A Rádio Portalegre completou, no passado dia 9 de novembro, 31 anos. Trata-se de uma cooperativa que conseguiu ultrapassar as dificuldades inerentes a este setor, ainda mais notável, numa região deprimida e abandonada pelo poder central e que, alcançou o brilhante palmarés de ser a rádio regional mais ouvida a sul do país.
Para isso, foram necessários os esforços e a competência de dirigentes e profissionais, que construíram esta grande rádio, com o apoio, também, de vários colaboradores amadores. O serviço que esta rádio presta é inestimável, passando pela informação, cultura, desporto e com uma enorme importância no campo social. Muitas vezes, pude constatar publicamente, o carinho que os ouvintes têm por esta Rádio e pelos seus profissionais.
A minha relação com a Rádio Portalegre, começou por entrevistas de cariz político, participei em debates e até hoje, colaboro no programa “Desabafos”, dando sempre o melhor de mim. Sinto o peso da responsabilidade, de estar ao melhor nível, a cada crónica que faço com muito gosto e com o desejo de que a minha mensagem seja útil. Sou abordado diversas vezes sobre o que digo e isso aumenta a minha motivação.
Para tal, também recorro muitas vezes aos conhecimentos de figuras notáveis, como fiz na última crónica, nomeando o pai da psicanálise, Sigmund Freud (1856 – 1939), na importância da comparação e, o grande matemático Augustus De Morgan (1806-1871), a propósito da lógica e a negação da negação. Esta semana (quinta-feira /19-11-2020), celebrou-se o Dia Mundial da Filosofia e a propósito recordo que, também me servi para as minhas crónicas, dos ensinamentos que obtive de alguns destacados filósofos.Platão (428 a.C. - 348 a.C.), que é considerado o pai da filosofia política ocidental, sabia que, através das ilusões e sem princípios filosóficos fortes, pessoas com poder, podem manipular a humanidade. Por isso, é conhecido o pensamento de Platão que demonstra que aqueles que não gostam da política, acabam por serem governados pelos que gostam.
Do filósofo Emmanuel Kant (1724-1804), referi, a importância que atribuiu à ética, transposta por mim, para o negócio inadmissível com o sangue e os seus derivados. Não escondo a minha admiração já manifestada na escrita e publicamente, sobre Bertrand Russell (1872-1970), um filósofo ativista, que foi preso por atividades pacifistas e, de quem os ingleses deviam tirar ensinamentos, para perceberem a loucura do Brexit. Este nobel da literatura, que defendeu a emancipação feminina e a democratização da coragem, não deixou de elogiar as corajosas sufragistas, que conquistaram o direito de voto para se poderem defender.
Também não posso deixar de nomear o grande filósofo Karl Marx (1818-1883) com muita influência nos princípios que defendo. Considero-me marxista, porque percebo a defesa dos valores humanísticos e ambientais desse pensador, que no século XIX já apontava o caminho para a salvação do planeta e da humanidade. Marx afirmou que, “Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.”[1] Infelizmente, o lucro, a ganância, a intolerância e a estupidez, falam mais alto e arrastam multidões…
Aquilo a que assistimos vai no sentido inverso do que defende o Utilitarismo[2], uma corrente filosófica que defende a procura da maior quantidade de bem-estar. Seria importante que as pessoas adotassem uma postura de reflexão, porque como defendeu René Descartes (1596-1650), “Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir.”É por isso que a informação tem muita importância e é também por isso, que a democracia é deveras importante, sem termos receio de pagar o seu custo; pagarmos o preço de uma ditadura já nos saiu muito caro e resultou num país analfabeto e atrasado, que só a revolução dos cravos conseguiu inverter. A maior inversão foi a do conhecimento, o acesso à cultura e a liberdade de podermos ler todos os filósofos, escritores, ouvir todos os cantores e podermos gritar que somos livres.
Para isso, foram necessários os esforços e a competência de dirigentes e profissionais, que construíram esta grande rádio, com o apoio, também, de vários colaboradores amadores. O serviço que esta rádio presta é inestimável, passando pela informação, cultura, desporto e com uma enorme importância no campo social. Muitas vezes, pude constatar publicamente, o carinho que os ouvintes têm por esta Rádio e pelos seus profissionais.
A minha relação com a Rádio Portalegre, começou por entrevistas de cariz político, participei em debates e até hoje, colaboro no programa “Desabafos”, dando sempre o melhor de mim. Sinto o peso da responsabilidade, de estar ao melhor nível, a cada crónica que faço com muito gosto e com o desejo de que a minha mensagem seja útil. Sou abordado diversas vezes sobre o que digo e isso aumenta a minha motivação.
Para tal, também recorro muitas vezes aos conhecimentos de figuras notáveis, como fiz na última crónica, nomeando o pai da psicanálise, Sigmund Freud (1856 – 1939), na importância da comparação e, o grande matemático Augustus De Morgan (1806-1871), a propósito da lógica e a negação da negação. Esta semana (quinta-feira /19-11-2020), celebrou-se o Dia Mundial da Filosofia e a propósito recordo que, também me servi para as minhas crónicas, dos ensinamentos que obtive de alguns destacados filósofos.Platão (428 a.C. - 348 a.C.), que é considerado o pai da filosofia política ocidental, sabia que, através das ilusões e sem princípios filosóficos fortes, pessoas com poder, podem manipular a humanidade. Por isso, é conhecido o pensamento de Platão que demonstra que aqueles que não gostam da política, acabam por serem governados pelos que gostam.
Do filósofo Emmanuel Kant (1724-1804), referi, a importância que atribuiu à ética, transposta por mim, para o negócio inadmissível com o sangue e os seus derivados. Não escondo a minha admiração já manifestada na escrita e publicamente, sobre Bertrand Russell (1872-1970), um filósofo ativista, que foi preso por atividades pacifistas e, de quem os ingleses deviam tirar ensinamentos, para perceberem a loucura do Brexit. Este nobel da literatura, que defendeu a emancipação feminina e a democratização da coragem, não deixou de elogiar as corajosas sufragistas, que conquistaram o direito de voto para se poderem defender.
Também não posso deixar de nomear o grande filósofo Karl Marx (1818-1883) com muita influência nos princípios que defendo. Considero-me marxista, porque percebo a defesa dos valores humanísticos e ambientais desse pensador, que no século XIX já apontava o caminho para a salvação do planeta e da humanidade. Marx afirmou que, “Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.”[1] Infelizmente, o lucro, a ganância, a intolerância e a estupidez, falam mais alto e arrastam multidões…
Aquilo a que assistimos vai no sentido inverso do que defende o Utilitarismo[2], uma corrente filosófica que defende a procura da maior quantidade de bem-estar. Seria importante que as pessoas adotassem uma postura de reflexão, porque como defendeu René Descartes (1596-1650), “Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir.”É por isso que a informação tem muita importância e é também por isso, que a democracia é deveras importante, sem termos receio de pagar o seu custo; pagarmos o preço de uma ditadura já nos saiu muito caro e resultou num país analfabeto e atrasado, que só a revolução dos cravos conseguiu inverter. A maior inversão foi a do conhecimento, o acesso à cultura e a liberdade de podermos ler todos os filósofos, escritores, ouvir todos os cantores e podermos gritar que somos livres.
Nesta altura de pandemia, parece que a razão, o bom-senso e a consciência foram substituídos pela paranóia covid e não há filósofos que cheguem para alertar: Reflitam e pensem bem no que está a acontecer, não ignorem a realidade.
Paulo Cardoso - in Programa "Desabafos" / Rádio Portalegre - 20/11/2020