Anda por aí uma polémica dos demónios,
a propósito de um nome ou da falta dele para o Centro Cultural de Alpalhão.
A proponente ou mentora, especialista
em tácticas de guerrilha ideológica, quis começar a casa pelo telhado e deu à
luz um processo, construído de cima para baixo, à imagem de um qualquer
ditadorzeco, como tem sido, aliás, a marca da sua medíocre governação
municipal.
O Centro Cultural e Lazer,
infra-estrutura construída para apoio à Escola EB1 /Jardim de Infância de
Alpalhão, está pronto há muito tempo e não se percebe este súbito interesse e
urgência na sua inauguração e ainda mais, no seu “baptismo”.
A Biblioteca Municipal de Nisa,
que no início se chamou Biblioteca Municipal /Casa da Cultura, demorou quase 20
anos a ter como patrono, o nome do seu principal obreiro: Dr. Motta e Moura.
O Centro Cultural de Monte Claro,
recuperado, tal como a Biblioteca, da antiga escola, não tem outra designação. O mesmo acontece com o
Cine Teatro de Nisa, a sede social do Clube Desportivo e Recreativo de Santana
(curiosamente, também chamado de Centro Cultural, na sua inauguração) e outros imóveis de apoio à cultura, desporto e lazer, existentes no concelho.
A questão é, para mim, muito
simples: queriam um “nome” para a coisa? Bastava terem perguntado, de início,
ao povo de Alpalhão e que cada um dissesse de sua justiça.
Respeitava-se regra de ouro da
democracia, a de ouvir a opinião dos principais interessados e acabava-se a polémica.
Fez-se o contrário e a lição que
se tira deste triste episódio, é a do oportunismo saloio por parte de quem
devia preservar a memória das gentes e dos lugares.
Um facto, tanto ou mais estranho
quando, alguns bairros, loteamentos e urbanizações do concelho, em especial na
vila de Nisa, esperam há longos anos, por essa “coisa” tão corriqueira e
simples que é terem direito a um nome, ao número de polícia e a todos os
serviços públicos afins, a que como munícipes e contribuintes têm direito: a distribuição
domiciliária de correio, a recolha de lixo, a identificação clara das suas
habitações e a resolução de muitos problemas burocráticos que essa grave
anomalia lhes provoca.
Onde param, por exemplo, os nomes
das ruas das urbanizações da Laje do Marco, Vale Nabeiro, Vale d´ Ordens,
Cevadeira, Amoreiras, Tapada do Barreiro (Forca/Fonte Nova) e outras?
Estarão os moradores das três
primeiras urbanizações, isentos do pagamento das taxas de saneamento e resíduos, dado que
não têm direito à recolha de lixo?
Por que é que a Câmara não
resolve, de vez, estes problemas, que afectam famílias e cidadãos, com mesma a
urgência e acutilância que parece dedicar ao “caso” de Alpalhão?
Por que teima a Câmara em
promover “jogos florais e políticos”, em vésperas de eleições, em vez de pautar
a sua acção pela resolução dos problemas e situações prementes do Município?
Mário Mendes
Esclarecimento - Para além presidente da Junta de
Freguesia de Alpalhão e de eleito na Assembleia Municipal, José Maria Pinheiro
Moura foi vereador na Câmara Municipal de Nisa.
O comunicado da senhora
Tsukamoto, com o logo da CDU, apaga, deliberadamente ou por falta de memória,
este facto.
Será preciso dizer mais?