28.8.25

NISA: Conheça os poetas do concelho (XLVIII) - António Borrego


Sentir...sentidos...

O teu sorriso...que se poema...

como o cintilar das estrelas

ou o canto do tentilhão

ou como uma lua cheia de agosto

ainda me pões o peito acelerado

com a "sensação única" que percorre toda a pele

como um rio, que galga as margens

e, invade terrenos...

para além dos limites do seu caudal...(a água não tem limites)...

só o amor excede os limites

só o amor excede o que se vive

e salta, sobre as margens que o comprimem

aventurando-se, em busca da perfeição

que existe no impossível...(onde se esconde o belo)

diz o coração quieto...

da alma inquieta...que sonha...

e, porque te sonho...irrequieto...

nessa busca que busca...um sentido...

para os "sentidos todos"...

que sofrem desejos...

a tua cor dentro do sonho...é azul...

que diz não!!...à morte dos sentidos

e, todos os dias lutamos...para viver impossíveis...

sem gastar o amor...

ainda tenho acesso...ao "quase inaudível"?

ainda poderei ouvir o zumbido da libelinha?

ou este cansaço...é real?...

e, já nem dissipo as nuvens...

onde se esconde "aquele arrepio" gostoso

que brinca ao esconde, esconde...

como as crianças brincam à cabra cega...

e nessa vastidão do sentido, que te invoca...

conseguia/consigo...chegar sempre a ti...

no meio da confusão ouvia/ouvi...a tua voz...

que dizia com doçura

e teimosa excitação...

continua...continua...

A.B. 2017

* Pintura de Virgínia Peleja