29.11.18

ALPALHÃO: II Festa do Fado na Associação de Caçadores


Os Verdes vêem aprovado primeiro passo para construção do Ramal Ferroviário de Portalegre

Foi hoje dado o primeiro passo com a aprovação, em sede de Orçamento do Estado, da proposta do PEV, para aproximar a Linha do Leste à zona industrial e à cidade de Portalegre, com a construção de um ramal.
A proposta apresentada pelo PEV, e hoje aprovada, dá o aval à realização de um estudo de viabilidade desta obra ferroviária.
Os Verdes relembram que esta proposta, que vêm a defender há muito tempo, recolheu forte apoio da população da cidade e do concelho de Portalegre, apoio expresso através da assinatura de postais pela população e que foram entregues ao Secretário de Estado dos Transportes.
Os Verdes não duvidam que esta manifestação expressa da vontade da população, pela construção do ramal, de apoio à iniciativa do PEV, deu uma ajuda inegável para a aprovação desta medida em sede de Orçamento do Estado.
O Partido Ecologista “Os Verdes”

28.11.18

NISA - Memória Histórica - Cultura: Espectáculo internacional de folclore (Julho de 2011)












Espectáculo internacional de folclore no Cine Teatro de Nisa com os grupos Sepé Tiaraju (Rio Grande do Sul - Brasil) e Sikharuli (Geórgia) - 4/7/2011 - As fotos respeitam à actuação do grupo brasileiro.

27.11.18

MEMÓRIA HISTÓRICA: Os romanos levaram o ouro

D. João I atribuiu a Nisa o título de “mui notável” vila
Corria o ano de 1199 quando D. Sancho I doou a Herdade da Açafa, no Alentejo, à Ordem do Templo. O vasto território incluía parte dos actuais concelhos de Nisa e Castelo de Vide, e ainda uma parcela da actual Espanha, e nele os Templários construíram uma fortaleza que os defendesse dos mouros. Pouco depois chegaram colonos franceses, que se instalaram junto às muralhas, construindo casas e fundando aglomerados populacionais aos quais deram o nome das terras de origem. Assim terá surgido Nisa, possivelmente oriundo da cidade de Nice.
A vila que hoje vemos não fica no mesmo sítio dessa antiga povoação. Os conflitos entre o rei D. Dinis e o seu irmão D. Afonso Sanches, senhor da vizinha Castelo de Vide, terão ditado a mudança. No final do século XIII, o monarca mandou levantar um forte castelo, com seis torres e portas. As muralhas, essas, demoraram mais tempo, ainda estavam em construção no reinado do seu filho, D. Afonso IV. A localização estratégica sempre justificou elevados investimentos nas fortificações de Nisa, à qual D. João I atribuiu o título de “mui notável” vila. 
Em plena Guerra da Restauração, o castelo foi reforçado com uma segunda cintura defensiva e outros acrescentos menores. Nada que impedisse a derrocada da fortaleza durante a Guerra da Sucessão de Espanha (1703 – 1713), na qual Portugal participava, quando foi ocupada por tropas franco-espanholas. Restam hoje duas torres, alguns panos de muralha e duas portas de finais do século XIII, a da Vila e a de Montalvão, assim chamada por estar voltada para a povoação com o mesmo nome.
O rumo da História é assim mesmo, implacável até com o que pareceu eterno a alguém, mas nunca consegue apagar tudo. Em Nisa há uma zona conhecida por Nossa Senhora da Graça que vale a pena visitar, pois guarda vários monumentos e vestígios arqueológicos, nomeadamente um cruzeiro de 1638, três ermidas, um castro pré-romano, diversas fontes, as ruínas da Igreja de Santiago, uma via romana calcetada e uma ponte do mesmo período, além de vários fragmentos de cerâmica.
Os romanos exploraram por aqui uma mina de ouro, no Conhal do Arneiro, junto às famosas Portas de Ródão. A água para lavar os sedimentos seria transportada desde a Serra de S. Miguel e da Ribeira de Nisa através de canais escavados para o efeito, conhecidos por “Vala dos Mouros”. Os seixos maiores eram retirados à mão e empilhados ao longo das margens do canal, em amontoados cónicos ou rectilíneos que marcam a paisagem desta região.

26.11.18

NISA: Projecto de Kitty Oliveira premiado a nível internacional

Projeto de Kitty Oliveira premiado internacionalmente, mais uma vez! É também o artesanato de Nisa que é premiado, pela mão de Kitty!
"É com grande prazer que anunciamos que a coleção Kitty Olive foi premiada com uma menção na categoria Design de Moda, Têxteis e Acessórios pelo júri da 6º Bienal Ibero-Americana de Design (BID18) formado por Rosa Ferré (Espanha), Nuno Gusmão (Portugal), Esen Karol (Turquia), Alex Lobos (Guatemala), Carlos Torres (Colômbia), Yanina Herrera (México) e Diego Vainesman (Argentina).
A coleção Kitty Olive terá um lugar de destaque na exposição BID18, fará parte das exposições de itinerâncias internacionais que forem realizadas nos próximos 2 anos e contará com a sua presença no catálogo BID18, publicação impressa que contém os projetos participantes, com distribuição nos 23 países participantes da BID e outros países da Europa. "

20.11.18

OPINIÃO: Os que “amam” muito os touros e os torturam e matam


Acabar com as touradas, com a tortura dos touros para satisfação sádica das massas, é um passo no bom sentido.
A ideia de que ser a favor ou contra as touradas é uma questão de liberdade de expressão é um absurdo. Ser a favor ou contra as touradas é uma questão de civilização e, por muito que a palavra esteja gasta, nós sabemos muito bem o que é. É o mundo frágil que nos faz viver melhor, mais tempo, com menos violência do que no passado. É completamente frágil e contraditório, muitas vezes anda para trás e poucas vezes anda para a frente, mas representa o melhor da vida possível, feito por um olhar humanista sobre as coisas, que inclui condenar, limitar, punir a violência.
É o mundo em que há direitos humanos, em que os homens e as mulheres são iguais, é o mundo em que as mulheres e as crianças são protegidas da violência doméstica, é o mundo em que o direito de viver de forma livre o sexo é garantido, é o mundo em que a tortura, a pena de morte, o genocídio são condenados, é o mundo em que há liberdade religiosa, de opinião, política, etc., etc. Sim, é verdade que é também o mundo em que tudo isto não existe, mas escolham. Pode não ser o mundo que temos, mas é o mundo que desejamos.
Os animais não podem ter “direitos” equiparados aos direitos humanos, mas faz parte de uma sociedade humana que valorize a ética e combata todas as formas de violência olhar para os animais com um sentimento de especial proximidade que está para além da domesticidade. Os movimentos a favor dos animais, ou melhor, os movimentos contra a crueldade com os animais, fazem parte da tradição humanista dos séculos XIX e XX. A ideia central era que o modo como tratamos os animais era um sinal de como tratávamos os homens, a crueldade contra os animais era um sinal de uma violência institucionalizada que não se limitava aos animais, mas se estendia aos homens, mulheres e crianças.
Não me estou a referir a nenhuma das variantes radicais modernas dos direitos dos animais que fazem parte da moda dos nossos dias. Não é isso, não tem que ver com aviários, nem com matadouros, nem com as mil e uma formas de industrialização da produção de alimentos, algumas das quais ganhavam em ser menos cruéis. Nem com a caça. A caça tem um valor económico, e tem um papel no controlo das espécies, e é cada vez mais moldada pela lei de modo a que o seu carácter lúdico seja subordinado a estas necessidades.
Tem que ver com as touradas. Podem dar as voltas que quiserem, mas as touradas são a exibição pública da tortura de um animal, que é esfaqueado para enfraquecer e depois, no caso das touradas de morte — que todos os defensores das touradas desejavam poder ter sem limitações —, ser morto. As touradas vivem do sangue, da dilaceração da carne, do cansaço até ao limite e da morte. Podem ter todos os rituais possíveis, ter toda a “arte” de saracotear à volta de um bicho, mas as touradas não são uma arte, são a exibição circense de um combate desigual entre homens e animais, cuja essência é a sua tortura para gáudio colectivo.
Não é um combate de iguais. Na verdade, os combates de cães e de galos — proibidos não se sabe porquê à luz da permissão das touradas — são muito mais um combate entre iguais do que o homem de faca e o touro sem armas a não ser os chifres, que muitas vezes são embolados. Mas é o sangue e a morte que fazem o espectáculo e, ao serem um espectáculo, são um sinal de barbárie.
O argumento da tradição também não é argumento. Se há coisas que a tradição encobre é um vasto conjunto de práticas que felizmente hoje são consideradas inaceitáveis, desde a violência doméstica à discriminação dos homossexuais, à excisão feminina, à pena de morte, à legitimação da tortura. Se aceitamos que a “tradição” por si só legitima a violência e crueldade, então podemos voltar ao “cá em casa manda ela e quem manda nela sou eu” e toca de lhe bater.
Os argumentos dos defensores das touradas são a versão portuguesa dos argumentos da National Rifle Association nos EUA, que também se identifica como uma “associação de direitos civis” e usa o argumento da tradição para justificar uma sociedade banhada de armas e em que a violência dos massacres é sempre culpa de outra coisa que não sejam as armas.
As histórias ridículas de como os defensores das touradas “amam os touros” (sic), de como prezam a valentia dos animais, de como o “touro bravo” enobrece os campos do Ribatejo, para depois ser trazido à arena de tortura e morte como se esse fosse o seu destino teleológico, a cultura machista da “coragem” perante os mais fracos (o touro é o mais fraco dentro da praça), devem pouco a pouco envelhecer no passado. É isso mesmo que chamamos civilização. O mundo em que vivemos é duro, desigual, injusto, violento. Quem saiba história sabe que não há maneira de o tornar limpinho, higiénico, pacífico, nem em séculos, quanto mais numa geração. Mas acabar com as touradas, com a tortura dos touros para satisfação sádica das massas, é um passo no bom sentido. Porque senão vivemos na pior das hipocrisias em que matar ou tratar mal um cão e um gato pode levar à prisão — e bem —, mas em que no meio de cidades e vilas de uma parte do país podemos aplaudir a tortura, o sangue e a morte.
Pacheco Pereira in “Público” – 17/11/2018
A Pega - Cartoon de Henrique Monteiro in http://henricartoon.blogs.sapo.pt

SALAVESSA: Caminhada de São Martinho na Rota dos Açudes


19.11.18

OPINIÃO: As praças de jorna da Mitrena

Os patrões chamam-lhes “trabalhadores eventuais”. Mas contratam-nos ao dia para cobrir eventualidades que duram décadas.
“Todos os dias somos escalados por turno. Cada turno que efetuamos é um contrato novo.” “O primeiro turno diário corresponde a oito horas de trabalho, o segundo corresponde a sete. Muitas vezes, Ricardo faz ambos no mesmo dia.”
A situação de Ricardo, relatada pela TSF em dias de greve dos estivadores precários do Porto de Setúbal, é igual à de 90% dos seus colegas. Só 10% dos estivadores deste porto são do quadro; os restantes são chamados por SMS na véspera ou no próprio dia por uma das empresas de trabalho temporário que presta serviços na Mitrena, a marginal industrial de Setúbal.
Como quase sempre, a desculpa patronal para não integrar estes trabalhadores é a natureza da necessidade que representam. Chamam-lhes “trabalhadores eventuais”, mas contratam-nos ao dia para cobrir eventualidades que duram décadas. Oferecem-lhes contratos eventuais porque “não correspondem a necessidades permanentes”, mas a sua greve parou o porto e há 6 mil carros da Autoeuropa que não saem da fábrica por causa disso.
Estes 91 trabalhadores são essenciais ao funcionamento do Porto de Setúbal. É às costas da sua precariedade que o tão falado dinamismo industrial da península de Setúbal é carregado para os navios das preciosas exportações. “Ou mantemos os privilégios de alguns ou mantemos o emprego a milhares”, diria a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, em 2016, a propósito de outra greve dos estivadores.
A única coisa que estes trabalhadores exigem é um salário certo no final de cada mês de trabalho. Depois de décadas a assinar contratos ao turno, pode até parecer um privilégio, mas não é. Por isso é que, quando a empresa tentou assinar contrato com apenas menos de metade dos estivadores precários, Ricardo e os colegas entraram em greve.
Houve quem dissesse que essa greve era ilegal ou desleal. É inédito exigir pré-aviso de greve a trabalhadores que nunca tiveram pré-aviso de trabalho. São os contornos sarcásticos de um patrão demasiado habituado a ter a faca e o queijo na mão.
Estes não são os únicos precários da Mitrena. Há milhares de vidas que se governam mais pela chegada dos navios do que pelo nascer do sol. Há milhares de vidas que se repetem ao ritmo dos turnos, num eterno “deixa ver se há trabalho hoje”.
Basta passar uma manhã pela Lisnave, histórico estaleiro naval que já pôs e tirou comida da boca de milhares de famílias no distrito de Setúbal. Aí, a modernidade foi muitas vezes o bode expiatório para a substituição progressiva de trabalhadores qualificados e bem pagos por precários (não raras vezes trabalhadores imigrantes).
A Lisnave tem cerca de 500 trabalhadores efetivos, mas nos estaleiros chegam a estar 3 mil. A subcontratação em cadeia através de empresas de trabalho temporário é o que faz centenas de trabalhadores madrugarem à porta, “deixa ver se há trabalho”. Se chegar um navio será preciso contratar umas dezenas nem que seja para montar andaimes, boa imagem para quem anda sempre pendurado na vida.
O setor naval é paradigmático na análise dos conflitos laborais que atingiram em força o séc. xxi. Extremamente vulnerável à selvajaria económica da globalização, o impulso para os ganhos de competitividade não pode abdicar da qualidade da mão-de-obra. O resultado é o ataque à negociação coletiva dos efetivos e a precariedade extrema de todos os outros.
Em 1946, Soeiro Pereira Gomes descreveu as praças de jorna: “um mercado de mão-de-obra, a que vão assalariados e proprietários rurais (ou os seus delegados: os capatazes), e em que os primeiros, como vendedores, oferecem a sua força de trabalho, e os segundos, como compradores, oferecem o salário ou jorna, que é a paga de um dia de trabalho.”
A greve dos estivadores de Setúbal em 2018 é contra a praça de jorna. Diga lá, sra. ministra, quem é que está do lado da modernidade.
Joana Mortágua in ionline.sapo.pt

NISA: Poetas do Concelho - Pe. Alfredo Magalhães


17.11.18

Espanha está a envenenar o Rio Tejo (é uma “indecência ecológica”)

É um “cocktail de desastre” que está a sufocar o rio Tejo. Análises efectuadas à água do rio, desde a nascente em Espanha, até à foz em Portugal, revelam uma situação preocupante, e do outro lado da fronteira fala-se de “uma indecência ecológica”.
Uma reportagem da revista Sábado mostra como Espanha “maltrata” o Tejo, com base em análises efectuadas desde a nascente até à foz do rio.
Os resultados apontam que o Tejo chega a Portugal com elevados índices de poluição, melhorando à medida que corre por território nacional.
Além de algas, entre as substâncias detectadas nas análises efectuadas pela Sábado, estão “oito vezes mais fósforo do que o máximo recomendado”, “azoto também acima do normal” e “um valor de oxigénio dissolvido na água a rondar os 2 mg/l, quando o mínimo para um rio saudável são 5 mg/l“, como refere a revista.
A contribuir para esta situação preocupante estão factores como os esgotos de Madrid, o desvio de água para a rega de campos agrícolas de Múrcia e as diversas barragens que se estendem pelo leito do rio.
Para gastarem menos dinheiro, as barragens espanholas de Alcantara e Cedillo fazem descargas de água no fundo, ao invés de à superfície, o que aumentaria o nível de oxigénio no rio.
“O pior que sobra da ditadura de Franco”
E até do outro lado da fronteira, se critica a forma como Espanha faz a gestão das águas do Tejo, com o Presidente da Junta de Comunidades de Castilla-La Mancha, Emiliano García-Page, a referir que estamos perante “uma indecência ecológica” e um “atropelo anti-ecológico”, conforme declarações divulgadas pelo Diário de Castilla-La Mancha.
García-Page critica em particular o transvase Tejo-Segura, um aqueduto que é definido como uma das maiores obras hidráulicas da engenharia espanhola e que leva água das barragens de Entrepeñas (Guadalajara) e Buendía (Cuenca) até ao rio Segura.
“O transvase Tejo-Segura é o pior que sobra da ditadura de Franco“, refere García-Page. O canal do aqueduto leva, actualmente, “50% mais de água do que hoje atravessa o rio Tejo”, acusa ainda. E sobre o Tejo diz que parece “um esgoto”.
O Presidente da Junta de Comunidades de Castilla-La Mancha apela ao Governo espanhol, e às regiões vizinhas de Murcia e Valência, que se alcance um acordo em matéria de gestão de água.
Também os ambientalistas da Associação Zero apelam à tomada de medidas para promover a melhoria da qualidade da água no Tejo.
“Os caudais mínimos são semanais e deviam ser diários, para haver uma continuidade de caudal e ajudar à diluição da carga poluidora”, refere ao Correio da Manhã a vice-presidente da Zero, Carla Graça.
Esta engenheira do ambiente explica, em declarações à Sábado, que as “flutuações” nos caudais “não permitem uma boa saúde do rio”. “Um dia pode haver um grande caudal libertado por Espanha e nos restantes só 600 litros, o que não é nada”, sublinha Carla Graça.
Assim, a Zero espera que o assunto seja abordado na cimeira ibérica entre Portugal e Espanha, na próxima semana. Mas até agora, não é certo que o tema faça parte da agenda.
in ZAP - 16 Novembro, 2018
Foto: Paulo Cunha / Lusa

15.11.18

JORGE PIRES - Textos - "O Amieirense" - Março/Abril 1997

Lembranças do Ti João Tereso e da casa onde morava
Neste mundo tudo cai! Neste mundo tudo é fraco, tudo abana, tudo se dilui. Nada resiste. Nada nem ninguém foge à regra e aquela que foi num passado recente a casa mais falada e mais famosa na nossa terra e lá fora, também caiu.
Estava velha, aquela onde tanta gente retemperou forças durante a noite, para no outro dia seguir viagem, em busca de negócios ou de... desilusões! Ali paravam os “ratinhos” para beber uns copos (poucos porque a missão era ganhar e não gastar) quando se preparavam para atacar as searas que no Alentejo esperavam por eles. Ali paravam os ourives e toda a espécie de negociantes e quando se ouvia a gaita do capador, logo a esposa do senhor João Tereso sabia que tinha que acrescentar a panela do feijão com couve, que ela cozinhava como ninguém.
... E a casa do ti João Tereso já não existe! Aquela casa que tanto negócio fazia, não foi o suficiente para dar ao seu proprietário e aos seus, a independência desejada, pois o muito que conseguiu numa vida de trabalho, foi dar o seu nome durante muitos anos ao Largo onde habitava.
Quase ninguém se referia ao Largo do Espírito Santo, mas sim ao “Largo do Ti João Tereso”! Muitos amieirenses ao visitarem hoje a sua terra, recordarão com saudade os bons tempos que ali passaram.
Todos se recordarão com certeza, na assiduidade com que aquele homem atendia os seus clientes. Aquela porta estava sempre aberta, ao mesmo tempo que havia sempre que dar ao dente, o dinheiro é que não queria nada com a gente...
E a casa do Ti João Tereso já não existe! No seu lugar, está a ser construída uma linda moradia, que não terá certamente destino comercial como a que nós conhecemos, mas que juntamente com outra também nova que está a ser edificada ali mesmo defronte, darão ao Largo do Ti João Tereso” uma fisionomia fantástica, quando um dia as cabanas também caírem como caiu a casa do Ti João Tereso!
Paz à sua alma.
Jorge Pires – in “O Amieirense” nº 132 – Março/Abril 1997 

11.11.18

GÁFETE: Requeijão de Ovelha com Doce de Abóbora ganha concurso nacional




CASTELO DE VIDE: Apresentação de livro de Luís Pedro Cruz na Igreja de São Francisco


MONTALVÃO - O Lagar do Clavijo produz um produto de «excelência»: o Açafrão Suber

A história desta jovem empresa familiar, na freguesia de Montalvão, concelho de Nisa, começou em 2013. Ao todo são 4 pessoas: dois engenheiros agrónomos, um gestor e uma historiadora de arte. «Uma junção improvável, mas que funciona na perfeição! , dizem à revista AGROTEC. O projeto arrancou em 2014 e o seu açafrão é produzido num sobreiral do norte alentejano, que confere «características únicas ao produto.
Tudo começou com a questão que qualquer pessoa faz para si própria, quando quer dar uso a um pedaço de terra: o que vamos produzir? Em 2013, quando nos deparámos com esta questão, o mercado já se encontrava saturado por vários produtos de excelência que se produzem em Portugal e que são, sem dúvida, de referência em todo o mundo. Assim, havia que escolher algo diferente, sustentável e de altíssima qualidade», dizem os sócios gerentes, Frederico Pinheiro Chagas e Gustavo Passos de Gouveia.
«Foi então que um dos de nós, perguntou: que tal açafrão (Crocus sativus)? Pesquisámos e estudámos o tema durante quase um ano e chegámos à conclusão que seria este o produto da nossa empresa», acrescentam.
Durante 2014 e 2015 fizeram experiências, análises, «tudo o que era necessário para garantir que o projeto, tinha pernas para andar e formalizámos a nossa empresa. Em 2016, apresentámos a nossa ideia no PDR2020, e vimos o nosso projeto ser aprovado. A colheita desse ano, foi a primeira colheita oficial do Lagar do Clavijo Lda, apresentando ao mundo, SUBER, o Açafrão Português, que trabalhamos para que venha a ser uma das referências mundiais do açafrão em filamentos», garantem os responsáveis.
Explicam à AGROTEC que o açafrão SUBER deve o seu nome ao local onde é produzido. «Uma propriedade de montado de sobro e azinho na freguesia de Montalvão, concelho de Nisa, distrito de Portalegre. Trata-se de uma área conhecida pelos seus solos pobres, e o açafrão SUBER é produzido onde espécies como o sobreiro conseguem desenvolver-se. Os bolbos de açafrão são oriundos de regiões com solos pobres, de zonas climáticas com grandes diferenças entre verão e inverno e de pouca pluviosidade».
Os sócios-gerentes afirmam que a produção de açafrão «não se cinge apenas à parte produtiva propriamente dita. A sua colheita é complexa e onerosa, feita de forma manual, tal como todo o processamento posterior».
A história desta jovem empresa familiar, na freguesia de Montalvão, concelho de Nisa, começou em 2013. Ao todo são 4 pessoas: dois engenheiros agrónomos, um gestor e uma historiadora de arte. «Uma junção improvável, mas que funciona na perfeição!», dizem à revista AGROTEC. O projeto arrancou em 2014 e o seu açafrão é produzido num sobreiral do norte alentejano, que confere «características únicas ao produto».
«A tosta, processo de desidratação deve ser feita sempre pela mesma pessoa, de forma a garantir a uniformidade e qualidade do produto final. O selo de produto biológico é também algo de que nos gabamos e mais um argumento de exclusividade do nosso açafrão.
Existem também determinadas regras de higiene no trabalho que são tidas criteriosamente em conta, de forma a não comprometer a qualidade do açafrão, na altura de realizar as análises laboratoriais», sublinham.
A colheita tem início no final de outubro, prolongando-se por um mês. Durante esse período, «focamo-nos somente na colheita da flores durante a manhã, pela separação dos filamentos e tosta durante a tarde, pois é necessário que todo o processo seja realizado no mesmo dia. Nunca se deixam flores para colher no dia seguinte ou qualquer outro processo. Se tal for feito, então o açafrão passa automaticamente para uma categoria inferior», explicam.
Mercados
Quanto ao mercado para a venda de açafrão em filamento, os responsáveis afiançam que «existe mais procura do que oferta». Por outro lado, «os compradores estão cada vez mais informados acerca do açafrão que devem ou não comprar. No caso do Lagar do Clavijo, o mercado em que nos inserimos atualmente é o das lojas gourmet um pouco por todo o país e Europa, e também o da restauração».
in www.agrotec.pt

10.11.18

Arlindo Marques distinguido com o Prémio Nacional do Ambiente


Apesar do ministro do Ambiente, Matos Fernandes, ter anunciado a colocação de guarda-rios no Tejo, Arlindo Marques disse que vai continuar a lutar pela defesa do rio, que considera o seu mundo, o sítio onde se sente bem.
Arlindo Marques, conhecido como o "guardião do Tejo" pela sua luta em defesa do rio, foi distinguido pela Confederação das Associações de Defesa do Ambiente com o Prémio Nacional do Ambiente, que considerou "um reconhecimento" do seu trabalho.
"Fiquei muito contente é o reconhecimento do trabalho que tenho feito nos últimos três anos" em prol do rio Tejo e que foi "uma luta um bocado difícil", disse à agência Lusa Consolado Marques, dirigente do Movimento pelo Tejo.
O ambientalista contou que "foram três anos a lutar, três anos a ir ao rio, três anos a ir aos focos de poluição, a mostrar os peixes mortos, as águas escuras, porque o cheiro não se conseguia mostrar, e a espuma que parecia a espuma da morte".
Nesta luta, Arlindo Marques não esteve sozinho, contou com o apoio de pescadores, moradores, trabalhadores das barragens, profissionais das empresas que o alertavam para situações de poluição que estavam a acontecer, e com quem pretende repartir o prémio.
"Foi um trabalho conjunto de várias pessoas, eu fui a máquina do comboio", disse, contando que mal era informado de algo que estava a acontecer no rio se deslocava ao local, fotografava, filmava e partilhava as imagens nas redes sociais, que ajudara a alertar as autoridades para as descargas poluidoras que cobriram as águas do Tejo com espuma tóxica.
Apesar "alguns dissabores", como um processo que lhe foi instaurado pela empresa de celulose Celtejo, instalada em Vila Velha de Rodão, Arlindo Marques disse que a luta valeu a pena.
"Nada disso me cala, nem me faz voltar para trás e o que me alegra mais, além do prémio, é ver que afinal ao fim deste tempo todo o rio melhorou mais de 85%. Ficou com umas mazelas, com umas nódoas negras, como costumo dizer, mas está muito melhor", salientou.
"Ao fim de três anos conseguimos que o Governo tomasse medidas e a situação está muito melhor. Agora precisamos de cerca de uma década para voltar ao mesmo. Já vai havendo algum peixe, mas muitos desapareceram, mas a natureza vai voltar ao normal se não a voltarem a poluir", disse o ambientalista.
"O prémio [que vai ser atribuído em Lisboa no próximo dia 22] veio dar-me força para continuar, até poder, sempre atento", disse Arlindo Marques, que é guarda-prisional e vive desde sempre numa freguesia à beira Tejo.
in sabado.pt

MONTE CLARO: 5ª Caminhada "Pais, Filhos e Netos"


Magusto na Santa Casa da Misericórdia de Amieira do Tejo

A Santa Casa da Misericórdia de Amieira do Tejo tem o prazer de convidar os sócios e famílias para o nosso Magusto Institucional a realizar no próximo dia 13 de novembro, terça-feira, a partir das 16h.