NOTA
Este pequeno texto escrevi-o, como nota final, num artigo que foi publicado no "Alentejo Ilustrado" sobre a "Nova Vida da Olaria Nisense". O Mestre Oleiro, António Pequito, faleceu esta madrugada, após uma vida activa e dedicada à olaria nisense. Era o mais antigo oleiro, um veterano, após mais de 75 anos a atirar o barro à parede e a calcorrear o país na divulgação de uma das artes mais tradicionais de Nisa.
A sua actividade artística, o seu labor, a divulgação que fez das artes
tradicionais na moldagem do barro, os conhecimentos que proporcionou a todos
quantos se lhe dirigiram, inclusive, estudantes universitários para a
elaboração dos seus estudos académicos, encontraram nele e na sua esposa,
Joaquina Mendes, o melhor acolhimento, a disponibilidade, o gesto amigo e
estimulante de quem sentia verdadeira alegria na transmissão de conhecimentos,
da sua longa experiência, a trabalhar numa arte, quase em vias de extinção. Digo
quase, porque foi ali na modesta oficina da rua do Depósito das Águas, que uma
nova esperança de revigoramento desta arte tradicional de Nisa encontrou o
apoio e o estímulo para inovar e projectar-se como esperança de futuro.
Este o maior legado que deixa à vila onde nasceu.
Descanse em paz, primo António Pequito.
Mário Mendes