13.10.24

AREZ: Subsídios para a História de Arez

O Topónimo Arez, por vezes aparece referenciada como “Ares”, podendo-se relacionar com a interpretação à alusão dos bons ares da localidade. Outra hipótese relaciona-se com o nome romano Arentius (Arentius era identificado como o deus romano Arencio), prendendo-se esta possibilidade com os vestígios existentes da romanização na região de Nisa, especialmente a Nisa-a-Velha. Ainda relacionadas com a ocupação romana existem algumas palavras relacionadas com o nome da aldeia: “Arens”, “Arentis” que significa seco ou árido, e “Aires” e “Ares”, topónimos existentes noutras regiões do mundo romano.
No foral de Marvão de 1226 fala-se já “come Ares”, crendo-se ser um topónimo estrangeiro importado por ocasião do repovoamento e colonização do Alentejo. A ocupação mais antiga da região situa-se em Vila Velha do Ródão (Pedras Ruivas, acampamento paleolítico de 80 000 anos A.C.). Na região de influência de Arez circularam povoações que se fixaram em comunidades com organização, religião, divisão social de trabalho, usos e costumes, hábitos próprios relacionados com o meio natural envolvente. Modos de vida que hoje se observam nas manifestações religiosas que são as Antas, na vida quotidiana nos instrumentos de sílex e pedra polida, nos objectos de adorno em osso ou em pedra, nas cerâmicas e mesmo no suporte pictórico de uma arte carregada de carácter simbólico e sagrado como é a Arte Rupestre do Tejo. Esta arte foi sendo elaborada desde o Paleolítico Superior (10.000 AC) à Idade do Ferro (1.000 A.C). Ainda desde período, mais concretamente a partir do Neolítico (5 000 A.C.), são as Antas que existem no concelho de Nisa (a mais conhecida S. Gens). A presença do Domínio Romano comprova-se pelos materiais encontrados no concelho. Aras, material de construção (os “telhões”, as “pedras d’intigo”, a “caqueirada”), as moedas e alguns utensílios (fragmentos de barro). Ana Santos Leitão / Ricardo Reis Texto de 27/7/2008