31.8.18

MEMÓRIA HISTÓRICA: Limpeza e aformoseamento do concelho



Vem de longe, de muito longe, a preocupação dos eleitos no município de Nisa com a limpeza e aformoseamento das ruas, praças e largos das diversas povoações que integram o concelho. Sem verbas para "flores" ou para adjudicações-relâmpago de cantarinhas para turista e emigrante ver, as vereações municipais socorriam-se da lei e das multas como factores de coacção sobre os munícipes, para fazerem valer os princípios da boa administração camarária e a limpeza de todas as povoações. Hoje, com tantos e variados meios aos dispor da edilidade, não se nota o mesmo cuidado na preservação dos agregados urbanos, nem se seguem os bons exemplos de municípios vizinhos que estimulam a limpeza e a caiação de edifícios, fornecendo a cal e outros preparos. O exemplo que se dá a conhecer remonta a Junho de 1912 e foi extraído de um documento da Câmara Municipal de Nisa.  
EDITAL
A Comissão Administrativa do município de Niza no intuito de promover o aformoseamento das differentes povoações d´este concelho, deliberou o seguinte:
Os munícipes que no dia 30 de Junho de 1913 não tiverem ainda rebocadas e caiadas as frontarias das casas de que são proprietários, incorrem na multa a que se refere o nº1 do artigo 25 do código de posturas;
Quando se edificar ou reedificar algum prédio urbano deverão ser rebocadas e caiadas as faxadas principaes no prazo de um anno, contado da conclusão da obra, sob pena do respectivo proprietário incorrer na multa estabelecida no nº 1 do citado artº 25 do código de posturas.
Os que forem remissos no comprimento d´estes deveres pagarão alem das multas, a despesa que a Camara fizer em mandar caiar ou rebocar os prédios (§ 2º do artigo 25 do código de posturas).
- Os cidadãos que compõem a actual Comissão Administrativa teem a antecipada certeza, que em 30 de Junho de 1913 já não terão a seu cargo a gerência do município mas nem por isso julguem aquelles que, propositadamente deixem de rebocar ou caiar as frontarias das suas casas que não haverá maneira de os obrigar a cumprir o disposto nos números e §§ do artigo 25 do código de posturas. O comprimento das disposições d´este artigo é de execução permanente. E se para a sua integral execução marcamos o prazo de um anno, fazemo-lo unicamente por um principio de toleranci. Decorrido que seja esse anno exigiremos como simples particular a quem de direito a rigorosa observância do disposto no sitado artigo 25 do código de posturas.
Niza, 19 de Junho de 1912
O vice-presidente
José Alves Mouzinho Almadanim

XV Almoço-Convívio dos Combatentes do concelho de Monforte


29.8.18

NISA: Jornadas Pedagógicas debate "Cidadania, Complexidade e Mudança"


Alpalhão com 28 dadores de sangue


A terra natal do fundador da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – foi palco de mais uma colheita. E o nosso saudoso Sargento António Joaquim Eustáquio ficaria satisfeito com os números obtidos no torrão que o viu nascer.
Rumaram até à sede do Grupo Ciclo Alpalhoense, no concelho de Nisa, 28 voluntários, dos quais sete do sexo feminino. Dois dos presentes não cumpriam os requisitos para estenderem o braço.
A Junta de Freguesia de Alpalhão apoiou a realização do almoço convívio, servido no local da colheita. Nele tomaram parte dadores, equipa de imunohematologia do hospital de Portalegre, membros do Grupo Ciclo Alpalhoense e associados da ADBSP.


Festa da Associação a oito de setembro
Como já anunciámos, a ADBSP assinala o 28.º aniversário a oito de setembro, sábado. As comemorações iniciam-se com Missa na Igreja do Senhor Jesus dos Aflitos, pelas 11.00 horas. Do programa consta ainda a sessão solene, a atuação da Trupe Euterpe e o almoço convívio.
Inscrições na sede da Associação ou no banco de sangue do hospital Doutor José Maria Grande.
https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre/  é onde se pode obter informação mais detalhada.
No sábado 15 de setembro, iremos estar na colheita de sangue do Grupo Motard Novo Milénio, a efetuar no kartódromo de Portalegre. Uma dádiva aberta a toda a população.
JR

26.8.18

NISA: A democracia é um bem de todos!




O espaço público não é da Idalina nem do PS.
O Partido Socialista instalou, ao arrepio da lei, um placard gigantesco no centro da vila, em frente ao Calvário e à Casa da Justiça. O placard, situado em local estratégico de Nisa, serviu para publicitar diversas campanhas eleitorais, desde as Legislativas às Presidenciais,não esquecendo as Autárquicas.
É um monstrengo metálico que tapa um edifício com valor arquitectónico, alvo de grandes obras de conservação e restauro. Os proprietários têm feito todas as diligências e mais algumas para que o placard seja removido, diligências que têm esbarrado no mutismo dos responsáveis do Município, que remete para a tutela a responsabilidade da resolução do assunto e esta declina no Município a intervenção que há muito é exigida. Governo central e governo local, da mesma cor política (a "cor" do cartaz) fazem que não se entendem e vão deixando passar o tempo e assobiando para o lado.
Imagine, agora, o leitor ou visitante da página, que os partidos políticos com representação parlamentar (são os que têm mais dinheiro) usando da mesma prerrogativa de que o PS de Nisa usa e abusa, instalavam - reivindicando os direitos constitucionais que lhes assistem, no plano das Liberdades e Garantias - placards do mesmo tamanho em frente, por exemplo, dos principais edifícios públicos de Nisa.
O que é que pensariam disto?
Mário Mendes

HUMOR EM TEMPO DE CÓLERA

O novo cartaz do Partido da Sanzala

25.8.18

A 8 de setembro assinala-se o aniversário dos Dadores de Sangue de Portalegre

O tempo não repousa e o certo é que, quase sem nos apercebermos, aproxima-se mais um aniversário da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre — ADBSP).
As comemorações do 28.º aniversário (a 5 de setembro de 1990 foi lavrada a escritura publicada na III Série do Diário da República, número 229 de 03/10/1990) estão agendadas para o sábado oito de setembro. Tal como no ano transato, o evento tem por cenário a Igreja do Senhor Jesus dos Aflitos e espaços envolventes. Para lá se chegar é só ter como referência a antiga estrada que liga Portalegre ao Crato (coordenadas GPS: 39°15'45.2"N    7°30'50.6"W).
O programa 2018 consta da celebração de Missa pelas 11.00 horas. Uma cerimónia religiosa por intenção dos dadores de sangue, mesmo os já falecidos (e o nosso fundador Sargento António Joaquim Eustáquio deixou-nos curiosamente num oito de setembro — o de 2015).
Às 12.00 horas está marcada a sessão solene que culminará com a sempre simpática atuação da Trupe Euterpe.
O almoço convívio será servido no recinto. Inscrições para a refeição estão abertas e podem ser feitas, até ao último dia de agosto, na sede da ADBSP ou no serviço de sangue do hospital Doutor José Maria Grande. Caso não haja condições meteorológicas para se estar no santuário, a Missa decorrerá na capela do Hospital e a restante programação nas instalações do NERPOR.
Apoiam esta iniciativa várias firmas e entidades da região. Saiba mais em: https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre .
JR

AMIEIRA DO TEJO: Encontro dos antigos elementos do Grupo Cénico, Cultural e Recreativo



24.8.18

NISA: Postais Ilustrados (2) - Património Arqueológico do Concelho


COMENDA: Festas em honra da Senhora das Necessidades


“Comboios a rolar, Portugal a avançar” - Portalegre

Um ano depois, Os Verdes assinalam o regresso do transporte de passageiros à Linha do Leste e continuam a luta por mais comboios
Um ano depois, Os Verdes assinalam a reposição do transporte de passageiros à Linha do Leste entre o Entroncamento e Badajoz, com uma viagem de comboio.
Esta iniciativa terá lugar na próxima quarta-feira, dia 29 de agosto, e não visa apenas comemorar esta melhoria, para a qual Os Verdes deram um contributo inegável, mas também dar continuidade à luta exigindo a implementação de mais horários, e alargando a oferta de serviços, por forma a melhor servir a população e o desenvolvimento do distrito de Portalegre.
Esta viagem pela Linha do Leste integra-se numa campanha mais vasta em defesa da ferrovia que Os Verdes vão promover, intitulada "Comboios a Rolar, Portugal a Avançar", que terá início na terça-feira dia 28 de agosto, com uma visita ao Pólo Oficinal da EMEF e às áreas de parqueamento de material circulante inoperacional no Entroncamento, e que se prolonga até à Semana Europeia da Mobilidade.
Vimos convidá-los a participarem connosco na viagem no comboio na Linha do Leste, podendo juntarem-se no Entroncamento, ou em qualquer outra estação da linha, ou a comparecer nos locais onde serão feitas declarações à imprensa.
Declarações à imprensa:
Estação do Entroncamento (junto à automotora) - 09:30h
Elvas (estação ferroviária) - 12:50h
Portalegre (estação no regresso) - 16:23h

OPINIÃO: Descentralização centralizada

A descentralização interessa todos os portugueses, é um imperativo do país e do Governo. Mas atendendo à forma como evolui, com mais paragens e recuos do que avanços, percebemos que será necessário bem mais para chegar a um ponto de convergência, pois não é normal que no caminho de um processo desta importância surjam sucessivos obstáculos fraturantes. Na semana passada, vários municípios deram conta da indisponibilidade para avançar com a transferência de competências em 2019 e, pelo andar da carruagem, corremos o risco de chegar a 2021 com mais dúvidas do que certezas, passando a descentralização de objetivo comum a imposição.
Não será fácil, pelo menos na perspetiva dos autarcas, aceitar a posição do Governo em alguns pontos, como, por exemplo, o caso do IMI, bem explicado na edição de hoje do "Jornal de Notícias". Em cima da mesa começou por estar uma mudança importante, passando o Estado a liquidar este imposto. Depois, deixou de ser assim, limitando-se a cobrança aos edifícios públicos devolutos. Descobrimos agora, também a taxa será limitada, pois os municípios vão estar impedidos de cobrar o valor máximo. Porque há de ter o Estado um regime de exceção? Incompreensível.
O dinheiro, porém, está longe de ser o único problema.
As queixas dos autarcas remetem ainda para o facto de as câmaras passarem a ser uma espécie de tarefeiras, sobretudo no que concerne à Educação e à Saúde, em que a intenção tantas vezes reside em transferir apenas tarefas, sem acrescentar poder de decisão. Na prática, e retirando o exagero, é um pouco como oferecer a responsabilidade de proceder à limpeza de um centro de saúde e, simultaneamente, vedar o direito de decidir a que horas passará a estar aberto ao público. Isto apesar de todos sabermos que as necessidades das populações não são as mesmas em todo o lado. Quem as conhece melhor, o Poder Central ou os autarcas? A resposta parece-me óbvia.
Vítor Santos in “Jornal de Notícias” – 23/8/2018

21.8.18

OPINIÃO - Queijo de Nisa, entre a autenticidade e a propaganda

Estes, se não eram os “melhores queijos do Mundo” (nunca foram a nenhum concurso mundial) andavam-lhe à roda. Pelo menos, feitos com amor e com os condimentos próprios de um queijo de excelência e de um produto local (regional) sempre em destaque e devidamente premiado, pelo aroma, pelo sabor, pela textura e, se me permitem, pela Verdade. Eram assim os verdadeiros Queijos de Nisa, antes de os interesses políticos e empresariais se sobreporem aos interesses de quem, laboriosamente, conferia a este produto alimentar um padrão de extrema qualidade e um dos ex-libris desta região das areias. Uma autêntica bandeira e cartaz do que Nisa tinha de melhor e mais orgulhava as suas gentes.
Há anos escrevi um texto sobre o Queijo de Nisa. Melhor, sobre o queijo que com essa chancela já não existia em Nisa. Era um artigo crítico, algo contundente, mas o “dono dos produtos regionais” ou não reparou nele ou fingiu que não leu...
Hoje, não “volto à carga”! Esse tempo já passou. Mas vou reparando nos exercícios de retórica, no contorcionismo político para associar o poder a um produto alimentar que deixou, há muito, de ser o que era.
O Queijo de Nisa, feito aqui, ali ou acolá e aproveitando a designação que com tanto sacrifício e não menos desilusões foi concretizada com a Região Demarcada (e estendida, segundo interesses específicos) não é um “pneu de tractor”, nem uma receita de marketing barato e de festival pimbólico.
É um produto alimentar, devidamente caracterizado e com um nome a defender. Um nome, o de Nisa, que envolve muitas e muitas gerações de pastores e proprietários agrícolas que lhe foram conferindo, sem falcatruas e com verdade, uma tipologia, um sabor único e uma qualidade incontestável.
Tenho em minha casa, um caderno escrito pelo bom amigo Dr. José Carrilho Ralo, já falecido, sobre o Queijo de Nisa. São considerações, passadas para o papel – e, posso, dizê-lo, em exclusivo para o Jornal de Nisa – de um perito sobre agricultura e sobre a queijaria tradicional. Textos que foram publicados tanto no JN como no “Notícias de Castelo de Vide” e que mostram, com toda a clareza, a extraordinária fama de que gozavam os “Queijos de Nisa”, mesmo comparados com os de outras regiões não menos afamadas, do país e a Europa.
O Ronaldo para ser o “melhor do Mundo” (e há quem não aceite esta classificação) teve que mostrar, em cada época, os seus atributos, a qualidade dos seus talentos, a entrega como atleta, a superação de objectivos técnicos e físicos, a “barreira” que separa um futebolista muito bom, de um desportista excepcional.O Queijo de Nisa tem uma tipologia própria. Não é “todo o queijo que é feito em Nisa ou no concelho” e, de acordo com o que se conhece, não prestou provas em nenhum concurso mundial para poder ostentar um título ou slogan publicitário, em forma de roda de tractor, para enganar incautos.
A publicidade bem feita, vende por si. Está na qualidade intrínseca do produto, não precisa de propaganda gratuita e destemperada, pois como diz o povo, “o que é demais também aborrece!”.
E chateia ainda mais quando associada aos interesses políticos de circunstância.

Mário Mendes 

20.8.18

MEMÓRIA: Postura sobre o trânsito na vila de Alpalhão (1885)


Representação dos moradores à Câmara de Nisa
Os abaixo assignados moradores na Villa d´Alpalhão d´este concelho de Niza, achando-se em vigor o novo código de Posturas d´este concelho, veêm representar a Vªs Exªs quanto se lhes torna prejudicial a disposição do § único do artigo 80 na parte em que considera estreitas as ruas Direita, da Cadeia e do Castello, para o effeito de ser prohibido o carregar ou descarregar carros ou carretas nas mesmas ruas, pois que estas rua teêm na maior parte do seu cumprimento, a largura sufficiente para por ellas passarem duas carretas uma a par d´outra, e mesmo nos curtos espaços em que não a teêm, a pequeníssima distancia existem largos para evitar sem custo ou delonga mutua quasquer embaraços de transito, e deste modo uma tal desposição se torna desnecessária e está causando graves incommodos nos habitantes das mesmas, sem razão que justifique a sua existencia.
Assim, pois, esperam que Vªs Exªs attendendo aos interesses dos supplicantes hajam por bem revogar apostura na parte que fica declarada, enviando essa mesma declaração ou deliberação, sem perda de tempo, à estação superior de cuja approvação carece: e portanto, Pedem aos Ilustºs e Exºs Srs Presidente e mais Vereadores da Camara Municipal d´este concelho que se dignem referir-lhes.
E. Re. M. (1)
Alpalhão, 8 de Julho de 1885 e cinco
* António Gonçalves Themudo Frade
* António José d´Andrade Sequeira sénior
* António José d´Andrade Sequeira júnior
* João Semedo Maia
* Joaquim de Andrade Bastos
* António d`Andrade Sequeira
* José Maria Pereira
* Manoel Ribeiro Duarte
* Joaquim Ribeiro Duarte
* João Lopes Subtil
* José da Costa
* António da Costa
* Francisco Quatrim Becho
* José Joaquim Themudo
* Joaquim Duarte Manco
* Joaquim Loução
* João Carvalho Duarte
* Duarte Manco Ferrão
* João Fernandes Carreira
* José Fernandes Caldeira
* Francisco da Roza Paivelho
(1) – Não conseguimos decifrar o significado destas iniciais 

OPINIÃO: A mediatização do cancro

Todos os anos seis mil mulheres portuguesas descobrem que têm cancro da mama. É o cancro com maior taxa de incidência em Portugal e a tendência será para continuar a aumentar. Embora cada vez mais universal, continuamos a ter uma imagem tão violenta da doença, nos tratamentos como nas taxas de mortalidade, que nos custa a encará-la e gela-nos quando nos toca de perto.
Figuras públicas como Fernanda Serrano, Simone de Oliveira, Sofia Ribeiro ou, mais recentemente, Bárbara Guimarães são o rosto conhecido de uma luta que é de milhares. Com a diferença de se verem confrontadas com perguntas e uma exposição que em muitos momentos lhes dará conforto mas noutros, seguramente, uma invasão da concha de que nos dias mais duros precisarão para se proteger.
A mediatização do cancro, nos últimos anos, fez muito pela sensibilização e prevenção. Mas há igualmente riscos nessa projeção. Desde logo para os próprios, que terão dificuldade em manter reserva e espaço quando precisarem deles. Mas também na simplificação de um discurso público que tende a usar uma linguagem de combate para enaltecer os guerreiros que vencem a doença.
O otimismo e a vontade são armas cientificamente comprovadas na luta contra o cancro. Mas não são as únicas, em processos multifatoriais influenciados por tantas variáveis. Um discurso público que enaltece a força dos que ficam curados ou em remissão corre o risco de criar a sensação de que quem caiu não lutou ou amou a vida o suficiente.
Na luta contra o cancro não há receitas únicas, porque cada caso é único. Nem há uma atitude certa para enfrentar a doença: há a que cada um escolhe no seu próprio combate. Seja partilhando publicamente o que sente ou, pelo contrário, protegendo-se na intimidade e total introspeção. A ciência é bastante exata. As respostas e escolhas individuais, nem por isso.

Inês Cardoso in “Jornal de Notícias” – 20/8/2018

19.8.18

Património de Nisa no Dia Mundial da Fotografia



O Portal de Nisa assinala com estas três imagens, bem ilustrativas do riquíssimo acervo patrimonial do concelho, o Dia Mundial da Fotografia. 

Jovem de Nisa expõe Mangá na montra de artistas da Artemísia

É ainda uma adolescente mas demonstra um talento inato para o desenho. Maria Polido, uma jovem natural de Nisa, Portalegre, expõe durante o próximo mês na Montra de Artistas da loja de materiais para belas artes Artemísia.
O seu encanto são os desenhos Mangá, histórias aos quadradinhos ou banda desenhada feita no estilo japonês. E foi justamente por causa dos “animes” (histórias que deram origem a exibições na televisão, os chamados desenhos animados) que Maria Polido se apaixonou pelo desenho e começou a fazer mangás desde tenra idade.
“Pensei que seria divertido tentar passar para o papel os personagens que eu adorava e que me fascinavam desde pequena, por isso, instalei uma aplicação no tablet para aprender a desenhar. Como é óbvio os primeiros que fiz não ficaram grande coisa mas como autodidata não parei e tenho tentado melhorar e aperfeiçoar os meus desenhos”, refere a jovem artista.
Atualmente, Maria Polido até já pensa em escrever um mangá e daqui a uns anos, ser como os grandes “mangakas” que tanto admira.

Diario Digital Castelo Branco | 2018-08-18

INCÊNDIOS: PEV alerta que Serra de São Mamede é uma das áreas “mais vulneráveis"

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) apontou hoje a Serra de São Mamede, distrito de Portalegre, como uma das áreas “mais vulneráveis” aos fogos este verão, lembrando que não ocorre “um grande incêndio” na zona desde 2003.
 “A Serra de São Mamede é tida como um dos sítios mais vulneráveis aos incêndios este verão, porque há muito tempo que não arde, que não tem um grande incêndio”, alertou a dirigente do PEV Manuela Cunha, em declarações à agência Lusa.
Uma delegação do PEV está, desde hoje e até sexta-feira, de visita ao Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM), área protegida que se estende pelos concelhos de Portalegre, Castelo de Vide, Marvão e Arronches, para "apurar os meios que estão aptos" para evitar e combater eventuais incêndios.

IN MEMORIAN: Kofi Annan, paladino da Paz e dos Direitos Humanos

Deixou-nos ontem, Kofi Annan que, enquanto Secretário-Geral da ONU, muito contribuiu para a paz no Mundo, e a quem Portugal e o Povo de Timor devem agradecer todos os esforços que fez para readquirir a independência e consolidar a paz.
Kofi Annan, Diplomata, nasceu em Kumasi (Gana), a 08-04-1938, e faleceu na Suíça, a 18-08-2018. Kofi Annan a quem Portugal e Timor Lorosae muito ficaram a dever. Foi Secretário Geral da ONU entre 1997 e 2006. Antes de ingressar na carreira de Funcionário da Organização das Nações Unidas, fez estudos na área da Gestão em estabelecimnentos universitários de diversos países, tais como Estadps Unidos da América e Suíça.
Com início em 1962, o seu percurso ao serviço da ONU foi feito na área da direcção do aparelho administrativo em diversos pontos do Globo, ocupando-se de questões de operações no terreno.
Kofi Annan teve também a seu cargo Missões Diplomáticas importantes em contextos delicados como foram os da Guerra do Golfo e da Guerra da Jugoslávia. Contudo, foi como responsável pelas operações de manutenção de paz da ONU que ganhou maior reconhecimento internacional. Graças, sobretudo, ao prestígio conseguido no exercício daquelas funções, Annan tornou-se a sétima personalidade da história das Nações Unidas a ser eleita para o cargo de Secretário-Geral, a 01 de Janeiro de 1997.
Em Outubro de 2001 foi-lhe atribuído, juntamente com a organização que representa, o Prémio Nobel da Paz, pelo dcsenvolvimento de acções que contribuíram, e continuaram a contribuir, para a defesa e manutenção da paz e dos direitos humanos.
Outra das razões apresentadas para a atribuição a Kifi Annan relaciona.se com o bom desempenho nas suas funções como Secretário-Geral da ONU e pela dedicação que por elas sempre demonstrou ter,
A 23 de Outubro de 2003, o Parlamento Europeu atribuiu a Kofi Annan e à Organização das Nações Unidas o Prémio Sakharov para a defesa dos Direitos do Homem. Este Prémio, segundo o Parlamento, foi atribuído em homenagem a Sérgio Vieira de Mello e a todos os Funcionários das Nações Unidas que, em nome da Paz Mundial, faleceram durante o exercício das suas funções.
Em Outubro de 2005 Kofi Annan visitou Portugal nos dias 11 e 12, de passagem para a Cimeira Ibero-Americana, realizada em Salamanca a 14 e 15 do mesmo mês. O Presidente da República Jorge Sampaio homenageou o Secretário-Geral da ONU com a Ordem da Liberdade.
Em 2006, Kofi Annan anunciou a sua retirada do cargo de Secretário-Geral da ONU, tendo sido substituído a 02 de Janeiro de 2007, pelo sul-coreano Ban Ki-Moon.
Kofi Annan entrou para a História como o primeiro negro a liderar a Organização, sendo depois disso, enviado especial da ONU à Síria para liderar os esforços de paz.
Kofi Annan foi laureado em 2001, com o Prémio Nobel da Paz, pelo trabalho humanitário que desenvolveu, nomeadamente na luta contra a SIDA e contra a Malária.
Fonte: “Infopédia – Dicionários Porto Editora”
Fonte: “Jornal Expresso” 
Texto retirado de www.ruascomhistoria.pt

18.8.18

Lançamento do livro "Os Combatentes da Freguesia de Montalvão" na Grande Guerra 1914-1918

Lançamento do livro Grande Guerra - Os Combatentes da Freguesia de Montalvão da autoria de Ana Paiva Morão, na Casa do Povo de Montalvão, dia 9 de Setembro pelas 11H00.

MEMÓRIA: O Barqueiro de Amieira numa entrevista de 1983

Chama-se Adelino Alves, tem 68 anos e é o actual responsável pelo transporte de passageiros entre as duas margens do rio Tejo, no local denominado Barca de Amieira. Para melhor conhecer a sua profissão fomos procurá-lo. Eis o que nos disse:
Amieirense – Há quanto tempo exerce esta profissão?
Barqueiro – Há cerca de 4 meses, mas já cá estive 6 anos, outros 3 por conta da Câmara.
Amieirense- Que diferença nora entre hoje e antigamente?
Barqueiro – A principal é que há menos passageiros. As pessoas preferem a camioneta, além de que dantes havia trabalho, vinha pessoas dos Montes e de outros lados, passavam-se carros. Agora é mais perigoso devido à Barragem do Fratel pois o Tejo nunca leva o mesmo caudal.
Amieirense – Quais as principais dificuldades por si sentidas?
Barqueiro – É um trabalho fácil, dantes era mais difícil, pois era preciso manejar a barca, agora até se torna um trabalho “chato”, não se vê vivalma. As maiores dificuldades é ter que vir todos os dias para cima e para baixo, e eu já tenho uma idade avançada. Sempre são 6 quilómetros! O que se podia fazer era uma casa aqui no Tejo para o barqueiro...
Amieirense - É uma profissão com futuro? Garante-lhe a subsistência?
Barqueiro – Não tem grande futuro, pois os passageiros são poucos, se eu pescasse podia ter algum rendimento, mas assim só com o dinheiro das barcagens e o subsídio da Câmara não dá.
Não garante a subsistência, mas eu sou reformado e sempre ajuda. Isto só dá prejuízo.
Amierense – Mas não acha que é importante para Amieira?
Barqueiro– Embora eu agora passe pouca gente, nas épocas festivas é que há mais, sempre é importante, pois Amieira está praticamente isolada. Só temos uma camioneta que sai de manhã e retorna à noite.
Amieirense – Tem tanto tempo livre, como se ocupa?
Barqueiro – No Verão contemplo a paisagem e sempre posso falar com alguém há sempre a tomar banho, durmo a sesta, estendo-me no bote, ao sol, ando às enguias, pesco, etc.
Dir-nos-ia ainda que mesmo com as cheias, de dia não há perigo nenhum. À noite, porém, torna-se muito perigoso. “O Amieirense” deseja-lhe felicidades no seu trabalho.
O Amieirense – Dezembro de 1983

17.8.18

OPINIÃO - Querida Aretha Franklin: está no céu a voz que passava a vida no céu e levava-nos até lá

É difícil imaginar que a autora desta música eternamente nova seja capaz de morrer. Morrer parece uma coisa tão banal para um ser tão mágico - no verdadeiro sentido da magia, de ser uma maravilha inexplicável.
Aretha Franklin não era capaz de só cantar. Musicava a voz. A voz dela aventura-se, sai sem pensar por um caminho desconhecido que logo se verá aonde vai dar. Na esperança certa de surpreender-se, de chegar onde nunca dantes chegou, inventando uma nova música, uma nova maneira de fazer dançar a voz, uma outra canção escondida na cantiga que só ela é que ouvia e reproduzia, soltando-se para a canção se ir soltando também.

Há um ensaio de estúdio de You're  All  I  Need To Get  By (Take 1) que dura 42 segundos. "Are you taping this, Jerry?", pergunta Aretha a Jerry Wexler. Nesses 42 segundos, gravados em 1971, ouve-se o cérebro dela a correr à frente da voz. Isto é o que Aretha Franklin faz a uma canção enquanto espera.
Na take 2 ela vai mais longe, explorando a canção com aquela voz divina, tão irrequieta, desinibida, directa, majestaticamente terrestre e humana.
Aretha Franklin não tinha medo de nenhuma música, de nenhum músico.
Ouviu o tremendo Respect cantado taxativamente por Otis Redding e disse que queria gravar a versão dela. Que conseguiu ser ainda mais soberba, ao ponto daquela gravação masculina, feita por um homem genial sobre o respeito que os homens procuram, ter sido transformada numa gravação feminina, feita por uma mulher genial, sobre o respeito de que as mulheres precisam.
E até ter transcendido tudo, até ser sobre o respeito humano que toda a humanidade precisa - "até as crianças e os bebés", disse Aretha numa entrevista recente à Vogue.
Também You're  All  I  Need To Get  By tinha sido gravado em 1968 por Marvin Gaye e Tammi Terrell. Onde artistas menores viam versões definitivas Aretha Franklin via pontos de partida. Onde outros viam gravações, ela via veículos para transportá-la para o paraíso da música.
O génio de Aretha era tal que ela cantava para saber o que ela ainda não sabia. Não era capaz de ensaiar sem mudar tudo, de todas as maneiras, da maneira menos consciente: vamos ouvir o que sai daqui.
Não vai sair coisa conhecida. Vai sair coisa bonita, nunca dantes ouvida. E eu quero ouvir porque não há mais ninguém capaz de cantar assim, como o traço do lápis de Paul Klee.
A música da voz dela é verdadeiramente universal. Começa-se a gostar em criança porque parece desobediência, parece liberdade, soa a alguém que se está a divertir mais do que qualquer outra pessoa, mais do que deveria, mais do que gostariam os adultos.
Na expansão da voz dela ouve-se e sente-se, participa-se na alegria de conseguir cantar assim, como se só a voz dela pudesse explicar o que está ali escondido e tornar tudo irresistivelmente nosso, de todo o mundo, preso à voz dela, eufórico com a sorte que tem de poder ouvi-la.
Aretha Frankin era uma inventora musical tão profunda, expressiva e talentosa que arriscava sempre tudo, oferecendo-nos o prazer de correr todos os riscos com ela.
É difícil imaginar que a autora desta música eternamente nova seja capaz de morrer. Morrer parece uma coisa tão banal para um ser tão mágico - no verdadeiro sentido da magia, de ser uma maravilha inexplicável.
Pode-se contar com ela. Sempre que a música parece parada a música dela está cá para mostrar como a música se mexe. A música de Aretha Franklin é um tesouro vivo, uma música que voa inesperadamente cada vez que passamos por ela.
A maravilha de Aretha Franklin era inexplicável mas cada um, seja criança ou crescida, sente-a completamente. A música dela era música de amor, de todos os amores que há em nós. E é real quando está na voz dela. É isso que é magia. É isso que temos de agradecer. É isso que temos de guardar. A realidade da música dela, chegada ao céu.
Porque não há-de vir mais nenhuma Aretha Franklin. Aquela que temos terá de durar para sempre. 
Felizmente chega e sobra.
 16 de Agosto de 2018
Miguel Esteves Cardoso in "Público"

15.8.18

NISA: Poetas Populares - Maria Pinto

AS SORTES
Em Nisa, o dia das sortes
Alegra a rapaziada
Rua abaixo, rua acima
Vão dando a sua alvorada.

Atrás de uma concertina
Neste dia sempre é festa;
Ao fim de um ano já dizem:
“Ai, que triste vida esta!”

Tocam numa pandeireta
Rua abaixo, rua acima;
E vão dançando e cantando,
Ao toque da concertina.

Com uma fita encarnada
Dão o sinal de apurado;
Passa a vida a ser diferente
Nessa vida de soldado.

Todos eles dão um baile,
A toda a rapaziada,
 E cada qual, satisfeito,
Leva a sua namorada.

Dão aos noivos lindas prendas
Para as sortes ir tirar;
Eles compram-lhes vestidos,
Para o baile os levar.

Todos os que tiram sortes
Têm uma para dançar;
E os que vêm estão
Os fatos, a apreciar.

Qual o vestido mais lindo
Todo o povo está a ver;
E algumas mais pobrezinhas
Sem ter pão para comer.

Andam todas satisfeitas
Com as prendas oferecidas;
E gente cá fora a ver
As que ficam mais bonitas.

Todos eles com seus pares,
Eu gosto de os ver dançar
Passos-dobles, corridinhos
E um bom jazz a tocar.

Tudo com trajos modernos
Calças à boca de sino;
Com fatos de várias cores
Faz-se assim um rapz fino.

E as cachopas também
Trajam de toda a maneira;
O que elas poupam nos fatos
Vão dá-lo à cabeleireira.

Agora – ouvi dizer –
A moda é andar descalço
Já não sabem que hão-de usar
Mas isto deve ser falso.

Rapaziada das sortes
Não tenham a fé perdida
Porque a tropa para muitos
Dá-lhes pão e dá-lhes vida.

Para todos, bom ou mau
O destino está marcado;
Deus lhes dê saúde e sorte
Nessa vida de soldado.
Maria Pinto
Na foto: Jovens nisenses nascidos em 1953

NISA: "Os Passinhos da Fonte da Pipa" (1)

Já se encontra em funcionamento o Espaço para Sugestões e Reclamações do site do Município de Nisa. Não era sem tempo, mas alguém leu a crítica que sobre este assunto escrevemos aqui no Portal e, talvez, roído pela (boa) consciência, resolveu – certamente após as indispensáveis consultas à comendadora-mor – reatar a publicação normal deste Espaço. Um espaço que, a julgar pelas mensagens e reparos que lá deixei, não vai servir, rigorosamente, para coisa alguma, excepto para listar os “opositores visíveis” e os críticos do actual regime idalinista instalado na Praça do Pelourinho.
Na primeira mensagem, sobre a qual não recebi qualquer resposta, sugeria algumas alterações, ligeiras, ao Espaço de Sugestões e Reclamações, uma delas sobre os asteriscos que indicam os campos de preenchimento obrigatório e outra sobre a duplicação de dados (Cartão de Cidadãos e NIF) quando o munícipe, apenas por um deles fica devidamente identificado.
Perguntei, na segunda questão que coloquei, qual o motivo por que não podia “postar” na página de Facebook da Idalina que ela diz que é do Município, ou vice-versa.
Deve ter havido raios e coriscos (lembrei-me, agora, de uma canção do Barata Moura e que dizia assim: “Dizem cobras e lagartos / Da Intersindical /Parecem uns burros fartos/ Com o pão de ló do capital/...) e resposta não houve, nem na referida página feicebukiana apareceu a “autorização” para me tirarem a “fita adesiva”...
Vou continuar a escrever no Espaço para Sugestões e Reclamações, ciente de que ele, o dito Espaço, apenas serve para cumprir uma obrigação legal e dar uma imagem de “transparência”, ilusória, pois, no concelho de Nisa não há SUGESTÔES a dar já que quem dirige, de forma superior, os destinos da pólis, sabe muito bem o que o Município precisa. Tão bem, que se arroga ao direito de promover e anunciar obras sem dar qualquer cavaco aos seus camaradas (alto aí e pára o balho...) da vereação. O anticomunismo cavernícola da edil é já conhecido além-fronteiras, de tal modo que o convite para participar no Web Sómete, numa comunicação sobre o efeito paisagístico das cantarinhas, foi cancelado.
Enquanto isso, os semáforos junto à Loja do Munícipe continuam avariados, sem uma luzinha sequer, a dar sinal de si. Há uma passadeira, mas perante a presença daquela estrutura metálica que devia regular o trânsito, são constantes as dúvidas: Quem passa agora? Passas tu ou passo eu? Passam os peões (pessoas)? O que fazer?
Se não cumprem as funções para que foram instalados, tirem-nos dali e coloquem-nos noutro sítio, talvez com umas florinhas a ornamentar mais uma obra “carismática”.
As casas de banho públicas (sanitários, que é mais fino...) no Posto de Turismo, só funcionam até às 20 horas e durante os quatro dias da Festa em Nisa, apenas serviu para os “festivaleiros”. O público em geral, ficou geralmente sem poder fazer xixi e outras necessidades fisiológicas. É um horário que não faz qualquer sentido, ainda mais no Verão, a não ser que a municipalidade, com este procedimento, esteja a fazer um convite para que os munícipes (e visitantes) vão “aliviar a bexiga”, “verter águas” ou “arrear o calhau” nalgum canto, público, nas proximidades...
Sobre a Festa em Nisa, há alguns reparos a fazer, mas ficam para o próximo Espaço Público de Reclamações e outras inquietações.
Mário Mendes
(Escrevo o meu nome para o invisível censor poder contabilizar mais um texto crítico e fazer jus ao ordenado que recebe)