O pedido foi feito pela presidente do Município de Portalegre,
Fermelinda Carvalho, numa reunião com o conselho de administração da Unidade
Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo.
A autarca lamenta que a VMER esteja, por várias ocasiões, inoperacional
e explica ter solicitado à administração da ULS do Alto Alentejo uma solução
para o problema. “Infelizmente, esta situação da não operacionalização não é
algo novo, já ocorreu ao longo dos anos, muitas vezes. Ultimamente, podemos
dizer, em tempos médios, que está 10% do tempo inoperacional”, refere.
Fermelinda Carvalho adianta ter transmitido ao presidente do conselho
de administração da ULS do Alto Alentejo a exigência que “a VMER esteja em
funcionamento 100% do tempo”.
Entre janeiro e julho, a viatura adstrita ao Hospital de Portalegre
esteve inoperacional um total de 480 horas. A autarca indicou que o problema se
relaciona com a escala dos médicos e com a colocação destes profissionais “em
alguns horários”.
Fermelinda Carvalho acrescenta que a administração da ULS do Alto
Alentejo vai pedir às entidades competentes a contratação de médicos, de forma
a garantir a operacionalidade da VMER durante 24 horas por dia. “Aquilo que o
presidente do conselho de administração da ULS do Alto Alentejo vai pedir, em
primeiro lugar, é que tenhamos disponibilidade de médicos, mas, sempre que isso
não aconteça, que a VMER possa sair só com enfermeiros, porque consegue dar uma
resposta”, afirma.
Ainda de acordo com a presidente da Câmara, a ULS “vai exigir” para o
Hospital de Portalegre uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV). “Eu
disponibilizei-me também para ajudar na compra desta viatura. Este equipamento,
tal como a VMER, não serve só o concelho de Portalegre, mas como está sediada
na nossa ULS acho que Portalegre poderá ter aqui uma responsabilidade
acrescida”, acrescenta.
Recorde-se que a 29 de agosto, a SIC noticiou a morte de um homem de 56
anos em Marvão, vítima de paragem cardiorrespiratória, que foi assistido pelos
bombeiros porque a VMER de Portalegre estava inoperacional. Segundo a estação
de televisão, foi a segunda morte no distrito a coincidir com períodos em que a
viatura não estava disponível.
Em comunicado, a ULS do Alto Alentejo reconheceu “os constrangimentos”
operacionais da VMER de Portalegre, que “esteve inoperacional em diversos
períodos durante o mês de agosto por indisponibilidade médica”. A mesma nota
acrescenta: “Infelizmente, registaram-se duas ocorrências fatais em momentos em
que a VMER não estava disponível, o que reforça a urgência de uma resposta
estruturada e eficaz”.
Trata-se, segundo a administração, de um problema “estrutural e
prolongado”, decorrente da escassez de médicos e da dependência de prestadores
externos, “com custos elevados e sem garantia de continuidade” assistencial.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: D.R.