30.9.21

PORTALEGRE: “Cordas em Fil(h)armonia”decorrerá no dia 5 de outubro, no Jardim da Rua 1º de Maio

 
No âmbito do Festival Música e Monumentos, irá realizar-se o espetáculo “Cordas em Fil(h)armonia”, no dia 5 de outubro, no Jardim da Rua 1º de Maio, junto à muralha do Museu da Tapeçaria, pelas 21 horas. O mesmo resulta de uma candidatura, efetuada pela Sociedade Musical Euterpe, ao Programa Garantir Cultura, do Ministério da Cultura.
O espetáculo, que decorrerá na noite de terça-feira, contará com a participação de dois músicos portalegrenses, Ricardo Gordo na guitarra portuguesa e Samuel Lupi na guitarra acústica, e com a Sociedade Musical Euterpe de Portalegre. Espera-se um concerto único que certamente deslumbrará o público presente, envolvendo grandes símbolos da nossa cultura, formando a união perfeita entre a sonoridade das guitarras e da banda filarmónica.
Este evento é uma iniciativa da Sociedade Musical Euterpe e da Confederação Musical Portuguesa, em parceria com a Câmara Municipal de Portalegre, tendo igualmente o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República.
Para a realização deste espetáculo em segurança será necessário condicionar o acesso à Rua 1º de Maio, local onde decorrerá o espetáculo. Assim, no dia 5 de outubro, é preciso ter atenção às seguintes alterações:
- entre as 9h00 e as 24h00 - proibição de estacionamento entre a Travessa 1º de Maio e a Rua da Moagem;
- entre as 16h00 e as 24h00 - corte de trânsito parcial da Rua 1º de Maio, entre a Travessa 1º de Maio e a Rua da Moagem, bem como alteração do sentido de trânsito na Rua da Moagem, sendo que a circulação passa a ser nos dois sentidos.

PELA DEFESA DOS POSTOS DE TRABALHO: Bancários em Greve

 
Amanhã, sexta-feira, 1 de Outubro, irá decorrer uma Greve Nacional dos trabalhadores dos Bancos Millennium bcp e Santander Totta em defesa dos postos de trabalho, tendo em conta que os processos de despedimento coletivo e as propostas de rescisão por mútuo acordo nestes bancos são um grave ataque à classe bancária.
Os responsáveis da Secção Regional de Portalegre do Mais Sindicato do Sector Financeiro/SBSI - Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, afecto à UGT - União Geral de Trabalhadores, estiveram em todas as agências bancárias existentes no distrito de Portalegre, onde, relembramos, e tendo em conta o processo de esvaziamento do interior, só já existem agências bancárias do Millennium bcp em Portalegre e Elvas, e do Santander Totta em Portalegre, Elvas, Ponte de Sor e Avis.

28.9.21

MARVÃO: Câmara assinala Dia do Idoso

 
De forma a assinalar o Dia Internacional do Idoso, o Município de Marvão promove, durante o mês de outubro, diversas atividades direcionadas à população sénior do concelho.
✅ 1 de outubro - Aula de Ginástica, demonstração de exercícios no Parque Biosaudável e Caminhada no Centro de Lazer da Portagem 
✅ 7 de outubro - Visita ao Centro de Ciência Viva do Café e Quinta das Argamassas em Campo Maior 
✅ 14 de outubro - Visita à Cidade Romana de Ammaia (São Salvador da Aramenha) e à Academia de Música de Marvão (Quinta dos Olhos d'Água) 
✅ 20 de outubro - Visita ao Museu do Bordado e do Barro e à Rua de Santa Maria em Nisa (homenagem à olaria pedrada)
✅ 26 de outubro - Visita ao Castelo, Museu e Casa da Cultura de Marvão (oferta de lanche a todos os participantes) 
✅ Ao longo do mês de outubro, haverá também animação circense e musical nas IPSS´s do concelho.
ℹ As inscrições são limitadas e apenas para residentes no concelho de Marvão, com idade igual ou superior a 65 anos.
👉 Contatos: 245 909 130
accao.social@cm-marvao.pt


Tribunal condena corticeira da Feira por despedir trabalhadora que denunciou assédio

A corticeira Fernando Couto foi condenada pelo Tribunal da Feira a pagar uma coima de cerca de onze mil euros por ter despedido a operária Cristina Tavares, após esta ter denunciado ser vítima de assédio moral.
A sentença, datada de 24 de setembro e a que a Lusa teve acesso, deu como provado que a empresa "promoveu o despedimento com justa causa de Cristina Tavares, em 10 de janeiro de 2019, após a mesma ter invocado os seus direitos e garantias, bem como o exercício de direitos relativos a assédio moral".
A empresa tinha recorrido das duas contraordenações (uma muito grave e outra grave) aplicadas pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT), tendo sido condenada apenas pela primeira, uma vez que o tribunal concluiu que as normas aplicadas se encontram "numa relação de concurso aparente, inexistindo fundamento para a sua aplicação cumulativa".
O tribunal decidiu ainda manter a condenação solidária do presidente do Conselho de Administração da empresa no pagamento da coima única aplicada e a sanção acessória de publicidade aplicada.
Durante o julgamento, a inspetora da ACT que acompanhou o caso considerou que o segundo despedimento de Cristina Tavares foi uma "retaliação" por parte da empresa corticeira pelas denúncias de assédio moral feitas pela trabalhadora.
"Isto foi um mecanismo que a empresa encontrou para de certa forma reagir a todos estes procedimentos que fomos [ACT] realizando", disse.
Cristina Tavares, que também prestou declarações em Tribunal, disse que nunca quis difamar a empresa e assegurou que não foi ela que tornou os factos públicos.
"Nunca pensei que ia dar nisto. Estava apenas a tentar recuperar o meu posto de trabalho (...) Eu dei-me sempre bem com os patrões e é por isto que me sinto injustiçada, porque eu dei tudo por aquela empresa", afirmou.
Cristina Tavares foi despedida uma primeira vez, em janeiro de 2017, alegadamente por ter exercido os seus direitos de maternidade e de assistência à família, mas o Tribunal considerou o despedimento ilegal e determinou a sua reintegração na empresa.
Dois anos depois, a empresa voltou a despedi-la acusando-a de difamação, depois de ter sido multada pela ACT, que verificou que tinham sido atribuídas à trabalhadora tarefas improdutivas, carregando e descarregando os mesmos sacos de rolhas de cortiça, durante vários meses.
Já em junho de 2019 a empresa aceitou voltar a reintegrar a trabalhadora antes do início do julgamento que visava impugnar o segundo despedimento.
Na altura, a administração da empresa explicou que decidiu "virar a página negativa que se formou", criando condições para se focarem na sua atividade "em paz jurídica".
Além da reintegração da trabalhadora, a empresa aceitou pagar uma indemnização de 11250 euros por danos não patrimoniais sofridos, bem como os salários que a trabalhadora deixou de receber durante o período em que não esteve a trabalhar.
A situação de Cristina Tavares deu ainda origem a duas contraordenações da ACT, por assédio moral à operária e violação de regras de segurança e saúde no trabalho, tendo sido aplicadas coimas no valor global de cerca de 37 mil euros.
Em fevereiro, o Ministério Público (MP) acusou a empresa, os membros do conselho de administração e os diretores de produção e qualidade de um crime de maus-tratos, por alegadamente terem criado um ambiente "hostil, intimidatório e degradante" para levar a operária Cristina Tavares a despedir-se, após ter sido obrigada pelo tribunal a reintegrá-la.

in Jornal de Notícias - 27/9/2021

TRADIÇÃO ORAL. Adágios de Setembro (VI)

 
Em Setembro, colhendo e comendo.
- Em Setembro, palha no palheiro e meninas ao candeeiro.
- Em Setembro, palhas ao palheiro, meninos ao candeeiro.
- Em Setembro, perdizes pequenas só das agostinhas me lembra.
- Em Setembro, planta, colhe e cava que é mês para tudo.
- Em Setembro, S. Miguel soalheiro enche o celeiro.
- Em Setembro, vai andando e correndo, mas às vezes também ardem as moitas e as fontes a secar vêm.
- Em Setembro, vai andando e vai comendo.
- Em tempo de figos não há amigos.
- Em vinte e nove, S. Miguel fecha as asas.
- Guarda prado, criarás gado.
- Lua Nova setembrina sete vezes domina.
- Não peças a morte a Deus, nem a chuva por São Mateus.
- Janeiro gear, Fevereiro chover. Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer, Junho ceifar, Julho debulhar. Agosto engavelar, Setembro vindimar. Outubro revolver. Novembro semear. Dezembro nascer.
- Janeiro gear, Fevereiro chover. Março encanar, Agosto recolher. Setembro vindimar.
- Janeiro gear. Fevereiro chover. Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer. Junho ceifar, Julho debulhar, Agosto engavelar. Setembro vindimar, Outubro revolver. Novembro semear, Dezembro nasceu Deus para nos salvar.
- Lua nova setembrina, sete luas domina.
- Lua nova trovejada, trinta dias é molhada e se for a de Setembro até Março irá chovendo.
- No dia oito de Setembro abalam as merendas, vêm os serões.
- No pó semeia que Setembro to pagará.
- No São Mateus vindimam os sisudos e semeiam os sandeus. 

* Recolha de Hernâni Matos in dotempodaoutrasenhora.blogspot.com

PORTALEGRE: Exposições Histórias de Alegrete e 7 Pintores de Portalegre inauguram a 1 de outubro

 

Inaugura no dia 1 de outubro, pelas 16h00 a exposição de pintura “Histórias de Alegrete”, de Maria Oliveira Reis, patente na Galeria de S. Sebastião desde o dia 11 de setembro. Esta inauguração foi cancelada devido ao luto nacional decretado pelo falecimento do antigo Presidente da República, Jorge Sampaio.
Na mesma data, pelas 17h00, será inaugurada a exposição “7 Pintores de Portalegre”, uma mostra que reúne Bruno Metelo, Cidália Candeias, Helena Nabais, Hermínio Felizardo, Jaime Azedo, Mário Reis e Quim Ferreira no Castelo de Portalegre.
Com entrada livre, ambas as exposições podem ser visitadas entre as 09h30 às 13 horas e das 14h30 e as 18 horas, incluindo ao fim de semana.

25.9.21

SAÚDE: Estudo revela preocupações ambientais relacionadas com a Contraceção

 
Pílula continua a ser o contracetivo mais utilizado em Portugal
A pílula anticoncecional continua a ser o método de contraceção mais amplamente utilizado (70 por cento) em Portugal, segundo o estudo “NEST-C - Novidades Epidemiológicas Sobre Tendências em Contraceção”, realizado pela Gedeon Richter, com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Contraceção (SPDC), no âmbito do Dia Mundial da Contraceção, que se celebra a 26 de setembro de 2021.
De acordo com o estudo, as mulheres inquiridas realçam que os principais benefícios atribuídos à pílula são a eficácia contracetiva e a fácil toma. Em relação aos atributos extra contracetivos, 64 por cento das mulheres destacam o controlo do ciclo menstrual e 52 por cento salientam os benefícios para a pele.
O estudo revela também novas preocupações das mulheres em relação à sua contraceção, sobretudo do ponto de vista do seu impacto no ecossistema. 28 por cento das mulheres já ouviram falar sobre o impacto negativo das hormonas nos ecossistemas naturais, sendo que 35 por cento destas mulheres são as mais jovens, entre os 15 e os 19 anos.
Neste âmbito, verificou-se que mais de metade das mulheres (61 por cento) irá provavelmente pedir ao seu médico para prescrever uma pílula com um menor efeito nos ecossistemas naturais, o que demonstra uma certa preocupação em relação às questões ambientais.
O estudo, realizado pela Gedeon Richter e desenvolvido em maio de 2021, contou com a participação de 1508 mulheres - 46% com filhos; 38% do Norte e 29% da Área Metropolitana de Lisboa; 22% da zona Centro; 7% do Alentejo e 4% do Algarve.

24.9.21

Moita: 10º BB Blues Fest de 23 a 25 de setembro

 
O BB Blues Fest regressa em setembro ao concelho da Moita. Na sua 10ª edição, o festival surge com um novo palco que permite a realização dos concertos com toda a segurança, no que respeita à prevenção da COVID-19. Renovado, mas com mesma qualidade musical a que o público já está habituado, o BB Blues Fest vai decorrer de 23 a 25 de setembro no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira.
O BB Blues Fest tem já como um dos primeiros nomes confirmados a banda portuguesa The Black Mamba, vencedora do Festival da Canção 2021. Outros concertos também já confirmados são a lenda do Blues de Chicago Tail Dragger, Richard Ray Farrel, nomeado para os Blues Music Awards de 2021, e Rick Estrin & the Nightcats, uma referência do Blues que acumula vários prémios e distinções nos Blues Music Awards.
A abertura do Festival realiza-se no dia 23 de setembro, a partir das 21:30h, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira. Nos dias 24 e 25 de setembro, pelas 21:00h, os concertos decorrem na Avenida Marginal da Moita e, a 3 de outubro, a partir das 15:00h, o tradicional Blues Pic-Nic tem lugar no Parque José Afonso na Baixa da Banheira.
Informações
Datas: 23 a 25 de setembro de 2021
Local: Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, Baixa da Banheira
Horário: 21h30
Bilhetes: Passe de dois dias (24 e 25 de setembro) – 30 euros | Passe diário para dia 24 ou dia 25 – 20 euros

6ª edição do MEXE reflete sobre O Risco

 
Arranca este sábado, 18 de setembro, a sexta edição do MEXE - Encontro Internacional de Arte e Comunidade. Com base no Porto, o evento que tem como parte essencial da sua missão tornar visível o trabalho de companhias, coletivos, cidadãs/ãos e artistas dedicados à reflexão e às práticas artísticas participativas e comunitárias estende-se, pela primeira vez em dez anos, a Lisboa e Viseu. 
Um programa habitado por propostas de dança, música, teatro, instalação, performance e oficinas, pontuado por palestras, conversas e encontros de discussão, propõe-se, em setembro de 2021, a reflectir sobre as várias perspectivas d’O Risco. A abordagem do Humano e a natureza, o orgânico e o digital, a desigualdade e a exclusão são algumas das temáticas que pretendem agitar as águas em tempos de indefinição e medo. 
Destaque nas artes de palco para a estreia nacional de Paisajes para colorear, obra da companhia chilena La-resentida sobre os relatos de violência no feminino; a dança d’A Classe do Jaime em torno da tradição e contemporaneidade do movimento; e para a apresentação da rapper Mynda Guevara. Ainda no campo da música palavra especial para Desenterrando Ecologias Queer, uma instalação-concerto de Amy Reid, que activa novas simbologias ligadas às plantas e com apresentação dupla no Porto, no Jardim Botânico, e em Lisboa, na Culturgest. 
Na estreita relação com as populações das cidades por onde passa, espaço ainda para as estreias de Altamira 2042, um trabalho que Gabriela Carneiro Cunha desenvolverá com a população de Miragaia em torno da relação da cidade com o Rio Douro, e As Bravas - Um Manifesto, caminhada performativa que pretende cartografar as histórias e lutas feministas da cidade Invicta. No campo das oficinas, as Hortas Comunitárias das Fontaínhas serão o espaço para a instalação de um Laboratório dos Riscos Impossíveis e os novos meios de ligação online para uma discussão-construção de um Herbário Anticolonial. Ainda no online, atenção para a Máquina de Ruído, uma instalação digital que incorporará palavras de ordem, sons e contribuições do público para criação de uma grande manifestação virtual.
Nota final para o lançamento do livro Práticas Artísticas, Participação e Política de Hugo Cruz, a conferência de abertura com o primeiro cyborg reconhecido por um Governo, Neil Harbisson, e o EIRPAC - Encontro Internacional de Reflexão Sobre Práticas Artísticas Comunitárias. Complementando o trabalho de apresentação e performance, o MEXE 2021 apresentará ainda uma mostra de cinema que integrará seis filmes sobre organizações e projetos cujo trabalho se centra nas práticas artísticas participativas e comunitárias.
Toda a programação e detalhes em www.mexe.org.pt.

23.9.21

OPINIÃO - Saúde mental: o futuro é urgente

 
Do paradoxo: a saúde psicológica é ainda uma dimensão descurada no quadro global da saúde. Por motivos muito diversos, persiste um estigma que alimenta a vergonha e a culpa, contribui para o subdiagnóstico, dificulta a procura de ajuda e justifica a negligência e o subfinanciamento ao nível dos sistemas de saúde e recursos comunitários. Um pouco por todo o mundo, os custos individuais, sociais e económicos deste cenário tornaram-se cada vez mais evidentes nos últimos anos, permitindo perceber que os problemas de saúde psicológica afectam milhões de pessoas e representam uma das cargas mais significativas para a saúde pública, com custos económicos até 4,2% do PIB (a depressão, por exemplo, atinge cerca de 300 milhões e é já considerada a principal causa mundial de incapacidade).
Ao mesmo tempo, a investigação na área da ciência psicológica tem clarificado, por um lado, o impacto dos factores sociais e económicos na saúde psicológica (por exemplo, a pobreza, a discriminação, a exclusão social, o desemprego e insegurança laboral) e, por outro, a importância da sua manutenção, não apenas do ponto de vista individual, mas do desenvolvimento das comunidades e dos países, significando uma melhor saúde física, melhor desempenho escolar e académico, maior produtividade, maior participação social e menores índices de multimorbilidade e de mortalidade.
A última década foi marcada por uma lenta mudança de atitude face à saúde psicológica, mas, ao mesmo tempo, por um aumento e diversificação dos problemas. Para tal contribuiu, de forma decisiva, a massificação da utilização da Internet, cujo número de utilizadores cresceu de 30% para 65% entre 2010 e 2020. Os meios digitais são hoje parte do quotidiano de grande parte da população mundial, deles decorrendo novas problemáticas, associadas ao seu uso excessivo ou desadequado, mas também ao próprio ciberespaço e respectivas modalidades de interacção. Por outro lado, viabilizam a mediatização de histórias pessoais (nomeadamente, de figuras públicas) que muito têm contribuído para colocar o tema na ordem do dia, e representam novas plataformas de acesso a literacia, trabalho, educação e formação e mesmo cuidados de saúde (a telemedicina, apoio psicológico online, grupos terapêuticos ou intervenções auto-guiadas). A última década deixou claro que a tecnologia, inicialmente diabolizada, apresenta enormes vantagens que podem ser potenciadas por um melhor conhecimento e gestão dos seus riscos.
Paralelamente, desafios societais específicos concorreram para aumentar a visibilidade da saúde psicológica nos media e na opinião pública. Falamos, por exemplo, de crises socioeconómicas diversas, do aumento dos movimentos migratórios e da população refugiada, das alterações climáticas ou do envelhecimento populacional, fenómenos com impacto psicológico profundo e consequências a múltiplos níveis. Mais recentemente, no contexto do aumento dos problemas de saúde psicológica em todo o mundo resultante da pandemia de covid-19, a questão da saúde psicológica ganhou uma projecção inaudita.
Em 2021 é reconhecidamente aceite que a saúde psicológica é indissociável das grandes questões sociais, ambientais, políticas e organizacionais e essencial para o bem-estar e qualidade de vida. Estas evidências não parecem, no entanto, espelhar-se numa diminuição efectiva do estigma ou no desenho de políticas públicas. Em demasiados contextos, o foco predominante dos cuidados continua a ser a medicação e a redução dos sintomas, o acesso a cuidados de saúde adequados permanece insuficiente e as pessoas com problemas de saúde psicológica são ainda olhadas como diferentes, o que pode implicar formas diversas de marginalização social e barreiras ao seu envolvimento nas comunidades.
Portugal é o segundo país europeu com maior prevalência de problemas de saúde psicológica (cerca de 23% da população), mas também um dos países da OCDE onde a taxa de necessidades não satisfeitas de cuidados a este nível é mais elevada. Existem apenas 250 psicólogos/as nos Cuidados de Saúde Primários, o que corresponde a um representa um rácio de 2,5 psicólogos/as para cada 100.000 utentes. Há, por isso, um caminho longo a percorrer: conversar abertamente, aumentar a literacia em saúde psicológica e, sobretudo, repensar as políticas, serviços e práticas que afectam negativamente as pessoas com problemas de saúde psicológica, assegurando a sua não discriminação e igualdade de direitos em todas as situações (em particular, no acesso aos recursos necessários para prevenir e combater estes problemas) e globalmente promover a saúde, para todos os cidadãos.
A procura de ajuda é fundamental para melhorar ou manter a saúde psicológica; não faz apenas sentido em situações de crise ou desespero, mas deve ser buscada tão cedo quanto possível. Para mais informações sobre saúde psicológica e recursos disponíveis, consulta o portal EuSinto.Me. 

* Edite Queiroz - Público - 22/9/2021



22.9.21

Vila Viçosa assinala Jornadas Europeias de Património

VILA VIÇOSA NAS EXPRESSÕES DO PATRIMÓNIO CULTURAL, INCLUSIVO E DIVERSIFICADO
A CECHAP convida os interessados a assistir um pequeno programa para assinalar as Jornadas Europeias do Património 2021. Vamos começar com uma abertura musical, seguida de Conferência sobre a vida dum dos famosos calipolenses - Martim Afonso de Sousa e fechar as atividades com sarau de ginástica das crianças do ginásio 100 Pança. Sejam bem-vindos.
Gratuito
Inscrição: Inscrição necessária
Contactos para Inscrição: callipoartes.cechap@gmail.com

20.9.21

PORTALEGRE: Bruno Bavota no Ciclo Intimista no CAEP

 
25 SET. SÁB. 21.30H
Ciclo in-ti-mis-ta – Bruno Bavota
Contemporâneo | PA | 5€ | M/6 anos
Bruno Bavota, comparado a nomes como Ludovico Eunaudi, Ólafur Arnalds e Nils Frahm, viu a sua obra chegar a um público mais vasto, aquando da utilização do tema “Passengers” numa campanha da Apple e pelo tema “If only my heart were wide like the Sea”, integrado na banda sonora da minissérie “The Young Pope”, do realizador Paolo Sorrentino.
 Tem mais de 60 mil ouvintes mensais no Spotify e editou pela prestigiada editora Temporary Residence (casa dos Mogwai, Mono e William Basinski), os álbuns “Get Lost” e “Re_Cordis”, ambos de 2019 e “Apartment Songs, vol.12, de 2020, e ainda o EP “Apartment Loops vol.2”, de 2021.

Vale do Junco, ou Abrigo dos Gaivões, tem o primeiro painel de arte rupestre estudado em Portugal.

Serra de São Mamede, a primeira região do país a estudar com minúcia a arte rupestre
Remontam a 1706 as primeiras referências a sítios com arte rupestre no Norte de Portugal. Contudo, os primeiros estudos de pormenor e contextuais só foram publicados em 1916 e reportam-se às pinturas esquemáticas do Abrigo dos Gaivões, que se abre nas cristas quartzíticas da serra de São Mamede, na freguesia da Esperança, concelho de Arronches.
A descoberta e a consequente polémica em torno das pinturas da Gruta de Altamira, a partir de 1879, provocou uma vaga de prospecções para identificação de novos locais com arte rupestre em Espanha. Em 1911, o jovem abade Henri Breuil estabeleceu uma rede de prospectores junto dos párocos e intelectuais espanhóis. Terá sido sob este estímulo que o artista plástico e anarquista Aurélio Cabrera, natural de Albuquerque, descobriu na crista quartzítica da sua terra as pinturas esquemáticas do “Risco de São Brás” e que, pouco depois, o levou à aldeia portuguesa da Esperança, acompanhado pelo geólogo Hernández-Pacheco. Ali estudaram os primeiros painéis de arte rupestre de Portugal, no Abrigo dos Gaivões. As restrições à circulação de pessoas atrasaram a vinda de Henri Breuil à aldeia da Esperança para reconhecer as novas descobertas. Quando chegou a Arronches, em finais de 1916, com passaporte diplomático, foi bem acolhido pelas autoridades locais, mas, perante a insistência em fotografar as grutas da zona fronteiriça, foi visto como espião e detido pelo sargento da GNR de Arronches. Até ser reconhecido pelo seu amigo José Leite de Vasconcellos, ficou sob prisão. No entanto, num passeio pelas margens da ribeira do Caia, acompanhado pelo seu carcereiro, Breuil descobriu a Estação Paleolítica de Arronches, o primeiro local deste período identificado no Alentejo.
Confirmadas por Breuil, as primeiras pinturas esquemáticas da aldeia da Esperança geraram uma sucessão de visitas à serra de São Mamede pelos arqueólogos do século XX que se interessavam por esta temática. Decorrente desses trabalhos, no fim do século XX, passaram a conhecer-se quatro abrigos com pinturas na serra: Gaivões, Louções, Igreja dos Mouros e Pinho Monteiro.
A importância científica destes achados originou um projecto de investigação coordenado pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade de Évora, que teve início em 2007, vindo a alargar-se a toda a serra e seus contrafortes e também em território espanhol. Hoje, conhecem-se mais de trinta abrigos com pinturas na serra de São Mamede.
A arte nestes abrigos inscreve-se no grande universo vulgarmente denominado de esquemático. Entre figuras lineares, pontos e manchas, identificam-se representações humanas, isoladas ou em grupo e diferentes tipos de quadrúpedes. Os serpentiformes, os ramiformes, os discos, provavelmente astrais efigurações geométricas, estão também presentes nestes abrigos e lapas. No Abrigo do Ninho do Bufo, em Marvão, reconhece-se a singular representação duma parturiente. Não muito distante de Alegrete, por trás do altar da Ermida de Nossa Senhora da Lapa esconde-se um abrigo, a que se acede por uma estreita passagem, repleto de pinturas esquemáticas que piedosas mãos cristãs tentaram esconder sob camadas de cal.
Terão sido os primeiros agricultores e pastores, que do VI ao III milénio antes de Cristo levantaram as antas e os menires, que terão pintado nos diversos abrigos estas enigmáticas mensagens gráficas.
https://nationalgeographic.pt/ 16 de Setembro de 2021
Texto: Jorge de Oliveira
Fotografias: Ricardo Lourenço


19.9.21

ÉVORA: Programa de visitas ao Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli

 
A vida monástica retorna em 1960 a Santa Maria Scala Coeli, pela mão de Vasco Maria Eugénio de Almeida que, ao herdar a Quinta da Cartuxa, recupera as ruínas do Mosteiro que lhe despertaram um natural interesse histórico e espiritual pelo que haviam sido.
Em 2020, no interregno entre a partida da Ordem da Cartuxa e a vinda das irmãs do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli está aberto a toda a comunidade e recebe um programa de visitas adicional durante os próximos meses, alargando-se a um maior número de pessoas a oportunidade de conhecer este monumento de grande significado espiritual e cultural, ímpar em Portugal.

VISITA ABERTA
Visita com entrada gratuita e sem inscrição prévia, às terças e quintas-feiras, das 11h00 às 13h00 e aos sábados das 14h00 às 17h00.
VISITA CONDUZIDA COM HORÁRIO FIXO
Visita com participação gratuita, mediante inscrição prévia através do preenchimento e submissão do formulário disponibilizado abaixo. A visita é limitada a 5 participantes. Cada formulário corresponde à inscrição de uma pessoa, que será confirmada por e-mail pela Fundação Eugénio de Almeida. A agenda de visitas é disponibilizada mensalmente.
Agenda de visitas
08-09-2021 às 15h00 - lotação esgotada
10-09-2021 às 15h00 - lotação esgotada
15-09-2021 às 15h00 - lotação esgotada
17-09-2021 às 15h00 - lotação esgotada
22-09-2021 às 15h00 - lotação esgotada
24-09-2021 às 15h00 - lotação esgotada
29-09-2021 às 15h00 - lotação esgotada
Classificação etária: maiores de 16 anos, inclusive
O TEMPO DE SCALA COELI | 24 de setembro às 21h30 
Matinas, Laudes, Prima, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas são os nomes dos ofícios que dão o ritmo fundamental ao dia a dia dos Monges Brancos. Num itinerário noturno, entre as Completas e as Matinas, descobrem-se algumas das Estórias e da História de Scala Coeli.
VISITA CONDUZIDA PARA GRUPOS
Mediante marcação prévia com o mínimo de 48h de antecedência. A visita é limitada a grupos de 5 participantes, podendo ser alargada até 10 participantes, caso sejam coabitantes. Marcações através do e-mail mosteiro.cartuxa@fea.pt ou do telefone 266 748 300. Preço sob consulta. 

Teatro da Terra com a "A Pulga Atrás da Orelha" no Seixal

 


Com encenação de Maria João Luís, "A Pulga Atrás da Orelha" vai estar em exibição de 16 a 25 de setembro, de quinta a sábado, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal.
A PULGA ATRÁS DA ORELHA de Georges Feydeau
de Georges Feydeau
encenação  MARIA JOÃO LUÍS
com HÉLDER AGAPITO, MARIA JOÃO LUÍS, MIGUEL SOPAS, PAULO DUARTE RIBEIRO, SÉRGIO GOMES, SÍLVIA FIGUEIREDO, TOBIAS MONTEIRO, VITOR OLIVEIRA e                FILIPE GOMES, MANUEL JANEIRO, RITA ARAÚJO
tradução  CUCHA CARVALHEIRO e MANUELA COUTO   cenografia  ÂNGELA ROCHA  figurinos  MARIA JOÃO LUÍS e ROSÁRIO BALBI  desenho de luz  PEDRO DOMINGOS  cabelos e maquilhagem DAVID XAVIER fotografia ALÍPIO PADILHA  produção executiva  DIANA ESPECIAL  assistência de produção  FILIPE GOMES      direcção de produção  PEDRO DOMINGOS                                                                      produção   TEATRO DA TERRA   2020/21   M/12
UMA COMÉDIA HILARIANTE
A esposa Raimunda Chandebise, depois de anos de felicidade conjugal desconfia do marido Vitor Manuel, e decide testar a sua fidelidade, marcando um encontro num hotel/bordel, com uma admiradora secreta fictícia. A partir daqui o terreno está preparado para um carrocel de equívocos, encontros, desencontros e coincidências improváveis, que fazem deste clássico vaudeville, uma agradável sátira social ao casamento e à vida da burguesia parisiense do início do século XX.

18.9.21

OPINIÃO: Igualdade de género e autárquicas

Só haverá igualdade de género na política local quando vivermos em concelhos que permitam às mulheres a igual oportunidade de participação política, com creches públicas, com um sistema de transportes seguro, com mecanismos de fiscalização capazes de quebrar com o clientelismo municipal.
Pedro Marques Lopes dizia no Eixo do Mal da semana passada, parafraseando, que as autárquicas são o viveiro da democracia. A magnitude do número de listas candidatas e das pessoas que as integram compõem, à primeira vista, um quadro animador da saúde democrática. Só entre os dois maiores partidos – PS e PSD – somam-se cerca de 100 mil candidatos. O Bloco, só entre listas às câmaras e às assembleias municipais, soma 242 candidaturas.
A dispersão de candidaturas por todo o território limita a cobertura mediática da maior parte das campanhas. Ao contrário de outras, as campanhas autárquicas são especialmente obrigadas a depender menos da comunicação social e a mobilizar localmente, especialmente fora dos grandes centros urbanos, ou das capitais de distrito. É neste trabalho de mobilização que reside a génese do “viveiro democrático” que podem constituir as autárquicas. Esta poderá ser, porventura, uma das explicações para o facto de a abstenção nas autárquicas, mesmo que crescente, não acompanhe o ritmo de crescimento da abstenção noutro tipo de eleições.
Em democracia, o jogo dos números pode tocar os mais impressionáveis, mas nem sempre a simplicidade numérica traduz a complexidade da política. Se é nas autárquicas que se assiste a mobilizações aparentemente mais vivas e democráticas, é também na política local que se reproduzem mais facilmente vícios políticos. Um destes prende-se com uma maior tendência à desigualdade de género no que toca ao acesso a cargos políticos autárquicos.
A assimetria de resultados entre eleições legislativas, europeias e autárquicas mostram-nos que a Lei da Paridade foi capaz de influenciar mais positivamente as primeiras duas, com uma subida considerável do número de mulheres eleitas. Em 2019, as legislativas garantiram 39% dos assentos parlamentares a deputadas. Aqui, a Lei da Paridade parece ter surtido efeito. O mesmo não se verificou nas autarquias. Em 2017, as mulheres representaram apenas 10,4% do total de presidentes eleitos. Em 2021, apenas 17,5% das listas às câmaras municipais são encabeçadas por mulheres, menos 0,5% que em 2017.
A representação descritiva das mulheres não é garante da sua representação substantiva. As mulheres não são naturalmente melhor representadas por mulheres, especialmente quando a sua experiência social é atravessada por grandes discrepâncias, nomeadamente de rendimentos. Não obstante, sabemos que partilhamos discriminações estruturais que se refletem em fenómenos tão incontornáveis como o facto de constituirmos, neste momento, apenas 28 dos 308 presidentes de câmara no país.1
Porque é que a Lei da Paridade parece funcionar pior nas autarquias? Existe já investigação em Portugal que nos aponta algumas razões. Parte delas são-nos óbvias: a dupla jornada de trabalho – trabalho doméstico e cuidados – e a desigualdade salarial limitam-nos o tempo necessário à participação política. Contudo, a política local tem algumas especificidades que importa ter em conta.
Com uma maior dependência de mobilização e disputa de força locais, bem como um elevado número de candidatos a recrutar, o recrutamento resulta num viés de género. A limitação financeira e de tempo que as mulheres sentem mais vincadamente resulta num cenário político local dominado por homens. Partidos pouco comprometidos com a igualdade de género no seu dia-a-dia e que ignoram os obstáculos da vida quotidiana das mulheres não são capazes de contrariar esta tendência. Além disso, a investigação já produzida mostra que uma das características dos grandes partidos são os processos informais de recrutamento – os bastidores, a negociata – e que quanto maior o recrutamento informal, menos resulta em mulheres candidatas.2 Por outro lado, a pouca visibilidade pública que obriga a maior mobilização local – uma boa prática democrática – converte-se, nestes casos, na fácil dispensa da igualdade de género enquanto prioridade. Ao contrário de uma candidatura ao Parlamento Europeu, com uma só lista, nas autárquicas “ninguém está a ver”.
Portanto, mais do que a Lei da Paridade, é preciso um compromisso abrangente para contrariar a desigualdade de género neste campo e esse compromisso é feito à esquerda.3 Não será por acaso que são os partidos à esquerda que mais investem em candidatas.4 Priorizando a disputa de um programa político pela igualdade e pelos direitos sociais, mais do que o cargo, a mobilização e alianças políticas respondem a outros critérios que escapam ao poder instalado masculinizado: mais que o número, o conteúdo. O nosso conteúdo é a luta pelo direito à política que passa obrigatoriamente pela resposta aos problemas concretos que se encontram ao nível local. Só haverá igualdade de género na política local quando vivermos em concelhos que permitam às mulheres a igual oportunidade de participação política, com creches públicas, com um sistema de transportes seguro, com mecanismos de fiscalização do poder executivo capazes de quebrar com o clientelismo municipal, com os “dinossauros autárquicos” e a sua profissionalização da política, o que passa também por quebrar maiorias absolutas. É esta a nossa luta e as conclusões aqui reproduzidas sobre as autarquias deixam bem claro que nesta luta não podemos esperar por ninguém.
Notas:
1 Após substituição de 4 mulheres ao longo do seu mandato. Em 2017 foram eleitas 32 presidentes de câmara.
2 Espírito-Santo, Ana, and Maria Helena Santos. ‘The Share of Women in Decision-Making Positions Across Different Levels of Government’. Representation, 12 December 2020, 1–19.
3 Santos, Maria Helena, Ana Lúcia Teixeira, e Ana Espírito-Santo. ‘Balanço Da Implementação Da Lei Da Paridade Em Diferentes Níveis de Governo - Análise Longitudinal’. Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, 2018.
4 Almeida, Maria Antónia Pires de. ‘As Mulheres No Poder Local Em Portugal’. In Mulheres e Eleições, edited by Ana Paula Pires, Fátima Mariano, and Ivo Veiga. Almedina, 2019.


Mafalda Escada in www.esquerda.net - 16/9/2021


TRADIÇÃO ORAL - Adágios de Setembro (V)

 
- Nunca se viu nem se há-de ver, Feira Franca sem chover.
- Nuvens em Setembro: chuva em Novembro e neve em Dezembro.
- O São Miguel ou seca as fontes ou leva açudes e pontes.
- Para boas colheitas, pede bom tempo a Deus nas têmporas de São Mateus.
- Para que o ano não vá mal, hão-de encher os rios três vezes entre S. Mateus e o Natal.
- Para vindimar deixa Setembro acabar.
- Para vindimar deixa o Setembro acabar.
- Pela senhora da Ajuda, às sete o sol é posto.
- Pelo S. Mateus não peças chuva a Deus.
- Pelo S. Mateus, pega nos bois e lavra com Deus.
- Pelo São Bernardo seca-se a palha pelo pé.
- Pelo São Gil adoba o teu candil.
- Pelo São Mateus deixa os taralhões.
- Pelo São Mateus faz contas das ovelhas, que os borregos são teus.
- Pelo São Mateus munge as vacas e lavra com Deus.
- Pelo São Mateus não peças água nem morte a Deus.
- Pelo São Mateus não peças chuva a Deus.
- Pelo São Mateus vindimam os sisudos, semeiam os sandeus.
- Pelo São Mateus, conta as ovelhas que os cordeiros são teus.
- Pelo São Mateus, pega nos bois e lavra com Deus. 

* Recolha de Hernâni Matos in dotempodaoutrasenhora.blogspot.com

** FOTO - Romaria da Senhora dos Remédios (Montalvão) - Setembro de 2009



Música na colheita de sangue em Montargil

 


Logo nos primeiros quilómetros percorridos rumo a Ponte de Sor, a equipa da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – deparou-se com nevoeiro denso, sobretudo na zona do Pisão que, mesmo sem barragem, é propícia a névoas. Chegados a Montargil, ainda sem sol, já nos esperavam algumas pessoas, entre elas um grupo de amigos de Ponte de Sor que faz questão de doar sangue várias vezes por ano.
Ao centro de saúde de Montargil compareceram 28 voluntários, com agradável presença de 19 mulheres (67,9 %). A avaliação médica ditou algumas reprovações, entre elas de pessoas que nunca tinham concretizado doação. Mas nesta brigada, em parceria com a Unidade Funcional de Imunohemoterapia do hospital de Portalegre, foram recolhidas 23 unidades de sangue total – para gáudio de todos.
As medidas de contensão da pandemia estiveram sempre presentes, como uso de máscara, distanciamentos e higienização de espaços.
No final da manhã, fomos agraciados com duas melodias excelentemente interpretadas por um coro de uma igreja católica que, à porta do centro de saúde, fez questão de dedicar o momento a todos quantos tornaram possível esta colheita. Um gesto especial que registamos com agrado e certamente único no historial dos 31 anos da ADBSP!

Portalegre e Arronches a seguir
Na manhã de 18 de setembro podem-nos encontrar no kartódromo de Portalegre, em parceria com o aniversariante Grupo Motard Novo Milénio (GMNM), numa brigada em que toda a população está convidada a participar. E no sábado 25 de setembro temos colheita marcada (na parte matinal) na sede do Rancho Folclórico de Arronches.
Não deixe de se atualizar em: https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre/ 
JR

17.9.21

SAÚDE: 60 figuras lançam carta aberta pela regulação da canábis

Quatro antigos ministros da Justiça e dois da Saúde estão entre a lista de subscritores do apelo a que a Assembleia da República aprove a regulação da canábis para “para defender a saúde e combater a criminalidade”.
No momento em que a Assembleia da República discute na especialidade vários projetos de lei para a regulação da canábis, um grupo de 60 personalidades de diferentes áreas da vida social portuguesa lançaram esta quinta-feira no Público uma carta aberta intitulada “Razões para regular a canábis em Portugal(link is external)”.
Entre elas estão vários ex-governantes do PS e PSD, incluindo titulares da pasta da Justiça (Laborinho Lúcio, Alberto Costa, Paula Teixeira da Cruz e Vera Jardim), da Saúde (Correia de Campos e Leal da Costa), da Educação (Maria de Lurdes Rodrigues), da Economia e Segurança Social (Vieira da Silva), ou da Agricultura, Comércio e Turismo (António Barreto). Outros subscritores tiveram responsabilidades na área da Saúde, como o ex-diretor da DGS, Francisco George, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Henrique Barros, ou Aranda da Silva, o ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos que foi o primeiro presidente do Infarmed. A lista conta ainda com dois antigos secretários de Estado da Presidência do Conselho de Ministros (Vitalino Canas e João Tiago Silveira) e um ex-Secretário de Estado da Cultura (Elísio Summavielle).
Entre as razões apontadas para a necessidade de regular a canábis em Portugal está o diagnóstico feito a partir dos dados sobre o consumo, ao revelarem que este “continua a aumentar e tende a normalizar-se socialmente”. Ao mesmo tempo, “a venda de canábis no mercado ilegal está a provocar um efeito perigoso em termos de saúde, devido ao aumento descontrolado e contínuo da potência da canábis (ou seja, da percentagem de THC, a componente psicotrópica da planta)”, apontam.
A experiência das reformas legislativas no Uruguai, Canadá e em vários estados norte-americanos serve de mote para os cinco princípios propostos para a “regulamentação responsável da canábis” em Portugal.
Em primeiro lugar, é necessário  “definir os objetivos de forma clara e partilhada”, no sentido de que a regulação “deve servir para defender a saúde e combater a criminalidade” e a sua concretização deve conduzir a que “o consumo migre do mercado ilícito para o mercado controlado, tomando todas as precauções necessárias e investindo na prevenção do uso para que não haja um aumento de consumo, sobretudo junto das pessoas mais jovens e vulneráveis”.
Em segundo lugar, o princípio da proteção da saúde, concretizado na definição da idade mínima de consumo, na limitação do nível máximo de THC dos produtos, regras para cultivo e produção que protejam a saúde e o ambiente, fiscalização rodoviária apropriada e informação aos consumidores sobre riscos de dependência e alternativas para o tratamento.
O terceiro princípio é o do combate ao mercado ilícito, “eliminando progressivamente o mercado ilegal de canábis e o crime económico-financeiro, entre outros, que lhe está associado”. Para isso, defendem a necessidade de controlo sobre as entidades envolvidas em todo o circuito da canábis e a rastreabilidade do produto desde a semente à venda final, “impedindo assim quer a introdução no circuito de canábis de origem ilícita, quer a venda em mercado ilícito”.
Em quarto lugar, a tributação do setor canábico, com a criação de “um imposto especial sobre a canábis que tenha o duplo objetivo de arrecadar receita, mas também de modelar os padrões de consumo”, tributando mais os produtos com concentrações de THC mais altas. Quanto à receita fiscal, defendem que uma parte deve ser consignada “ao reforço da prevenção de novos consumos, e ao investimento no dispositivo de redução de riscos e minimização de danos, bem como nos meios responsáveis pelo tratamento”. Mas com o cuidado de equilibrar o preço, que competirá com o do mercado ilegal, de forma a que possa incentivar a transição dos utilizadores para o mercado regulado. Ou seja, “a canábis não pode ser tão barata que pelo baixo preço aumente o consumo junto das populações mais jovens, nem tão cara que torne atraente o mercado ilegal”.
O quinto e último princípio tem a ver com o gradualismo e a avaliação das medidas, através da consensualização das formas de produção e apresentação dos produtos e, num primeiro momento, a restrição à importação do produto final. Na opinião dos subscritores, deve também ser criada “uma estrutura transversal de acompanhamento contínuo da nova política de regulação do consumo responsável da canábis, a funcionar em princípio no SICAD mas sempre com o reforço de meios”.
A carta aberta é subscrita por Alberto Costa, Alda Sousa, Alexandra Oliveira, Álvaro Laborinho Lúcio, Américo Nave, Ana Drago, Ana Gomes, Ana Matos Pires, António Araújo, António Avelãs, António Barreto, António Correia de Campos, António de Sousa Pereira, Bárbara Bulhosa, Bruno Gonçalves, Cipriano Justo, Cristiana Pires, Eduardo Maia Costa, Elísio Summavielle, Fernando Leal da Costa, Francisco George, Francisco Louçã, Helena Roseta, Helena Valente, Henrique Barros, Hugo Ferrinho Lopes, Inês Macedo, Irene Flunser Pimentel, João Barroso Soares, João Constâncio, João Diogo, João Tiago Silveira, Jorge Quintas, Jorge Reis Novais, José Aranda da Silva, José Boavida, José de Faria Costa, José Restolho, José Vera Jardim, José Vieira da Silva, Júlio Machado Vaz, Lino Maia, Luís Aguiar Conraria, Luís Fernandes, Luís Mendão, Luís Vales, Manuel Loff, Manuel Sobrinho Simões, Maria de Lurdes Rodrigues, Maria João Oliveira, Maria João Seixas, Marta Borges, Michael Seufert, Nuno Garoupa, Paula Teixeira da Cruz, Pedro Anastácio, Pedro Reis, Pilar del Rio, Ricardo Paes Mamede, Rodrigo Coutinho, Raquel Vaz Pinto, Rui Pena Pires, Teresa Leal Coelho, Teresa Pizarro Beleza, Teresa Summavielle, Vitalino Canas e Ximene Rego.

ALENTEJO no Ponto d’Orvalho 2021

 
Discussão e a ação ambiental através de intervenções artísticas, sociais e ecológicas
O Ponto d'Orvalho vai acontecer nos dias 24, 25 e 26 de setembro no Freixo do Meio, no Alentejo. Um festival transdisciplinar aberto à discussão e a ação ambiental através de intervenções artísticas, sociais e ecológicas, o Ponto d'Orvalho é um campo para explorar as transformações dinâmicas do ambiente e o seu impacto no nosso futuro coletivo e nas suas estruturas sociais. 
Nesta edição de 2021, a acontecer nos dias 24, 25 e 26 de setembro, no Freixo do Meio, Alentejo, contamos com a participação de António Poppe, Laila Sakini, Norberto Lobo,Inês Tartaruga Água, Stav Yeini, Fábio Colaço, Marta Wengorovius, Marc Leiber, EvyJokhova, Xavier Paes, Piny Orchidaceae, Ari.You.Ok, Fernanda Botelho, Mattia Tosti,Kino, María Inés Plaza Lazo e Alfredo Sendim.
Numa altura de instabilidade social e ecológica, damos as boas-vindas a um público transgeracional que procura relacionar-se com o ambiente de forma regenerativa e sustentável, através da partilha de conhecimento, de práticas artísticas e coletivas. Diferentes disciplinas artísticas unem-se assim com a intenção de produzir experiências transformadoras e criar modos recetivos de perceção e participação.
Depois de uma primeira edição em outubro de 2020, este ano voltamos a organizar o Pontod’Orvalho neste encontro de três dias, com um programa híbrido de artes na paisagem, com foco na importância de práticas alimentares mais conscientes, em colaboração com a Cooperativa Integral Minga e Freixo do Meio e propostas artísticas nacionais e internacionais: concertos, artes visuais, performances, práticas holísticas, conversas,workshop, dj sets e caminhadas na natureza e um brunch performático.
A programação do Ponto d’Orvalho conta com a curadoria de Joana Krämer Horta,Leonor Carrilho e Sérgio Hydalgo.
Informações
Datas: 24 a 26 de setembro de 2021
Local: Freixo do Meio, Alentejo
Mais informações: https://pontodorvalho.com/

1.ª Mostra Gastronómica Literária de Palmela

 
A 1.ª edição da “Pela boca entra a literatura – Mostra Gastronómica Literária de Palmela” decorrerá de 17 a 19 de setembro na vila de Palmela, em sete estabelecimentos aderentes, aliando gastronomia e literatura. 
A iniciativa, inserida no programa de promoção gastronómica “Palmela – Experiências com Sabor!”, acontecerá nos estabelecimentos aderentes da Vila de Palmela e visa aliar os gostos pela literatura e gastronomia.
A 3.ª Geração, Bobo da Corte, Café Duque, Culto Café, Mestre Food: Take Away e Churrasqueira, Pizzas da Vila e Taverna da Ladeira são os estabelecimentos participantes desta iniciativa, inserida no programa de promoção gastronómica “Palmela – Experiências com Sabor!”.
Entre entradas, pratos principais e sobremesas, o objetivo é degustar alguns pratos que também encontramos em referências literárias, cujos livros e autores estarão identificados na Mostra.
De uma forma criativa e saborosa, a iniciativa “Pela boca entra a literatura –Mostra Gastronómica Literária de Palmela” trará todo um imaginário literário para cima da mesa. 
Para mais informações sobre os cardápios e títulos em destaque nesta 1.ª edição, as/os interessadas/os podem consultar o site do Município de Palmela.

PREVENÇÃO RODOVIÁRIA: Operação “Mercadorias perigosas”

A Guarda Nacional Republicana, no período de 13 a 19 de setembro, realiza uma operação de fiscalização direcionada para os transportes rodoviários de mercadorias perigosas, em todo o território nacional, na sua zona de ação, orientando as ações de fiscalização para as vias mais críticas e onde se verifique um maior volume de tráfego deste tipo de veículos.
Nos transportes rodoviários de mercadorias, as mercadorias perigosas assumem uma importância fulcral nas economias das sociedades modernas e são merecedoras da atenção acrescida por parte dos agentes económicos e das autoridades com responsabilidades nesta área, em função do risco associado às ações de carga e descarga, acondicionamento e transporte deste tipo de matérias. Assim, estas operações, pretendem não só proporcionar uma melhor segurança rodoviária, mas também aumentar a eficácia e a qualidade dos serviços prestados pela GNR aos utentes das vias.
Assim, durante a operação, serão empenhados os Comandos Territoriais e a Unidade Nacional de Trânsito, que irão incidir na fiscalização sobre as infrações no âmbito do transporte de mercadorias perigosas, das quais se destacam:
ü  Inexistência de documento de transporte;
ü  Incumprimento das instruções escritas (fichas de segurança);
ü  Circulação de veículo sem possuir certificado de aprovação dos veículos;
ü  Circulação de veículo sem que o condutor possua o certificado de formação do condutor;
ü  Acesso à atividade transportadora;
ü  Incumprimento das regras relativas à instalação e uso do tacógrafo;
ü  Circulação de veículo sem que o mesmo tenha sido submetido a inspeção periódica obrigatória;
ü  Condução sob a influência do álcool ou de estupefacientes;
ü  Não utilização do cinto de segurança e/ou sistemas de retenção.


PORTALEGRE: “FESTA” em homenagem aos 120 anos do nascimento de José Régio

Celebra-se, a 17 de setembro de 2021, 120 anos sobre o nascimento do poeta José Régio. De forma a evocar esta efeméride, será realizada uma “FESTA”, em Portalegre, em homenagem ao autor, nessa mesma data. O evento irá consistir na apresentação de duas obras ligadas ao poeta, na Casa-Museu José Régio, pelas 17h30.
A primeira e principal apresentação, esforço conjunto das cidades geminadas de Vila do Conde e Portalegre, designa-se “Quando a minh’alma fala, a sua voz é um grito”. Este livro consiste na Coleção de Cristos nas Casas de José Régio e inclui textos do poeta e uma fotografia de Adalrich Malzbender. A apresentação da obra caberá ao Professor Fernando J.B. Martinho, autor do prefácio, ilustre portalegrense que com Régio privou e profundo conhecedor da obra regiana.
De seguida decorrerá a apresentação da reedição da obra de José Régio, “Confissão dum homem religioso”, compromisso assumido pelas Câmaras de Vila do Conde, Coimbra, Portalegre e as Direções Regionais de Cultura Norte, Centro e Alentejo.
Ambas as obras são editadas pela Opera Omnia, do editor José Manuel Costa, homenageando a figura singular do artista polifacetado, que foi uma das mais importantes personalidades do século XX.

15.9.21

TRADIÇÃO ORAL: Adágios de Setembro (IV)

 
Se em Setembro a cigarra cantar, não compres trigo para guardar.
- Se houvesse dois S. Miguéis no ano, não havia moço que parasse no amo.
- Se por acaso em Setembro a cigarra cantar, não compres trigo para o vires a guardar.
- Setembro a comer e a colher.
- Setembro cara de poucos amigos e manhã de figos.
- Setembro cara de poucos amigos, cara de figos.
- Setembro é o Maio do Outono.
- Setembro matou a mãe à sede.
- Setembro molhado, figo estragado.
- Setembro ou seca as fontes ou leva as pontes.
- Setembro ou seca as fontes, ou leva açudes e pontes.
- Setembro que enche o celeiro dá triunfo ao rendeiro.
- Setembro que enche o celeiro, salva o rendeiro.
- Setembro seca os montes, rios e fontes.
- Setembro, andando e comendo.
- Setembro, cara de poucos amigos e manhã de figos.
- Setembro, comendo e colhendo. 

* Recolha de Hernâni Matos in dotempodaoutrasenhora.blogspot.com