No próximo 1 de novembro, a Estação Nova, em Coimbra, acolhe Requiem, um projeto de Nuno Gonçalo Rodrigues e Maria Jorge com a Banda Filarmónica da Associação Recreativa e Musical de Ceira, que reflete sobre a perda e transformação dos espaços culturais e comunitários.
Inicialmente previsto para o programa Epicentro, o projeto transita agora
da sua programação do Verão a dois tempos.
Requiem é um acto performativo e comunitário onde uma filarmónica
interpreta o seu próprio réquiem. A mesa está posta, e o público é convidado a
partilhar esta última ceia — uma experiência sensorial e simbólica sobre o
apagamento da memória coletiva, o encerramento das coletividades e a erosão do
tecido cultural provocada pela especulação e pelo avanço do capitalismo tardio.
Ao longo da apresentação, documentos reais da história de associações,
coletividades, cooperativas e espaços extintos acumulam-se no espaço,
ilustrando, disputando e invocando o lugar da memória.
No final, a desmontagem: recolhem-se instrumentos, estantes, bancos,
mesas, pratos, lixo. E devolve-se ao espaço — e aos espectadores — a palavra e
o vazio, num gesto final de reconhecimento e resistência.
O Epicentro integra-se na iniciativa Verão a Dois Tempos, programação
de Verão promovida pelo Município de Coimbra em coorganização com quatro
entidades culturais (Associação Há Baixa, Blue House, Encontros de Fotografia e
Jazz ao Centro Clube), que decorreu de 21 de junho até ao final de setembro, na
Baixa da cidade.
Com cerca de 100 actividades em cinco palcos principais, o programa
apostou na diversidade de públicos e na reactivação dos espaços urbanos,
através de concertos, oficinas, visitas temáticas e residências artísticas.
Criação e Interpretação:
Maria Jorge e Nuno Gonçalo Rodrigues
Com a Banda Filarmónica da Associação Recreativa e Musical de Ceira
Data: 1 de novembro de 2025 às 17h00
Local: Estação Nova, Coimbra
Entrada Livre
.png)