Cá estamos de novo. Devido ao
dinamismo de mais um grupo de nisorros, aí temos novamente a imprensa escrita,
com o nome de Nisa, no título.
Nos tempos que vivemos, em que uns
sopapos de um jogador de futebol ou uns palavrões ditos por treinadores são
mediatizados por tempo indeterminado, é com agrado, que registamos, que nem
todos ainda, fomos injectados pelo vírus futebolóide-cultural.
É possível e desejável ter-se um
espaço em que as palavras escritas e as imagens, comuniquem aos leitores,
aquilo que vale a pena.
Em que as polémicas, quando
surgem, ajudam a clarificar aspectos da vida quotidiana, que merecem a pena ser
vividos.
Porque acreditamos, que a imprensa
regional pode contribuir à sua maneira, para o progresso de uma região, foi de
bom grado que aceitámos o convite para retomar a colaboração no “Notícias de
Nisa”.
Dos passeios à tapada, aqui
deixaremos de quinze em quinze dias, a visão que temos da sociedade, do Alto do
Talefe. Apesar de renascer num ano
agrícola seco, aqui ficam os meus votos de esperança no “Notícias de Nisa”, por
forma a iniciar mais uma sementeira de letras e ideias que se revelem
produtivas.
Aos nisorros, cabe adubar e
ceifar, aquilo que vale realmente a pena.
NOTA: Esta crónica foi escrita há 20 anos, que se completam por estes dias. Não tinha título mas assinalava o "nascimento" de um novo jornal, "Notícias de Nisa", o primeiro de que fui director e principal (às vezes, único) dinamizador. Não se tratava propriamente da criação de um novo jornal - o título tinha surgido dois anos antes sob o patrocínio e a vontade de Francisco Narciso - mas o ressurgimento ou recomeço, com uma nova direcção e novo aspecto gráfico, fruto da mudança para a gráfica que imprimia o "Fonte Nova".O título do jornal, quinzenal, iria manter-se até Janeiro de 1998, com 19 números publicados, altura em que por divergências várias acerca da propriedade, o jornal passou a ter outro título, "Jornal de Nisa", e outro proprietário, a empresa que detinha o "Fonte Nova".
Com o título "Jornal de Nisa" e sob a minha direcção, foram publicados 265 números, durante cerca de 11 anos.
Registe-se que, tanto no "Notícias de Nisa" como no "Jornal de Nisa" que se lhe seguiu, José Luís Tomás Bruno, o Zé de Nisa, colaborou, frequentemente, através das crónicas a que deu o título "Do Alto do Talefe".
Crónicas, muitas delas, de forte cunho regionalista e repositório de muitas histórias que focavam a realidade social da nossa terra. Crónicas, acrescento, que bem mereciam ser compiladas para um livro, trabalho a que voluntariamente me dispus (e continuo a dispor) mas cuja concretização terá de partir da vontade da família.
Mário Mendes