30.11.25

OPINIÃO: Não me bates, Sebastião


As músicas infantis da minha época estão carregadas de fardos pesados: racismo, em "Truz-truz"; maus-tratos a animais, em "Atirei o pau ao gato"; ou violência doméstica, em "Sebastião come tudo". As lições para o público infantil parecem ter dado frutos, e digo-o com o maior pesar. Os crimes de violência contra as mulheres aumentaram 10% entre 2022 e 2024. Os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) são aterradores, e sim, podemos e devemos usar os adjetivos para enquadrar a estatística. Nestes dois anos, registaram-se 70 179 crimes contra mulheres e meninas, quase 100 por dia. A violência machista - é assim que se diz em Espanha, e as palavras têm peso - está ainda a tornar-se "mais letal e mais rápida na escalada", explicou o assessor técnico da direção da APAV, Daniel Cotrim. No ano passado foram 12 681 a procurar a ajuda da associação. Na análise do especialista, destacam-se duas ideias: que as mulheres estão mais informadas sobre os seus direitos e prontas para quebrar ciclos de violência; e que, apesar disso, há mais casos em que se passa das agressões emocionais e físicas para tentativas de homicídio. Uma das explicações é o aumento do discurso de ódio contra as mulheres, patriarcal e misógino. Exemplos que abundam nas redes sociais de jovens para quem o cancioneiro infantil mencionado acima pouco dirá. Os casos de violência contra as mulheres não só não estabilizaram como aumentaram e se olharmos para o pior dos cenários, percebemos quão pouco avançamos: neste 2025, uma mulher foi assassinada a cada 15 dias em Portugal. O Observatório de Mulheres Assassinadas da União de Mulheres Alternativa e Resposta conta 24 corpos, 21 em resultado de violência de género. Algumas foram mortas depois de terem feito queixa, o que revela quanto o Estado tem por fazer, e ainda não faz.

Joana Almeida Silva – Jornal de Notícias - 27 de novembro, 2025

 

MONTEMOR-O-NOVO: Comunidade de Leitores – Partilha de leituras de José Cardoso Pires


📅 4 de dezembro, 2025 | 18h00

📌 Biblioteca Municipal Almeida Faria

A Comunidade de Leitores presta homenagem a José Cardoso Pires, assinalando os 100 anos do nascimento do escritor, com a partilha de leituras e comentários à sua obra.

ℹ Caso pretenda acesso a obra ou obras em análise, contacte a Biblioteca Municipal: 266 898 105 | biblioteca@cm-montemornovo.pt

 

VILA VIÇOSA: CECHAP elege novos órgãos sociais para o triénio 2026-2028


Carlos Pernas é o novo presidente da Direção

No passado dia 21 de novembro de 2025, realizou-se a Assembleia Eleitoral do CECHAP – Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Património, da qual resultou a eleição dos  novos órgãos sociais da Associação para o triénio 2026-2028. A nova Direção será presidida por  Carlos Pernas, que sucede à anterior equipa dirigente.

Natural de Vila Viçosa e licenciado em Design de Comunicação, Carlos Pernas desenvolve  desde 2006 a sua atividade profissional no setor aeroportuário, onde tem trabalhado na  melhoria da experiência do passageiro e na otimização dos processos de comunicação  essenciais ao funcionamento diário de infraestruturas complexas.

Colabora com o CECHAP desde 2017, contexto em que integra vários projetos dedicados à  investigação, documentação e valorização do património material e imaterial. Desenvolve  investigação no domínio da numismática e da medalhística, entendidas como campos  privilegiados para a leitura histórica, artística e social dos objetos. 

É membro da Direção da Associação Numismática de Portugal e integra outras associações  culturais ligadas a este campo, com atividade regular na investigação, análise crítica e  divulgação científica.

A nova Direção do CECHAP inicia funções em janeiro de 2026, com o objetivo de dar  continuidade ao trabalho de promoção do património e reforçar o papel da instituição no  estudo e salvaguarda da cultura e história da região.

Direção: 

Carlos Pernas – Presidente

Luís Sottomayor – Vice-Presidente

Ricardo Hipólito – Tesoureiro

Armando Quintas – Secretário

Carlos Filipe – Vogal

 

 

MONTEMOR-O-NOVO: Concerto “ Banda de Lavre, o Reencontro”

 


8 de dezembro, 2025 | 17h00

📌 Cineteatro Curvo Semedo

É já no sábado, 8 de dezembro, pelas 17h00, no Cineteatro Curvo Semedo, que a Banda Filarmónica Simão da Veiga Casa do Povo de Lavre volta ao Cineteatro Curvo Semedo para mais um concerto.

Galardoada com o prémio "Coreto", da Antena 2, a Banda de Lavre apresenta-se para mais um concerto festivo, desta vez com os músicos convidados: Paulo Gaspar (Clarinete) e Junior Maceió (Saxofone Alto).

É, sem dúvida, um concerto a não perder.

ℹ Bilhetes à venda no Posto de Turismo e BOL do Município de Montemor-o-Novo, a partir de amanhã, 27 de novembro: https://municipiomontemoronovo.bol.pt/

 

ESTREMOZ assinala inscrição na lista do Património Cultural da UNESCO

 


No domingo, dia 7 de dezembro de 2025, comemora-se o 8.º aniversário da Inscrição da Produção de Figurado em Barro de Estremoz, na Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.

Para celebrar a data, o Município de Estremoz organizou as seguintes atividades:

Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz

- 16:00 horas - Discursos institucionais

- 16:15 horas - Entrega da Certificação à barrista Ana Godinho

- 16:20 horas - Apresentação da Rota do Boneco de Estremoz, Hugo Guerreiro Chefe da Divisão de Cultura, Desporto e Juventude

- 16:40 horas - A Confraria do Boneco de Estremoz: 2025 e 2026, Alexandre Correia, Grão-Mestre da Confraria

Estremoz Hotel

- 17:30 horas - Inauguração da exposição "Figurado em Barro de Estremoz", fotografia de Francisco Matias

Venha celebrar conosco!

Entrada gratuita.

LISBOA: Banda de Nisa no 12⁰ Desfile de Bandas Filarmónicas


Comemorações do 1 de Dezembro

Dia 1 de Dezembro

Avenida da Liberdade, Lisboa

Com transmissão na RTP1, a Banda da Sociedade Musical Nisense representará o distrito de Portalegre e o concelho de Nisa, assim como a Federação das Bandas Filarmónicas do Distrito de Portalegre.

14h30 - Concentração

15h00 - Início do Desfile

16h30 - Concentração final, na Praça dos Restauradores, e Apoteose Final com interpretação conjunta por 1.800 músicos dos três hinos: Hino da Maria da Fonte, Hino da Restauração e "A Portuguesa" (versão integral).

16h50 - Fecho e desmobilização das bandas

Nesta 12.ª edição, desfilarão as seguintes bandas e grupos, aqui ordenados por géneros e por ordem alfabética dos distritos e concelhos respectivos:

GRUPO DE PERCUSSÃO:

• PORTO (Vila Nova de Gaia): Associação Recreativa os Marentes do Rio Douro

INTERPRETAÇÃO FINAL:

• Tenor: Pedro Tavares

BANDA NACIONAL:

• Banda da Força Aérea

BANDAS FILARMÓNICAS:

• REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES (Vila Franca do Campo): Banda Lealdade

• AVEIRO (Águeda): Sociedade Recreativa e Musical 12 de Abril de Travassô

• AVEIRO (Mealhada): Associação Filarmónica Lyra Barcoucense 10 de Agosto

• BEJA (Barrancos): Sociedade Filarmónica Barranquense

• BEJA (Beja): Sociedade Filarmónica Capricho Bejense

• BRAGANÇA (Vinhais): Associação Filarmónica Rebordelense

• CASTELO BRANCO (Covilhã): Banda Filarmónica Recreativa Carvalhense

• CASTELO BRANCO (Fundão): Banda Filarmónica União Santa Cruz de Aldeia Nova do Cabo

• COIMBRA (Figueira da Foz): Sociedade Filarmónica Paionense

• COIMBRA (Oliveira do Hospital): Filarmónica Fidelidade de Aldeia das Dez

• COIMBRA (Soure): Banda do Cercal

• COIMBRA (Soure): Sociedade Filarmónica Recreativa e Beneficente Vilanovense

• ÉVORA (Alcaçovas): Banda da Sociedade União Alcaçovense

• ÉVORA (Reguengos de Monsaraz): Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense

• FARO (Lagos): Sociedade Filarmónica Lacobrigense 1º de Maio

• FARO (Vila Real de Santo António): Associação Cultural de Vila Real de Santo António

• GUARDA (Guarda): Banda Filarmónica de Famalicão da Serra

• LEIRIA (Maceira do Liz): Sociedade Filarmónica Maceirense

• LEIRIA (Pombal): Sociedade Filarmónica Louriçanense

• LISBOA (Arruda dos Vinhos): Banda Filarmónica da Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos Vinhos

• LISBOA (Cascais): Banda Filarmónica do Grupo Recreativo e Dramático 1º de Maio de Tires

• PORTALEGRE (Nisa): Sociedade Musical Nisense 

• PORTO (Valongo): Banda Musical de S. Vicente de Alfena

• SANTARÉM (Chamusca): Sociedade Filarmónica de Instrução e Recreio Carregueirense Vitória

• SANTARÉM (Ferreira do Zêzere): Sociedade Filarmónica Ferreirense

• SANTARÉM (Samora Correia): Sociedade Filarmónica Samorense

• SETÚBAL (Azeitão): Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense

• SETÚBAL (Moita): Banda Musical do Rosário

• VISEU (Penalva do Castelo): Banda Musical e Recreativa de Penalva do Castelo

• VISEU (Santa Comba Dão): Filarmónica de São João de Areias

• VISEU (Sernancelhe): Associação Cultural e Recreativa de Sernancelhe

Será um total de 33 entidades, integrando 1 grupo de percussão, 1 banda nacional (Banda da Força Aérea) e 31 bandas filarmónicas civis

29.11.25

CUIDADOS PALIATIVOS: Associação alerta: “Está em risco o apoio a milhares de doentes e famílias”

 


Redução para metade de novas camas no PRR

      A APCP manifesta a sua profunda preocupação face à redução para metade de lugares/camas inicialmente previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e para a Rede Nacional de Cuidados Paliativos.

      Associação sublinha a falta de verba alocada aos cuidados paliativos no Orçamento de Estado para 2026.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) manifesta a sua profunda preocupação face à redução de 3550 lugares/camas inicialmente previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e para a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, conforme noticiado esta semana pelo Jornal Público. 

A notícia revela que, das 7400 novas camas planeadas para cuidados continuados e paliativos, apenas 3850 avançarão, devido a atrasos na execução do PRR. O corte representa uma diminuição superior a 48% da capacidade prevista, comprometendo o aumento da oferta e a resposta às necessidades de uma população cada vez mais envelhecida e clinicamente complexa.

Esta redução acontece num momento em que: os hospitais acumulam internamentos sociais e clínicos evitáveis; as equipas trabalham frequentemente acima da sua capacidade; persistem desigualdades profundas no acesso a cuidados paliativos, com largas regiões do país sem cobertura adequada e cerca de metade dos portugueses que precisam de cuidados paliativos não os recebe.

“A eliminação de aproximadamente metade das camas previstas terá impacto imediato nos internamentos hospitalares prolongados, sem benefício clínico. Os doentes em sofrimento ficam sem alternativas de cuidados adequados, enquanto as equipas, que já estão a funcionar abaixo dos rácios recomendados, ficam ainda mais sobrecarregadas. A área dos Cuidados Paliativos permanece num atraso estrutural, apesar de a sua expansão ser unanimemente reconhecida como urgente”, afirma Catarina Pazes, presidente da APCP.

E acrescenta: “Compreendemos que os prazos rígidos do PRR tenham impedido a concretização das camas inicialmente previstas, levando à reorientação das verbas para obras de renovação das unidades já existentes. Mas o que preocupa — e deve ser claramente explicado — é se o objetivo nacional de aumentar a capacidade da Rede Nacional de Cuidados Paliativos cai agora por terra, ou se o Governo assegura outras fontes de financiamento, com prazos mais alargados, para concretizar aquilo que continua a ser uma necessidade urgente e inadiável.”

Na redução do número de camas, reforça ainda: “Esta decisão contradiz recomendações internacionais, incluindo da OCDE, que recentemente destacou Portugal como um dos países com maior percentagem de mortes hospitalares — uma realidade que exige precisamente o reforço da capacidade comunitária e o investimento consistente nas equipas especializadas em cuidados paliativos domiciliários, fundamentais para garantir uma resposta de proximidade, humanizada e ajustada às necessidades das pessoas.

A APCP considera igualmente preocupante que o país continue sem uma estratégia nacional clara para a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, e alerta para o inadmissível atraso na nomeação da presidência da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, travando decisões estruturantes que o país não pode continuar a adiar.

A APCP reafirma a sua total disponibilidade para colaborar com o Governo, grupos parlamentares e entidades reguladoras, na procura de soluções sustentáveis, éticas e orientadas para as necessidades reais da população

MONTARGIL: Apreensão de quatro máquinas de jogo ilegal


O Comando Territorial de Portalegre, através do Destacamento Territorial de Ponte de Sor, no dia 18 de novembro, apreendeu quatro máquinas de jogo ilegal e identificou dois homens, de 32 e 44 anos, por jogo ilegal, no concelho de Ponte de Sor.

No âmbito de uma ação de fiscalização a um estabelecimento de restauração e bebidas e uma coletividade, os militares da Guarda detetaram a existência de quatro máquinas de jogo de fortuna ou azar, utilizadas para a exploração ilícita de jogo ilegal.

Para além da apreensão das máquinas usadas na exploração ilegal de jogos de fortuna ou azar foram ainda apreendidos os seguintes artigos:

Dois cartazes pertencente às referidas tômbolas;

1 689 bolas;

202 euros em numerário.

Os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Ponte de Sor.

A GNR relembra que os jogos de fortuna ou azar são aqueles cujos resultados assentam exclusiva ou fundamentalmente na sorte, sendo a sua prática apenas permitida em casinos ou locais devidamente autorizados e licenciados. A dependência do jogo é reconhecida como uma patologia, sendo possível identificar sinais que revelam a adição do jogador.

PATRIMÓNIO: Arte rupestre Ibérica: Grutas de Escoural e Maltravieso fortalecem laços


O futuro da Gruta do Escoural (Montemor-o-Novo) e da Gruta de Maltravieso (Cáceres, Espanha) foi o tema da reunião interinstitucional que decorreu ontem, dia 27, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Montemor-o-Novo.

As grutas são dois enclaves de arte rupestre paleolítica na Península Ibérica, que mantêm fortes laços científicos, reforçados pelo projeto FIRST ART.

Este projeto financiou trabalhos científicos cruciais, de registo e monitorização da Gruta do Escoural, culminando na renovação da exposição do Centro Interpretativo deste monumento alentejano.

O encontro visou «reforçar a colaboração transfronteiriça na gestão, investigação e valorização deste património pré-histórico de relevância europeia».

A comitiva de alto nível contou com a presença do presidente da Câmara Carlos Pinto de Sá e da vereadora do Turismo Paula Martins.

Pelo lado do Património Cultural, estiveram presentes a vice-presidente do Património Cultural, Ana Catarina Sousa, a diretora-geral do Património Cultural da Junta da Extremadura, Adela Rueda Márquez de la Plata, e o chefe da Secção de Arqueologia da Junta da Extremadura, Hipólito Collado Giraldo.

A reunião contou ainda com a participação de técnicos municipais das Unidades de Turismo e de Património Cultural, representantes da Divisão Teodemirvs do Património Cultural, da CCDR Alentejo e dos Institutos Politécnico de Tomar e Terra e Memória.

A Gruta do Escoural contém arte rupestre paleolítica, sendo a única gruta conhecida em Portugal com este tipo de vestígios no seu interior.

A arte inclui pinturas e gravuras, com temas como equídeos e bovinos, datadas do Paleolítico Superior, entre aproximadamente 35.000 e 12.000 anos antes de Cristo. A gruta também foi utilizada como necrópole no período Neolítico.

A Gruta do Escoural está classificada como Monumento Nacional desde 1963.

Por seu lado, a Gruta de Maltravieso, perto de Cáceres (Espanha), é um dos sítios de arte paleolítica mais antigos do mundo, com pinturas e gravuras rupestres datadas de há pelo menos 66 mil anos.

Destacam-se as cerca de 70 silhuetas de mãos humanas em negativo, atribuídas aos neandertais, que desafiam a visão tradicional sobre a capacidade artística humana, além de outras representações figurativas de animais e símbolos.

Devido à sua antiguidade e significado cultural, a gruta é agora um local de estudo e conservação, visitável através do seu Centro de Interpretação.

Elisabete Rodrigues - Sul Informação - 29.11.2025

PS e Movimento Cívico por Elvas chumbam proposta do PSD para transmissão online das reuniões de Câmara

 


A Câmara Municipal de Elvas voltou a debater a possibilidade de transmitir online as reuniões do executivo, proposta apresentada pela vereadora do PSD, Margarida Coelho de Paiva.

A medida, segundo a autarca social-democrata, visa reforçar a transparência e aproximar a população das decisões municipais.

A proposta, porém, foi rejeitada com os votos contra do Partido Socialista e do Movimento Cívico por Elvas.

De acordo com um comunicado divulgado pela Comissão Política da Secção de Elvas do PSD, o presidente da Câmara, José Rondão Almeida, terá manifestado a sua oposição à gravação das sessões, alegando não querer ser filmado.

A estrutura social-democrata considera esta posição contraditória com o estatuto público do autarca.

No documento, o PSD critica ainda o PS por votar contra uma prática que, segundo refere, consta do programa nacional socialista, que defendia a disponibilização de gravações das reuniões de Câmara.

Os social-democratas acusam os eleitos socialistas de incoerência ao justificarem o voto com a recusa do presidente em ser gravado.

“Já estamos habituados a que o PS e Nuno Mocinha vendam a dignidade e a democracia do Município em prol de interesses pessoais. Um dia seguem as direcções nacionais das gerigonças, noutro dia vão contra. São capatazes que acatam ordens conforme lhes convém”, criticam.

A vereadora Margarida Coelho de Paiva reiterou que a proposta está alinhada com orientações nacionais do partido e sublinhou a importância de permitir que os cidadãos acompanhem as decisões autárquicas.

O PSD lamenta o resultado da votação e afirma que continuará a defender a transmissão pública das sessões.

Texto e foto: Linhas de Elvas - 28.11.2025

CAMPO MAIOR: Dois detidos por furto de azeitona


O Comando Territorial de Portalegre, através do Posto Territorial de Campo Maior, no dia 18 de novembro, deteve um homem de 64 anos e uma mulher de 60 anos, por furto de azeitona no concelho de Campo Maior.

No âmbito de uma ação de patrulhamento realizada numa área rural ocupada por olival, naquele concelho, os militares da Guarda surpreenderam os suspeitos no momento em que estes procediam à apanha de azeitona sem autorização do proprietário, circunstância que motivou a sua detenção em flagrante delito.

A ação resultou na detenção dos suspeitos e na apreensão de diverso material, designadamente os utensílios utilizados na prática do furto, e 143 quilos de azeitona, que foram restituídos ao legítimo proprietário.

Os detidos foram constituídos arguidos, e os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Elvas.

A GNR recorda que se encontra a decorrer a Operação Campo Seguro, cujo objetivo é intensificar a sensibilização, o patrulhamento e a fiscalização nas explorações agrícolas e florestais em todo o território nacional, no sentido de reprimir a prática de crimes de furto de produtos e máquinas agrícolas, crimes de Tráfico de Seres Humanos em contexto laboral e prevenir a ocorrência de acidentes com veículos ou máquinas agrícolas e florestais.

28.11.25

SAÚDE: Crato acolhe 19 dadores de sangue



O ano 2025 vai-se aproximando do fim. E as colheitas, que previamente agendámos, estão praticamente cumpridas. A Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – e a Unidade Funcional de Imunohemoterapia da ULSAALE estiveram, para mais uma brigada, em terrenos próximos da futura albufeira do Pisão.

A vila do Crato recebeu 19 voluntários nas instalações do centro de saúde. Também nesta ocasião, as mulheres estiveram em maioria, com uma dezena de presenças (52,6 %).

Todos os dadores cumpriram a doação, pelo que foram obtidas sempre proveitosas 19 unidades de sangue total.

Destaque para o facto de três dos inscritos completarem pela primeira vez uma dádiva de sangue, pormenor que nos satisfaz.

Relativamente ao Registo Português de Dadores de Medula Óssea, a boa notícia é que foram angariados mais dois voluntários disponíveis.

Ao início da tarde não faltou o almoço que reuniu quem tornou possível esta brigada. Este momento contou com o apoio da Câmara Municipal do Crato.

Monforte e Nisa

Antes do final do ano estaremos em Monforte (no quartel dos bombeiros e em colaboração estreita com o Grupo de Dadores Benévolos de Sangue de Monforte), a 20 de dezembro. Já em 2026 vamos entrar com o pé direito numa ida a Nisa (no centro de saúde) a 03 de janeiro. São em sábados e durante a manhã.

Será que o Pai Natal é dador de sangue? Se já não for, quiçá por ter ultrapassado a idade, esperemos que incentive todos nós para que o façamos! Visite: https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre/

JR

27.11.25

OPINIÃO: Em defesa dos emigrantes


Os emigrantes são pessoas que se deslocam para outro país à procura de  uma vida melhor para eles e para a sua família, muitas vezes retida no seu país  de origem. A vida de emigrante é terrível, longe das suas raízes, família e amigos.  Às vezes são motivo de escárnio nos países onde trabalham. Também temos  muito emigrantes espalhados pelo mundo fora, numa vida de trabalho-casa-trabalho, para amealhar algum dinheiro e dar uma vida melhor aos filhos que  aqui não tiveram. É triste em Portugal ver emigrantes a viverem em bandos em  casas sem condições e a serem explorados pelo empregador sem escrúpulos. Se  temos de tratar bem os trabalhadores portugueses, não é menos verdade que  temos de tratar bem os trabalhadores emigrantes. Estes são vítimas de redes  internacionais de exploração humana. Com uma população envelhecida e outra  em idade escolar, precisamos sim dos imigrantes e quanto mais especializados  melhor. Num país de emigrantes não podemos tratar mal aqueles que nos  procuram. 

Portalegre, 24 de Novembro de 2025

José Oliveira Mendes

26.11.25

SERPA festeja o Cante Alentejano


E𝘀𝗽𝗲𝘁𝗮́𝗰𝘂𝗹𝗼 𝗻𝗼 𝗖𝗶𝗻𝗲𝘁𝗲𝗮𝘁𝗿𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗦𝗲𝗿𝗽𝗮, 𝗻𝗼 𝗱𝗶𝗮 𝟮𝟵 𝗱𝗲 𝗻𝗼𝘃𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼, 𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗿 𝗱𝗮𝘀 𝟭𝟵𝗵𝟬𝟬

𝗘𝗻𝘁𝗿𝗮𝗱𝗮 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗲

No encerramento das celebrações do 11.º aniversário da inscrição do Cante Alentejano na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, realiza-se no sábado, 29 de novembro, às 19h00, no Cineteatro Municipal de Serpa, um espetáculo de Cante Alentejano com os grupos corais do concelho.

A iniciativa conta com as participações do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, Rancho Coral e Etnográfico de Vila Nova de São Bento, Grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias, Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento, Grupo Coral Feminino Papoilas do Enxoé, Grupo Coral Feminino Flores do Chança, Grupo Coral Feminino As Ceifeiras de Pias e Grupo Coral e Etnográfico da Academia Sénior de Serpa.

A Festa do Cante de 2025 está a decorrer durante o mês de novembro no concelho de Serpa, com a realização da Rota do Cante nas freguesias, numa organização conjunta do Município de Serpa através do Museu do Cante Alentejano e dos grupos corais do concelho.

Mais informação em https://www.cm-serpa.pt/.../66003/festa-do-cante-2025.aspx

SEIXAL: Teatro da Terra estrei a 4/12 “Quando nós, os mortos, despertarmos de Henrik Ibsen


4 a 13 de DEZEMBRO

Quinta a Sábado às 21h30

Agenda

AUDITÓRIO MUNICIPAL DO FÓRUM CULTURAL DO SEIXAL

A SESSÃO DE 11 DE DEZEMBRO ESTÁ CANCELADA

info e reservas    932 195 570    |    reservas.teatrodaterra@gmail.com

Biblioteca Municipal e Bilheteira do Fórum Cultural do Seixal

https://www.bol.pt/Comprar/Bilhetes/167103-quando_nos_os_mortos_despertarmos_de_henrik_ibsen-aud_m_forum_c_seixal/

Depois de algum tempo expatriado, o escultor Arnold Rubek regressa à Noruega para passar o verão numa estância balnear com a sua esposa Maja, uma mulher que não o satisfaz por não ter sensibilidade artística. Apesar da fama e do sucesso alcançado, Rubek sente uma enorme frustração porque conclui que, ao abrir mão do amor e da felicidade, acabou traindo a sua arte. Nesse momento, reencontra Irene, a mulher que lhe serviu de modelo e inspiração para a criação de uma escultura considerada uma obra prima pelos críticos. Irene tinha-se afastado. Agora, ela acusa-o de lhe ter roubado a alma e sugado a energia vital. A sua vida e os seus sonhos foram destruídos por um artista que expôs a sua nudez como objecto artístico, sem sequer pensar o que isso significaria para ela. Mas este reencontro pode ser uma oportunidade para voltar atrás e corrigir os erros cometidos.

Quando nós, os Mortos, Despertarmos é a última peça escrita pelo dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, em 1899, num ambiente pessimista de fin-de-siécle. A peça evoca os temas recorrentes nas suas obras, como o papel da mulher numa sociedade dominada pelos homens, a oposição entre o realismo e o romantismo e a desconstrução do drama burguês. Como sempre, interessa-lhe perceber a psique das personagens, que se deparam com anseios e desejos que, muitas vezes, elas próprias não compreendem. Muitos críticos vêem em Arnold Rubek um alter-ego do autor que, aos 71 anos, olha para a sua carreira e sente que já está muito longe do seu auge, lamentando, por exemplo, não ter voltado a escrever em verso.

texto  HENRIK IBSEN     encenação  ANTÓNIO SIMÃO

tradução  FÁTIMA SAADI e KARL HENRIL SCHOLLHAMMER

com

ERICA RODRIGUES, FILIPE GOMES, MARCELLO URGEGHE, MARIA JOÃO LUÍS,

RODRIGO SARAIVA, RÚBEN GOMES, SÍLVIA FIGUEIREDO e outros

cenografia e figurinos  ANA TERESA CASTELO       desenho de luz  PEDRO DOMINGOS

assistência de encenação  SÍLVIA FIGUEIREDO    assistência de produção  FILIPE GOMES e CARINA R. COSTA

direcção de produção  PEDRO DOMINGOS

produção  TEATRO DA TERRA     2025     M/14


PRESIDENCIAÌS 2026: "Na era do triunfo horripilante de homens", Isabel Moreira apoia Catarina Martins na corrida a Belém


A deputada do PS Isabel Moreira anunciou esta terça-feira à noite que apoia Catarina Martins na corrida à Presidência da República. Numa publicação nas redes sociais, a socialista recordou uma frase da própria candidata a Belém - "Eu sei que estas eleições não são legislativas, mas é preciso tomar partido, é preciso saber de que lado se está" - para afirmar que, no dia 18 de janeiro, também ela pretende tomar partido "pela única candidata de esquerda".

Isabel Moreira revelou publicamente o seu apoio a Catarina Martins, num extenso texto partilhado online. A deputada destacou o facto de a bloquista não entrar "em concursos de 'independência'", tomando partido no que toca "ao SNS, à habitação, ao mundo do trabalho, à defesa da igualdade de todas as pessoas e à denúncia da normalização do ódio".

Além disso, elogiou o facto de ninguém ficar de fora da sua candidatura - "os ciganos", as "mulheres", os "imigrantes" - mesmo numa altura em que "o amor e a verticalidade" não são "movimentos populares".

Apesar de reconhecer que há muito que a separa do BE, explica que também há muito que a "aproxima da urgência da afirmação dos valores elementares da esquerda". "É-me particularmente importante votar numa mulher de esquerda, feminista, numa era de triunfo horripilante de homens que fazem da violência machista o novo 'cool'", escreveu a socialista.

In Jornal de Notícias – 25.11.2025

Foto: Leonardo Negrão/Arquivo

SINES: Exposição “De projecto a realidade”


INAUGURA HOJE, 26 de novembro (quarta-feira), às 18h00, a exposição "De Projeto a Realidade", uma retrospetiva dos 20 anos do Centro de Artes de Sines, que se assinalam também hoje.

Do edifício-monumento, concebido pelos arquitetos Francisco e Manuel Aires Mateus, à programação que o tornou centro vivido da cidade, esta é uma exposição sobre 20 anos em que as artes e os públicos se cruzaram nos espaços do Centro de Artes de Sines.

Desde 26 de novembro de 2005, foram muitos os artistas, os autores, os pensadores, os narradores, que passaram pelo centro. E foram ainda mais os utilizadores de todas as idades que ali abriram horizontes na música, no teatro, na dança, no cinema, na literatura, nas artes plásticas, na relação com a História e com o meio.

A exposição recolhe imagens, memórias e objetos, numa de muitas viagens possíveis pelo percurso de um equipamento que mudou a cultura em Sines.

"De Projeto a Realidade" poderá ser vista, até março de 2026, na rampa e galeria do centro de exposições.

 

​DESPORTO: Sousel volta a ter atletismo após várias décadas


Lançamento da modalidade na União Desportiva do Concelho de Sousel

O concelho de Sousel marcou hoje um momento histórico com o arranque oficial do projeto de atletismo da União Desportiva do Concelho de Sousel (UDCS), colocando fim a várias décadas sem atividade regular da modalidade no território. Este passo determinante foi assinalado com a realização de uma atividade Kids Athletics, apoiada pela Câmara Municipal de Sousel, pela Associação de Atletismo do Distrito de Portalegre (AADP) e com o patrocínio da empresa Pasto Alentejano.

A iniciativa Kids Athletics serviu como ação de estreia do projeto e momento de captação de jovens atletas, reunindo mais de 150 crianças do pré-escolar e 1.º ciclo, que ao longo da manhã experimentaram, de forma divertida, os movimentos-base do atletismo — correr, saltar e lançar.

Para Daniel Madeira, Presidente da AADP, este arranque representa um marco relevante para o distrito:

“É com enorme alegria que assistimos ao regresso do atletismo a um concelho onde a modalidade não era praticada há várias décadas. O compromisso demonstrado pela União Desportiva e o apoio decidido do Município de Sousel permitem agora que as crianças e jovens tenham acesso a uma oferta desportiva mais diversificada. Este é um sinal claro de que o atletismo está a crescer no distrito e que todos os concelhos podem ser parte ativa desta evolução.”

O Presidente da União Desportiva, Germano Namorado, destaca o entusiasmo com que o clube abraçou este novo desafio:

“Estamos bastante agradados com este novo projeto, que só se tornou possível graças à colaboração da Câmara Municipal. Embora a formação dos mais jovens seja o nosso foco principal, estamos abertos a receber atletas de todas as idades que queiram experimentar a modalidade. Queremos construir uma base sólida que permita ao atletismo afirmar-se em Sousel.”

Os treinos regulares de atletismo começam no dia 2 de dezembro, dirigidos a crianças dos 6 aos 15 anos, e terão lugar às terças e sextas-feiras, das 18h00 às 19h00, no Pavilhão Gimnodesportivo do Complexo Desportivo de Sousel.

A inscrição é gratuita e pode ser efetuada na sede da União Desportiva do Concelho de Sousel.

Com este lançamento, Sousel junta-se ao movimento de expansão da modalidade no distrito, reforçando o compromisso de oferecer aos jovens mais oportunidades de prática desportiva estruturada, segura e orientada.

 

25.11.25

NISA: A "continuidade" da CENSURA na Câmara Municipal


 A actual vereação camarária entrou em funções a 3 de Novembro. Sustentado no slogan “Continuar a Trabalhar para as Pessoas”, o PS venceu as eleições, perdendo a maioria absoluta e não conseguindo outros dos seus objectivos eleitorais, que, para o caso, pouco interessam agora.

Os imbecis como eu continuam em liberdade, a escrever na net, muito a contragosto da “jurista” e detentora das verdades cheias de curvas e rectas. Entramos num novo ciclo autárquico com um “novo” presidente,  saudoso dos “mangas de alpaca”,  moderado no discurso, mas incapaz de mudar uma vírgula na “receita da continuidade” ainda assim esta não lhe caia em cima.

Prometeu mundos e fundos, num discurso arrebatado e bem conseguido, admito, mas cuja aplicação prática expirou poucos dias após a tomada de posse.

Questionado na primeira reunião da Câmara, a 7 de Novembro, sobre os motivos porque a Câmara mantinha a exclusão e apagamento de dezenas de munícipes das redes sociais do Município, Facebook e Instagran não foi capaz de responder, aludiu, vagamente, aos serviços, sendo ele próprio como presidente da Câmara e anterior vereador com o pelouro da Informação e Comunicação, responsável por esse acto de discriminação e de violação dos direitos de expressão de dezenas de habitantes e naturais do concelho.

Mais, passaram-se cerca de 20 dias sobre essa reunião da Câmara e até hoje – mantendo a prática, quase generalizada, da sua antecessora – não foi capaz de responder, por escrito, às questões formuladas em sede própria.

É um estilo e uma prática de trabalho de seguidismo, a que chama “continuidade” , aquilo que se pode esperar dos dois eleitos do PS em efectividade de funções, continuando a trabalhar para a clientela e desprezando direitos constitucionais de uma parte da população, aquela que pensa por si própria ou, como na retórica idalinista, os “imbecis” que escrevem na net.

E que questionam, dia após dia, os milhões de euros gastos em obras faraónicas, para inglês ver e sem proveito para a generalidade da população.

O “abono de família” na ordem de muitos milhares de euros às Águas do Alto Alentejo”, uma criação “socialista, estão aí, para demonstrar, uma vez mais, a iniquidade de tal investimento.

Mas, não há problema… Como cantava o outro: o povo é que paga!

E, “nós” seguimos no comboio fantasma…

Dé! É tam linde!

PORTALEGRE: Orquestra de Guitarras da EANA no CAEP


27 NOV. QUI. 21.30H

Orquestra de Guitarras da EANA: uma viagem no tempo

Recitais da Escola de Artes do Norte Alentejano

Música Clássica | PA | Entrada Livre | M/6 anos

A Orquestra de Guitarras da Escola de Artes do Norte Alentejano apresenta-se num concerto que promete a todos uma viagem no tempo. A orquestra é composta por alunos do Curso Básico e Secundário de Música, sob a direção do Professor João Cardoso e com a colaboração dos professores Leandro Gonçalves e Miguel Gromicho, do Departamento de Cordas Dedilhadas.

O repertório apresentado neste recital leva-nos a viajar por alguns períodos marcantes da história da música, iniciando com obras do século XVIII, passando pelo período Barroco e estendendo-se até aos dias de hoje. Uma oportunidade para apreciar um repertório diversificado para guitarra em diferentes épocas.

Em parceria com o CAEP, propomo-nos a realizar um ciclo de Recitais de cariz musical. Esta é uma aposta educativa da Escola de Artes do Norte Alentejano (EANA), que junta crianças e jovens, promovendo a participação, responsabilidade e a criação cultural, numa lógica de inclusão e aprendizagem, tornando as artes acessíveis a todos.

OPINIÃO: Porque é que a direita precisa desesperadamente do 25 de Novembro de uma forma que a esquerda não precisa?


É simples, quem não tem mito fundador, inventa um. E Novembro, na mão certa, serve perfeitamente para esse trabalho de engenharia histórica.

O 25 de Abril é um problema para sectores da direita porque lembra-nos que a democracia portuguesa nasceu contra uma ditadura de direita.

Lembra-nos que os principais actores da direita institucional contemporânea não têm raízes limpas desse período.

Lembra-nos que o antifascismo é uma luta que não lhes pertence...Nem no passado nem no presente.

Então, como é que se reescreve a história sem parecer que se está a reescrever a história?

Inventando um “segundo momento fundador” — o 25 de Novembro — que coloca a direita como protagonista da salvação nacional.

Mas até isso é falso.

O 25 de Novembro não foi “da direita”.

Foi uma operação liderada politicamente por Mário Soares e sustentada militarmente pelos moderados do MFA — o Grupo dos Nove.

E o seu objectivo não era impor uma agenda de direita, era sim travar qualquer deriva autoritária, fosse ela a tentativa de um Poder Popular tutelado por sectores da esquerda militar, fosse a violência da direita bombista que atuava no Norte.

Ou seja: Novembro não foi a vitória da direita — foi a vitória dos democratas.

A narrativa da direita tenta transformar “O país foi libertado do fascismo” para “O país foi salvo de dois extremismos: o da DIREITA  e o da ESQUERDA.”

Assim, a direita deixa de estar historicamente marcada como aliada do fascismo e reaparece como “força moderadora”.

É por isso que, para a direita, é essencial destruir a ideia de que a democracia portuguesa nasce de uma revolução popular. Porque isso valida, no imaginário nacional:

- Estado Social

- Constituição social-democrata

- Direitos laborais

- Papel central do público

- Agenda progressista

Tudo aquilo que a direita contemporânea, especialmente a sua ala liberal-radical, detesta.

Como se combate, então, uma origem incómoda?

Criando uma origem alternativa.

Se o 25 de Novembro for reconstruído como “a verdadeira fundação da democracia adulta”, tudo o que Abril representa — igualdade, direitos sociais, participação popular, soberania económica — passa a ser reclassificado como “excessos revolucionários”.

O PS não precisa de disputar Abril — tem-no inscrito na sua história. Tem Soares, tem o processo constitucional, tem lutas, prisões, torturas e perseguições.

A direita não.

A direita vive numa espécie de inferioridade simbólica crónica, não tem um grande evento de libertação para brandir como “o nosso contributo para a democracia”.

Então faz o quê?

Pega em Novembro e transforma-o num tótem identitário.

Daí a repetição exaustiva:

“Foi quando a democracia começou de verdade.”

“Foi quando se evitou uma ditadura de esquerda.”

“Foi tão importante como Abril.”

“Foi a segunda libertação.”

É tudo falso? Sim.

É eficaz? Também.

No campo simbólico, a repetição cria realidade — esta é a parte mais pérfida e, ao mesmo tempo, mais inteligente.

Dizer frontalmente “Abril foi exagerado” seria suicídio político.

Então a direita faz o movimento lateral:

“Não estamos a diminuir Abril… só queremos reconhecer igualmente Novembro.”

Mas se ambos têm o mesmo peso,

Abril vale menos.

Se há duas fundações,

a fundação original esvazia-se.

Se a democracia só fica “madura” em Novembro — Abril vira infantilismo revolucionário.

Chama-se "false equivalence framing" colocas duas coisas de escala e natureza diferentes lado a lado e declaras “valem o mesmo”.

É como equiparar o invasor ao invadido na guerra da Ucrânia.

No fim, não é Novembro que sobe — é Abril que encolhe.

É assim que se move uma maioria, mil micro-ajustes de linguagem até a memória ceder.

É um ataque por diluição, não por confronto.

Duro. Eficaz. Profundamente manipulador.

E para quê? Porque Novembro funciona como a arma simbólica perfeita para legitimar:

- revisões constitucionais

- ataques ao Estado Social

- redução de direitos laborais

- privatizações

- reconfiguração do papel do Estado

Por isso Novembro se tornou tão importante nestes discursos, atua como solvente simbólico do projecto social de Abril — tirar o que foi conquistado pelo povo e entregar a quem o explora.

É por isso que hoje a direita grita Novembro com mais força do que quem o protagonizou.

O 25 de Novembro tornou-se, para a direita, uma ferramenta política multifunção:

- limpa o passado

- cria um mito fundador alternativo

- relativiza Abril

- transforma a esquerda como ameaça simétrica ao fascismo

- legitima projectos actuais de revisão constitucional e económica

- transforma a direita em protagonista da democracia, quando historicamente pouco fez por ela

É isto.

Não é história — é estratégia e manipulação.

·         Eduardo Maltez Silva