Num momento em que a violência persiste e se intensifica, declaramos:
pelos direitos, pela vida e pela dignidade das mulheres, nem um passo atrás,
nem uma vida perdida.
A violência contra as mulheres atravessa toda a sociedade — no espaço
doméstico, laboral, público e institucional — e assume múltiplas expressões,
incluindo violência física, psicológica, sexual, económica, digital e
simbólica.
Esta realidade alimenta-se das desigualdades estruturais, da
exploração, da precariedade, da pobreza e de mentalidades que continuam a
tolerar ou desvalorizar a violência, frequentemente culpabilizando as vítimas.
Alertamos ainda para a intensificação de formas particularmente graves
de violência, como a mercantilização do corpo das mulheres na pornografia, a
exploração criminosa de mulheres e crianças na prostituição, e a crescente
normalização da violência associada a conflitos armados e guerras.
Apesar da gravidade da situação, os Governos continuam a falhar no seu
dever de prevenir, proteger e apoiar as vítimas, não garantindo às mulheres o
direito fundamental a uma vida livre de violências. Exigimos, por isso, uma
política pública consistente, articulada e eficaz, que reforce os serviços
públicos — justiça, saúde, educação, habitação e proteção social — e que
coloque a eliminação das violências contra as mulheres como prioridade
nacional.
Esta é a nossa linha vermelha contra políticas de “faz de conta”. A
violência contra as mulheres tem de terminar. Nenhuma sociedade pode ser justa,
democrática ou digna enquanto persistirem estas violações dos direitos humanos
fundamentais.
MDM – Movimento Democrático de Mulheres
24 de Novembro de 2025
