Licença de exploração para os Grupos I e II da central nuclear espanhola foi renovada por mais sete e oito anos, respetivamente.
Observatório Ibérico de Energia avisa que está a aumentar o risco de um acidente na central nuclear de Almaraz, em Cáceres, a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa.
Em declarações à TSF, o coordenador do Observatório Ibérico de Energia, António Eloy, diz-se "preocuparão" com a renovação da licença de exploração para os Grupos I e II da central nuclear espanhola, a última antes do início do encerramento.
À medida que o tempo passa, quanto mais antigos são os equipamentos, mais o risco de "acidente grave" aumenta, alerta.
O coordenador do Observatório Ibérico de Energia pede, por isso, explicações por parte do ministro do Ambiente e, sobretudo, e uma atitude mais firme.
António Eloy considera que Governo português devia "pressionar o Estado espanhol no sentido de apressar o encerramento destas centrais" e "exigir permanentemente informação sobre o que se passa.
No caso do Grupo I de Almaraz, a licença de exploração foi prorrogada até 1 de novembro de 2027, e no caso do Grupo II até 31 de outubro de 2028.
A renovação das licenças de Almaraz foi pedida pela entidade que atualmente explora a instalação, designadamente Iberdrola, Endesa e Naturgy.
O ministério da Transição Ecológica espanhol autorizou a concessão das novas licenças, que serão as últimas para os dois grupos em Almaraz, na sequência de um relatório favorável do Conselho de Segurança Nuclear.
Os períodos de renovação autorizados correspondem ao que foi acordado no protocolo de intenções assinado pela Enresa em 2019 com os proprietários das centrais nucleares que operam em Espanha, para realizar o encerramento ordenado e gradual do parque nuclear espanhol entre 2027 e 2035.