No princípio (dos séculos) havia um caminho público que
ligava Alpalhão e Póvoa e Meadas e daqui a Montalvão. Passava no Ribeiro do
Castelo sobre um pontão de pedra
granítica, obra de arte e de força.
A construção de novas estradas tornou quase obsoleta a
utilização do caminho, mas manteve-se a sua designação e a utilização do
pontão.
Ainda não há muitos anos, a Nisa Viva promoveu um passeio
pedestre em Alpalhão, num percurso que utilizou parte do caminho (já
“englobado” numa propriedade rural) e o Pontão do Ribeiro do Castelo, em
terreno público e livre, acervo patrimonial que mereceu a atenção e admiração
de todos os participantes no passeio.
Recentemente, também o Pontão do Ribeiro do Castelo, uma
pequena jóia do património alpalhoeiro, foi “capturado” por interesses privados
e incluído, acrescentado, ao domínio dos novos senhores das terras, vedado com
arame farpado, como se fizesse parte de algum novo campo de concentração.
Há mais casos em Alpalhão, como nas restantes freguesias do
concelho e de muitos outros concelhos do país. A impunidade campeia e sentindo
esta como “lei” novos avanços e esbulhos de caminhos públicos se projectam.
É tempo de os órgãos do Município (Câmara e Assembleia
Municipal) fazerem alguma coisa para que o território concelhio não continue a
ser amputado de um património público que é de toda a comunidade.