29.7.12

NISA: XVIII Festival Nacional de Folclore










O Rossio de Nisa acolheu na noite de sábado, dia 28, a 18ª edição do Festival Nacional de Folclore promovido pelo Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa. Um espectáculo cheio de cor, música e tradição que levou ao rubro a imensa multidão que assistiu ao desfile e actuações dos grupos convidados. Uma iniciativa coroada de êxito e a repetir, com alguns aspectos a melhorar, entre estes, as condições de acesso ao palco, a dimensão e o piso do próprio palco, manifestamente pequeno e insuficiente para que os músicos, dançarimos e acompanhamentos pudessem exibir-se em toda a plenitude das suas capacidades.

21.7.12

Nª SENHORA DA GRAÇA: Minha mãe, minha madrinha...

NOSSA SENHORA DA GRAÇA: A HONRA, A GRANDEZA E A GRAÇA DE TAL TESOURO ESPIRITUAL FAZER PARTE DA ALMA NISENSE... UM TESOURO QUE ACHA RAZÃO DE SER, FUNDAMENTO E ORIGEM NA RIQUEZA ESPIIRITUAL E MORAL DA NOSSA GENTE, NÃO ASSENTA APENAS NUM MERO E FELIZ ACASO.
ESTAS DUAS ENTIDADES NISA E A SENHORA DA GRAÇA TÊM UMA VIDA PARTILHADA DE AFECTO MORAL, PINTANDO DO MAIS FINO SAGRADO A NOSSA TERRA, A NOSSA GENTE, RAZÃO SUFICIENTE PARA AMARMOS QUEM É PARTE DE NÓS, A NOSSA GENTE, GOSTARMOS DE NÓS, SER QUEM SOMOS, IMUNES AO ÓDIO, RESPONDENDO AO QUE NOS FAZEM FINGINDO NÃO PERCEBER, CONTINUAR A AMAR MESMO OS QUE NOS HOSTILIZAM... PORQUE NOSSA SENHORA DA GRAÇA ASSIM NOS ENSINOU A APRENDER... PORQUE A NOSSA GENTE ASSIM É.
A importância de Nossa Senhora da Graça no nosso universo físico e moral, da notável vila de Nisa, que nos viu nascer e crescer entre tantos que felizmente permanecem e outros que tantas vezes lembramos as suas partidas, mas de certo solidários ,porventura mais que nós ,... é incalculável, transformando em prece a certeza de continuarmos a amar mesmo que não tenhamos razões para o fazer.
Assim aprendemos com a proteção da Senhora da Graça, e do Seu Mestre e Nosso, o Senhor da Vida.
Continuarmos assim é obra de Nossa Senhora da Graça , um sinal de saúde mental e grandeza interior da nossa gente, que Nossa Senhora com a sua soleníssima presença não deixa de inculcar nas nossas almas.
Protetora, fomentadora da esperança, alcança-nos essa graça da esperança em abundância, afasta , luta contra a tristeza e faz da nossa gente a gente alegre, e bem humorada , que é um dos traços característicos de todo o nisense.
Com a graça conhecida, mas quási envergonhada , o traço comum de todo o nisense é a alegria comedida, porém sincera, o envaidecimento quási envergonhado, o prazer, o dom do encontro fraterno.
Rir mais de si próprio que dos outros.
Em vez de permitir que nos sintamos derrotados, a vigilante presença de Nossa Senhora da Graça consegue junto da nossa gente ultrapassar o pesar, o ódio, o desespero.
A Senhora da Graça enfrenta essa falta de protecção,e promove junto de Nisa a grandeza de alma, a saúde moral e a felicidade.
Razão suficiente para se atentar, pensar melhor em respeitar de forma elevada os pormenores ,relevar mais, celebrar melhor tudo o que rodeia o seu nome , a sua imagem, espaços de oração, de silêncio , contemplação, visita, peregrinação ,meditação, louvor, festa em sua honra.
A presença de Nossa Senhora da Graça, no aconchego desta ligação profunda, concedendo à nossa terra e á nossa gente uma energia própria, mesmo um modo de agir , individualidade singulares , feitas de harmonia e paz, a alegria da nossa gente , fruto da sua graça.
Nossa Senhora da Graça tem connosco uma relação de destino, presença constante ,força , parte integrante de Nisa.
É Nossa ,A Senhora de Toda a Graça, Nossa Medianeira junto do Mestre da Vida, e nós pertencemos-lhe, Nisa abraçou-se-lhe para sempre, envolve-se no nosso quotidiano, o verdadeiro enriquecimento identitário da nossa terra faz-se à volta da Nossa Padroeira, o Ente Maior da nossa terra, da nossa gente.
Daí a nossa grandeza... a grandeza da nossa Terra, da Nossa Gente.
A Luz,... Muita Luz de Nossa Senhora da Graça a iluminar o caminho de Nisa, engrandecendo-o.
Com a amizade afetuosa de sempre
João Castanho

NISA: Postais do Concelho


Fui a Senhora da Graça / Com viola e pandeiro /Achei a porta fechada / Pus-me a bailar no terreiro

19.7.12

NISAVIVA: À Descoberta do Património Religioso









A Nisa Viva promoveu no passado dia 7 de Julho, um passeio pedestre intitulado "À descoberta do Património Religioso".
A  capela do Calvário, a ermida de Santo António, a Igreja do Espírito Santo e a capela do Mártir Santo foram os templos contemplados nesta visita, num percurso que os caminheiros percorreram com visível agrado (como as imagens documentam), apesar do calor que se fez sentir.

18.7.12

NISA: Postais do Concelho

A "Dinis Galucha", nome popular por que é conhecida a Senhora Maria Dinis Pereira, é uma mulher de Nisa, uma nizorra.
Dela se diz, com razão ou sem ela, que é isto, aquilo e aqueloutro. Seja. O que ninguém pode ou deve ignorar, é que, por detrás desta artesã nisense, de muitas lidas e andanças, está uma mulher determinada, dinâmica, que ao longo de muitos anos, deu um contributo inestimável para a cultura popular, não só de Nisa, como do Alentejo.
Ensaiou ranchos folclóricos, escreveu versos para composições musicais que passaram a integrar os repertórios desses grupos folclóricos, ensaiou peças de teatro e de revista, numa palavra, dinamizou pessoas e grupos, numa terra e concelho, onde o marasmo parece ter assentado arraiais.
Lembrei-me dela, hoje, após encontrar a foto que, perdida entre centenas de outras, me impediu que este escrito fosse publicado na data que pretendia: 8 de Março.
Se, como dizia o Ary, "o Natal é sempre que um homem quiser", também neste caso, todos os dias são Dias da Mulher e do Homem que constroem, juntos, o caminho de um mundo melhor, mais fraterno e justo. Com ou sem troikas a quererem moldar-nos o destino...
Mário Mendes

16.7.12

XVII Festival de Folclore de Nisa



Organizado pelo Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa e integrado no programa de animação "Há Festa na Praça", realiza-se no próximo dia 28 de Julho, sábado, na Alameda, em Nisa, o XVII Festival de Folclore de Nisa.
Participam os seguintes agrupamentos folclóricos:
Rancho Típico de Miro "Os Barqueiros do Mondego" (Beira Litoral), Rancho Folclórico da Casa do Povo de Póvoa e Meadas (Alto Alentejo), Rancho Folclórico " Os Camponeses" de Vialonga (Estremadura), Grupo de Danças e Cantares de S. Pedro de Maceda (Baixo Vouga) e o grupo anfitrião, Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa.

14.7.12

TRADIÇÕES: Alcunhas dos Alpalhoenses (IV)

Publicamos o quarto e último conjunto de quadras de Joaquim Carrilho Capelão dedicadas às Alcunhas de Alpalhão
32
Também tivemos uma Macaca
Ainda nos resta um Negas
E está vivinho o Farrápas
Creio ainda restarem Tetas.
33
Já se foram os Malacões
Creio restarem Gouganços
E descendentes Cagões
E bem assim alguns Mancos.
34
Já não temos nenhum Magano
Não sei se restam Sardentas
Está para durar o Cabano
Mas já se foram os Cantantas.
35
Está bem gordinho o Sopa
Mas já nos deixou o Praia
Há anos que partiu o Raivóta
Creio estar vivinho o Malafaia.
36
Temos descendentes Paivélhos
E também um Arremula
Não sei se ainda há Coelhos
Mas ainda há um Fazbulha.
37
Creio estar vivo o Sete-Patas
Já só temos um Calhicas
Sei haver muitos Cabaças
E só termos uma Pirolitas.
38
Creio só haver um Rebola
E um seu vizinho Rambóia
Em tempos tivemos um Caçoila
E se não falho uma Góia
39
Vou fechar com os Capinhas
Vou findar com os Babécas
Vou terminar com Batatinhas
Vou acabar com as Malfeitas.
40
Já tivemos um Boca de Lobo
Está vivinho o Palhota
Não sei se há algum Boto
E se existe ainda o Póca.
41
Temos também um Fandanguinho
E bem assim um Dalhadulha
Um Broa que foi Padeirinho
E um Patinhas de Cabra vivinho
42
Das alcunhas fiz a rima
De alguns filhos de Alpalhão
O autor foi o Papafina
Que aos citados lança o Perdão.
Joaquim Carrilho Capelão – Nov. 1986

NISA: "Há Festa na Praça" em Julho

A Câmara Municipal de Nisa promove nos fins-de-semana de julho a iniciativa "HÁ FESTA NA PRAÇA" que integra um programa de espetáculos musicais e exposição e venda de artesanato e produtos regionais.
De sexta-feira a domingo, na Praça da República – espaço central da vila de Nisa, a partir das 18 horas, os visitantes poderão apreciar em stands de artesãos e das juntas de freguesia o artesanato de Nisa nas suas múltiplas expressões: olaria pedrada, bordados, alinhavados, aplicações em feltro, ... As noites serão animadas com espetáculos musicais em que participam artista de projeção nacional como Áurea e Virgem Suta e grupos concelhios, fadistas, um festival de acordéons e um festival de folclore com ranchos de várias regiões.
A iniciativa conta ainda com a participação dos restaurantes locais, que apresentam ementas com pratos da gastronomia tradicional.
PROGRAMA "HÁ FESTA NA PRAÇA"
20 de julho, sexta-feira:
- Festival de Acordéons, promovido pelo CSC- Centro Social e Cultural dos Trabalhadores do Município de Nisa;
- Fora d’horas.
21 de Julho, sábado
- Danças Orientais
- Virgem Suta
22 de julho, domingo
- Toca a Marchar – Grupo de Cantares de Tolosa
- Domingos & Dias Santos
27 de julho, sexta-feira:
- Bombos de Nisa
- Contradanças de Alpalhão
- Noite de Fados com as fadistas Alexandra Martins, Célia Soares, Daniela Runa, Mara Pedro (finalista de "Uma Canção para Ti"); músicos: António Sereno, José Roberto e Samuel Garção;
28 de Julho, sábado
- XVII Festival de Folclore de Nisa
- Aurea
29 de julho, domingo
- Sociedade Musical Nisense
- Dilema

13.7.12

Arez mostrou sabores e saberes



Organizada pela Associação Sociocultural "Os Amigos de Arez" teve lugar, no sábado, naquela localidade do concelho de Nisa, a 1ª Feira e Mostra de Produtos e Saberes.
Uma iniciativa que nasceu da ideia dos sócios e cujos objectivos, como nos disse João Pires, presidente da associação, assentavam na promoção e venda de produtos tradicionais, realçando o que de melhor se faz na freguesia, no concelho e na região.
No espaço envolvente da antiga escola primária, onde funciona a sede da colectividade, os visitantes podiam provar, apreciar e adquirir enchidos de Alpalhão, queijos de Nisa e de Amieira do Tejo, bolos, doçaria e licores de Nisa, azeites da Almojanda, não faltando ainda exposições e venda de artesanato em pano (Arez) em pedra e latoaria (Alpalhão), bijuterias, e feito através da reciclagem de diversos materiais (Amieira do Tejo).
Não sendo – nem essa era a intenção dos organizadores – uma Feira com alguma dimensão, os "Amigos de Arez" procuraram estimular a população da freguesia a fazer-se representar e ao mesmo tempo promover o convívio entre os sócios.
"Já tínhamos feito uma Mostra de Licores e Doces, os sócios propuseram esta Mostra e posso dizer que tem corrido muito bem, com boa afluência de visitantes" – explicou João Pires.
O presidente da direcção dos "Amigos de Arez" aproveitou para agradecer a todos os expositores e aos visitantes, garantindo-nos que esta iniciativa é para manter e, se possível, ampliar.
Mário Mendes in "Alto Alentejo" - 11/7/2012
Ver mais fotos em
http://nisaempormenor.blogspot.pt/2012/07/arez-mostra-de-produtos-e-saberes.html

10.7.12

NISA: Vai haver Festa na Praça

OPINIÃO: Crónicas Nizorras (3)


DESPORTO , FUTEBOLIZAÇÃO E ( DES ) IGUALDADE DE GÉNERO
1. Ainda está na memória recente de todos, a cobertura, absolutamente esquizofrénica (derivando facilmente para o alienante ), de todas as televisões do campeonato europeu de futebol de seleções disputado na Polónia e Ucrânia. Foi pena não ter sido aproveitado o entusiasmo suscitado nos espetadores e as elevadas audiências para (também) dar a conhecer melhor aspetos dos países anfitriões como as suas belezas naturais e monumentais, condições de vida e cultura dos respetivos povos. São oportunidades a não perder para, assim, ajudar na construção de uma outra perspetiva de união europeia, virada para um espaço de promoção, em pé de igualdade, de todos os paises membros e do ideal de Monet ou Delors .
2. Em absoluto contraste, êxitos não menos relevantes do desporto português, ao mais alto nível de competição, formam (e estão a ser) nestes dias, escandalosamente secundarizados (quase apagados) pela generalidade das televisões, jornais considerados de referência e (mais grave) pelos três diários desportivos que se publicam em Portugal. Um ciclista português ganha uma das mais importantes voltas europeias em bicicleta (o «tour suíço). Vários dias com a camisola amarela, heróico vencedor da prova, Rui Costa não teve o mínimo de realce que o seu sucesso merecia. Nem teve na etapa da consagração à chegada o abraço do licenciado de curta duração que só formalmente deixou de ser o secretário geral e faz as vezes de ministro... Em França ou Espanha, um sucesso patriótico (no bom sentido ) desta envergadura seria abertura de telejornais, ampla cobertura, tema com foto sugestiva a encher a primeira página do «l´equipe» ou da «marca ». Deu-se, nesses dias, preponderância a mais um brasileiro, argentino ou colombiano referenciado como futuro futebolista com destino a um dos três «grandes» com destino provável de empréstimo a um clube de escalão secundário...

3. O «tour de France» é apenas televisionado em canais que muito pouca gente vê, desprezando imagens absolutamente espetaculares em termos da natureza e património que é de toda a Europa, para não falar do heroísmo dos ciclistas em pedaladas de esforço notável, nomeadamente na alta montanha. Já nem sequer «a bola» envia enviados especiais, recuando dezenas de anos sobre o notável jornalismo protagonizado outrora por Carlos Miranda e Homero Serpa, com páginas de prosa que representaram (também ) pontos altos do culto da lingua pátria e (sempre que possível) introduzindo a perspetiva progressista no fenómeno que estavam a retratar...
4. A seleção femina de futebol de sub-19 vai disputar as meias finais do campeonato europeu. Curiosamente também com a Espanha... Quantos se chegam a aperceber deste percurso vitorioso destas abnegadas mulheres? Mesmo os jornais desportivos omitem escandalosamente ou, em autêntica caridade de pequena divulgação, oferecem a estas vitoriosas três ou quatro centimetros quadrados, sem uma fotografia ao menos...
5. A condição esmagadora de futebolização do espetáculo desportivo em Portugal faz resvalar as coisas, com injusta menorização das outras modalidades, para a alienação e a violência daí resultante.
A masculinização é outra situação, a este nível, absolutamente intolerável. A expressão dada a este tipo de espetáculo conduz à ideologia da mulher como ser menor, sem condição física para estas coisas do uso do músculo.
Por curiosidade, contámos o número de mulheres presentes nas fotos que compõem a edição de um diário desportivo da nossa praça. Em mais de 100 fotos (não parece!), o feminino está presente nove vezes. E em mais de metade por razões nada desportivas, a reforçar a subalternidade e submissão. É Ronaldo com a namorada, a noiva de Iniesta com o vestido branco casadinha de fresco, Joana Pinto da Costa a caminho do altar pelo braço de Jorge Nuno. Está tudo dito...
6. Pegámos neste tema porque, nos dias que correm a política parece limitar-se à ação gestionária da coisa pública, nomeadamente à volta da sua condição financeira. Uma visão progressista deve agarrar (também ) em questões de valores nos vários quadrantes da vida e da condição humana...
JOSÉ MANUEL BASSO
FOTOS: Rui Costa (vencedor da Volta à Suíça); Dulce Félix (campeã europeia dos 10 mil metros); Patrícia Mamona (vice-campeão europeia do triplo salto).

5º Encontro e Convívio dos Amigos de Velada

Os amigos da Velada, vão organizar o 5º Encontro/Convívio dia 18 de Agosto, no Largo da Fonte em Velada (Nisa).
Para a realização deste 5º Encontro/Convívio, a organização conta com a colaboração da Junta de Freguesia de S.Matias, Câmara Municipal de Nisa e Electro Narciso.
Os interessados devem inscrever-se até 11 de Agosto, o valor da inscrição é de 5 amigos, as crianças até 12 anos tem as inscrições gratuitas.
Para qualquer informação devem contactar, Armando Simões, Pereira Louro, Isabel Vicente e José Francisco Patrício.
Programa
18h00: Lanche – Churrasco - Ceia,
Fados e Animação Musical;
23h00: Fados, entradas são grátis.
Os possíveis lucros, revertem a favor de benefícios na freguesia.

9.7.12

TRADIÇÕES: Alcunhas dos Alpalhoenses (3)

Mais um conjunto, o terceiro, das Alcunhas dos Alpalhoenses, 42 quadras da autoria de Joaquim Carrilho Capelão (Novembro de 1986) e que com outros trabalhos são um registo no qual o autor descreve muitos dos aspectos etnográficos, históricos, manifestações religiosas, etc., da sua terra natal. Um testemunho que vale pela forma espontânea da escrita e pelas múltiplas experiências retratadas de um universo rural e local hoje quase extinto.
Boa leitura!
22
Sem convento temos Freiras
São pacíficos os Irados
Já me esquecia dos Frades
E das nutridas Moncheiras
23
Há ainda os Balaúses
E creio que Bichos Faros
E espanhóis que são Lusos
Paisanos que são Majores.
24
Temos Lólos e Leles
Também temos os Mochilas
Temos ainda os Calhabrés
E temos Grilos e Grilas.
25
Milhanos e Gaguinhas
Pintos e Bagaceiros
Há ainda Papeirinhas
E Sapatas e Sapateiros.
26
Ainda há Cabeças Negras
Picanços e Poupinhas
Rebentalages e Pegas
Lascarins e Tropecinhas.
27
Temos Pousadas e Parrões
Bolhoas e Continências
Ainda temos os Pulões
Rilas, Carolas e Braganças.
28
Temos também os Lafreiras
Os Baiões e as Balhanas
E ainda restam Carreiras
E os descendentes Chanas
 29
Sem aeroporto há Aviões
Não fazem sabão os Saboeiros
Sem dizer missa há Capelões
Sem fazer lanças, Lanceiros.
30
Estão diminuindo os Giestas
O mesmo acontecendo aos Lucas
Estão a findar os Paidestas
E há muito perdemos o Trucas.
31
Já quase não temos Bichos
Estão-se a ir as Abaladas
Creio só haver um Cachiço
E não haver Amaldiçuadas.
32
Também tivemos uma Macaca
Ainda nos resta um Negas
E está vivinho o Farrápas
Creio ainda restarem Tetas.

7.7.12

TRADIÇÕES: Alcunhas dos Alpalhoenses (2)

Prosseguimos a publicação de alguns excertos de um trabalho da autoria de Joaquim Carrilho Capelão (Novembro de 1986) no qual o autor descreve muitos dos aspectos etnográficos, históricos, manifestações religiosas, etc., da sua terra natal. Um testemunho que vale pela forma espontânea da escrita e pelas múltiplas experiências retratadas de um universo rural e local hoje quase extinto.
Este é o segundo conjunto de quadras sobre as Alcunhas (42 no total) e que gostosamente damos a conhecer aos nossos visitantes/leitores. Boa leitura!

11
Também temos os Caraças
Restam alguns Caldeirinhas
Não faltam ainda Cabaças
São bastantes os Vidinhas.
12
Há ainda alguns Cassácas
São poucos os Catatuns
E se são muitos os Massas
Restam poucos Vinte e Uns.
13
Ainda são muitos os Pardais
São bastantes os Piolhos
São poucos os Laranjais
E também os Tortos e Zarolhos.
14
Estão aumentando os Catitas
Rareando os Catarrões
E também os Rapamarmitas
E bem assim os Sanforriões.
15
Estão a minguar os Delgados
São poucos os Vivos Mortos
Há muitos Pepinos e Nabos
Mas já houve mais Temóites
16
Há muitos Ratos e Ratinhos
E ainda alguns Raposos
Já são menos os Sapinhos
E já quase não há Babosos.
17
Há à vista alguns Perdidos
São muitos os Laburdanças
Temos ainda Pintassilgos
Mas quase já não há Santas
18
Temos ainda algumas Tetas
E bem assim alguns Lanas
E também uns Tatinétas
E ainda alguns Pestanas.
19
Há os Foles e os Folinhas
Temos Galinhas e Gatos
Também temos os Joeirinhas
E ainda alguns Calháços.
20
Sem mar temos Bacalhau
Em terra temos Peixinhos
Temos os Malos e Picaus
E Tralhas e Martelinhos.
21
Temos o Senhor Catrouxa
E os populares Bacalhóças
Temos os Mouchos e Mouchas
Já se finaram os Motas
(Continua)

MONTALVÃO: Postais do Concelho


Montalvão - Paisagem bucólica e poética do Sever (sítio do Moinho da Nogueira)
Foto de João Carrilho

6.7.12

TRADIÇÕES: Alcunhas Alpalhoenses (1)

Iniciamos aqui a publicação de alguns excertos de um trabalho da autoria de Joaquim Carrilho Capelão (Novembro de 1986) no qual o autor descreve muitos dos aspectos etnográficos, históricos, manifestações religiosas, etc., da sua terra natal. Um testemunho que vale pela forma espontânea da escrita e pelas múltiplas experiências retratadas de um universo rural e local hoje quase extinto.
As quadras sobre as Alcunhas (42 no total) serão repartidas por várias mensagens para não maçarmos os nossos visitantes/leitores. Boa leitura!
1
Não dão mel suas Abelhas
Além de frutos, temos Abóboras
Já estão velhos os Márrelhas
Nada deitam os Botafóras.
2
Não há doidos, mas há Areias
São já raros os Bastinhos
Também há alguns Ideias
Sem guardar gado Pastorinhos.
3
Há ainda nutridos Bés
E já são raros os Belos
Restam ainda Pralés
E Lourinhos e Vermelhos.
4
São muitos os Batateiros
Já são poucos os Batecértos
Quase que não há Lanceiros
Estão a extinguir-se os Ribértos.
5
Temos ainda muitos Bentos
São poucos os Falasós
E já quase não há Sebentos
E bem assim Petingós.
6
Restam poucos Capeloas
Já são poucos os Ganhões
E também poucas as Paichoas
Quase extintos estão os Midões
7
Têm aumentado os Bolotas
E vão diminuindo os Buchos
Consta que ainda vive o Notas
E quase que não há Cachuchos.
8
Estão a acabar os Carronhas
São poucos os Cartachanas
Já quase não restam Fronhas
E são poucos os Planganas.
9
Também temos os Churras
Somos férteis em Chouriços
Já foram mais os Costuras
E já quase não há Chamiços.
10
Ainda temos os Cachapins
Como ainda temos os Cucos
Temos também os Quiquis
E também os Pão e Buchos.

5.7.12

AREZ: Postais do Concelho

AREZ: A procissão em honra de Santo António numa bela e sugestiva imagem de Sérgio Costa.

NISA: Memória do Cine Teatro - Junho 1943


O filme "O Turbilhão de Gelo", estreado em Portugal a 23 de Janeiro de 1940, registou a maior enchente do Cine Teatro de Nisa em Junho de 1943. Tratava-se é certo de Dia de Feira, mas os quinhentos espectadores que assistiram ao "drama -musical" não ignoraram o apelo sugestivo de um cartaz no qual pontificavam os nomes de Joan Crawford e de James Stewart, entre outros, dois nomes da "sétima arte" que, já naquela altura, dispensavam apresentações.
No dia 27 de Junho foi exibido o filme "Quatro raparigas de branco", espectáculo a favor da Misericórdia de Nisa tendo revertido para a empresa do Cine Teatro Nisense Lda, a importância de 247$80, referente às despesas efectuadas, sendo a sala cedida gratuitamente.

4.7.12

POSTAIS DO CONCELHO


Paisagem do Sever - Foto de João Carrilho

Morreu o Manuel Diogo: Arquitecto de sonhos, construtor de esperanças

"Eles não sabem que o sonho, é uma constante da vida…"
Manuel da Conceição Tavares Diogo, 61 anos, natural de Arneiro, reformado da Celulose do Tejo, faleceu no passado fim- de- semana em Coimbra, vítima de doença que se lhe revelou de forma vertiginosa e imparável.
Morreu um homem bom do Arneiro, um arquitecto de sonhos e de causas, um militante da esperança e da vida, uma vida de que se despediu, cedo de mais, para quem como ele, acreditou sempre que era possível um mundo melhor, mesmo depois de perceber que não conseguia "mudar o mundo", essa utopia que galvanizou milhares de jovens, dinâmicos, voluntariosos e solidários, nas décadas de 70 e 80 do século passado.
Manuel Diogo, viveu, como poucos, de forma activa e empenhada, quer como militante político de esquerda, como delegado e dirigente sindical dos metalúrgicos ou como eleito local na sua freguesia.
Pertenceu a comissões de festas, do lagar, do clube desportivo, que ajudou a criar e sempre que algo de novo em favor da sua terra e freguesia se perspectivasse, lá estava o Manel, na primeira linha, disponível, com aquela disponibilidade de quem não quer nada em troca, nem media a participação cívica pelo deve e haver com que muitos, hoje, se perfilam para listas e lugares.
O Manuel Diogo partiu do nosso convívio. Foi a sepultar nesta segunda-feira na sua terra natal, o seu Arneiro que o viu nascer no primeiro ano da década de 50, uma terra onde faltava tudo, mas sobravam as crianças que descalças jogavam à bola e ao pião.
Não estranhei a multidão que o acompanhou à sua derradeira morada, numa hora de calor sufocante. O povo da sua freguesia, os companheiros da Celulose onde travou e liderou com a sua determinação e exemplo, muitas e muitas lutas, em defesa de interesses sociais e colectivos.
O Manuel Diogo morreu. O seu exemplo fica. Deixo à família e amigos, votos de sentidas condolências.
Mário Mendes in "Alto Alentejo" - 4/7/2012

3.7.12

In Memorian: EVOCAR MANUEL DIOGO



Vítima de leucemia, morreu Manuel Diogo. Prestigiado entre os camaradas de trabalho na Portucel, teve sempre intervenção ativa nas lutas por conquistas sociais que, no período mais criador da revolução portuguesa, os trabalhadores daquela (então) grande empresa de natureza pública vieram a alcançar.
Juntamente com o (carinhoso) Diogo mais velho e o Jaquim Farrabrás foi, em Santana, particularmente em Arneiro, grande obreiro da acção inicial e implantação do Partido Comunista Português. Sem perspetivas de conquista de poder ou benesses (a altura era outra) carregou com muita incompreensão (mesmo familiar) e arriscou bastante, em momentos de regressão revolucionária, na sua fábrica.
Na sua casa e na garagem mesmo em frente (como na do Joaquim) se realizavam as reuniões do partido. Aí se guardavam, os cartazes, a cola , o balde e o pincel enquanto instrumentos de campanhas eleitorais verdadeiramente feitas de militância de quem, como o Manel, acreditava num projeto e lutava por um ideal.
Lutou com coerência e entusiasmo sem limites quando, já no período inicial do poder local democrático, para entrar no Arneiro era quase necessário «passaporte» e os comunistas eram tratados pelos caciques locais quase como se, ali, houvesse prorrogação da condição de clandestinidade.
Essa luta inicial foi indispensável para criar os alicerces que, anos depois, conduziram, também em Santana, a uma gestão popular na freguesia, com um largo período, onde os eleitos, com destaque para o Fernando Catarino, o Joaquim Maria e o João Silveira, escreveram páginas do que de melhor conhecemos no poder local da região e do país.
Foi com papel detacado, em espírito de grande humildade e abertura, do Manuel Diogo que esses camaradas chegaram à junta «retirados» do lado do «adversário».
Nesse momento de conquista do poder, localmente, nunca o Manel pretendeu postos importantes porque, acima de tudo, com inteligência, entendeu que havia formas mais eficazes de servir o povo e a freguesia.
JOSÉ MANUEL BASSO

NISA: Postais do Concelho

Na singeleza de uma parede, combinam-se o simbolismo e a tradição dos santos populares.
A imagem de Santo António, em azulejos e as capelas de flores, em forma de evocação e de prece, sugerem o louvor da infância, da vida e do futuro.