiu nenhuma perna nem ficou grandemente combalido.
Quando se apanhou em liberdade, o touro desatou a correr pela estrada e depois pelos campos, precisamente para os lados de Amieira. Por sorte, nesta corrida o bicho não colheu ninguém. Como é natural, houve um alarme geral entre os amieirenses, que ficaram apavorados com a existência de uma fera nos arredores da sua terra. Para agravar a situação, ninguém sabia ao certo onde o touro se encontrava. Em consequência disso, grande parte dos homens deixou de ir trabalhar para os campos e muitas mulheres negaram-se mesmo a ir buscar água à fonte.
Passaram-se uns dias sem que se tomassem quaisquer providências para resolver a situação. Por este facto, um grupo de caçadores amieirenses resolveu organizar uma caçada com o objectivo de abater o touro. Seria uma espécie de safari destinado a matar um perigoso búfalo. Meu pai foi um desses caçadores. Ainda me lembro de, na véspera da caçada, o ter ajudado a carregar cartuchos com balas. Apesar de eu ter, nessa altura, apenas cerca de oito anos, costumava já acompanhá-lo à caça e, por isso, estava convencido de que também iria ao safari. Infelizmente tal não sucedeu, pois como é natural, meu pai não me deixou ir. Tive que me contentar em ver partir os caçadores, fortemente armados e municiados.
O safari decorreu com inteiro êxito, pois, ao fim de algum tempo, os caçadores lograram localizar o bicho e abatê-lo com balas certeiras. Segundo me contou meu pai, foi o sr. Adriano Marçal que lhe deu o tiro de misericórdia. O corpo do animal foi transportado para Amieira, num carro de bois, e vendido, no dia seguinte, como carne de vaca, a preços acessíveis, segundo julgo a favor da Misericórdia. Ainda me lembro de ter comido u bife de touro, que aliás achei um pouco rijo. Note-se que nesse tempo, em Amieira, praticamente não se comia carne de vaca. Os amieirenses preferiam então as carnes de porco, de borrego e de cabrito, para além da dos animais de capoeira e da caça.
Por certo que ainda em Amieira haverá pessoas que se devem lembrar desta história, passada há cerca de 64 anos, história que evoco sobretudo para aqueles que são mais novos do que eu e que certamente a desconheciam. Que pena nessa época não haver já o Livro do Guiness, pois o malogrado touro tinha direito a duas referências nele: uma pelo seu grande salto da arena para a bancada e outra pelo salto de enorme altura que deu do alto da praça para o exterior.
José Raposo in “O Amieirense” – nº 132 – Março/Abril 1997
FOTOS: 1 -Tourada na Adua (Nisa) - foto anterior a 1928
2 - Programa de tourada em 1932

13.1.19

NISA: A história por fazer dos 90 anos da Praça de Touros (I)

Em Outubro do ano que findou, a Praça de Touros de Nisa completou 90 anos de existência. Uma efeméride que ficou por assinalar, independentemente da polémica à volta do "gostar ou não gostar" de touradas. Essas questões, a existirem em 1928, ano em que a Praça foi inaugurada, seriam de outro tipo e prendiam-se, basicamente, com a falta de um recinto adequado para tais espectáculos, realizados nas praças públicas, como há registos em Alpalhão e Montalvão, ou no Curral da Adua, em Nisa, de que subsistem, igualmente, documentos fotográficos, que são também históricos.
E por eles se vê que as touradas, "à vara larga", eram, à falta de outras distracções, espectáculos muito populares e com farta assistência.
Esse terá sido, talvez, o factor determinante que levou à constituição de uma comissão de melhoramentos locais e que se organizaram formando a Empresa Tauromáquica Nisense Lda que tomou em suas mãos a construção da Praça de Touros de Nisa, na altura uma das mais importantes da província e na qual se realizaram imponentes espectáculos tauromáquicos com não menos famosos artistas do toureio a pé e a cavalo, sendo de realçar, nos primeiros anos de existência do recinto, a tourada em 1932 a que assistiu o Presidente da República, General Carmona e outros membros do Governo, bem como outras com famosos toureiros nacionais e internacionais, como Diamantino Vizeu e outros.
Em 1960, aquando da inauguração do Hospital Sub-Regional de Nisa, as quotas da Empresa Tauromáquica Nisense Lda, tais como as da Empresa do Teatro Nizense Lda, proprietária e administradora do Cine Teatro de Nisa, foram doadas à Santa Casa da Misericórdia de Nisa, passando esta instituição a deter a propriedade e gestão dos dois importantes imóveis, ambos casas de espectáculos, de natureza diferente. Não tão diferentes como se possa supor. Isto porque a Praça de Touros de Nisa não se limitou (não se tem limitado) ao longo da sua já longa existência, à promoção e realização de espectáculos taurinos, mas também tem dado resposta a outras solicitações de âmbito cultural e recreativo que lhe têm sido feitas quer por parte de autarquias (Câmara e Juntas de Freguesia), quer por parte de associações e até de entidades particulares, em nome individual ou colectivo, para as mais diversas iniciativas, desde festivais de folclore a concertos musicais, muitas delas visando a obtenção de receitas para acudir a emergentes situações de carácter social.
É nessa perspectiva e não noutra que deve analisar-se a importância da Praça de Touros de Nisa e do papel fundamental que desempenhou ao longo de todos estes anos. Um imóvel que representa uma mais valia para a instituição sua proprietária, a Santa Casa da Misericórdia de Nisa, mesmo tendo em conta os assinaláveis encargos que um tal edifício acarreta, a juntar às constantes disposições legais que impõem obras de restauro e de beneficiação, em favor da melhoria dos conforto e das condições de segurança dos artistas e dos espectadores.
NOTA: Este artigo, pensado para ser publicado em Outubro, e melhor documentado sobre a "vida" da Praça de Touros de Nisa, acaba por ver a luz do dia por uma circunstância fortuita: a "descoberta" de um texto sobre um "safari" em Amieira, com uma ligação directa à nossa Praça de Touros. Vai passar, a história, para o post seguinte.
Mário Mendes

Alpalhão festeja no dia 20 o Mártir Santo (S. Sebastião)

O MTA de Alpalhão associa-se uma vez mais às tradições locais e leva a cabo, juntamente com o Grupo Ciclo Alpalhoense e a Paróquia de Alpalhão, os festejos em honra de São Sebastião.
A famosa festa do Mártir Santo, decorre no próximo dia 20 de janeiro (domingo), no Largo do Andro, onde estará o habitual lume que tanto caracteriza o evento.
Além da Eucarisita Dominical e do tradicional leilão do ramos, o programa dos festejos conta ainda com a atuação da Filarmónica Alpalhoense e tem como ponto alto a Procissão até à capela de São Sebastião.
Destaque também para a exposição "HOJE AINDA HÁ MÁRTIRES..." que decorre a partir de hoje (12 de janeiro) e até ao próximo dia 27, no interior da Igreja Matriz e que pretende, além de consciencializar para a escassez de liberdade religiosa ainda existente em muitos pontos do planeta, angariar também alguns fundo para a Fundação da Ajuda à Igreja que Sofre.