Diz o povo que "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe" e o regresso da Volta ao Alentejo a Nisa é bem a prova da verdade deste provérbio. "Varrida" durante anos das "preocupações" desportivas da actual maioria camarária, apenas e tão só, porque era iniciativa que vinha detrás, dos "outros" e era preciso ser "original", a mais importante prova de ciclismo do Alentejo regressa a um concelho onde as corridas de bicicleta tiveram sempre uma grande popularidade. A Câmara acabou, ao fim de tanto tempo e a contra-gosto, de vergar-se à realidade.
Amanhã, domingo, dia 24 de Março, disputa-se a derradeira etapa da Volta ao Alentejo com partida de Nisa e chegada a Évora. O investimento feito pelo município para garantir o início de etapa é uma "gota de água", comparado com o orçamento verdadeiramente pornográfico, vergonhoso e violentador da realidade nacional que representa a contratação do anunciado músico estrangeiro por uma verba de mais de 220 mil euros.
Verba que daria para resolver muitas situações que carecem de solução, desde a melhoria da qualidade de água que é fornecida às povoações de Amieira do Tejo, Velada, Cacheiro e Chão da Velha, à reconstrução de edifícios em avançado estado de ruína, que proliferam um pouco por todo o concelho, garantindo uma melhor oferta no campo da habitação.
Por vezes, é preciso dar um passo atrás, para se poder dar dois à frente. A Câmara, ao reconhecer a justiça de um evento desportivo, que por teimosia, erradicou, durante anos, do seu calendário de actividades, pode agora, se tiver um mínimo de sensatez, retomar um outro evento desportivo, a nível internacional o NAOM - Norte Alentejano O Meeting (Orientação), que se iniciou, justamente, no concelho de Nisa, aqui trazendo centenas de atletas de toda a Europa, principalmente dos países nórdicos. Uma competição desportiva que a cegueira política menosprezou e eliminou do concelho, indo enriquecer concelhos vizinhos como Castelo de Vide, Crato, Marvão e Portalegre.
Como diz o povo: "nunca é tarde para amar" ou, mais simplesmente, para reconhecer os erros e retomar o caminho que se tome por justo e sustentável.