Dois poemas de dois vultos da
cultura portuguesa sobre Fernando Salgueiro Maia, que partiu há um quarto de
século.
Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a
paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por
isso
Não colaborou com a sua ignorância
ou vício
Aquele que foi “Fiel à palavra
dada á ideia tida”
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse.
Sophia de Mello Breyner Andresen.
"Salgueiro Maia"
Ficaste na pureza inicial
do gesto que liberta e se
desprende.
Havia em ti o símbolo e o sinal
havia em ti o herói que não se
rende.
Outros jogaram o jogo viciado
para ti nem poder nem sua regra.
Conquistador do sonho
inconquistado
havia em ti o herói que não se
integra.
Por isso ficarás como quem vem
dar outro rosto ao rosto da
cidade.
Diz-se o teu nome e sais de
Santarém
trazendo a espada e a flor da
liberdade.
Manuel Alegre.
Fernando José Salgueiro Maia GOTE
• GCL • GCIH (Castelo de Vide, 1 de julho de 1944 — Lisboa, 4 de abril de
1992), foi um militar português. Foi um dos capitães do Exército
Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução de 25 de
Abril de 1974, que marcou o final da ditadura.
Salgueiro Maia foi o único filho
de um ferroviário, Francisco da Luz Maia, e de sua mulher, Francisca Silvéria
Salgueiro (mortalmente atropelada aos 29 anos por um autocarro na Praça de
Espanha, em Lisboa, tinha Fernando Salgueiro Maia quatro anos de idade).
Nascido em Castelo de Vide,
distrito de Portalegre, no Alto Alentejo, viveu subsequentemente em Coruche
(frequentando a Escola Primária de São Torcato (Coruche)) e em Tomar. Quando tem 16
anos a família instala-se em Pombal; indo Salgueiro Maia fazer o ensino
secundário no Liceu Nacional de Leiria (hoje Escola Secundária Francisco
Rodrigues Lobo).
Admitido, em outubro de 1964, na Academia Militar, em Lisboa, depois de ver reprovada a sua candidatura um ano antes, seria colocado colocado na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para fazer o tirocínio. Na mesma instituição, ascendeu a comandante de instrução e integrou uma companhia dos comandos na Guerra Colonial.
Admitido, em outubro de 1964, na Academia Militar, em Lisboa, depois de ver reprovada a sua candidatura um ano antes, seria colocado colocado na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para fazer o tirocínio. Na mesma instituição, ascendeu a comandante de instrução e integrou uma companhia dos comandos na Guerra Colonial.
Depois da revolução, viria a
licenciar-se em
Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de
Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.