Não podemos contar que o travão a estas intenções de legislar contra os
trabalhadores venha da Assembleia da República onde AD e Chega estão em
maioria. Só a ação unida dos trabalhadores, de todas as categorias, com
contratos ou precários, das plataformas, etc., pode deter a aprovação deste
projeto.
É necessário iniciar desde já, por toda a parte, uma grande campanha de
esclarecimento sobre os planos e efeitos devastadores das medidas anunciadas.
É necessário que, nas empresas e locais de trabalho, com o apoio dos
sindicatos, comissões de trabalhadores e todos as associações e coletividades
de trabalhadores e moradores, se promovam plenários e assembleias de
esclarecimento, debate e decisão.
É necessário que os trabalhadores, sindicalizados ou não, elejam
delegados para comités de vigilância e de greve que, articulados e integrando
as comissões e os sindicatos, preparem a resposta, que — se o governo não
recuar nas suas intenções, como é quase certo — , terá de passar por uma greve
geral, organizada por comités de greve, comissões e sindicatos.
As centrais sindicais e as direções sindicais em geral deviam declarar
desde já o seu apoio à mobilização e formas de luta que os trabalhadores
entendam desenvolver com vista à greve geral.
Devem, também, abandonar a “concertação social” com que o governo
espera ir protelando e deitando areia para os olhos das ORT até ser tarde
demais.
In jornalmaio.org – Editorial – 25 Outubro 2025