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31.7.24

“Incompetência”. O que se passa no Metro de Lisboa?

Prometeu resolver os problemas. No entanto, um ano passou e o Metro de Lisboa tem cada vez mais elevadores e escadas rolantes avariados. Empresa pública culpa avarias, vandalismo e as empresas contratadas para reparação.
Em julho de 2024, 22 dos 117 elevadores estavam fora de serviço, um aumento face aos 16 avariados no ano anterior. Segundo dados avançados pelo Público esta terça-feira, as escadas rolantes imobilizadas passaram de 26 para 39 — cerca de 19% e 16% de inoperacionalidade, respetivamente.
A situação tem gerado grandes transtornos para os utentes, especialmente para aqueles com mobilidade reduzida que dependem desses equipamentos para poderem utilizar o metro.
Faltam peças e meios, diz a empresa pública há mais de dois anos, que também culpa os recorrentes atos de vandalismo. E apesar de a acessibilidade ser “matéria prioritária”, a solução não está próxima, avisa.
Muitos dos problemas são causados por avarias pequenas, que são resolvidas no próprio dia, enquanto outras, mais graves, podem demorar mais devido à necessidade de peças específicas que não estão imediatamente disponíveis.
O Metro culpa também a ineficácia das empresas contratadas em assegurar as reparações, uma justificação que “custa a aceitar”, na opinião de Bruno Vieira Amaral na rádio Observador.
“Já nem vou falar do metro em si, que em hora de ponta chegam a ter intervalos de 10 minutos, o que é absolutamente inaceitável numa capital europeia. Acho que não funciona assim em lado nenhum”, diz.
O “desgaste, fruto da utilização diária pelos clientes a situações adversas, como condições ambientais a atos de vandalismo, agravadas pela idade média dos equipamentos, bem como a falta de meios dos prestadores externos de serviços de manutenção e a incapacidade de adquirirem atempadamente peças necessárias às reparações” são os motivos apontados para a crescente degradação das instalações.
“Não é um incentivo ao exercício físico. É só incompetência“, remata o comentador.
Investimento não melhorou. Só piorou
Em 2023, o Metropolitano de Lisboa anunciou um investimento de 3,2 milhões de euros em manutenção e substituição de acessos mecânicos, um aumento em relação aos dois milhões gastos no ano anterior. No entanto, este investimento não resultou numa melhoria significativa do serviço.
A empresa iniciou um processo de reabilitação das escadas rolantes na estação Baixa-Chiado em 2018, com um custo total de 1,5 milhões de euros, depois de ser relatada uma situação “infernal” na movimentada estação: sem elevadores disponíveis, é preciso enfrentar mais de 200 degraus para chegar ou sair do metro.
As obras incluem a substituição e reparação de escadas rolantes e estão previstas para concluir em setembro de 2024. Para melhorar a acessibilidade, três novos elevadores estão a ser instalados na estação Baixa-Chiado e dois na estação da Alameda.
A Linha Azul é a mais afetada, com uma taxa de inoperacionalidade dos elevadores de 28,57%. Dos 42 elevadores nesta linha, 12 estão fora de serviço. A Linha Vermelha também enfrenta problemas significativos, com uma taxa de inoperacionalidade de 24,39%. Em comparação, a Linha Verde tem 19% dos seus elevadores inoperacionais, enquanto a Linha Amarela é a menos afetada, com apenas 8% dos elevadores fora de serviço.
A empresa prevê que 60% das escadas rolantes imobilizadas estarão operacionais até ao final de agosto de 2024.
Tomás Guimarães, ZAP //31 Julho, 2024
 

21.7.20

OPINIÃO: "Há um risco “enorme” de contágio em transportes lotados", alerta Miguel Guimarães

Miguel Guimarães vai contra a opinião de Pedro Nuno Santos e considera que o risco de haver contágio em transportes públicos lotados “é enorme”.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, admitiu acabar com as restrições à lotação dos transportes públicos, sustentando essa possibilidade com estudos internacionais e o exemplo de outras capitais europeias onde não existem limitações.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães tem uma opinião diferente e acredita que os transportes públicos constituem um sério risco para o aumento de novos casos de covid-19.
“Por exemplo a questão dos transportes públicos: continua a insistir-se que não tem importância e – isto agora é uma brincadeira – se calhar porque o vírus já não consegue entrar no metro, num autocarro. Numa determinada fase as pessoas estão amontoadas umas em cima das outras. E isto de facto não é isolamento social. E é impossível alguém dizer se esta situação já contribuiu para as infeções ou não”, disse Miguel Guimarães em entrevista no programa “Conversa Capital”, da Antena 1 e Jornal de Negócios.
Para Miguel Guimarães, o risco de haver contágio em transportes públicos lotados “é enorme”. “Ainda bem que os jogos de futebol não tiveram assistência e espero que a Champions também não vá ter, porque senão será um desastre. O público não se consegue conter”, acrescentou.
O bastonário disse ainda que a situação em Lisboa está “mais ou menos controlada”, realçando que seria impossível desconfinar sem um aumento de novos casos.
“É preciso que se diga que no desconfinamento é sempre possível que os casos aumentem. Claro que nós estamos a ter mais do que os outros mas já temos mais tempo de desconfinamento. O que é que está a falhar? Está a falhar a comunicação que foi feita ao país, existiu um discurso demasiado otimista, o discurso que estava tudo bem, tudo controlado”, disse.
ZAP //