A vida endureceu, a fome está a aumentar e assistimos ao agravar do desespero de muitas famílias. Ao ataque, o Ronaldo das finanças chutou 850 milhões de euros para o Novo Banco, fintando a auditoria e com António Costa a mostrar que não percebeu… Para cúmulo, os administradores com salários milionários encaixam 2 milhões € ilegalmente, enquanto acenam avultados prejuízos.
Este financiamento é fruto de uma solução ruinosa do antigo/novo BES… Marcelo ao “colinho” de Costa, ensaiou um número de ilusionismo com o PSD a fazer de conta que não é de cá… Afinal, existiram propostas para colocar alguma ordem nestes desvarios, mas o PS e a direita, continuam a proteger estes golpes financeiros, com suspeitas de irregularidades.
Em plena pandemia e com a economia a definhar, até se percebe a necessidade de um regresso gradual ao “novo normal”, com as regras necessárias sobre o que aprendemos até aqui. Se as pessoas garantissem as regras e se inicialmente existissem equipamentos de proteção (EPI’s) em quantidade e com preços dentro do razoável, não teria sido necessário parar tanto o país; sendo que o negócio não se pode sobrepor à sensatez e a economia não pode estar acima da vida das pessoas.
Aos idosos, o afastamento dos familiares, provoca uma compreensível depressão; mas não são muitos os que já foram depositados e abandonados em lares como se fossem armazéns da terceira idade? Segundo os registos de 2013 e 2014, 40% dos suicídios são cometidos por idosos, mas só agora é que falam disso… O Estado não pode pensar que subsidiando, pode lavar as mãos como pilatos. Há que repensar a forma como os estamos a tratar. Muitos dos funcionários são a sua derradeira família…
No país das estatísticas e da lógica de gabinete, o contraste com a verdade e a realidade é brutal. Os profissionais que trabalham com crianças, sabem perfeitamente que é impossível garantirem as regras aprovadas, num sistema em muitos casos carente e sobrelotado. Caso todas as crianças regressassem às creches, estaríamos perante um imprudente e prematuro regresso. As crianças nunca vão deixar de ser crianças e o Estado devia olhar para este sector com responsabilidade.
É a economia acima do interesse superior da criança, violando o Artigo 3º da Convenção sobre os Direitos da Criança. O Estado entregou a responsabilidade de guardar as nossas crianças a privados e os governantes não percebem, que para garantirem uma creche para todos e em condições, só com orientações públicas como são na Justiça, na Saúde e na Educação.
A direita jogou ao contrário e concessionou estabelecimentos públicos a privados; muitas autarquias, investiram dinheiro público em creches, para os privados lucrarem. Sabemos ainda, que muitos estabelecimentos não têm o espaço, nem o número de pessoas suficientes para que sejam garantidas as regras de segurança. Em contrapartida, temos profissionais muito bem qualificados, mas mal pagos e sem orientação pedagógica direta do Ministério da Educação.
Por falar em educação, não se percebe, numa altura tão sensível, como é que por umas semanas se arriscam os alunos dos 11.º e 12.º anos nas Escolas a servirem de cobaias para se estudar como pode funcionar uma Escola em plena pandemia. Se não testam todos os profissionais de saúde conforme recomenda a OMS, como é que podíamos acreditar que iam testar professores, assistentes operacionais e alunos. É tudo carne para canhão… Mas os jovens até sabem que o destino da maior parte, é pertencerem à geração à rasca, que em tempos de crise, são os mais afetados.
Muitos jovens não sabem, mas o ministro das finanças, destacou-se como o rei das cativações e é um acérrimo defensor da precariedade que tanto afeta os jovens. Centeno está de saída, mas tudo indica que o sistema financeiro e o poder económico, tratará da substituição com a garantia de continuidade com um novo ministro, com velhas políticas.
Centeno mostrou que se for o escolhido para liderar o Banco de Portugal, mais do que duplicar o seu salário, vai cumprir os contratos assinados pela direita com o sector financeiro e defender que os Bancos estão acima das pessoas. O resultado, é que vão ser os mesmos a pagar a austeridade já admitida pela U.E., enquanto se distribuem milhões aos banqueiros… Conclui-se que o B.C.E, o Banco de Portugal e empresas consultoras[1], algumas ligadas a fraudes[2], fiscalizam contas, auditam e dão carta-branca para o assalto ao país.
Paulo Cardoso - 22-05-2020 - Programa "Desabafos" / Rádio Portalegre