Requerimento
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses:
Joaquim Manuel Coutinho Ribeiro, eleitor nº 6 da freguesia de Soalhães, vem expor e requerer a V. Excia o seguinte:
1. Na reunião da Assembleia Municipal do passado dia 29 ouvi V. Excia. afirmar que, a partir desta semana, iria passar a dispor de um Audi A6.
2. E percebi, das suas palavras, que não se tratava de um acto de vaidade pessoal mas uma forma de melhorar a imagem do município pois a viatura estaria ao serviço do município e não do seu presidente.
3. Reflectindo sobre o assunto, lembrei-me de que o Audi do município poderá resolver-me um problema logístico que tenho em mãos.
4. No próximo dia 11 realiza-se o casamento da minha prima Ester (jovem médica) com o David (jovem médico).
5. Pediu-me a minha prima que a transportasse à Igreja, ao que eu anuí.
6. Lembrei-me depois que o meu carro só tem duas portas o que, convenhamos, não é muito operacional para o efeito, sobretudo para entradas e saídas, já que o vestido poderá ficar agarrado e eventualmente rasgar-se.
7. Foi desta forma que me lembrei que, sendo eu munícipe do Marco e estando o Audi ao serviço do município, seria um acto da maior justiça que eu pudesse transportar a minha prima ao casamento no A6.
8. Ainda pensei que talvez pudesse requerer a utilização do jeep Toyota mas temo que os convidados possam gozar a noiva por se deslocar em tal veículo.
9. Opto, pois, pelo Audi com a promessa de que o entregarei lavado e com o combustível reposto.
10. Dispenso o motorista.
Face ao exposto, requeiro a V. Excia se digne emprestar-me o A6 para utilização deste modesto munícipe no próximo dia 11 durante todo o dia.
Pede deferimento
Joaquim Manuel Coutinho Ribeiro
NOTA: O texto foi retirado da net e não é tão descabido como à primeira vista possa parecer. Na verdade, porque não hão de estar os bens do Município ao serviço dos Munícipes? Não são estes que justificam a existência (e as mordomias) daqueles?
Em Nisa, por exemplo, porque será que o autocarro municipal não pode transportar, num passeio, uma única vez no ano, naturais da aldeia de Salavessa, embora residentes noutros locais do país, com o argumento de que Não São Eleitores na freguesia (e concelho), quando sabemos que os "caminheiros" ou "caminhantes" dos Passeios Pedestres promovidos pela Câmara, independentemente do lugar onde residam, podem utilizar o mesmo transporte (autocarro municipal) que é negado a outros? Em que princípios elementares de justiça e "retidão" (aqui com a grafia oficial) se baseiam tais decisões? Deixo ficar aqui estas perguntas, na certeza, certezinha, de que serão respondidas com a maior brevidade possível (se as respostas não se perderem) como é timbre, aliás, desta administração municipal.
Bom Ano para todos os Amigos e Visitantes do Portal de Nisa. E já sabem, se tiverem alguma cerimónia familiar agendada para o corrente ano, tomem o exemplo do Joaquim Ribeiro (não sei se o nome é real ou fictício) e peçam o pópó à Câmara. Minuta para o Requerimento, pelo menos, já têm.