Como um sinal de alarme e não como «(mais) uma estatística», é desta forma
que o movimento apela a que se intervenha na tragédia protagonizada por uma
grávida de 38 semanas, que morreu um dia após ter ido à urgências do Hospital
Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra). A mulher, que na quarta-feira foi enviada
para casa com diagnóstico de hipertensão e indicação para internamento às 39
semanas, acabaria por regressar ao hospital na madrugada de quinta-feira com
paragem cardiorespiratória e não resistiu. A sua bebé, que estava em estado
crítico após nascimento de cesariana, também não sobreviveu, com o óbito
declarado às 7h de sábado. Em reacção, o MDM exige que se apurem todas as
responsabilidades e que não se trate deste caso como um episódio isolado.
Seguro de que «as demissões, por si só, não resolvem», o movimento
defende que é preciso «atacar a raiz» do problema, de forma a garantir que
nenhuma mulher «é obrigada a deslocar-se quilómetros em trabalho de parto ou a
ser mandada para casa quando precisa de vigilância médica».
As activistas não aceitam que «se normalizem tragédias evitáveis»,
admitindo que se vive «há demasiado tempo» um contexto de «fortes limitações
inerentes ao encerramento e concentração de serviços de urgência de
obstetrícia», devido à falta de profissionais. «Quando uma grávida, um bebé,
qualquer utente morrem por falta de resposta atempada e adequada, falha o
Governo, falha o SNS, falha a sociedade», lê-se na nota.
O MDM reforça a urgência de se investir no Serviço Nacional de Saúde
(SNS), contratar profissionais de saúde e valorizar as suas carreiras e salários,
«de modo a ser possível reforçar as equipas de obstetrícia e ginecologia, de
cuidados primários e garantir maternidades a funcionar plenamente em todo o
território».
AbrilAbril - 4 de Novembro de 2025
Foto: Mário Cruz - EPA
