Ildebranda Martins nasceu em 1965 em Angola e considera que a sua arte “é pretensiosa e visa despertar consciências, não assenta na noção de que deve ter uma mera utilidade decorativa, mas sim na ideia de que deve, sempre que possível, causar sensações, originar exclamações, gerar pensamentos nos outros”. “Espirito Elevado” reúne mais de vinte peças em técnica mista, onde materiais como manequins, madeira, tecido, gesso, metal e elementos eletrónicos se fundem para criar narrativas visuais intensas, de forte carga simbólica e emocional, propondo uma leitura contemporânea da espiritualidade.
Nesta exposição em Monsaraz destacam-se as obras “Rainhas”, uma
homenagem a figuras femininas históricas como Inês de Castro e Filipa de
Lencastre, “Viúvas da Guerra” e “Noivas da Guerra” retratam o impacto humano e
emocional dos conflitos, “A Mensagem Divina das Crises” e “O Estado das Gentes”
questionam o papel da humanidade perante as atuais crises sociais e ambientais,
e “Estupidez Artificial” é uma metáfora sobre o avanço tecnológico e os
paradoxos da inteligência artificial. A instalação que dá o nome à mostra,
“Espirito Elevado”, propõe uma reflexão sobre a vivência da religião e da
espiritualidade nas sociedades modernas, urbanas e tecnologicamente avançadas.
Ildebranda Martins participou em mais de 60 exposições e os seus trabalhos atuais “são principalmente instalações, muitas delas assentes em manequins e na sua utilização como matéria prima artística, devido à necessidade crescente de criar ambientes cinéfilos e teatrais, em que a fantasia e a realidade se fundem e em que o sonho se torna realidade”. A artista é também curadora na Galeria Beltrão Coelho, onde procura apoiar os artistas e fazer com que as exposições sirvam de incubadora a parcerias artísticas e a expressões criativas mais alternativas, emergentes e menos comerciais.