O IMATERIAL é um novo festival em que a música assume um papel central, catalisador, mas cuja estrutura, dinâmica e linguagem coloca sob os holofotes o património imaterial nas suas diferentes manifestações. Um festival que celebra e pensa a música como expressão popular identitária de povos de todo o mundo e a coloca em diálogo com o património edificado do Alentejo Central.
A estreia – em pleno - está prevista para 2022, com palcos nos vários municípios envolvidos, mas já este ano haverá uma edição especial, a acontecer em Évora de 18 a 26 de junho, e há alguns aspetos sobre os quais se pode levantar o véu.
Ao longo de 10 dias, na presença de músicos, especialistas, estudiosos, entusiastas, jornalistas e programadores, o IMATERIAL é o lugar privilegiado para as trocas entre diferentes culturas, entre passado e presente, entre património edificado e património que só existe nos saberes acumulados dos seus intérpretes, num apelo a que nos pensemos como povos irmãos, como coabitantes de um mesmo mundo vivo e em transformação. Em que as tradições nos ajudam a perceber quem somos, mas também quem poderíamos ter sido se tivéssemos nascido numa outra condição.
A edição especial de estreia do IMATERIAL acontece já este ano, de 18 a 27 de Junho, com centro nevrálgico em Évora (cujo centro histórico integra a lista de Património da Humanidade desde 1986). Mas nas futuras edições estende-se por uma série de outros concelhos do coração alentejano, com os quais as negociações já estão em curso. A par do envolvimento destes municípios alentejanos, o IMATERIAL conta ainda com a parceria da Fundação INATEL e, no seu horizonte a longo prazo, integra-se no desenho da candidatura de Évora 2027 – Capital Europeia da Cultura.
Como se lê num dos textos de apresentação, “o IMATERIAL parte da união entre o património tangível e o intangível para povoar a paisagem com encontros culturais que nos reconduzirão ao desígnio fundamental de escutarmos o outro e valorizarmos as diferenças enquanto motivo de fascínio e aproximação – nunca de afastamento. Na terra de uma expressão musical e social tão enraizada quanto o cante alentejano, o encontro com o fado e com outros géneros musicais de outras partes do mundo que sejam objecto de preservação e de valorização pela sua História, ocupará os diferentes palcos do Imaterial. Um pouco por toda a programação, dos concertos e da realização de uma conferência internacional às residências artísticas e ao estabelecimento de uma plataforma ibérica para contactos profissionais, a celebração dos costumes locais far-se-á sempre com esta convicção de que a música faz parte da paisagem, alimenta-se dela e devolve-lhe uma beleza inigualável.”
Os grandes impulsionadores do IMATERIAL - que assumem também a sua direção e a curadoria de algumas das iniciativas – são dois dos principais rostos da dinâmica cultural do país: Carlos Seixas (diretor artístico do Festival Músicas do Mundo, de Sines) e Luís Garcia (programador do Município de Évora, ligado a festivais como o ViváRua e o Artes à Rua).
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