19.7.18

OPINIÃO: Autarquias que viraram “Comissões de Festas”

A criação do Poder Local teve como objectivo garantir uma  maior eficácia na resolução dos problemas das populações porém, nos últimos anos, muitas autarquias tornaram-se “Comissões de Festas”.   Uma parte significativa do seu orçamento vai para a organização de festanças, festas e festinhas avulsas sem objectivos estratégicos para o desenvolvimento integrado e sustentado dos municípios.
Hoje, lamento dizê-lo, mas os cidadãos tornaram-se muito pouco exigentes com os seus autarcas satisfazendo-se com pouco mais que “pão e circo”. As pessoas necessitam de se divertirem – completamente de acordo –  mas precisam sobretudo que as autarquias resolvam os seus principais problemas.
Mas vamos ao caso em concreto da minha terra, o Marco de Canaveses.
Nos últimos anos fui um crítico da gestão autárquica de Manuel Moreira não partilhando daquelas que foram as suas prioridades que tiveram como consequência a paralisação do desenvolvimento do Concelho.
Nas últimas horas li nas redes sociais elogios ao primeiro dia das Festas do Concelho. Agora pergunto quanto vão custar estes cinco dias de festança? Não sei mas estou convicto que ajudariam na resolução de alguns problemas que afectam o quotidiano das pessoas.
Por exemplo: como está a resolução do problema da água e saneamento que se arrasta há longos anos? Em que fase está a implementação do programa Marco Investe que prometia atracção de investimento para o concelho, fixação dos jovens na sua terra e criação de emprego? Quando vamos ter a prometida e tão ansiada substituição do pavimento das ruas do centro da cidade?
A função de uma autarquia é muito mais que organização de eventos. Nunca percebia porque Manuel Moreira gastava tanto dinheiro em festas e festinhas, tal como não entendo porque este novo executivo socialista vai no mesmo caminho. Moreira subia para o palco para discursar nestes momentos para sua promoção pessoal política. Não concordava. Parece que a nova autarca está a cometer a tentação de lhe seguir as pisadas. Parece que a diferença reside no facto dos discursos agora serem mais curtos.
Infelizmente este não é apenas um problema do Marco de Canaveses.
Paulo Vieira da Silvawww.insonias.pt12/7/2018