O teu sorriso...que se poema...
como o cintilar das estrelas
ou o canto do tentilhão
ou como uma lua cheia de agosto
ainda me pões o peito acelerado
com a "sensação única" que percorre toda a pele
como um rio, que galga as margens
e, invade terrenos...
para além dos limites do seu caudal...(a água não tem limites)...
só o amor excede os limites
só o amor excede o que se vive
e salta, sobre as margens que o comprimem
aventurando-se, em busca da perfeição
que existe no impossível...(onde se esconde o belo)
diz o coração quieto...
da alma inquieta...que sonha...
e, porque te sonho...irrequieto...
nessa busca que busca...um sentido...
para os "sentidos todos"...
que sofrem desejos...
a tua cor dentro do sonho...é azul...
que diz não!!...à morte dos sentidos
e, todos os dias lutamos...para viver impossíveis...
sem gastar o amor...
ainda tenho acesso...ao "quase inaudível"?
ainda poderei ouvir o zumbido da libelinha?
ou este cansaço...é real?...
e, já nem dissipo as nuvens...
onde se esconde "aquele arrepio" gostoso
que brinca ao esconde, esconde...
como as crianças brincam à cabra cega...
e nessa vastidão do sentido, que te invoca...
conseguia/consigo...chegar sempre a ti...
no meio da confusão ouvia/ouvi...a tua voz...
que dizia com doçura
e teimosa excitação...
continua...continua...
A.B. 2017
* Pintura de Virgínia Peleja