ALCUNHAS DOS ALPALHOENSES
Este é o segundo conjunto de quadras relativas a este trabalho da autoria de Joaquim Carrilho Capelão
(Novembro de 1986) no qual o autor descreve muitos dos aspectos
etnográficos, históricos, manifestações religiosas, etc., da sua
terra natal. Um testemunho que vale pela forma espontânea da escrita
e pelas múltiplas experiências retratadas de um universo rural e
local hoje quase extinto.
As quadras sobre as Alcunhas (42 no
total) serão repartidas por várias mensagens para não maçarmos os
nossos visitantes/leitores. Boa leitura!
11
Também temos os Caraças
Restam alguns Caldeirinhas
Não faltam ainda Cabaças
São bastantes os Vidinhas.
12
Há ainda alguns Cassácas
São poucos os Catatuns
E se são muitos os Massas
Restam poucos Vinte e Uns.
13
Ainda são muitos os Pardais
São bastantes os Piolhos
São poucos os Laranjais
E também os Tortos e Zarolhos.
14
Estão aumentando os Catitas
Rareando os Catarrões
E também os Rapamarmitas
E bem assim os Sanforriões.
15
Estão a minguar os Delgados
São poucos os Vivos Mortos
Há muitos Pepinos e Nabos
Mas já houve mais Temóites
16
Há muitos Ratos e Ratinhos
E ainda alguns Raposos
Já são menos os Sapinhos
E já quase não há Babosos.
17
Há à vista alguns Perdidos
São muitos os Laburdanças
Temos ainda Pintassilgos
Mas quase já não há Santas
18
Temos ainda algumas Tetas
E bem assim alguns Lanas
E também uns Tatinétas
E ainda alguns Pestanas.
19
Há os Foles e os Folinhas
Temos Galinhas e Gatos
Também temos os Joeirinhas
E ainda alguns Calháços.
20
Sem mar temos Bacalhau
Em terra temos Peixinhos
Temos os Malos e Picaus
E Tralhas e Martelinhos.