21.10.25

ENSINO SUPERIOR: Estudantes endividados: mais de 36 milhões de euros em propinas atrasadas

 


Nos últimos três anos, foram emitidas 3.653 certidões de cobrança coerciva por propinas em dívida às 14 principais universidades e politécnicos.

O Jornal de Notícias questionou as universidades e politécnicos portugueses sobre a realidade das propinas em dívida no ensino superior. Na soma das 14 respostas que obteve, relativas aos valores dos últimos três anos letivos, concluiu que há 36,1 milhões de euros em dívidas de propinas, num universo que abrange quase 134 mil estudantes, menos de um terço dos atuais matriculados no ensino superior público.

Quase metade destas dívidas (15,8 milhões) pertencem ao ISCTE, seguindo-se a Universidade do Minho (7,1 milhões) e a Universidade do Porto (4,6 milhões). A insuficiência da ação social escolar é apontada como uma das causas para estas dívidas, bem como o aumento do custo de vida ou o abandono escolar. Nos mesmos três anos, as instituições que responderam ao JN conseguiram recuperar 16,5 milhões de euros de propinas em dívida, uma tarefa facilitada pela equiparação destas dívidas com as dívidas ao Estado, o que permite a cobrança coerciva por parte do fisco, que pode chegar a penhorar os rendimentos ou bens dos devedores.

O Governo anunciou que pretende aumentar o teto máximo das propinas, um valor congelado em 2015 e reduzido em 2019 por iniciativa do Bloco de Esquerda, situando-se atualmente nos 697 euros. Em fevereiro, a Associação Académica de Coimbra lançou um Estudo Comparativo dos Custos Associados à Frequência do Ensino Superior na União Europeia no qual se mostra que as propinas no ensino superior em Portugal estão perto de ser o dobro da média europeia, 381 euros. No dia 28 de outubro, último dia do debate do Orçamento do Estado, os estudantes voltam a sair à rua contra este aumento.

In www.esquerda.net - 20 de outubro 2025

Foto de Paulete Matos

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