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O governo israelita declarou uma guerra genocida contra o povo de Gaza. Como uma organização que trabalha para um futuro onde os palestinianos e os israelitas e todas as pessoas vivam em igualdade e liberdade, apelamos a todas as pessoas de consciência para que parem com o genocídio iminente dos palestinianos.
A Voz Judaica pela Paz lamenta profundamente pelos mais de 1.200 israelenses mortos, pelas famílias destruídas, incluindo muitas das nossas, e teme pelas vidas dos israelenses feitos reféns. Muitos ainda contam os mortos, em busca de entes queridos desaparecidos, arrasados pelas perdas.
Concordamos plenamente com os principais grupos de defesa dos direitos palestinianos: os massacres cometidos pelo Hamas contra civis israelitas são crimes de guerra horríveis. Não há qualquer justificação no direito internacional para o assassinato indiscriminado de civis ou para a manutenção de reféns civis.
E agora, de forma horrível, os governos israelita e americano estão a transformar estas mortes em armas para alimentar uma guerra genocida contra os palestinianos em Gaza, prometendo “abrir as portas do inferno”. Esta guerra é uma continuação da Nakba, quando, em 1948, dezenas de milhares de palestinianos que fugiam da violência procuraram refúgio em Gaza. É uma continuação de 75 anos de ocupação israelita e de apartheid.
Já esta semana, mais de 1.000 palestinos em Gaza foram mortos. O governo israelita causou uma devastação completa e total sobre os palestinianos em toda Gaza, atacando hospitais, escolas, mesquitas, mercados e edifícios de apartamentos.
Enquanto escrevemos, o governo israelita cortou toda a electricidade para Gaza. Os hospitais não podem salvar vidas, a Internet entrará em colapso, as pessoas não terão telefones para comunicar com o mundo exterior e a água potável para dois milhões de pessoas acabará. Gaza será mergulhada na escuridão enquanto Israel transforma os seus bairros em escombros. Pior ainda, Israel declarou abertamente a intenção de cometer atrocidades em massa e até genocídio, com o primeiro-ministro Netanyahu a dizer que a resposta israelita “repercutirá durante gerações”.
E neste momento, o governo dos EUA está a permitir as atrocidades do governo israelita, enviando armas, aproximando navios de guerra dos EUA e enviando munições fabricadas nos EUA, e prometendo apoio geral e cobertura internacional para quaisquer acções tomadas pelo governo israelita. Além disso, os funcionários do governo dos EUA estão a espalhar uma retórica racista, odiosa e incendiária que alimentará atrocidades em massa e genocídio.
A perda de vidas israelitas está a ser usada pelo nosso governo para justificar a corrida ao genocídio, para fornecer cobertura moral à pressão imoral por mais armas e mais mortes. Os palestinianos estão a ser desumanizados pelo nosso próprio governo, pelos meios de comunicação social e por demasiadas instituições judaicas dos EUA. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse que Israel está “lutando contra animais humanos” e deveria “agir de acordo”. Como judeus, sabemos o que acontece quando as pessoas são chamadas de animais.
Podemos e devemos parar com isso. Nunca mais significa nunca mais - para ninguém.
Apelamos a todas as pessoas de consciência para que parem com o genocídio iminente dos palestinianos. Exigimos que o nosso governo trabalhe no sentido da desescalada, que pare imediatamente de enviar armas aos militares israelitas. Um futuro de paz e segurança para todos, baseado na justiça, liberdade e igualdade para todos, ainda é a única opção.
JVP