Cicatriz
de Ser Mulher
Letra
e música: João Lóio
Intérprete:
João Lóio* (in CD "Canções de Amor e Guerra", João
Lóio, 2002)
Olha,
não chores, maninha,
que
eu não sei se vai passar...
essa
tristeza tão funda
não
sei se passa a chorar!
Olha,
que pena, maninha,
essa
flor de malmequer,
essa
tristeza tão funda,
cicatriz
de ser mulher!
Lembras?
Que lindo o teu homem
e
que meigo o seu olhar
e
como ardia o teu corpo
ao
seu mais leve tocar?
Foi
de repente, maninha,
como
tudo se mudou:
o
amante foi senhor,
o
senhor tudo esmagou!
Sei
que é tão frágil a flor
que
brotou do coração
e
dói ver um corpo bandido
desfolhá-la
pelo chão!
Olha,
que os homens, maninha,
andam
tontos pelo mundo:
pisam
com fúria tamanha
o
seu berço mais profundo!
E
já não falo da guerra
com
soldados frente a frente:
deixam
a saia sangrando,
deixam
pegadas no ventre!
Dizem
"quem cala consente!",
mas
custa tanto falar:
o
medo dentro da gente
ficou
mudo de gritar!
Olha,
não chores, maninha,
que
eu apago, se puder,
essa
tristeza tão funda,
cicatriz
de ser mulher!
*
[Créditos gerais do disco]:
Carlos
Rocha – guitarras acústica e eléctrica
João
Lóio – voz e guitarra acústica
Firmino
Neiva – baixo eléctrico
Arnaldo
Fonseca – acordeão
Mário
Teixeira – caixa de rufo
Regina
Castro e Guilhermino Monteiro – coros
Arranjos
e direcção musical – Carlos Rocha, Firmino Neiva e João
Lóio
Gravado
por Fernando Rangel, nos Estúdios Fortes & Rangel, Porto, em
Abril de 2002
Mistura
– Fernando Rangel, Carlos Rocha, Firmino Neiva e João
Lóio
Masterização
– Fernando Rangel