No
próximo dia 24 de abril, a Escola Básica de Proença-a-Nova vai
inaugurar o mural comemorativo dos 50 anos do 25 de abril, criado
pelas próprias turmas, em conjunto com a artista plástica Rosário
Bello. Pelas 21h00 do mesmo dia, a Capela de São Sebastião recebe o
Teatro "Estórias daqui e dali"!
Rosário
Bello considera que o convite para este grandioso projecto, quer pela
dimensão, quer pelo que representa, "foi para mim, como
artista, uma grande honra, no fundo uma segunda honra que o Município
de Proença-a-Nova me concedeu, pois tive oportunidade de também
fazer o painel 900x165 sobre "O Ciclo do Linho".
A
artista nisense, residente em Castelo Branco, refere que "trabalhar
com crianças é sempre uma alegria e um grande desafio, o qual me
deixou com grande entusiasmo em poder começar esta viagem pela cor
da LIBERDADE e dos DIREITOS HUMANOS. Trabalhar em azulejo tem sempre
a sua dificuldade ainda mais quando é uma arte que exige alguma
perícia e sensibilidade e no caso das crianças pelo menos nas mais
novas, há que ter sempre mais algum cuidado." Neste mural,
Rosário Bello destaca, como materiais, "os azulejos, as tintas
de alto fogo nas mais variadas cores, os pincéis, os quais neste
caso foi apenas utilizado um e na fase final a mufla, a qual irá
vidrar e potenciar as cores destes 12 painéis que irão expressar de
várias formas e cores a temática deste projecto".
Salientando
que "o principal foi feito pelos professores que trabalharam com
as crianças e que no final desta aprendizagem conseguiram através
do seu traço e sentir passar para o papel o que aprenderam sobre os
direitos humanos e o 25 de Abril. É interessante ver a forma como se
expressaram através do desenho e a explicação que dão a cada
pormenor".
"
O meu trabalho - explicou a artista, " baseou-se na escolha de
cada conjunto de desenhos de cada turma, em retirar uma figura, ou
pormenores do desenho de cada criança, reproduzi-los no painel e
fazer com que todos tivessem uma sequência ou encadeamento. Para mim
não é complicado, pois gosto destes desafios e da interacção com
as crianças, no fim e com cada uma colorir o seu próprio desenho
pintado no azulejo. Uns com mais facilidade, outros pela idade ou
limitações tentar ajudar e apoiar sempre segurando a sua mão."
Sobre
esta experiência diz que "foram quatro dias intensos, posso
dizer e ao fim do dia com algum cansaço devido ao esforço, mas nada
se compara com o brilho dos olhos das crianças quando viram alguns
dos seus painéis já cozidos na mufla a 1025 graus, durante 24
horas. Mas o mais engraçado e que me deixou muito feliz e com a
sensação do dever cumprido, foi que todos se reviram e reconheceram
nos seus desenhos expressos naquela imensa "tela". Mais um
sonho realizado e aqui com pequenos Grandes artistas.
No
fim também terei a minha versão da temática do painel onde cada um
com 60x60 ficarão instalados na parede da entrada da escola,
acredito que será muito importante quer pela mensagem, quer pelo
facto das crianças verem e um dia mais tarde recordarem estes dias.
O meu trabalho no painel fala do 25 de Abril numa junção com arte
dos Direitos Humanos reproduzida numa multidão que simboliza o
próprio cravo.
Só
posso estar feliz por mim e pelas crianças".
Mário
Mendes