O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) apontou hoje a Serra
de São Mamede, distrito de Portalegre, como uma das áreas “mais vulneráveis”
aos fogos este verão, lembrando que não ocorre “um grande incêndio” na zona
desde 2003.
“A Serra de São Mamede é tida como um dos sítios mais
vulneráveis aos incêndios este verão, porque há muito tempo que não arde, que
não tem um grande incêndio”, alertou a dirigente do PEV Manuela Cunha, em
declarações à agência Lusa.
Uma delegação do PEV está, desde hoje e até sexta-feira, de
visita ao Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM), área protegida que se
estende pelos concelhos de Portalegre, Castelo de Vide, Marvão e Arronches,
para "apurar os meios que estão aptos" para evitar e combater
eventuais incêndios.
“A Serra de São Mamede é uma zona de biodiversidade, mas
também tem eucaliptos. Quanto a nós, eucaliptos a mais, mas predomina uma
florestação autóctone, mais resistente aos incêndios", disse Manuela
Costa, observando, contudo, que isso não impediu que as encostas de Marvão
fossem "devoradas num instante”.
Sobre este incêndio, que deflagrou no dia 5 deste mês nas
encostas da vila medieval de Marvão, em pleno PNSSM e em que arderam “mais de 100 hectares ”, segundo
disse à Lusa na altura o presidente do município, Luís Vitorino, a dirigente do
PEV referiu que quer encontrar respostas na visita à zona, que inclui reuniões
com autarcas e responsáveis do parque natural e da Proteção Civil.
"Duas semanas antes
do incêndio, 'Os Verdes' fizeram por lá uma caminhada e aquilo estava tudo
verde, não estava seco. Então como é que isto [incêndio] foi acontecer”,
questionou.
Reconhecendo que a encosta de Marvão apresenta um declive
que torna o combate às chamas “muito difícil”, Manuela Cunha disse pretender
saber, no entanto, como “não se conseguiu travar” o fogo num espaço de tempo
mais curto.
“Porque é que não se conseguiu conter antes. O que é que
aconteceu para que o fogo se tivesse propagado tão rapidamente”, questionou
ainda.
“São todas estas questões, que, através das conversas que
vamos ter com várias entidades, vamos tentar compreender”, acrescentou.
Manuela Cunha salientou que o incêndio nas encostas da vila
histórica de Marvão provocou “danos dramáticos” no concelho, lamentando que a
zona tenha ficado “menos apetecível” para os visitantes.
“De certeza que tem impacto económico, porque Marvão tornou-se
menos apetecível depois deste incêndio”, lamentou.