A sorte daquele tempo
Naquele dia em que eu passava na serra
Contemplando a natureza que me cercava
Lembrei as amarguras que passei na minha terra
E de toda aquela gente que lá habitava.
Pensei naquele povo humilde e trabalhador
Que não tinha um tostão para gastar
E pensei naquela gente com valor
Que poderia ser alguém se pudesse estudar
Pensei no rico, no pobre e no sovina
No doutor, no artista e no analfabeto
E pensei também no que seria a minha sina
Se tivesse posses p´ra tirar um curso completo
Tanta gente que ficou pelo caminho
Amarrada à sorte daquele tempo.
Tanta gente que saiu deste cantinho
Obrigada a procurar lá fora o seu sustento!
Jorge Pires