8.10.25

CRÓNICAS DA TABANCA: A Margarida já ganhou as Eleições.


Eu sei que ela é maluca. Tonta. Diz coisas que não lembravam ao “senhor”, quanto mais ao “diabo”. Sei que não bate bem da tola, mas há tantos aí, de gravatinha e sorriso de plástico, que nem tola têm. Estão vazios, de ideias e projectos, não admitem, sequer, a reconversão. Sair dos limites estreitos da prepotência e arrogância que uma baronesa sem título lhes impôs.

E por isso, fingem. Fingem títulos que não alcançaram, sorrisos que nunca tiveram, práticas e vocações que nunca sonharam. Não sabem trabalhar em equipa, respeitar os outros, eleitos e trabalhadores, descer ao nível simples da alma de cada pessoa e das suas necessidades mais elementares. Nem sequer respeitam os princípios programáticos, a história e a vida democrática dos partidos que dizem representar. Mas, que nunca conheceram, nem conhecem, nem conhecerão. Diz-lhes pouco, quase nada. Importante não é a rosa, é o tacho. A manutenção das mordomias e dos sacos sem fundo, de qualquer cor.  E, à pala de tudo isso, são rudes, mal educados, não respeitam as diferenças, julgam-se os senhores dos tempos medievais. O que não é de estranhar porque a sua mentora-mor adormece a ver castelos e figuras fantasmagóricas a quem puxa, freneticamente, os cabelos.  É uma prática que vem de longe, tal como a fama do brandy Constantino.

Margarida, a tonta, a maluca, a descompensada, mãe solteira e de “olho n´eles” , mulher e cidadã , a quem a vida já pregou milhentas partidas, tem os pés assentes no chão. Sente há anos na pele, o poder nefasto  da mentira, a ruína das promessas não cumpridas, o futuro, tantas vezes exibido como troféu, a fugir-lhe debaixo dos pés. Ama a sua terra, aquela em que nasceu e em que projectou viver. Sentiu, uma vez mais, que este Carnaval eleitoral não iria trazer nada de novo e que o “jogo” estava viciado à partida. Saiu da “casca”, lembrou as lições da política local do professor Jorge Oliveira, seu pai e assumiu que era tempo de alguém enfrentar os vendilhões do templo. Publicou dezenas de mensagens nas redes sociais, alertou as pessoas, incluindo sempre documentos a comprovar o que escrevia. Desmontou mil e uma mentiras, os gastos de milhares de euros sem proveito para a comunidade, as obras faraónicas de uma gestão municipal, produtora de adereços e de efeitos especiais  com nome em inglês, que nada contribuíram para a felicidade dos habitantes do concelho. As obras na Horta da Alameda  a decorrer, sem um projecto coerente e alteradas conforme acorda a sua “arquitectona”, desde há anos, são bem o exemplo desta gestão ruinosa.

As eleições são no próximo domingo. Para além dos resultados e dos votos, elas têm já um vencedor, aliás, uma vencedora: Margarida Oliveira.

Ela batalhou pela verdade, pelos legítimos interesses do concelho, por todos os filhos de Nisa. Ela fez, por si só, o que todos nós devíamos fazer. Todos os dias, todas as semanas, todos os meses. Intervir, questionar, procurar respostas, esclarecer e ser esclarecido. Sugerir as obras e as políticas necessárias e urgentes de que o concelho carece. Sendo certo que o voto é universal e secreto, e que a vontade dos eleitores é soberana, não podem, desta vez, os votantes do concelho, dizer que “não sabiam”.

Não concordando, embora, com algumas das ideias dela, sinto uma felicidade imensa por sentir que ainda há, na nossa terra, quem se interesse pela verdade, desmistifique as mentiras e queira espontaneamente servir a Comunidade.

Obrigado, Margarida!

Mário Mendes