16.10.23

CULTURA: Adagiário português do pão (I)

O professor Hernâni Matos, estremocense de gema, é um autêntico celeiro de cultura e o seu site "Do Tempo da Outra Senhora", constitui um dos mais importantes acervos do património cultural e popular alentejano e ao qual aconselhamos uma visita em https://dotempodaoutrasenhora.blogspot.com
Visitem-no que não se arrependerão.
Para este Adagiário que Hernâni Matos, pacientemente, construiu, dividimo-lo, tal como o autor, em dois grandes grupos. Deliciem-se com a sua leitura.
AMASSADURA E COZEDURA DO PÃO
- A quem coze e amassa não furtes a massa.
- A quem tem seu pão no forno podemos dar do nosso.
- Ano caro, padeira em todo o cabo.
- Ano caro, padeira em todo o caso.
- Coze-se o pão, enquanto o forno está quente.
- Descansai mulheres que caiu o forno.
- Fazer a broa maior que a boca do forno.
- Forno chorado, pão queimado.
- Forno de padeira, com qualquer molho de lenha se aquece.
- Forno feito, vintém no corucho.
- Muitos padeiros não fazem bom pão.
- Não sejais forneira, se tendes a cabeça de manteiga.
- Em casa do sisudo faz-se o pão miúdo.
- Enquanto ladra o cão, coze-se o pão.
- Não te ponhas a soalhar com quem tem forno e pé de altar.
- Nem sempre o forno faz rosquilhas.
- No fogo se ganha, no fogo se perde.
- No forno e no moinho vai quem quer cochicho.
- No forno se ganha o pão, no forno se perde.
- No Inverno forneira, no Verão taberneira.
- O velho e o forno, pela boca se aguentam.
- Para forno quente, três molhos de ramasca ou um torgo somente.
- Para forno quente, uma torga somente.
- Pela boca se aquenta o forno.
- Quem mói no seu moinho e coze no seu forno, come o seu pão todo.
- Se toda a gente fosse padeiro, ninguém comprava pão.
- Uns aquecem o forno, outros amassam o pão.
- Ninguém morre sem ter primeiro amassado pão sem sal.

** Hernâni Matos
* IMAGEM: FORNEIRA - Peça da barrística popular estremocense da autoria das Irmãs Flores