Miguel Guimarães vai contra a opinião de Pedro Nuno Santos e considera que o risco de haver contágio em transportes públicos lotados “é enorme”.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, admitiu acabar com as restrições à lotação dos transportes públicos, sustentando essa possibilidade com estudos internacionais e o exemplo de outras capitais europeias onde não existem limitações.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães tem uma opinião diferente e acredita que os transportes públicos constituem um sério risco para o aumento de novos casos de covid-19.
“Por exemplo a questão dos transportes públicos: continua a insistir-se que não tem importância e – isto agora é uma brincadeira – se calhar porque o vírus já não consegue entrar no metro, num autocarro. Numa determinada fase as pessoas estão amontoadas umas em cima das outras. E isto de facto não é isolamento social. E é impossível alguém dizer se esta situação já contribuiu para as infeções ou não”, disse Miguel Guimarães em entrevista no programa “Conversa Capital”, da Antena 1 e Jornal de Negócios.
Para Miguel Guimarães, o risco de haver contágio em transportes públicos lotados “é enorme”. “Ainda bem que os jogos de futebol não tiveram assistência e espero que a Champions também não vá ter, porque senão será um desastre. O público não se consegue conter”, acrescentou.
O bastonário disse ainda que a situação em Lisboa está “mais ou menos controlada”, realçando que seria impossível desconfinar sem um aumento de novos casos.
“É preciso que se diga que no desconfinamento é sempre possível que os casos aumentem. Claro que nós estamos a ter mais do que os outros mas já temos mais tempo de desconfinamento. O que é que está a falhar? Está a falhar a comunicação que foi feita ao país, existiu um discurso demasiado otimista, o discurso que estava tudo bem, tudo controlado”, disse.
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