Cláudia André, deputada do PSD eleita pelo distrito de Castelo Branco, questionou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, sobre a Central Nuclear de Almaraz.
Salientando a proximidade da Central de Almaraz da região albicastrense, Claúdia André criticou o facto de o governo de José Sócrates não ter conseguido "evitar a renovação da licença até 2020", situação que se repete com "o governo de António Costa, que não consegue evitar a renovação da licença até 2028". Para a deputada, "a acrescentar a todos estes fracassos da diplomacia do governo português, está a instalação do armazém de resíduos nucleares em Almaraz, construído nestes últimos dois anos, e que não se conseguiu evitar".
Referindo-se aos "69 incidentes na última década, alguns dos quais contaminaram as águas do Tejo", a deputada, natural do distrito de Castelo Branco, afirma que a "política de ziguezague do Governo sobre este tema revela a ausência de estratégia relativamente à abordagem com o governo espanhol, bem como uma ausência de preocupação, não só, com as populações do distrito de Castelo Branco, Portalegre e Santarém como também com todo o território da bacia hidrográfica do tejo.
Cláudia André considera mesmo que "existe uma declarada contradição entre a estratégia diplomática e uma estratégia energética nacional, nomeadamente em relação ao recuo ou à não prioridade nas interligações energéticas com Espanha".
Lamentando que o Governo não tenha conseguido evitar o prolongamento da vida da central nem evitar a construção do aterro de resíduos radioativos, Cláudia André quis saber que vantagens o Governo português terá conseguido para Portugal, a fim de compensar os riscos iminentes. "Como garantirá o Governo português a não contaminação das águas, dos solos e da atmosfera respirada pelos portugueses? Que diligências tem o Governo português realizado com vista ao mais rápido encerramento de Almaraz conforme recomendação da Assembleia da República? Que conhecimento tem o Governo sobre o cumprimento que o governo espanhol deu às recomendações apresentadas por nós portugueses (Governo português) relativamente ao armazém temporário individualizado dos resíduos sólidos e ao funcionamento da central nuclear de Almaraz? Portugal tem sido ouvido no parecer que agora deu prolongamento à central nuclear?", interrogou a deputada, querendo obter do Governo uma posição definitiva sobre "o prolongamento do funcionamento" da referida central espanhola.
Paulo Jorge F. Marques in www.pinhaldigital.com