31.3.19

Nisa: Antigos funcionários da Granitos de Maceira exigem que a empresa cumpra a Ordem do Tribunal e pague o que deve


Mais de uma dezena de ex-trabalhadores e dirigentes sindicais exigiram hoje, junto à Granitos de Maceira em Alpalhão, Nisa, o pagamento dos seus créditos laborais por parte da empresa que abriu falência há três anos.
Os trabalhadores da Granitos de Maceira reclamam o pagamento de vários anos de subsídios em atraso e salários.
Em declarações à Rádio Portalegre, um dos antigos funcionários, que trabalhou na Granitos de Maceira durante mais de 37 anos, manifestou-se indignado com esta situação e criticou o facto da empresa “se ter esquecido dos trabalhadores”.
A coordenadora da União de Sindicatos do Norte Alentejano (USNA) Helena Neves, adiantou que, apesar da ordem do Tribunal, os cerca de trinta trabalhadores “desesperam” há quase quatro anos pelo pagamento das suas indeminizações.
Os mesmos trabalhadores protestaram no passado dia 13 deste mês frente ao Ministério da Trabalho.
Susana Mourato in Rádio Portalegre

30.3.19

33 dadores de sangue na freguesia de António Joaquim Eustáquio





Na terra que, em boa hora, viu nascer e crescer o fundador da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – materializou-se mais uma brigada. Em Alpalhão concentraram-se, na sede do Grupo Ciclo Alpalhoense, 33 voluntários, sendo 11 mulheres.
Por motivos de saúde, nem todos puderam sair dali com a dádiva concretizada. Mas sempre foram 27 as douradas unidades de sangue angariadas nesta freguesia que tanto dizia a António Joaquim Eustáquio.
Dois jovens estrearam-se como dadores de sangue e o Registo Português de Dadores de Medula Óssea angariou uma nova inscrição.
A Junta de Freguesia de Alpalhão apoiou a realização do almoço que foi servido num restaurante local. Nele participaram elementos da ADBSP, equipa da ULSNA ligada ao serviço de imunohematologia e os generosos dadores.
Arronches a 06 de abril
As próximas colheitas da ADBSP têm lugar em: Arronches, na sede do rancho folclórico, a 06 de abril; Sousel, nos bombeiros, a 13 de abril; Recordamos que as nossas brigadas são aos sábados, na parte da manhã.
https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre/ é muito concorrida. Passe por lá antes, durante ou depois de doar sangue!
JR

29.3.19

SAÚDE: Pequenas mudanças fazem a diferença na redução do risco de AVC

Dia Nacional do Doente com AVC assinala-se a 31 de março
Estima-se que, no mundo, uma em cada seis pessoas sofre de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A cada hora que passa, três portugueses confrontam-se igualmente com esta emergência médica. Apesar de ser um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade, bem como um dos grandes desafios da Medicina, o AVC pode, em grande parte dos casos, ser prevenido.
As células cerebrais necessitam de um fluxo sanguíneo constante que lhes forneça oxigénio e nutrientes. O AVC acontece como consequência da interrupção brusca do fornecimento de sangue no cérebro causado pelo bloqueio de uma artéria ou pelo rompimento do vaso sanguíneo. No primeiro caso falamos de um AVC isquémico e no segundo de um AVC hemorrágico.
O tipo de AVC, a área do cérebro afetada e o estado de saúde do doente antes do episódio de AVC, determinam as suas consequências. Mas há um fator que pode influenciar a extensão das lesões provocados no doente (que condicionam quer o prognóstico vital, quer as consequências funcionais, desde alterações cognitivas, a dificuldades de movimentação e comunicação ou até a problemas comportamentais) e que corresponde ao intervalo temporal entre a manifestação dos sintomas e a intervenção médica. Realmente, o prognóstico (a curto e a médio prazo) do acidente agudo está muito dependente da precocidade da intervenção médica. Este aspeto é particularmente significativo no AVC isquémico, onde o uso das técnicas de recanalização e, naturalmente, a sua eficácia, estão criticamente dependentes do timing da intervenção.
Por este motivo, é importante saber identificar os sinais de alerta mais caraterísticos de um Acidente Vascular Cerebral. São eles: dormência ou descaída de um dos lados da face; perda de força num dos lados do corpo, que pode ser sentida num braço ou numa perna (ou em ambos); dificuldades na fala; alteração da visão; e dores de cabeça intensas.
À mínima deteção de qualquer um destes sinais, que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto, é imperativo ligar para a linha de emergência 112. 
Por ocasião do Dia Nacional do Doente com AVC, torna-se fundamental não só alertar os portugueses para os sinais de alerta, como também consciencializá-los para a necessidade de adotar uma atitude preventiva, uma vez que existem comportamentos de risco que favorecem a ocorrência desta emergência médica. Relembra-se que a doença vascular cerebral é a doença neurológica mais suscetível de prevenção.
A tomada de uma postura que garanta a diminuição do risco de Acidente Vascular Cerebral ou de outros problemas cardiovasculares passa pela adoção de um estilo de vida mais saudável e ativo.
Em primeiro lugar, é importante abolir da rotina diária os comportamentos de risco, nomeadamente, o consumo de bebidas alcoólicas em excesso e o tabagismo. Simultaneamente, há que adotar hábitos que comprovadamente contribuem para uma vida mais longa e com melhor qualidade, como a adoção de uma dieta saudável, que se quer equilibrada e com reduzidos níveis de sal e gorduras, e a prática regular de exercício físico (uma caminhada durante 30 minutos, todos os dias, é um bom princípio). Para além disto, é importante prestar atenção aos indicadores gerais de saúde: controlo do peso, verificação regular dos níveis de tensão arterial, colesterol e glicemia, sem esquecer as consultas regulares ao médico de família.
As doenças do aparelho circulatório são ainda a principal causa de morte no país, tendo sido o AVC responsável por 10,2 por cento dos óbitos em 2017. Contudo, nos últimos anos, os progressos no tratamento dos doentes e o forte contributo de diversas instituições na sensibilização da Sociedade Civil têm contribuído para o decréscimo da mortalidade, para a diminuição da incidência, e para a melhoria do prognóstico dos doentes após o evento agudo.
O trabalho que os especialistas em Medicina Interna têm prestado em contexto hospitalar tem sido de importância vital no diagnóstico e no tratamento dos doentes com AVC agudo e na continuidade assistencial a que estes doentes obrigam. Seguramente este é um problema que interessa à Medicina Interna nas suas diversas vertentes: prevenção, diagnóstico, tratamento.
Artigo de Opinião de António Oliveira e Silva, internista e vice-presidente da SPMI
Sobre a SPMI
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) é uma associação científica, fundada em 1951. Tem como finalidade promover o desenvolvimento da Medicina Interna ao serviço da saúde da população portuguesa. Promove ainda a investigação e o estudo de problemas científicos, bem como a organização de atividades educacionais, no âmbito da formação contínua, dirigidas aos médicos e à população em geral, no campo da Medicina Interna. Para mais informações consulte https://www.spmi.pt/

ALPALHÃO: Paróquia divulga programa das solenidades da Semana Santa



28.3.19

NISA: A Senhora da Graça nos textos de autores nisenses




NA ROMARIA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA
Nunca uma Quaresma custou tanto a passar em casa dos Mendonças.
Todos esperavam ansiosamente pelo dia da romaria de Nossa Senhora da Graça. O pai queria ter um ajuste de contas, com o Corga de Nisa, pois o ano passado, junto à capela da senhora dos Prazeres, depois de uma acalorada discussão, este deu-lhe duas lambadas e chamou-lhe "montezinho.”
–Este ano vamos ver quem é o “montezinho”, remoía-se interiormente, mas sem dizer nada a ninguém. A mãe queria ir pagar uma promessa, por não lhe ter morrido o porco e ter vendido um bezerro. A filha pretendia andar por lá, livremente, com o namorado.
Na segunda-feira de Páscoa, de manhãzinha, lá partiram os três de merenda aviada.
Depois da missa, combinaram onde se deveriam encontrar para saborear os acepipes feitos de véspera.
O almoço foi rápido, todos tinham mais que fazer. Cada um foi para seu lado e ao encontro daquilo que pretendia.
A mulher, lá foi de joelhos, terço nas mãos, entre a capela da Senhora dos Prazeres e a da Senhora da Graça, ladeira acima, rezando.
O pai, por lá andou percorrendo as tabernas, bebendo uns copos, para ganhar coragem e ver se encontrava o velhaco do ano passado.
A filha não teve nenhuma dificuldade em encontrar o namorado.
Depois de ele jogar na rifa e de lhe oferecer uma santinha de açúcar, para lhe adoçar a boca, convidou-a a saírem do meio da multidão, para namorarem mais à vontade. Foram-se afastando, ela foi dizendo que não, mas lá por dentro o fogo era enorme e pouco tempo depois às escondidas dos olhares mais indiscretos, com rosmaninhos, estevas e giestas a servirem de esconderijo, com promessas de casamento à mistura, entre abraços e beijos, atingiram o “clímax”, nesta vida terrena.
- Este ano vieste tarde - disse o Mendonça assim que encontrou o Corga.
-Ainda venho muito a tempo de te repetir a lição do ano passado, respondeu-lhe o Corga com alguma fanfarronice.
Passado pouco tempo, ambos tinham o fato de sorrobeco sujo e roto, sangue na camisa e um cansaço de quem deu o melhor de si, para salvar a "honra do convento".
Deram e levaram, os amigos de cada um clamavam vitória, mas eles é que sentiam as cacetadas no lombo, a fatiota em mísero estado, toda lixosa.
No regresso, no lameiro do Nizorro, junto ao pontão, havia o tradicional baile ao toque de flauta, mas nenhum dos três tinha vontade de bailar.
Alguém perguntou: -Ó Mendonça então o que foi desta vez? Olhando para a casaca rasgada.
-Deram-me duas cacetadas na casaca.
-E onde tinhas tu a casaca?
-Tinha-a vestida, onde é que houvera de a ter.
Risota geral, galhofa e chacota à mistura, sem que o Mendonça, vislumbrasse onde estava tanta graça, mas enfim, siga a dança, que hoje é dia de Nossa Senhora da Graça.
Regressaram ao Pé da Serra, cansados, mas com as promessas cumpridas.
Durante toda a semana seguinte, sempre que o “Tonho” encontrava a Marianita, a conversa ia sempre dar ao mesmo.
-Então segunda-feira lá vamos à romaria da Senhora dos Prazeres?
-Ainda não sei, respondia ela, com frieza.
-Temos que ir, à dos Prazeres, desta vez sou eu quem tem que cumprir uma promessa -, justificava-se ele, com alguma ironia e um pensamento matreiro. Ela foi ouvindo, até que às tantas lhe disse:
-A dos Prazeres, já foi.

José Hilário / Setembro de 2005

26.3.19

MONTALVÃO: IV Concerto de Primavera na Casa do Povo

IV Concerto de Primavera - 13 abril 2019 - 16 horas; Casa do Povo de Montalvão
Depois do IV Concerto de Natal e de Janeiras, recentemente realizado na Igreja Matriz, segue-se o habitual Concerto de Primavera, em nova edição (a quarta) promovida e organizada pelo Grupo Coral EmCanto, em parceria com a Junta de Freguesia de Montalvão e a Fábrica da Igreja Paroquial de Montalvão, sempre no âmbito da Campanha para o Restauro da Igreja Matriz.
Atuam neste concerto, pela seguinte ordem:
- Grupo Coral EmCanto - direção de Luís Gonçalves Gomes;
- Turma de Música da Universidade Sénior de Nisa - Maestro António Maria Charrinho;
- Grupo de Cantares da Associação Nacional dos Aposentados da CGD - Maestro José Martins.
A encerrar os três agrupamentos interpretarão em conjunto a bonita canção "Se fores ao Alentejo".

25.3.19

Evocação de João Semedo Correia nos 95 anos do seu nascimento




João Semedo Correia nasceu a 25 de Março de 1924 em Velada, concelho de Nisa e faleceu naquela aldeia da freguesia de S. Matias em 23 de Maio de 2003.
Desde a instrução primária manifesta aptidão para o desenho e após conseguir vencer a oposição da família, inscreve-se na Sociedade Nacional de Belas Artes, frequentando então as aulas de desenho e pintura com os professores Mário Reis e Machado da Luz.
Após alguns anos em Lisboa, expõe pela primeira vez na Sociedade Nacional de Belas Artes onde ganha uma menção honrosa.
Expôs as suas obras em inúmeras exposições pelo país, de entre as quais destacamos:
* Exposição “Encontro Livre de Arte” - Espaço Belém – Lisboa 1975
* III Mostra de Pintura de Nisa – 1990
* V Exposição de Artistas Alentejanos – Nisa 1996
* VI Exposição de Artistas Alentejanos – Moita – 1997
* III Exposição Internacional de Artes Plásticas -Moita – 1997
* IV Exposição Internacional de Artes Plásticas – Vendas Novas – 1998
As suas obras encontram-se espalhadas em colecções particulares como o Museu de Ovar, entidades particulares no Brasil e Estados Unidos.
Em 2002 a Câmara de Nisa organizou uma Exposição durante o mês de Junho, na Biblioteca Municipal, subordinada ao título “O Olhar sobre a Obra de João Semedo Correia”, de cujos materiais de promoção (cartaz e folhetos) retirámos grande parte dos elementos biográficos que aqui divulgamos, no exacto dia em que completaria 95 anos de idade.
Recordamos os títulos dos trabalhos que foram expostos na referida iniciativa cultural:
Por detrás do cortinado – colecção particular; Pós-tempestade – c. particular; Doca do Seixal; Costa da Caparica (falésia); Muro em ruínas; Casas de Chelas – Lisboa – c. particular; Paisagem nos Olivais; Auto-retrato – c. particular; Debulha do milho – c. particular; Retrato de menina – c. particular; Paisagem de Chelas – Lisboa; Azenha (Velada) – c. particular; Auto-retrato – c. particular; Fragmento de aldeia; Desenhos em técnicas variadas.

Trabalhadores do distrito de Portalegre em protesto esta semana


Dia 27/3, quarta-feira, a partir das 11h Dirigentes sindicais da União dos Sindicatos do Norte Alentejano e do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimento e Similares, Construção, Madeira, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas e ainda trabalhadores e ex-trabalhadores da Granitos Maceira, realizam concentração de protesto frente à empresa em Alpalhão porque, decorridos 3 anos desde a insolvência da empresa, a mesma ainda não regularizou os seus créditos apesar da ordem do Tribunal. Os mesmos trabalhadores protestaram no passado dia 13 deste mês frente ao Ministério do Trabalho e frente à sede da empresa em Pêro Pinheiro, Sintra.
Dia 28/3, quinta-feira, a partir das 11h – Dirigentes e delegados sindicais do Sindicato da Hotelaria do Sul, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, juntam-se aos trabalhadores da cantina, bar e refeitório do Hospital de Portalegre que estarão em greve, para uma concentração de protesto frente ao Hospital. Será uma acção com o objectivo de demonstrar que todos os trabalhadores do Hospital estão solidários com a luta dos trabalhadores da empresa concessionária do serviço de refeições, a Itaú, pois assistem há vários anos à degradação do serviço prestado e às suas consequências.
O Depº de Informação da USNA/cgtp-in

CRÓNICAS DE LISBOA: O Brexit e a Incompetência dos Políticos

O Brexit está a revelar-se um triste e dramático folhetim que seria uma ótima comédia, se não representasse uma dramática ameaça para o povo britânico, mas também europeu, pertencentes ou ainda não à União Europeia (EU). E tudo começou por um incompetente politico que prometeu referendar a permanência ou a saída da Grã- Bretanha (GB) na EU, mesmo que não pertencendo à Zona Euro (ZE), isto é, a GB entrou na EU mas não aderiu à moeda Euro e ficou, assim, com um poder que os países da ZE não têm, isto é, o poder de criarem a sua própria moeda e usá-la em certas estratégias , como intervenções na taxa de juros ou desvalorizações da moeda, para regular a sua economia, mecanismo vedado aos países da ZE, na qual se inclui Portugal, que têm que se submeter às regras da moeda Euro.
Cameron, então Primeiro Ministro do UK e para contentar os descrentes e antieuropeístas existentes no seu partido e na sociedade do UK, avançou com um referendo a toda a população do UK (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, nações que constituem o Reino Unido - UK, porque este conceito é mais amplo do que GB que se referiria apenas à grande Ilha Britânia e que não inclui as duas parte das Irlanda, uma delas - a do Norte- pertencente ao UK). Não avaliou as consequências de colocar no povo uma decisão tão importante para muitos milhões de cidadãos britânicos e não só. Referendar algo de tamanha importância para o presente e o futuro duma nação é uma atitude de políticos sem visão de Estado e também duma das maiores incompetências, face à enorme importância que o Brexit tem e terá no UK e na própria Europa, porque vem por em causa um projeto de união, embora a EU possa subsistir e continuar a crescer sem o UK.

NISA: Caminhada no Trilho da Mina de Ouro do Conhal


NISA: Semana da Leitura e Feira do Livro no Agrupamento de Escolas




22.3.19

"Toponímia de Alpalhão - História das suas ruas" com lançamento na Feira dos Enchidos


O meu nome é Manuel Pedro Dias, natural, biologicamente falando, de Alagoa, mas Alpalhão é a minha terra afectiva.
No dia da Feira dos Enchidos de Alpalhão, vou estar num stand para lançar o livro "Toponímia de Alpalhão - Histórias da suas ruas". Trata-se de um trabalho que me deu grande prazer. 
No ano  passado editei "Nossa Senhora da Redonda - Mãe de Clemência e de Perdão". Além destes há outros dois, também já editados, relacionados com esta terra.
O livro versa a história de todas as ruas de Alpalhão. Além da origem do seu nome (o que foi possível apurar), referencia o que cada uma delas contém digno de interesse (histórico-etnográfico).

20.3.19

NISA: CDU rejeitou Transferência de Competências para as Autarquias Locais


 Os dois vereadores eleitos pela CDU - Coligação Democrática Eleitoral na Câmara de Nisa, Vítor Martins e Fátima Dias, votaram Contra a transferência de Competências para as Autarquias Locais de acordo com a Declaração de Voto que publicamos na íntegra.
Declaração de voto
Transferência de competências para as Autarquias Locais, no âmbito da
Lei nº 50/2018 de 16 de Agosto
- Ponto 4 da Ordem de Trabalhos da Reunião de 19-03-2017 da C.M.Nisa -
Considerando que,
-Um processo de descentralização não se resume à transferência de competências entre a Administração Central e Local. Um processo de descentralização implica a preservação da autonomia administrativa, financeira, patrimonial, normativa e organizativa interna das autarquias locais; a garantia de acesso universal aos bens e serviços públicos necessários à efetivação de direitos constitucionais e a universalização de funções sociais do Estado; a coesão nacional, eficiência e eficácia da gestão pública; a unidade do Estado na repartição legal de atribuições entre as entidades públicas e administrativas e a adequação do seu exercício aos níveis de administração central, regional e local;  a clareza na delimitação de responsabilidades; a adequação dos meios às necessidades; e a estabilidade de financiamento no exercício das atribuições que lhes estão cometidas;
- Um processo de descentralização implica o poder de execução, mas implica igualmente o poder de decisão, planeamento, programação, e quando aplicáveis, de fiscalização e demais de natureza similar necessários à concretização da atribuição, bem assim dos bens públicos, móveis ou imóveis, e demais meios que lhes estejam afetos;- Não é perante um processo desta natureza que se está presente. Não há conhecimento da realização de algum estudo que fundamente a transferência das competências identificadas na Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto, bem como não se conhece qualquer avaliação rigorosa do impacto das transferências destas competências para as autarquias ao nível financeiro, técnico, de recursos humanos e organizacionais:
- Sobre o Decreto-Lei nº 20/2019 de 30/01/2019 - Proteção e Saúde Animal: A transferência de competências, para os órgãos municipais, no domínio de proteção e saúde animal e de segurança dos alimentos, levará previsivelmente a uma transferência de custos de execução dos programas sanitários para as autarquias e para os produtores, agravando as condições de subsistência dos pequenos e médios produtores e comprometendo a viabilidade dos programas de vigilância sanitária, o que constitui uma situação de risco para o país em termos de sanidade animal e segurança alimentar, com consequências económicas graves em caso de ocorrência de incidentes;
Sobre o Decreto-Lei nº 21/2019 de 30/01/2019 – Educação: A materializar-se este nível de competências, é findada qualquer garantia da universalidade do direito à educação, optando-se pela existência não de uma política na área da educação, mas antes por 278 políticas de educação. Este conjunto de transferências tem impacto em aspetos pedagógicos que podem introduzir desigualdades no processo de ensino/aprendizagem dos estudantes. Constatamos ainda que há uma série de aspetos que o diploma remete para futura regulamentação, não definindo as reais condições para o exercício destas competências, deixando um quadro de incerteza. Para além disso, não há uma definição clara dos meios humanos, técnicos e financeiros que serão transferidos para o exercício destas competências. Estabelece-se um prazo de 30 dias para o Governo remeter a cada autarquia a informação concreta. Tudo isto num quadro em que subsistem muitos problemas concretos por resolver. É conhecida, em particular, a insuficiência de funcionários nas escolas e a existência de muitos vínculos laborais precários. Sabe-se que uma parte significativa do parque escolar necessita de obras de requalificação, há muitas escolas sem pavilhão gimnodesportivo. No entanto, o diploma não assegura os meios eficazes para solucionar estes problemas em concreto, transferindo encargos para as autarquias. A verba prevista para a manutenção e conservação do parque escolar é bem elucidativa – prevê-se a transferência de 20 mil euros por equipamento, exatamente o mesmo montante de 2008, quando foram estabelecidos os contratos de execução. Se, já nessa altura, a verba era insuficiente, o que se dirá em 2019;
Sobre o Decreto-Lei nº 22/2019 de 30/01/2019 – Cultura: A transferência de competências na área da cultura para as autarquias reflete tudo o que atrás se disse sobre o processo em curso. No que concerne ao património cultural, no total, são identificados 77 imóveis e museus para efeitos de transferência, mas, só se procede à identificação dos recursos humanos e dos montantes apenas para 18 imóveis e museus. Isto é, para mais de 75% do património cultural que se pretende transferir para as autarquias não há previsão de transferência de qualquer verba, significando simplesmente um ónus e encargo para as autarquias. Dos 18 em que há previsão de montantes, o total a transferir excede pouco mais de um milhão de euros - o que, no mínimo, é ridículo. Há monumentos em que as verbas identificadas rondam os 500 euros e outros em que são pouco mais de mil euros. Tudo isto num contexto não só de subfinanciamento que afeta a manutenção adequada do património edificado, mas também de uma escassez enorme de trabalhadores que não é resolvida a montante. Relembre-se que os próprios meios que a DGPC tem atualmente não são suficientes para a conservação e divulgação de uma parcela substantiva dos edifícios e sítios. No caso dos museus, será de perguntar como se coaduna a transferência anunciada com a absolutamente necessária existência de verbas para aquisição de obras, regular conservação e restauro, desenvolvimento de investigação, entre outros aspetos. Certamente, não será com estes recursos que as autarquias estarão em condições de salvaguardar o património cultural, constituindo-se um processo nestes termos, na prática, num incentivo para a sua privatização e mercantilização;
Sobre o Decreto-Lei nº 23/2019 de 30/01/2019 – Saúde: A análise do diploma que transfere as competências da área da saúde para as autarquias locais confirma as preocupações sobre a criação de desigualdades no acesso aos cuidados de saúde, pondo em causa os princípios basilares do Serviço Nacional de Saúde e dos cuidados de saúde primários em particular, nomeadamente, como o carácter geral e universal, por via da delegação de competências em áreas tão centrais como "participação no planeamento, na gestão, e na realização de investimentos relativos a novas unidades de prestação de cuidados de saúde primários (...), gestão, manutenção e conservação de outros equipamentos afetos aos cuidados de saúde primários; gestão de trabalhadores; gestão de serviços de apoio logístico das unidades funcionais dos ACES (Agrupamentos de Centros de Saúde) que integram o SNS";
Atendendo aos considerandos referidos, e a exemplo do que foi o sentido do voto sobre os anteriores diplomas, na reunião de câmara extraordinária de 11 de janeiro de 2019, os Vereadores eleitos pela CDU votam CONTRA e declaram rejeitar a assumpção, em 2019 e em 2020, das competências transferidas por via dos decretos-lei setoriais:
Decreto-Lei nº 20/2019 de 30/01/2019 - Proteção e Saúde Animal
Decreto-Lei nº 21/2019 de 30/01/2019 – Educação
Decreto-Lei nº 22/2019 de 30/01/2019 – Cultura
Decreto-Lei nº 23/2019 de 30/01/2019 – Saúde
Nisa, 19 de março de 2019
Os Vereadores eleitos pela CDU
Vitor Martins
Fátima Dias

19.3.19

OPINIÃO: Se fosse um banco, estaria salvo

No sábado passado deu à costa das Filipinas uma jovem baleia morta. Causa da morte: choque gástrico, induzido pelos 40kg de plástico ingeridos.
Segundo a organização Ocean Conservancy, se o Mundo continuar a produzir e despejar plástico nos oceanos a esta velocidade, em 2025 teremos um quilo de plástico por cada três quilos de peixe.
Um mar de lixo. Este é só um dos desastres que o futuro nos reserva, a que se juntam as consequências das alterações climáticas, como o aumento das catástrofes naturais, a diminuição do espaço habitável, migrações em massa ou escassez de água potável.
Não se pode dizer que tenhamos chegado a este ponto por falta de aviso. Assistimos, ao longo dos últimos anos, ao sistemático desrespeito e desconsideração pelos alertas de cientistas e ativistas pelo clima, tratados como excêntricos mensageiros do apocalipse, e hoje a situação é de emergência. Não temos tempo para perder com novos negócios disfarçados de economia verde ou com discursos verdes para esconder uma economia suja. O comércio de emissões de dióxido de carbono não é mais que um negócio especulativo, as bicicletas e os carros elétricos não são o bastante, e nem vale a pena falar de aquecimento global enquanto se continua a querer tirar petróleo de baixo da terra (como queria fazer o Governo português).
A crise climática é a crise do sistema económico, do modo como se organiza e funciona. É a crise do consumo em massa e da desigualdade na distribuição de riqueza, é a crise da produção em escala e do comércio globalizado. Não é possível reduzir a produção de plástico e a emissão de gases com efeitos de estufa sem mudar o status quo do sistema económico e, por consequência, sem pôr em causa o poder e os lucros de quem o domina.
Greta Thunberg, de 15 anos, percebeu tudo o que está em causa, e por isso não falou para as elites. Não pediu favores nem licença a quem tem lucrado com este jogo do gato e do rato com um futuro da humanidade. Greta falou aos estudantes e convocou-os a tomar o destino nas mãos e parar o Mundo, forçar o Mundo a parar e ouvir. E foi ouvida. Na passada sexta-feira milhões de jovens, também em Portugal, pararam as escolas em greve e saíram à rua para dizer ao Mundo, e às elites, que esta é uma emergência e uma responsabilidade coletiva. A greve dos estudantes pelo clima não foi apenas um momento emocionante ou simbólico. Foi uma lição de sabedoria e determinação: quer queiramos quer não, esta será a causa das nossas vidas. Só nos resta agradecer-lhes e juntarmo-nos ao movimento.
Mariana Mortágua in Jornal de Notícias - 19/3/2019

CRATO: GNR auxilia idoso isolado debilitado

O Comando Territorial de Portalegre, através da Secção de Prevenção Criminal e de Policiamento Comunitário (SPC) de Portalegre, em colaboração com o Posto Territorial do Crato, ontem, dia 18 de março, auxiliou um idoso de 75 anos, naquela localidade, por este estar muito debilitado.
Militares da SPC, durante uma ação de policiamento e acompanhamento de idosos sinalizados no do âmbito do programa “Idosos em Segurança”, deslocaram-se à residência do referido idoso e encontrando-o muito debilitado e com muitas dificuldades em respirar e andar, sendo de imediato auxiliado pelos militares, os quais acionaram os meios de emergência para o local. Devido ao estado de saúde do idoso, houve a necessidade do mesmo ser transportado para unidade hospitalar, onde se encontra a receber tratamento.
A GNR remeteu o assunto às entidades de ação social competentes.

ALPALHÃO: 22ª Feira dos Enchidos - 6 e 7 Abril


18.3.19

Professores manifestam-se pela justiça a que têm direito


Os Verdes alertam presidente da Câmara de Portalegre e exigem a valorização do património da Robinson


Os Verdes enviaram hoje uma Carta Aberta à Presidente da Câmara de Portalegre e ao Presidente do Conselho de Administração da Fundação Robinson a questionar sobre medidas tomadas para preservar o Património Industrial Corticeiro da Fábrica Robinson.
Carta Aberta
À Presidente da Câmara Municipal de Portalegre
Ao Presidente do Conselho de Administração da Fundação Robinson
Ex.mos Senhores
Depois da infeliz e despropositada intervenção de derrube de um dos edifícios da Fábrica Robinson, numa clara violação da Lei, tal como sempre afirmámos e como foi agora confirmado pela Direção Geral da Cultura (DGC), urge pôr fim a esta postura de desleixe e abandono deste património classificado e dar passos concretos  e eficazes na direção da sua preservação e valorização, indo ao encontro da vontade expressa pelos portalegrenses através da entusiasta adesão às iniciativas promovidas pel´ Os Verdes e pela própria Assembleia da República ao aprovar unanimemente a Resolução N.º 70/2018.
Só esses passos concretos justificarão a continuação da existência de uma Fundação que, ao longo destes 14 anos, pouco ou nada fez no sentido de gerir as verbas, hoje escassas (embora nem sempre assim o tenha sido), destinadas à “preservação de espólios: do arqueológico-industrial da Sociedade Corticeira Robinson Bros S.A.; e de qualquer outro espólio cuja preservação lhe seja confiada.…”.
Dentro do espírito que tem pautado a preocupação e a luta do PEV na defesa deste valiosíssimo património, continuaremos empenhados, sem dar tréguas, em pressionar as mais diversas entidades, com o objetivo de manter o que está ainda de pé e para que não haja pretextos para mandar mais nada abaixo, nem que nada seja desviado para fins alheios à salvaguarda da memória industrial dos portalegrenses.
Diligenciámos para encontrar meios financeiros para realizar as intervenções mais urgentes de preservação do edificado e, nesse sentido, reunimos com a Ministra, com a Secretária de Estado e com a Diretora Regional de Cultura do Alentejo. Nestas diligências ficámos a saber da possibilidade real de a Câmara, de forma coordenada com a Fundação, poder apresentar uma candidatura ao abrigo do Programa 20/20, antes de 30 de abril, à CCDR, servindo-se dos 20.000 euros que o Ministério da Cultura transferiu para a Fundação em 2015, que até agora não foram usados, como a parte (15%) da comparticipação nacional necessária. Esta candidatura permitirá ir buscar um total de 133 000 euros para usar em obras urgentes de manutenção do edificado da fábrica para impedir que novas situações de degradação possam vir a ocorrer e que a musealização deste espaço possa vir a ser posta em causa.
Ficámos ainda a saber que não tinha sido até ao momento apresentado, à tutela da cultura, qualquer plano estratégico de intervenção para o espaço Robinson.
Atendendo a que esta informação foi dada a conhecer à senhora Presidente da Câmara, na última reunião de Assembleia Municipal, em 22 de fevereiro de 2019, pela Dirigente de Os Verdes, Rosário Narciso, eleita pela CDU neste órgão, e que a proposta de Contrato-Programa entre a Câmara e a Fundação só prevê para a Robinson 120.000 euros, verba que só faz face às despesas com os trabalhadores e pouco mais, quando este contém um vasto levantamento de pequenas obras essenciais, gostaríamos de saber que medidas tomou a senhora presidente da Câmara Municipal, presidente também do Conselho de Curadores, para:
 - que a fábrica Robinson possa vir a usufruir de fundos comunitários para a recuperação de espaços no âmbito do programa 20/20;
- para a elaboração do plano estratégico de intervenção, discutido com a população e com as entidades vivas, antes que seja posta em causa a musealização do espaço, sendo que no Contrato-Programa surge já uma proposta desgarrada de residência de estudantes num dos edifícios que pode vir a ser fundamental para o museu.
Os Verdes preocupam-se e não querem deixar avançar a situação de descuro a que a Fábrica Robinson tem sido votada.
Senhora Presidente, sente os vários parceiros à mesa, ouça a população e empenhe-se na melhor solução para a proteção e valorização do património da Fábrica Robinson, pertença dos portalegrenses. Queremos ver Portalegre a crescer e sabemos que a Fábrica da Rolha poderá oferecer um forte impulso para que tal aconteça.
Estaremos sempre dispostos a ser parte da solução!
O Coletivo d’Os Verdes de Portalegre

14.3.19

NISA - A Quaresma na poesia popular de Maria Pinto




A QUARESMA
Vai a Quaresma acabada,
já é Domingo de Ramos.
Dizem que nesta semana
temos de lavar os lares.

Já vem a Semana Santa;
temos Cristo que adorar,
assistir às cerimónias,
para nossa alma salvar.

Jesus sofreu por nós todos,
pregaram-no num madeiro,
p´ra nos salvar do pecado;
Deus é bom e verdadeiro.

Ressuscitou nosso Deus,
a ensinar a Doutrina.
É amar-nos uns aos outros,
é esta a Lei Divina.

Está a Páscoa a chegar.
Boas festas para todos,
saúde e felicidades,
para comerem os bolos.

A Páscoa traz alegria
a todos os namorados;
é festa em todo o mundo
p´ra solteiros e casados.

A Páscoa deve trazer
o amor e o carinho,
p´ra que toda a mocidade
peça o bolo ao padrinho.

A Páscoa traz alegria
a todos os doentinhos.
Que tenham bom apetite,
Comam bem os borreguinhos.

A Páscoa traz os que podem
as famílias visitar.
Ai, tristes dos que não podem
vir o seu lar abraçar.

Boas-festas para todos
que lerem este jornal;
e aos soldados alma forte
p´ra defender Portugal.

In “Correio de Nisa” – 18/3/1967


12.3.19

NISA: XX Rota do Contrabando - Inscrições fecham dia 18


ALPALHÃO: Tradições e crendices populares -


Crendice para curar a Eripsela *
Durante a novena, rezar três vezes cada dia e fazer sucessivos golpes num pedaço de cortiça:
Pedro Paulo foi a Roma,
Jesus Cristo encontrou,
E ele perguntou: Pedro Paulo o que há por lá?
 - Muito fogo, muita ampola.
 - Senhor, como se curará?
Pedro Paulo volta atrás,
Com a vassourinha de esparto varrerás,
Com o azeite de candeia benzerás,
E com farinha o apagarás,
Para que o fogo não lavre mais.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
* Ana Carlota da Conceição - Alpalhão
Crendice para afastar as trovoadas *
Santo António
Santo António se levantou,
Os seus sapatinhs calçou,
No seu bordãozinho pegou,
Por uma vereda caminhou,
Jesus Cristo encontrou.
 - Ó António aonde vais?
 - Eu Senhor convosco vou!
 - Ó António volta para trás.
 - Vai voltar as trovoadas que por cima de nós andam armadas.
 - Leva-as para bem longe,
 - Onde não haja ovelhas com borreguinhos,
 - Nem vacas com bezerrinhos,
 - Nem mulheres com meninos.
 Já os galos cantam,
 Já os anjinhos se levantam,
 Já o Senhor subiu à cruz,
 Para sempre, Amém Jesus
* Ana Carlota da Conceição - Alpalhão