“No Fim Era o Frio”, o mais recente álbum editado pelos MÃO MORTA, em setembro último, vai ser tocado ao vivo num espetáculo no Teatro Garcia de Resende, no dia 31 de janeiro, às 21h30.
Segundo a banda bracarense, o disco apresenta-se como uma narrativa distópica onde conceitos como aquecimento global ou subida das águas do mar servem de ponto de partida e cenário para um questionar e decompor de diferentes paradigmas do quotidiano.
São paradigmas que nos rodeiam e com os quais nos relacionamos e que todos os dias replicamos – criando com eles uma familiaridade tal que nos impede, muitas vezes, de deles tomar verdadeira consciência –, desviados para um outro enquadramento onde a familiaridade ganha a estranheza que permite a sua perceção.
Mas esta é uma perceção demencial, num horizonte ficcional que nunca sabemos se é real ou delirante e onde as composições criadas com os padrões deslocalizados da sua primitiva função dão novas vidas e leituras ao frio cosmológico e à solidão humana, aqui ecos de uma mesma inadaptação existencial e vazio afetivo.
Ao vivo, numa primeira parte de apresentação do disco “No Fim Era o Frio”, os Mão Morta recriam a distopia, dando espaço para o palco funcionar como terreiro dessa demanda de calor humano, um terreiro devastado pelo fim da civilização e pelo níveo alvor de um novo recomeço, sem outro programa para além do mantra hipnótico tecido pela música. E, depois de um pequeno intervalo, há um outro concerto onde os Mão Morta revisitam o seu património musical, com os temas do passado a ganharem as asas do presente e a instalarem o caos urbano e a decadência civilizacional que sempre os inspiraram e inquietaram. Esta segunda parte conta com a colaboração da Oficina Arara, no cenário.
No fim, há a promessa da disponibilidade para conversarem, assinarem discos, tirarem fotos e tudo o mais que um momento de celebração como este merece.
Os bilhetes estão à venda nos locais habituais e, também, nesta ligação.
Ficha Artística:
Letra de Adolfo Luxúria
Música de Miguel Pedro Guimarães e António Rafael Machado
Adolfo Luxúria Canibal – Voz | António Rafael Machado – Teclado e guitarra | Vasco Vaz – Guitarra | Rui Lacerda – Guitarra | Joana Longobardi – Baixo eléctrico | Miguel Pedro Guimarães – Bateria | Nuno Couto – Desenho e operação de som | Alberto Pinheiro – Desenho e operação de luz | Manuel Toga – Técnico de backline | Emanuel Rocha – Técnico de backline.