De Caninhas se fazem as rocas;
Usam os velhos elásticos nas botas,
E as moças, exquisitos sapatos.
Falta o tabaco e só a custo,
S´ apanha uma oncinha;
Passou de moda o Fato-Justo,
Gran mestre na poda da vinha.
Não se apanh´uma onça,
Das que custam pouco dinheiro;
Acostomou-se o povo ao caro,
Só é bom o que é estrangeiro!
Quando morreu o célebre Ponta,
Rezou-lhe, por alma, o Arrácha;
Ajudou à missa o Mingácha,
E espera o padre pela conta.
Vae ser um caso sério,
Espera-se, por isso, forte lambada;
Por causa do vil minério,
Há muita gente encravada.
Disse, há dias, o Mané das Torradas,
Qu´em Niza corria um boato;
Que quasi tudo é Realista,
Só era republicano, o Lobato.
Há por ahi muita fominha,
Há gente que nada come;
Com um Rabinho de Sardinha,
Certa gente mata a fome.
O Pouquito e o Caixado,
Andam sempre na rua;
Gostam ambos d´abafado,
Mas só o bebem quando há Lua.
Já me vão doendo as unhas,
De tanto escrevinhar;
Faltam ainda tantas alcunhas!
D´ algumas mais m´irei lembrar.
Não se zangue ninguém comigo,
Não fiquem comigo a mal;
Nem tudo é verdade o que digo,
E que disse eu, de vós, afinal?
C´o a espingarda se mata o Pisco,
C´o a faquinha se parte o queijo;
Não se pode pescar sem isco,
Às escondidas se dá um beijo.
Anda nos jornaes um anuncio,
Mas não é no “Dº de Notícias”;
Chegaram a Niza uns polícias,
Pr´a prender o Abrenúncio.
Não julgues qu´isso é chalaça;
Por causa d´um certo empregado,
Bastante sofreu o Galáxa.
Não conheceram o Zinganita,
O Nó, o Tó e o Tanganho;
Q´outro dia apanhou um banho,
E uma sova do Lanita.
Veiu d´Alpalhão o Sentenças,
O Montancha e o Calquinhas;
Há por ahi tantas doenças,
O que será das creancinhas!
Já não aparece o Saragoça,
Está proibida a água-pé;
Vae a viola pr´a gente moça,
Mal está quem não tem fé.