A origem da palavra “magusto” vem do latim “magnus ustus” que significa grande fogueira, que hoje designa tão-só as castanhas assadas, mas que antigamente definia a própria fogueira onde as ditas eram assadas.
As tradições, embora com alguns pontos comuns, constituíam verdadeiras refeições comunitárias.
No início do século XIX, em algumas regiões do Norte, o magusto realizava-se no dia de S. Simão e S. Judas Tadeu, a 28 de Outubro, prolongando-se até ao S. Martinho, enquanto nalgumas regiões de Trás-os-Montes se aproveitava o Dia de Todos os Santos, o dia 1 de Novembro para festejar o “Magusto dos Santos”.
Segundo alguns etnólogos, como Leite de Vasconcelos, o Magusto dos Santos é uma reminiscência de antiquíssimos rituais fúnebres pagãos, festivais que comemoravam o início do Inverno, segundo a tradição celta, durante os quais se faziam oferendas em géneros alimentares às almas dos mortos. Em Barqueiros, no Minho, era tradição à meia-noite, pôr uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer; ninguém mais tocava nas castanhas porque se dizia que estavam “babadas dos defuntos”.
A celebração do magusto também está associada a uma lenda, que remonta ao século IV, a qual dizia que um soldado romano de nome Martinho de Tours (mais tarde conhecido como São Martinho), ao passar a cavalo por um mendigo quase nu, como não tinha nada para lhe dar, cortou a sua capa ao meio com a sua espada; estava um dia chuvoso e diz-se que, neste preciso momento, parou de chover, derivando daí a expressão: "Verão de São Martinho".
Assim, nesta altura do ano, o tempo frio e chuvoso, típico da estação, dá lugar a um dia de sol para desfrutar de um grande magusto com castanhas assadas, água-pé e jeropiga.