No próximo domingo realizam-se as
eleições para os órgãos das Autarquias Locais (Câmara, Assembleia Municipal e
Assembleias de Freguesia). Há também Feira em Nisa, a designada Feira de
Outubro ou de S. Miguel.
É a última feira do mandato e deste
ciclo autárquico liderado por Idalina Trindade. Há dez anos esta “singular” figura, sem dizer água vai, acabou
com a disponibilização do autocarro municipal às freguesias de Alpalhão e
Tolosa, as mais populosas fora da sede do concelho. O motivo, justificou a edil
teria a ver com o facto de o autocarro ter passado por aquelas localidades e não
haver passageiros para transportar. Esta “justificação” foi plenamente
desmentida em tribunal quando os motoristas confirmaram que situações iguais
ocorreram noutras povoações do concelho, sem que, contudo, o autocarro
municipal deixasse de voltar a percorrer esses trajectos. O móbil da mentira
caía, assim, pela base. O que aconteceu, então?
No mandato de 2013-2017 as freguesias de
Alpalhão e Tolosa eram de maioria CDU. Este o motivo principal: a vingança,
sustentada no argumento da falta de passageiros.
Mas, se não houve passageiros para o
autocarro numa das feiras, nada obstaria a que na feira seguinte, reforçados os
meios de informação (tá quieto, maluco…) o autocarro voltasse ao percurso
delineado de início. Mas não. Estava
encontrado uma “justificação”, um “bode expiatório” e a birrinha da “senhora”
prosseguiu durante dez anos. Dez anos, não é brincadeira. Dez anos, a
discriminar habitantes de duas povoações. Dez anos, a dizer-lhes, como um
ferrete cravado, que quem mandava nesta quinta, neste pedaço da Herdade da
Açafa, era ela, Idalina Trindade, generosa samaritana que se ufana de oferecer
ambulâncias, pagas pelo erário público (todos nós) em nome da Santíssima
Trindade. Vergonha. O Poder Local chegou a este estado de decadência.
Chegámos, também ao final do mandato e
de ciclo autárquico. Não serei dos que direi: volta Idalina, estás perdoada!
Não estás. Nem de longe nem de perto. O
que fizeste, durante 10 anos aos habitantes de Tolosa e Alpalhão, a birrinha
vingativa, a discriminação que alimentaste durante todo este tempo, não tem
perdão. Como não tem perdão o que fizeste, com a cumplicidade de quem concorre
agora à Câmara pelo teu partido, ao povo da aldeia de Pé da Serra,
principalmente aos moradores da Rua das Carretas. Tu e o teu partido se
tivessem, ainda, uma réstia de vergonha, não andavam a falar em “aldeia de
sonho”. Esqueceste-te que lhes roubaste, não o sonho, mas o direito a terem uma
rua, a principal na entrada da aldeia, em condições, transitável em segurança e
não esburacada e com obras que não quiseste mandar fazer durante três anos.
Três anos! As tuas birrinhas autárquicas são longas e nem a presença de um
“consultor” montesinho a teu lado, conseguiu que uma obra necessária, urgente e
de pequeno investimento se concretizasse em tempo de lei.
Depois, quiseste recuperar o engano
cometido. E cometeste outro ainda maior: o de pensares, como pensas, que as
pessoas não têm memória e que não distinguem curvas e contra curvas de rectas.
As tuas rectas das verdades que não dizes e das outras que escondes, que os
munícipes são obrigados a decifrar. Os teus mandatos dão para escrever um livro
e o título (entre tantos) nem será difícil: “Autocarros, Carretas e Mentiras”.
·
Mário Mendes
