17.5.20

Covid-19: Aumentaram os pedidos de ajuda dos consumidores à Deco

Maioria dos pedidos de ajuda vem de pessoas "que estavam a trabalhar e que, de um momento para o outro, deixaram de ter rendimentos”. afirma a responsável pelo Gabinete de Proteção Financeira da Deco.
Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da Deco, refere em declarações à Lusa que a situação das famílias não é comparável a anos transatos, considerando que uma boa parte dos pedidos de auxílio vieram de famílias “vinham de uma situação mais ou menos normal, que estavam a trabalhar e que, de um momento para o outro, deixaram de ter rendimentos”.
Refere ainda que os próprios motivos pelos quais as pessoas recorrem à DECO variaram muito desde que a pandemia da covid-19 se instalou, recordando que os casos com que habitualmente lidavam era o de famílias muito endividadas.
Apenas entre o dia 18 do mês de março e o dia 11 de maio, foram solicitados à Deco 3600 pedidos de auxílio, essencialmente por famílias que tiveram perdas na atual situação, provocadas pelo lay-off, o não pagamento de salários ou até mesmo o desemprego.
A coordenadora do Gabinete de Protecção Financeira (GPF) da Deco afirma que “mais de 70% dos [3600] pedidos de ajuda têm a ver com este aspeto da diminuição de rendimentos ou até da ausência total de rendimentos”, sendo uma parte significativa destes 70% explicada pela redução ou total perda de rendimentos acima enunciada.
Das pessoas que pedem ajuda, 27,3% fazem-no por perda de rendimento da família, 23,5% por se encontrarem em situação de desemprego, 15,5% por precariedade e 2,6% devido a fracasso no negócio.
Natália Nunes refere ainda que no atual momento as queixas das pessoas são viradas para a falta de capacidade financeira para adquirir alimentação ou pagar as contas correntes, como é o caso da luz, da água ou do gás.
A coordenadora do gabinete de Protecção Financeira da Deco refere ainda que no momento atual a preocupação com o pagamento do crédito à habitação não se verifica devido à moratória, mas que esta situação poderá inverter-se em setembro.
Neste período, enquanto que a percentagem de pessoas que procuram ajuda para restruturação de dívidas, nomeadamente créditos pessoais e cartão de crédito se cifra nos 25,1%, o número de pessoas a pedir ajuda e aconselhamento relativamente às medidas que o Governo tomou no âmbito da pandemia é de 42%, segundo os dados do GPF. Há ainda uma pequena percentagem, de 1,2% a solicitar auxílio para obter apoios sociais.
Natália Nunes explica ainda que ao longo dos últimos meses a situação se tem alterado, afirmando que enquanto no início da pandemia as pessoas queriam pedir informações, mostrando preocupação, ao passo que em abril pediam principalmente ajuda. Relativamente ao início do mês de maio, os principais pedidos são de encaminhamento para apoios sociais e restruturação de créditos.
 13 de Maio, 2020