O historiador António Borges Coelho, professor, escritor, investigador,
combatente antifascista, morreu hoje aos 97 anos, disse à agência Lusa a
editorial Caminho.
De acordo com a mesma fonte, Borges Coelho morreu numa unidade de saúde
de apoio, nos arredores de Lisboa, onde estava a ser acompanhado, na sequência
de uma infeção respiratória.
Natural de Murça, em Trás-os-Montes, onde nasceu a 7 de outubro de
1928, Borges Coelho recebeu o Prémio Universidade de Lisboa em 2018,
instituição onde foi aluno e professor.
O júri, ao qual presidiu o então reitor António Cruz Serra, justificou
a distinção pelo seu “singular percurso na historiografia portuguesa” e o
“trabalho inovador”.
Além de destacar a “relevância do seu percurso científico” e o facto de
ter sido perseguido “muitas vezes em circunstâncias adversas”, durante a
ditadura, o júri sublinhou a grande erudição e acessibilidade da obra de Borges
Coelho e “o seu comprometimento com a cultura e a língua”.
“A História é uma ciência perigosa”, disse o historiador em entrevista
à agência Lusa, em outubro de 2018.
“Sou professor catedrático, pois sou, mas sou um cidadão normal e gosto
de me sentir como um cidadão igual aos outros”, declarou, afirmando-se alegre
com os tributos que recebeu, quando organizados por “amigos e pessoas
sinceras”.
“Alegra-me quando as pessoas acham que fiz alguma coisa de útil”,
afirmou.
in "Expresso" - 17.10.2025
Foto: Nuno Botelho