10.10.24

NISA: Os pagadores de promessas

Durante anos, a Câmara de Nisa sob a presidência de Idalina Trindade, recusou-se a integrar ou participar em eventos realizados em anteriores gerências municipais. Eram iniciativas com rótulo, não prestavam, nem traziam qualquer benefício ao Município, dizia a edil. A Câmara de maioria CDU fez um esforço, aderiu e viu benefícios na criação da Naturtejo e da instalação do primeiro Geoparque em território português, o Geoparque Naturtejo e com ele a valorização e classificação das Portas de Ródão como Monumento Natural. A senhora Idalina resolveu sair da Naturtejo que, no entanto, continua a "considerar" o território do concelho como fazendo parte integrante daquela organização. A Volta ao Alentejo em Bicicleta deixou de integrar o calendário das manifestações desportivas do concelho. Era um "encargo" pesado e que impedia que a Câmara pudesse distribuir benesses e "bodo aos pobres", tal qual como no tempo do fascismo. De igual modo, o Município de Nisa, não aderiu, antes rejeitou, a participação no projecto de Caminhadas no Alentejo. Era "coisa" de gente "avermelhada" e que não trazia qualquer valor acrescentado. Pois, mas isso era dantes. Agora, com o aproximar de 2025 e de novo ciclo autárquico, com os novos e nutridos benjamins de olhos postos no poder, o que antes era desprezível, passou a ser bom e ideias "luminosas". Já tivemos, este ano, a Volta ao Alentejo. O Alentejo Walking Festival (o festival das Caminhadas) expurgados todos os fantasmas, está aí para dar e vender. Não tardará muito teremos o Festival Terras sem Sombra ou o Sete Sóis Sete Luas, ainda assim, mil vezes preferíveis, em qualidade e economia dos cofres municipais, ao que as mirabolantes sonsinhas loiras das anas gomes reconvertidas em conselheiras de trazer por casa, nos "presentearam. Não faltará muito para que Nisa, com a sua olaria pedrada, integre também e por direito próprio a Associação Portuguesa de Vilas e Cidades de Cerâmica, mesmo não havendo sinais, qualquer sinal, da tão apregoada (ou famigerada?) candidatura a Património Imaterial da Humanidade. Nesta terra, o silêncio é de ouro. Os censores oficiais e oficiosos pululam e vigiam a ordem idalinista estabelecida. Faz-se propaganda ao que não existe ou ao que sua alteza idealiza, depois, sem "camisa", apagam-se todos os ecos da propaganda destemperada e engendra-se um novo brinquedo ou cenário para apagar e distrair os seguidores da ordem do roseiral. Havemos de voltar à Naturtejo (aliás, ainda de lá não saímos). A arrogância da edil irá dar lugar, em tempo de caça ao voto, a todas as benfeitorias e benemerências. Mas é bom que se diga - havemos de falar nisso, mais em pormenor - que com tantas casas e edifícios transformados em memórias, artesanatos, cantos e cantinhos, pedras colocadas no espaço público sem qualquer informação e desligadas do seu contexto histórico, com tanta propaganda edificada, dizia, continuamos sem um espaço próprio, adequado e digno para exposições ou, apenas e tão só, para que os eleitos da Assembleia Municipal reúnam em condições e que estas sirvam, igualmente os munícipes. Ainda havemos de ser felizes... Vocês vão ver!